sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"AURORA" E "A CAIXA DE PANDORA" EM NOVEMBRO NO IAP


Confira a programação de novembro feita pela ACCPA para o Cine Clube Alexandrino Moreira no IAP (Instituto de Artes do Pará ):

Dia 03/11 - 19 H
"AURORA" (foto)
(Sunrise-1927)Direção de Friedrich Wilhelm Murnau. Roteiro de Carl Mayer basewado no livro de Herman Sudermann . Com Janet Gaynor, George O’Brian, Margaret Livingstone.
Uma mulher da cidade vai à uma aldeia de pescadores e seduz um habitante casado e pai de um recém-nascido. A mulher pede que esse homem mate a esposa para viver com ela. A morte seria por afogamento, a se dar numa viagem que o casal faria à cidade. No caminho ele tenta empurrar a mulher para fora do pequeno barco, mas logo se arrepende. A viagem passa a ser uma renovação do casamento, com os dois vivendo uma nova lua de mel. Mas, na volta, uma tempestade os espera.
O filme está na relação dos melhores da história do cinema não só do "American Film Institute" mas de várias outras agremiações ligadas ao estudo da cinematografia.

Dia 17/11 - 19 H"
"A CAIXA DE PANDORA"(Die Buchse der Pandora-1929)
Direção de Georg Wilhelm Pabst. Roteiro de LadislauVajda baseado no livro de Frank Wedekind. Com Louise Brooks,Fritz Koriner e Franz Lederer.
Lulu, amante de um editor de jornal,casa-se com ele mas não suporta a vida dois, enveredando por outros romances e acabando por incitar uma tragédia.
O cineasta foi um dos nomes mais evidentes do fim do cinema mudo alemão, mantendo-se em evidencia até a década de 1950.Louise Brooks era norte-americana mas fez cinema em Berlim antes da 2ª.Guerra Mundial. “Pandora” é considerado a obra-prima dos dois: diretor e atriz.
ENTRADA FRANCA

(Pedro Veriano)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

"ALLEGRO" NO MOVIECOM ARTE DE 31/10 À 06/11


Dentro do projeto MOVIECOM ARTE que tem o apoio das Lojas VISÃO e da ACCPA (Associação dso Críticos de Cinema do Pará), será exibido no Moviecom Castanheira, Sala 04, em projeção digital, de 31/10 à 06/11, o filme "Allegro", produção dinamarquesa. A direção é de Christoffer BoeGênero.
No filme, após muitos anos, Zetterstriom (Ulrich Thomsen), famoso pianista dinamarquês, retorna à sua terra natal para um concerto de gala. Mas o evento servirá para que ele perceba que as escolhas que fez causaram um efeito drástico em sua vida amorosa.
Os ingressos dos filmes do Moviecom Arte tem um preço especial : R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia).
Aproveitem.


Marco Antonio Moreira

A Banda que Passou

A primeira imagem de “A Banda” (Sassin Gabai/Irael 2007) focaliza um microônibus que depois de receber uma carga se afasta lentamente. Sem mudar o plano vê-se seis homens fardados de azul com dragonas douradas, enfileirados na horizontal, bem no centro do quadro. Logo se sabe que se trata da Banda da Policia de Alexandria que foi convidada para tocar na inauguração do Centro de Cultura Árabe, em Israel, mas ao chegar ao destino não encontrou quem a recepcionasse. Em uma região deserta, vendo-se apenas um pequeno bar os músicos procuram informação com a mulher que dirige parece dirigir o estabelecimento, sabem que ali não existe Centro de Cultura Árabe (“nem israelense”, ela completa).
O roteiro do diretor Eran Kolrin quer dimensionar a solidão. Não é apenas um lugar solitário, um oásis no meio do nada. Também as personagens são solitárias. Tewfiw (Sasson Gabai), o maestro, traz a mágoa dos suicídios do único filho, a quem se mostrava despótico contribuindo para a atitude do já rapaz, e da mulher, que não suportou a tragédia em família. Dina (ORonit Elkabetz),a dona do bar, saiu de um relacionamento infeliz e busca superar o acontecimento garimpando emoções no deserto. Também há o jovem Haled (Saleh Bakri), rebelde a algumas ordens do maestro, e tipos que passam pela estadia da banda (uma noite) como o rapaz que espera no telefone publico que a namorada lhe procure ou o tímido que não sabe como achar uma garota numa festa.
Raras vezes a cenografia se enquadra tão bem na perspectiva intimista. Lembro que Antonioni era mestre nisso, usando planos “contre-plongée” de prédios nos longos passeios de Mônica Vitti, afinal o modo de dimensionar o que na época se chamada de “coisificação do ser humano”. Pois aqui, Eran Kolrin usa o “décor” e o enquadramento. São muitos os planos abertos, como a utilização da luz perfazendo quadros em que o objeto iluminado está cercado por espaços escuros.
Um filme de baixo orçamento de metragem mínima para um “longa”, e sem estrelas adiante das câmeras. Afinal um exemplo de se fazer cinema também do meio do nada. De aplaudir. (Pedro Veriano)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Filmes do ano - uma 1a lista


O final do ano se aproxima e já começa a hora de fazer o Balanço. Esse ano, fui pouco ao cinema, pecado mortal que estou tentando melhorar desde o mês passado. Comecei a listar algumas coisas que gostei, que não gostei, mas que tem gente que gosta. É apenas uma pequena base que serve para a gente começar a lembrar e discutir o que de melhor (ou pior) passou por aqui.

Vi (e gostei muito):
Santiago
Cavaleiro das Trevas
Sangue Negro
Linha de Passe
Medos Privados em Lugares Públicos

Não vi, mas acho que vou gostar:
Jogo de Cena
Planet Terror
4 meses, 3 semanas e 2 dias
Longe Dela
Onde os Fracos Não tem Vez

Vi, não gostei, mas sei que tem gente que acha o melhor filme do ano:
Na Natureza Selvagem

Vi fora de Belém, mas acho que devia passar aqui
Império dos Sonhos

Sei que tem muita coisa faltando...podem mandar bala (eu não tenho uma memória muito boa mesmo)


Fernando Segtowick

À procura de um país e de um novo cinema




Quando questionado sobre o motivo de abandonar filmes de tom político e nacional, além dos documentários, Krzystof Kieslowki disse: todo mundo tem dor de garganta, eu quero filmar a dor de garganta do mundo. O diretor polonês afirmava então que o processo político e documental de registrar a realidade podia muitas vezes ser mais forte pelo percurso da ficção.
Walter Salles também dirigiu inúmeros documentários. Levou esse projeto de entender cidades e países para seu cinema de ficção. Em seus filmes mais importantes como “Central do Brasil”, “Terra Estrangeira” e “Diários de Motocicletas”, o dispositivo documentário-ficção estava presente através dos elementos do road movie, do acaso como mecanismo dramático, da câmera na mão, dos atores não-conhecidos.
Em “Linha de Passe”, Salles (de novo na parceria com Daniela Thomas), dá um passe à frente nesse seu modelo de cinema. O uso do estilo documental não parece mais simplesmente um artifício, mas uma necessidade diante de uma nova dramaturgia, de um novo modelo narrativo, tão contemporâneo. Walter vai, à sua maneira, buscar o que melhor o cinema tem feito. Se não se aproxima do estilo de uma Lucrecia Martel ou de outros do cinema europeu ou asiático, ele se arrisca a propor um filme sem tantas amarras do cinema clássico, sem clímax, sem soluções forçadas.
É claro que ele se alicerça com o sabe melhor. Filma uma São Paulo sempre enquadrada pela arquitetura do concreto (prédios) ou da falta dele (favela). Seus personagens estão sempre em movimento, em busca de sonhos, sejam de moto, de ônibus, ou simplesmente correndo pelo campo de futebol.
E essa busca, caracterizada pela figura paterna, para muitos a figura da pátria, também registra um novo Brasil que surgiu nos últimos anos, em que muitos acessam um novo nível de consumo, mas que não é a solução para todos os problemas (provavelmente até crie outros). Salles e Daniela Thomas arriscam registrar um país em transição, ainda sem saber onde vai chegar.
É muito curioso que neste ano em Belém tenha sido exibido também “Santiago” (o filme é de 2007), do irmão de Walter, João Moreira Salles, que questiona o formato do documentário. Ainda bem que os sócios da Videofilmes continuam à procura de um novo cinema.

(Fernando Segtowick)

domingo, 26 de outubro de 2008

MOSTRA DE CINEMA ATUAL ESPANHOL 2008

Nesta quarta (29) e quinta (30), o Oi Cine Estação receberá a Mostra de Cinema Atual Espanhol 2008.
Confira a programação :

Quarta (29) :
17 h :
"Salvador - Estória de um Milagre Quotidiano" de Hwidar Abdelatif (curta-metragem)
"Azul Escuro QuasePreto" de Daniel Sánchez Arévalo.
19 h :
"O Melhor de Mim" de Roser Aguilar
21h :
"Um Franco, 14 Pesetas" de Carlos Iglesias

Quinta (30)
19h :
"Tua Vida em 65 Minutos" de Maria Ripoli
21h
"Eu Sou a Juani" de Bigas Luna

A entrada é franca.


Marco Antonio Moreira

sábado, 25 de outubro de 2008

PROGRAMAÇÃO DA 3ª MOSTRA DE CINEMA E DIREITOS HUMANOS NA AMÉRICA DO SUL

Confira a programação da 3ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul que está acontecendo no Cine Líbero Luxardo de 22 de outubro à 02 de Novembro, com entrada franca:

25/10 – sábado16h30 – Programa 13 (Classificação indicativa: livre)
Tire Dié, Fernando Birri (Argentina, 33 min, 1960, doc)
Crônica de um menino só, Leonardo Favio (Argentina, 70 min, 1964, fic)
18h30 - Programa 4 (Classificação indicativa: livre)
Oficina Perdiz, Marcelo Diaz (Brasil, 20 min, 2006, doc)
Dia de Festa, Toni Venturi e Pablo Georgieff (Brasil, 77 min, 2006, doc)
20h30 - Programa 1 (Classificação indicativa: 12 anos)
Tibira é gay, Emilio Gallo (Brasil, 10 min, 2007, doc)
O aborto dos outros, Carla Gallo (Brasil, 72 min, 2008, doc)

26/10 – domingo16h30 - Programa 19 (Classificação indicativa: 12 anos)
O diabo entre as flores, Carmen Guarini (Argentina, 26 min, 2004, doc)
Jaime de Nevares, a última viagem, Marcelo Céspedes e Carmen Guarini (Argentina, 70 min, 1995, doc)
18h30 – Programa 8 (Classificação indicativa: livre)
Sonhos distantes, Alejandro Legaspi (Peru, 52 min, 2006, doc)
Zumbi somos nós, Coletivo 3 de fevereiro (Brasil, 52 min, 2007, doc)
20h30 – Programa 18 (Classificação indicativa: 12 anos)
H.I.J.O.S., a alma em dois, Carmen Guarini e Marcelo Céspedes (Argentina, 80 min, 2002, doc)

29/10 –quarta-feira18h30 – Programa 7 (Classificação indicativa: 12 anos)
MBYA, Terra vermelha, Philip Cox e Valeria Mapelman (Argentina/Inglaterra, 68 min, 2006, doc)
América Minada, Vinicius Souza e Maria Eugenia Sá (Brasil, 27 min, 2007, doc)
20h30 – Programa 20 (Classificação indicativa: 12 anos)
Pulqui, um instante na patria da felicidade, Alejandro Fernández Mouján(Argentina, 85 min, 2007, doc)

30/10 – quinta-feira18h30 – Programa 9 (Classificação indicativa: 12 anos)
Férias sem volta, Marta Lucia Vélez (Colômbia, 52 min, 2007, doc)
Os esquecidos, Jaime Aguirre Peña (Bolívia, 31 min, 2006, doc)
Vestígios de um sonho, Erich Fischer (Paraguai, 12 min, 2006, doc)
Do outro lado da ausência, Daniel Rodríguez (Colômbia, 06 min, 2007, doc)
20h30 – Programa 17 (Classificação indicativa: 16 anos)
Pivete, Lucila Meirelles e Geraldo Anhaia Mello (Brasil, 06 min, 1987,doc)
Vam’pra Disneylandia, Nelson Xavier (Brasil, 11 min, 1985, doc)
A vendedora de rosas, Victor Gaviria (Colômbia, 115 min, 1998, fic)

31/10 – sexta-feira18h30 – Programa 12 (Classificação indicativa: 12 anos)
Território vermelho, Kiko Goifman (Brasil, 12 min, 2004, doc)
Radicais livre(o)s, Marcus Vinicius Fainer Bastos (Brasil, 14 min, 2007, doc)
Vítimas da democracia, Stella Jacobs (Venezuela, 43 min, 2007, doc)
20h30 – Programa 10 (Classificação indicativa: livre)
Crônica de um sonho, Mariana Viñoles e Stefano Tononi (Uruguai, 95 min, 2005, doc)

01/11 – sábado18h00 - Programa 14 (Classificação indicativa: 12 anos)
Couro de gato, Joaquim Pedro de Andrade (Brasil, 12 min, 1960, fic)
Delinqüente, Ciro Durán (Colombia/França, 110 min,1978, fic)
20h30 - Programa 11 (Classificação indicativa: 12 anos)
Coração de Tangerina, Juliana Psaros e Natasja Berzoini (Brasil, 15 min, 2007, fic)
O prisioneiro, Eric Laurence(Brasil, 16 min, 2002, fic)
Procura-se janaína, Miriam Chnaiderman (Brasil, 54 min, 2007, doc)

02/11 – domingo
18h30 – Programa 15 (Classificação indicativa: 16 anos)
Palace II, Fernando Meirelles e Kátia Lund(Brasil, 21 min, 2001, fic)
Os esquecidos, Luis Buñuel (México, 88 min, 1950, fic)
20h30 – Programa 3 (Classificação indicativa: 16 anos)
Entre cores e navalhas, Catarina Accioly e Iberê Carvalho (Brasil, 14 min, 2007, fic)
Café com Leite, Daniel Ribeiro (Brasil, 18 min, 2007, fic)
Deserto Feliz, Paulo Caldas (Brasil, 88 min, 2007, fic)

site oficial da mostra: www.cinedireitoshumanos.org.br

Marco Antonio Moreira

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

PALAVRAS E ENGANOS

Não queria entrar na ciranda dos comentários sobre cinema local, especialmente a critica local. Mas seria como se eu me trancasse na torre de marfim dos que se julgam deificados e por isso alheios aos ataques de quem quer que seja. Afinal, os raios sempre caíram de cima pra baixo, a julgar por Zeus. E como eu não estou no Olimpo (só não perco lugar no Olympia de Belém) decidi entrar na farra.
Primeiro:gostaria que me informassem quando saiu e onde a matéria que trata o “Sangue de Pantera” de Jacques Tourneur como produção francesa. Quando e quem escreveu. Eu revi meus textos e não vi cochilo deste tamanho (podia cochilar, sou humano). Mesmo porque prezo história do cinema. Este “Sangue...” eu cheguei a passar em casa, numa cópia 16mm, por volta de 1952 (engraçado é que passei primeiro “A Maldição do Sangue de Pantera”de Bob Wise e Gunther Fisher feito depois) é o primeiro de uma série ilustre produzida por Val Lewton na RKO. Bem Hollywood.
Segundo: o nome APCC foi dado por Acyr Castro, Ariosto Pontes, Edwaldo Martins, Paulo Sérgio Macedo, Rafael Costa e Alberto Queiroz, fundadores da associação em 1962. Do grupo só estão vivos os dos primeiros. E Acyr, ainda participante de cinema, não concordou com os novos estatutos da entidade. Em respeito a ele, mudou-se o nome. Não quer dizer que a APCC morreu. Ela existe com o Acyr presidindo.
Terceiro: tenho um blog (verianoalvares.zip.net) mas não me furto a escrever para o da ACCPA criado pelo meu amigo Marco Antonio. O que me for possível estará na contribuição a tudo que a nova associação fizer. Eu presidi a APCC por longos anos e no ano passado achei que era hora de gente jovem: indiquei o Marco.
Quarto: sempre prestigiei críticos novos. A APCC adotou o pessoal da ACA (creio que o nome era este) composto por José Otávio Pinto, Vicente Cecim, Alfredo Higashi e Ronaldo Elleres. Depois abrigou críticos que colaboravam em colunas de forma avulsa, especialmente na de Luzia (que este ano completa 36). Aliás, o estatuto da APCC previa que se uma pessoa está escrevendo sobre cinema por mais de um ano ela, automaticamente, faz parte do grupo. Por isso é que eu acho que muita gente já devia estar no quadro da jovem ACCPA, ou, se quiser, formar um novo grupo (para não criar ciumadas) onde caiba todo mundo.
Qunto: pode me chamar de velhinho embora não me sinta. Recuso é o diagnostico de esclerosado e brocha. No primeiro caso meus níveis de colesterol estão OK. No segundo, jamais tomei Viagra. Brocha só de pintor de parede- e eu nunca pintei parede.
Sexto: gosto de debates e sempre uso de humor no que escrevo. Simplesmente porque acho que a critica é a cara do critico. E sei que sou muito afobado, muito “elétrico”. Por isso saio do cinema com os créditos finais ainda na tela. Habito que veio de um tempo em que se dizia que um cinema da praça ia desabar. Eu corria antes do estrondo.
Bem, é o que tinha a colaborar na discussão em torno de críticos & critica & programas. Um blog é feito para discutir. Parabenizo o Marco por este “nosso” estar dando certo. Escrevam mal e mal mas escrevam. (Pedro Veriano)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Dois Filmes

Uma garota de 9 anos estuda em colégio de freiras mas tem os pais comunistas. Isto na França de 1983. Pai espanhol e mãe francesa apostam em Salvador Allende, o presidente socialista vencedor de uma eleição no Chile como um avanço ideologico. A casa deles é freqüentada por barbudos da esquerda, os mesmos que a babá da garota lembra como os responsáveis, comandados por Fidel Castro, de sua saída de Cuba.
“A Culpa é de Fidel”, primeiro longa-metragem de Julie Gavras, detêm-se na confusão que os pólos políticos fazem na cabeça infantil. Os pais proíbem que ela leia Mickey Mouse(“um camundongo fascista”) ou que freqüente as aulas de religião. Ela reluta. E não entende quando o pai perde emprego como a comida piorou, a casa diminuiu, a babá foi embora.
Uma delicada viagem pela psicologia infantil sem ranço clinico e sem demagogia de facções sectárias é o resultado de um roteiro enxuto saído da obra da italiana Domitila Calamai. A menina Nina Kervel-Bey lembra a Brigitte Fossey de “Brinquedo Proibido” e a Ana Torrent de “Cria Cuervos”.Presente em todas as seqüências ela faz o seu quadro de um tempo e passa para o espectador as contradições e as reações de quem começa a vida.
Valeu, como valeu “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias”, uma visão sem retoques de um ato de aborto com a repercussão que pode causar sem apelar para o melodrama. Em linguagem direta, sempre frio, o diretor Cristian Mungui fica em cima do muro (pró ou contra a interrupção de gestação) atirando pedras. Não há “moral de história”. Há a exposição de um caso dramático envolvendo duas mulheres: a grávida e sua amiga. Narrativa com travelling manual e câmera fixa, sem música de auxilio. Foi Palma de Ouro em Cannes. E por aqui muita gente perdeu e vai reclamar que não passa coisa boa. (Pedro Veriano)

MOSTRA DE MANOEL DE OLIVEIRA NO CINE OLYMPIA


Começou nesta terça-feira a mostra de filmes em DVD do diretor português Manoel de Oliveira no Cine Olympia. Ao todo, são 8 filmes deste diretor premiado internacionalmente e que completa 100 anos de idade agora em novembro, dirigindo um novo filme.
Confira a programação:

A CAIXA (legenda) (1994)Dias 21, 22, 23, 24/10 – 18:30 h

O PRINCÍPIO DA INCERTEZA (sem legenda)(2002)Dias 25, 26, 28 e 29/10 – 18:30 h

UM FILME FALADO (legenda)(2003)Dias 30 e 31/10, 01 e 02/11 – 18:30 h

PORTO DA MINHA INFÂNCIA (sem legenda)(2001)Dias 04, 05, 06 e 07/11 – 18:30 h

VALE ABRÃAO (legenda)(1993)Dias 08, 09, 11 e 12/11 -18:00 h

NON OU A VÃ GLÓRIA DE MANDAR (legenda) (1990)Dias 13, 14, 15 e 16/11 – 18:30 h

VOU PARA CASA (legenda) (2001)Dias 18, 19, 20 e 21, 22 e 23/11 – 18:30 h

PALAVRA E UTOPIA (legenda) (2001)Dias 25, 26, 27, 28, 29 e 30/11 -18:30 h


Marco Antonio Moreira

"A BANDA" NO MOVIECOM ARTE


“A Banda” chega na nossa programação local pelo projeto Moviecom Arte que tem o apoio das Lojas Visão e da ACCPA(Associação dos Críticos de Cinema do Pará). No filme, uma pequena banda da polícia egípcia chega a Israel. Eles vieram para tocar na cerimônia de inauguração de um centro cultural árabe. Porém, por causa da burocracia, falta de sorte e outros imprevistos, são esquecidos no aeroporto. A banda tenta se deslocar por conta própria, mas vai parar numa pequena e quase esquecida cidade israelense, em algum lugar no coração do deserto. Confira o filme em projeção digital no Moviecom Castanheira Sala 04 a partir do dia 24/10.

Marco Antonio Moreira

domingo, 12 de outubro de 2008

"A ESTRANHA POSTURA DE CHORAR E PERDER O QUE SE PASSA DE BOM POR AQUI"


Continuo achando estranho que algumas pessoas que gostam de cinema em Belém e que tem seus blogs e formas de expressão pela internet, fiquem "chorando" a ausência de certos filmes em exibição nos cinemas locais. Deve-se reclamar mesmo a falta de certos filmes em nossos cinemas, mas enquanto se "chora" a ausência de títulos elogiados e premiados em nossa praça, acaba se perdendo a oportunidade de ver, escrever e divulgar os bons filmes que são exibidos aqui desde o Moviecom Arte até os filmes do Cine Estação e Libero Luxardo.
Não entendo essa postura. Reclama-se dos filmes do festival do Rio que dificilmente passarão aqui, dos filmes da mostra de São Paulo que só por um milagre podem chegar por aqui, e nessa postura, acaba se esquecendo das boas coisas que são exibidas nos cinemas locais e que são poucos prestigiadas. Querem um exemplo: "Santiago"(foto), belíssimo documentário e que é um dos melhores filmes que vi este ano, foi visto por poucas pessoas. Quem outro exemplo : "A Casa de Lava", filme português de altíssima qualidade foi visto por poucos espectadores no Olympia, com entrada franca.
E ai ? Como fica? Vamos ficar "chorando" o que não vimos nos cinemas ou vamos nos informar, ver e divulgar o que de bom se passar por aqui? Prefiro a segunda opção, sempre ressaltando a ausência de certos títulos em nossos cinemas. E você que gosta de cinema? Prefere ficar reclamando ou vai ajudar na divulgação dos bons filmes que temos a chance de ver aqui?

Marco Antonio Moreira

DIA 20/10 TEM "A ALDEIA DOS ALMADIÇOADOS" NO IAP


Continuando a parceria da ACCPA com o Instituto de Artes do Pará (IAP) será exibido no dia 20 de outubro, às 19 h, com entrada fanca, o clássico "A Aldeia dos Almadiçoados", produção de 1960. que tem na direção Wolf Rilla e George Sanders no elenco. O filme se passa numa aldeia inglesa que vive um dia rotineiro quando, de repente, as pessoas passam a desmaiar. Não há tempo para um avisar o outro: todos desmaiam. Passados alguns minutos todos despertam e ninguém lembra do que aconteceu. Pouco mais de um mês depois, as mulheres do lugar em fase de procriação sentem que estão grávidas. E o mistério começa.O filme foi candidato ao prêmio Hugo, na Inglaterra, e recebeu criticas elogiosas mundialmente. Ganhou uma seqüência chamada “A Volta dos Malditos” e uma refilmagem em 1995 dirigida por John Carpenter.

Marco Antonio Moreira

"5ª MOSTRA CURTA PARÁ CINE BRASIL" COMEÇA DIA 14/10


Terça-feira, dia 14, tem início a 5ª Mostra Curta Pará Cine Brasil que traz uma seleção com 5 longas-metragens nacionais inéditos e 15 curtas premiados em festivais nacionais e internacionais. Os curtas concorrerão ao prêmio “Banco da Amazônia” de Melhor Curta-Metragem Brasileiro e também será entregue o 4º Prêmio “Ná Figueredo” ao Melhor Videoclipe Paraense. Os críticos de cinema associados da ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) farão parte do júri da mostra.A 5ª Mostra Curta Pará Cine Brasil será realizada de 14 a 19 de outubro, no Oi Cine Estação. Veja a programação:


Dia 14/10 (terça-feira): 19h30 – Abertura / 20h - Mostra Competitiva de Curtas-Metragens: “Areia” de Caetano Gotargo (foto), “A Cidade e o Poeta” de Luelane Corrêa, “Dez Elefantes” de Eva Randolph) / 21h - Longa-Metragem : "Encarnação do Demônio" de José Mojica Marins.

Dia15/10 (quarta-feira): 17h - Sessão Especial: "Serra Pelada - Esperança não é Sonho" de Priscilla Brasil) / 19h30 - Mostra Vídeo de Bolso (vídeos feitos com celular) / 20h - Mostra Competitiva de Curtas-Metragens: “Oficina Perdiz” de Marcelo Diaz, “Engano” de Cavi Borges, “Pajerama” de Leonardo Cadaval / 21h - Longa-Metragem :"Olho de Boi" de Hermano Penna.

Dia 16/10 (quinta-feira): 17h às 19h - Relato de Experiência sobre Direção Cinematográfica, com Priscilla Brasil / 19h30 - Homenagem aos Curtas Paraenses / 20h - Mostra Competitiva de Curtas-Metragens: “Os Sapatos de Aristeu” de Luiz René Guerra, “Café com Leite” de Daniel Ribeiro, “Espalhadas pelo Ar “ de Vera Egito / 21h - Longa-Metragem : "Se Nada Mais Der Certo'” de José Eduardo Belmonte.

Dia 17/10 (sexta-feira) : 17h às 19h - Relato de Experiência sobre Direção Cinematográfica, com Priscilla Brasil / 19h30 - Homenagem aos Curtas Paraenses / 20h - Mostra Competitiva de Curtas-Metragens: “Dia de Visita” de André Luís da Cunha, “Dossiê Rê Bordosa” de César Cabral), “Convite para Jantar com o Camarada Stálin” de Ricardo Alves Júnior / 21h - Longa-Metragem : "Corpo" de Rossana Foglia e Rubens Rewald.

Dia 18/10 (sábado): 17h - Sessão Extra: documentários resultantes do projeto Caravana da Imagem : “As Pedras Que Contam” , “O Lavrador de Toadas” / 17h30 - Bate-papo com os realizadores / 18h30 - 4º Prêmio Ná Figueredo - Exibição dos videoclipes selecionados / 19h30 - Homenagem aos Curtas Paraenses / 20h - Mostra Competitiva de Curtas-Metragens: “O Presidente dos Estados Unidos” de Camilo Cavalcante, “Os Filmes que não fiz” de Gilberto Scarpa), “Trópico das Cabras” de Fernando Coimbra) /21h - Longa-Metragem : "Nossa Vida não Cabe num Opala" de Reinaldo Pinheiro.

Dia 19/10 (domingo): 10h - Os 10 melhores curtas / 17h30 - Sessão Extra – Lançamento:- “Puxirum” / 18h – Premiação / Exibição dos Filmes Premiados / 20h - Longa-Metragem "Mulheres de Mamirauá" de Jorane Castro.
Marco Antonio Moreira

"4 MESES, 3 SEMANAS E 2 DIAS" É O PRÓXIMO FILME DO MOVIECOM ARTE


O próximo filme do Moviecom Arte será “4 Meses, 3 semanas e 2 Dias”(foto), filme romeno que ganhou a “Palma de Ouro” em Cannes ano passado. No filme, duas colegas dividem um quarto. Quando uma delas engravida, um homem que realiza abortos é chamado. Ao notar que ela está com uma gravidez mais avançada do que havia informado, ele faz novas exigências. O filme será ser lançado no Moviecom Castanheira, sala 04, em projeção digital, dia 17/10.
O projeto Moviecom Arte tem o apoio da ACCPA.
Marco Antonio Moreira

"PARANÓIA AMERICANA" NO MOVIECOM ARTE


Dentro do projeto MOVIECOM ARTE que tem o apoio das Lojas VISÃO e da ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará), está sendo exibido no Moviecom Castanheira Sala 04, em projeção digital, o filme "PARANÓIA AMERICANA". No filme, influenciado pela paranóia que dominou os EUA após os ataques de 11 de setembro, um americano desempregado acredita que seu vizinho, um estudante islâmico, está envolvido com atividades terroristas. Obcecado, ele passa a observá-lo e persegui-lo. A direção é de Jeff Renfroe.
O filme será exibido de 10 à 16 de outubro, com preço especial : R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia).
Marco Antonio Moreira

"CAPÍTULO 27" TRAZ A MEMÓRIA DE LENNON NOVAMENTE


Este filme é baseado na vida do asssassino Mark David Chapman que mostra os momentos que antecedem o assassinato do ex- beatle John Lennon. Chapman atirou em Lennon em frente ao apartamento do músico (o edifício Dakota) em Nova York , em 8 de dezembro de 1980 num ato covarde que marcou a história. O filme, bem dirigido e com boas atuações de Jared Leto no papel principal, impressiona pelo detalhe em que se mostra a evolução da paranóia do personagem em relação à Lennon, revelando seu comportamento, seus pensamentos, sua loucura, que acabaram culminando na morte absurda de um dos maiores ícones da música mundial. Sem julgamentos morais, o filme impressiona pela riqueza de detalhes reais dos fatos e nos faz lembrar como o assassinato de Lennon foi uma coisa injusta que nunca será entendida pelo grande número de fãs dos Beatles que até hoje lamentam sua morte. Vale a pena conferir.
Marco Antonio Moreira

"INDIANA JONES 4" EM DVD


“Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" de Steven Spielberg chega em dvd depois de uma bem sucedida carreira nos cinemas (apesar da pirataria). Desta vez, Indiana está no ano de 1957, e acaba numa missão para encontrar a famosa caveira de cristal de Akator. Mas agentes soviéticos também estão em busca do artefato, e dai nasce a quarta aventura do herói Indiana Jones que traz toda a fórmula que deu certo na franquia dirigida por Steven Spielberg iniciada em 1981. Aqui encontramos novamente várias referências aos filmes de aventura dos anos 30 e 40, num clima de nostalgia envolvente, bem humorado e que resgata os melhores momentos do personagem. Harrison Ford, apesar da idade, segura bem as cenas de ação e Cate Blanchett continua em forma, sendo a maior atriz de sua geração atualmente. Vale a pena ver e rever. E que venha o quinto Indiana Jones....
Marco Antonio Moreira

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

"A MORTE DE GEORGE W. BUSH" NO MOVIECOM ARTE



Dentro do projeto MOVIECOM ARTE, que tem o apoio das LOJAS VISÃO e da ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará), será exibido do dia 03 à 09/10, em cópia digital, no Moviecom Castanheira (Sala 04), o premiado “A MORTE DE GEORGE W. BUSH”.
Sinopse:O presidente norte-americano George W. Bush está em Chicago para discursar para o empresariado local. Uma multidão indignada o recepciona com uma manifestação contra a guerra. Os seguranças e policiais se esforçam para conter a situação. Mas, com seu discurso concluído, Bush insiste em encontrar seus partidários na recepção do hotel onde está hospedado. De repente começa um tiroteio e o presidente é atingido. Um pandemônio se instala e Bush é levado às pressas para o hospital, onde more 5 horas depois.
O projeto Moviecom Arte tem um preço especial : R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia).

Marco Antonio Moreira

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