sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

OS MELHORES FILMES DE 2015 –ACCPA




OS MELHORES FILMES DE 2015 –ACCPA
Luzia Miranda Álvares

Em mais uma edição da celebração de um ano de atividades agregando a festa natalina, os membros da ACCPA – Associação de Críticos de Cinema do Pará – apresentaram, no dia 23/12, suas listas individuais dos filmes que consideraram os melhores neste 2015 e, do registro de 12 listas foram selecionados os melhores. Ressalve-se que houve dois empates e, dessa forma, a lista contém 11 filmes. Os membros da ACCPA que participaram da escolha foram: Pedro Veriano, Marco Antonio Moreira, Luzia Álvares, Arnaldo Prado Jr., Dedé Mesquita, Fernando Segtovich, José Otávio Pinto, José Augusto Pacheco, Ismaelino Pinto, Francisco Cardoso, Elias Gonçalves. Maiolino Miranda enviou sua lista.

1º Birdman ou A Inesperada Virtude da Ignorância (EUA, 2015) de Alejandro Gonzáles Iñarritu – 94 pts;

2º O Sal da Terra (Brasil/Alemanha, 2014) de Win Wenders e Juliano Ribeiro Salgado – 62 pts.

3ª Leviatã (Rússia, 2014), de Andrey Zvyagintsev - 57 pts.

4º Vicio Inerente” de Paul Thomas Anderson – 42 pts.

5º Relatos Selvagens (Argentina, Espanha, 2014) de Damián Szifron – 38 pts.
Mad Max -Estrada da Fúria (Mad Max Fury Road/Austrália, EUA, 2015) de George Miller – 38 pts.

7ª Dois Dias e uma Noite de Jean Pierre e Luc Dardenne – 37 pts.

8º Acima das Nuvens. (França/EUA,2014) de Olivier Assayas – 29 pts.

9ª Que Horas Ela Volta? (Brasil, 2015) de Anna Muyalert – 26pts.

10º Homem Irracional (Irrational Man, EUA, 2015), de Woody Allen – 24 pts
DivertidaMente (Inside Out, EUA) de Pete Docter – 24 pts.

Outras categorias: ·
Diretor : de Alejandro Gonzáles Iñarritu em “Birdman” ·
Ator: Michael Keaton em “Birdman” ·
Atriz: Regina Casé em “Que Horas Ela Volta?”
Ator Coadjuvante: Edward Norton em “Birdman”
Atriz Coadjuvante: Kristen Stewart em “Acima das Nuvens”,de Olivier Assayas ·
Montagem: Margaret Sixel em “Mad Max - Estrada da Fúria”
Cenografia: Shira Hockmman e Jacinta Leong em “Mad Max—Estrada da Fúria”
Fotografia: Emmanuel Lubezki em “Birdman”
Trilha Sonora: Joe Hisaishi em “O Conto da Princesa Kaguya”
Roteiro Original: Alejandro Gonzáles Iñarritu e outros em “ Birdman”; · e Oleg Neguin e Andrey Zvyagintsev em “Leviatã”
Roteiro Adaptado: Anthony McCarten em “A Teoria de Tudo”; e Paul Thomas Anderson em “Vício Inerente”
Figurino: Mark Bridges em “Vício Inerente”
Efeitos Especiais: Vincent Abbot e outros em “Star Wars- O Despertar da Força”
Animação : Misato Aida e equipe em “O Conto da Princesa Kaguya”
Documentário Sal da Terra
Reprise: “O Sétimo Selo”, de Ingmar Bergman e “A Doce Vida” de Federico Fellini.

domingo, 6 de dezembro de 2015

PROGRAMAÇÃO CINECLUBE DA ACCPA - DEZEMBRO/2015




Cineclube da ACCPA - Programação Dezembro/2015

Cineclube Alexandrino Moreira (Casa das Artes) - 19 h*
Dia 07 - "Manhattan"(1979) de Woody Allen (Homenagem aos 80 anos do diretor)
Dia 21 - "Interlúdio"(Notorius) (1946) de Alfred Hitchcock - 18 h* (Homenagem - Ingrid Bergman)



Cine Líbero Luxardo - Sessão Cult - 14:30 h*
Dia 05 - "Fanny e Alexander"(1982) de Ingmar Bergman



Cine Olympia - Sessão Especial - 16 h
Dia 20 - "A Felicidade não se Compra"(1946) de Frank Capra

Cine FIBRA - 19 h
Dia 19 - "A Felicidade não se Compra" de Frank Capra

Entrada franca
*Debate após a exibição

"FANNY E ALEXANDER" DE INGMAR BERGMAN

“Fanny e Alexander”, de Ingmar Bergman
Augusto Pachêco

É dezembro de 1907. Como num conto barroco de Natal, “Fanny e Alexander”, de Ingmar Bergman, é prova concreta de que o cinema, enquanto obra de arte atemporal, é capaz de avalizar a existência de outros mundos, novos modos de entender o homem e Deus. O filme será exibido neste sábado, às 14h30, na Sessão Cult promovida pela ACCPA no Cine Libero Luxardo. A entrada é franca, com debate após a exibição. Realizado em 1982, (ou seja, depois do perturbador “Da Vida de Marionetes”, e antes de “Depois do Ensaio” e “Saraband”), “Fanny e Alexander” concentra as obsessões estéticas e temáticas do cineasta, como o uso do vermelho que estabelece desde o início o jogo lúdico que está por vir, o fascínio pelo teatro de marionetes e a ignorância nada confortável de não saber ao certo o que há depois da vida, depois da morte.
 Na encenação que convoca patrões e empregados em alegre coreografia que celebra o nascimento de Cristo, uma galeria de personagens com nuances já exploradas em outros filmes do cineasta, aqui representados pelos filhos e esposas dos Ekdhal: a paixão pelo teatro por Oscar e Emily, as dívidas e empréstimos eternos de Carl e sua esposa alemã subjugada, e o conveniente triângulo formado Gustav, Alma e Mag.
 O fantasma que toca piano e que parecia ser uma espécie de narrador do conto do terror que se instala depois de 1h de filme, é indiferente aos sangramentos dos castigos do bispo, este então representante de Deus na Terra, com irmãs e serviçais de rostos duros. Para Bergman, só o poder da imaginação para enfrentar a prisão do bispo Eduard, a severidade que oprime em nome da religião, e tortura psicológica e física como relação de poder. Para Alexander, deixar a infância é deixar de acreditar em anjos, fadas, contos góticos e brinquedos óticos que reproduzem imagens.
 “Fanny e Alexander” pode ser filme sobre a perda da inocência, mas também sobre o poder da magia, do ilusionismo, do amor outonal para toda vida em Isak e Helena. Uma declaração de amor ao teatro através da janela do cinema, como na leitura de “O Sonho”, de August Strindberg, em que sonho e realidade se confundem.

 *jornalista, mestre em Cinema e Literatura e membro da ACCPA – Associação de Críticos de Cinema do Pará.

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