sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
"LINCOLN"
Não sou fã da obra de Steven Spielberg. Seus filmes geralmente refletem um patriotismo exagerado e ao mesmo tempo velado que sempre me incomodou muito. Ele é o mestre de cerimônia do “american way of life” há décadas. Mesmo assim, sabe como dirigir um filme e em “Lincoln” provou que é um bom diretor de cinema e não apenas um mestre de cerimônia. Ao fazer um filme sobre o ex-presidente Abraham Lincoln, Spielberg soube conduzir uma narrativa inteligente onde os diálogos são fundamentais, deixando de lado os maneirismos formais característicos de sua carreira. O filme tem cenas brilhantes, diálogos reveladores e uma sensibilidade à história que é exemplar. Longe de endeusar o personagem, o roteiro permite uma aproximação real com Lincoln mostrando uma parte de vida política e seu modo de fazer o jogo do sistema para conseguir seus objetivos, no caso, a luta pela aprovação de uma emenda que daria a liberdade aos escravos e que por consequência poderia reduzir e até mesmo terminar a guerra civil americana. Revelando o caminho do poder, seus mecanismos e suas influências, o roteiro deu chance de Spielberg valorizar os acontecimentos históricos abordados realizando cenas antológicas sobre o caráter e o que o poder representava para Lincoln e a política e a América deste período. “Lincoln” é o melhor filme de Spielberg desde “Munique”. Em nenhum momento, o filme se rende a narrativa mais fácil e acessível (que o próprio diretor ajudar a construir em vários filmes que resultaram num padrão de seu sucesso). Em certos momentos, o filme é tão profundo nas suas intenções com diálogos tão consistentes e bem escritos e filmados que parecem ser uma grande peça de teatro, filmada por um mestre do cinema que soube registrar e equilibrar o melhor de cada atuação, cada diálogo, cada iluminação e enquadramento. Aqui, Spielberg se revela um diretor com talento para fazer mais e melhor. Tomara que isso aconteça com mais frequência. Não poderia deixar de comentar a atuação do grande Daniel Day Lewis que está absurdamente perfeito interpretando o protagonista. Um atuação histórica e mágica que merecer ser premiada.(Marco Antonio Moreira)
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