sexta-feira, 29 de junho de 2012

FESTIVAL DE FILMES DE TERROR NO CINE OLYMPIA


FESTIVAL DE FILMES DE TERROR
Dentro das comemorações do centenário do Cinema Olympia, de 03 à 29/07 será exibido um festival de filmes de terror que vai incluir clássicos como DRÁCULA e FRANKENSTEIN e também filmes de outras décadas como O BEBÊ DE ROSEMARY e CARRIE A ESTRANHA. A programação acontecerá de terça à domingo com sessão às 18:30h e entrada franca.

1º SEMANA
DIA 03/07 – FRANKENSTEIN (1931) com Boris Karloff
DIA 04/07 – DRÁCULA (1932) com Bela Lugosi
DIA 05/07 - O LOBISOMEM (1941) com Lon Chaney Jr.
DIA 06/07 - O HOMEM INVISÍVEL (1933) com Claude Rains
DIA 07/07 - O MONSTRO DA LAGOA NEGRA (1953) de Jack Arnold
DIA 08/07 - A MÚMIA (1932) com Boris Karloff

2ª SEMANA
DIA 10/07 – O MONSTRO DO ÁRTICO (1951) de Christian Nyby
DIA 11/07 - OBSESSÃO MACABRA (1962) de Roger Corman
DIA 12/07 - A MOSCA DA CABEÇA BRANCA (1958) com Vincent Price
DIA 13/07 - MUSEU DE CÊRA (1953) com Vincent Price
DIA 14/07 - O MÉDICO E O MONSTRO (1943) com Spencer Tracy
DIA 15/07 - AS DIABÓLICAS (1955) de Henri Clouzot

3ª SEMANA
DIA 17/07 - O FANTASMA DA ÓPERA (1943) de Arthur Lubin
DIA 18/07 - O TÚMULO VAZIO (1945) de Robert Wise
DIA 19/07 - SANGUE DA PANTERA (1942) de Jacques Torneur
DIA 20/07 - A MORTA-VIVA (1943) de Jacques Torneur
DIA 21/07 – O BEBÊ DE ROSEMARY (1968) de Roman Polansky
DIA 22/07 – OS INOCENTES (1961) de Jack Clayton

4ª SEMANA
DIA 24/07 – A BOLHA ASSASSINA (1958) com Stevge McQuenn
DIA 25/07 - O ENIGMA DO MAL (1982) com Barbara Hershey
DIA 26/07 – OS OUTROS (2001) com Nicole Kidman
DIA 27/07 – A DANÇA DOS VAMPIROS (1967) de Roman Polansky
DIA 28/07 – NOSFERATU (1979) de Werner Herzog
DIA 29/07 – CARRIE, A ESTRANHA(1976) Ed Brian de Palma

*Programação inadequado para menores de 12 anos

terça-feira, 26 de junho de 2012

"ONIBABA" NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 02/07/12


"ONIBABA, A MULHER DIABO"
Original: Onibaba-Japão, 1964
Direção e roteiro de Kaneto Shindo
Elenco:Nobuko Otowa, Jitsuko Yoshimura,Kei Satô.
Argumento:Mulher e filha de um combatente numa guerra do Japão feudal vivem num pântano às custas de pertences de soldados desertores que por lá aparecem. A mulher usa a mascara de um demônio amedrontando inclusive a própria filha, criando um mistério que foge do seu controle.
Importância Histórica : Vencedor de dois prêmios internacionais (Blue Ribbon)para fotografia e atriz coadjuvante o filme está entre os melhores do cineasta Shindo, o mesmo de “Ilha Nua” e que chegou a dirigir 45 filmes e escrever 159 roteiros, vivendo 100 anos e um mês(faleceu no dia 29 de maio). Ele chegou a receber 25 prêmios internacionais e ser cotado para a Palma de Ouro de Cannes em 1953 por “Filhos de Hiroshima”. Há quem ache “Onibaba” um clássico do horror que une o medo de forças demoníacas à guerra próxima.
Homenagem ao diretor Kaneto Shindo (falecido recentemente).

SESSÃO ACCPA/IAP
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
"ONIBABA : A MULHER DIABO"
SEGUNDA-FEIRA DIA 02/07/12
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
APÓS A EXIBIÇÃO, DEBATE ENTRE O PÚBLICO PRESENTE E CRÍTICOS DA ACCPA
APOIO : ACCPA

PORNOCHANCHADAS

A pornochanchada foi a arma dos cineastas brasileiros contra a censura do governo militar. Eles imprimiam tanta sacanagem prevendo os cortes para deixar um filme de mais de 60 minutos de projeção pensando que muita matéria “censurável” deixaria os censores cansados e por isso deixariam passar coisas que os puristas da hipocrisia teriam de engolir. Hoje há liberdade de expressão.
E aí, comeu ? Sim, come-se tudo o que se contava aos amigos do rol de piadas cabeludas. O sexo era o chá das cinco. Mas eu achei superior a menção a sexo que vi/ouvi no filme “O Último Dançarino de Mao” de Bruce Bereston lançado agora em DVD. O chinês que pouco sabia de inglês amassava a garota e ela dizia que era virgem e não queria fazer “a coisa” agora. Como ele insistisse ela falava em sexo. E perguntava a ele se sabia o que era sexo. Ele respondia que sim e numerava: three, four, five, sex....
Nas pornochanchadas modernas aquilo que a turma sussurrava com medo de ser ouvida pelos mais velhos é gritada. E o que servia ao namoro com menina possivelmente virginal passa para a cama como a coisa mais natural do mundo. No passado havia medico que restaurava himem a preço alto. Para enganar marido. Hoje dá para rir. Virgem só DVD. E o cinema se prostituiu. Mas não pela facilidade de exibir o antes proibido. Se prostituiu porque misturou sacanagem com arte. E como dizia o personagem Lorde Cigano no “Bye Bye Brasil”de Cacá Diegues, “sacanagem tem que ser bem administrada”. Tarefa de gente como Max Ophuls e Autant-Lara no cinema clássico que deslocava a câmera para uma lareira como forma de exibir o orgasmo.(Pedro Veriano)

INDICAÇÕES EM DVD

As indicações de títulos de vídeo para esta semana seguem o que se tem feito neste espaço, evidenciando desde os inéditos programas nas salas de cinema aos clássicos ou mais antigos filmes que são reproduzidos nessa mídia e na tevê fechada.
“Coriolano”(UK, 2011) marca a estreia de Ralph Fiennes na direção de um longa-metragem. Ator de 52 filmes, incluindo-se clássicos como “A Lista de Schindler” e “O Paciente Inglês”, Fiennes escolheu uma peça de Shakespeare pouco adaptada para as telas, atualizando a trama e deixando os diálogos do teatro. A ousadia, em roteiro de John Logan, deu a essa produção 10 prêmios internacionais (incluindo o Bafta inglês) e 6 candidaturas(como no Festival de Berlim). O próprio ator interpretou o polêmico personagem Caius Martius que depois de guinado a cônsul romano despreza o titulo, pois não afina com o povo, associando-se ao inimigo Tullus Aufidius (Gerard Butler) para um tratado de paz que não demora a ser desprezado levando-o à morte. O filme não chegou aos nossos cinemas, apesar de ser uma produção dispendiosa, com elenco de estrelas de onde sobressai a grande Vanessa Redgrave protagonizando a mãe de Coriolano. Em DVD estádisponível em edição normal e em bluray.
 “Desejo Humano”( Human Desire/EUA, 1954) apresenta Glenn Ford dirigido por Fritz Lang, incorporando um ferroviário chegando da Guerra da Coréia. A trama mostra essa figura envolvendo-se com a esposa de um colega que louco de ciúmes mata o antigo patrão dela. O triangulo conjugal que se faz com a ameaça de se repetir um crime acaba envolvendo como vitima a própria mulher, interpretada por Gloria Grahame. O final é reticente quanto à punição do ciumento personagem vivido pelo veterano ator Broderick Crawford. Uma produção que foge ao modelo de sua época e apesar de não ser o melhor do grande diretor de “Metropolis” é um filme que não deve ser ignorado pelo cinéfilo de hoje. “Corajosos”(Courageous/EUA,2011) é uma produção de uma igreja protestante. O enredo reúne quatro policiais amigos com idéias de prevenção ao crime onde há adolescentes. Estão convictos de que muitos malfeitores representam a falta de apoio paterno. Quando um desses policiais sofre a perda da filha de 9 anos em um desastre de trânsito ele acorre à igreja próxima de sua casa e assina um termo de responsabilidade paterna, achando que não estava cumprindo a sua missão de pai seja com a menina morta seja com o filho mais velho. Dai em diante envolve seus colegas na peleja de reeducarem-se dentro da família para se tornarem o que pretendem, ou seja, adeptos de uma nova visão de sociedade. O filme é escrito, dirigido e interpretado por Alex Kendrick, do Seminário Teológico Batista de New Orleans. Ele protagoniza Adam, o líder do grupo de policiais. Forte mensagem extremamente machista visto que praticamente ignora e excluia presença da esposa e mãe. Esta só se apresenta como a dona de casa que chora pelo marido e filhos. Narrativa (linear) que prende a atenção, mas marcando os vestígios das pregações de igrejas tradicionais.
“Sinfonia Fantástica”(Symphonie Fantastique/França 1942) é a biografia de Hector Berlioz consagrado compositor francês do século XIX. É uma raridade e por isso chama a atenção do cinéfilo . O diretor é Christian Jacques (1909-1994) conhecido por obras como “Fan Fan La Tulipe”(1952) e por uma das melhores comédias como Totó: “Contrabandista à Muque”(La Lopi C’est La Loi/França e Italia 1958). O grande problema é aceitar o mimico Jean Louis Barrault(de “Boulevard do Crime”/Les Enfants du Paradis/1945) como Berlioz, estudante de medicina que se introduziu no mundo da música. O excelente mímico Barrault por sua própria figura não convence como um amante de mulheres de um tempo.
O filme visto pelo olhar de hoje é um exemplo do cinema que era produzido na França antes da “nouvelle vague”. “A Pequena Lili” (La petit Lili, França, 2003, TV Monde), de Claude Miller, foi indicado à Palma de Ouro em Cannes.Inspirado na peça “A Gaivota” de Tchecov, trata de juventude e maturidade. Um jovem se angustia com seus familiares, todos ligados ao cinema, apontando-lhes a decadência quando se submetem às fases tradicionais do “fazer cinema”, em especial, a produção, obrigados a adequar suas ideias de roteiro, garantir atores conhecidos etc., para “vender” o produto. É metacinema, como se diz. Muito interessante. Miller foi assistente de Jean-Luc Godard. Faleceu este ano aos 70.(Luzia Álavares)

'MADAGASCAR 3"

As franquias cinematográficas representam o âmago do comércio de gêneros. E não se diga que é um fenômeno norte-americano. Os japoneses, por exemplo, chegaram a produzir vários “episódios” de alguns de seus sucessos de bilheteria. Mas é na grande indústria de Hollywood que se multiplicam sequencias de filmes bem recebidos pelas plateias mundiais. Alguns exemplos: ”O Poderoso Chefão”,“Rocky um Lutador”, “Indiana Jones”, “Matrix”, “Alien”, e até animações como“Toy Story”. “Madagascar 3: Os Procurados”(Madagascar 3-Europe’s Moss Wanted/EUA<2012) é mais uma aventura de animais que um dia fugiram do zoológico de Nova York para conhecer sua terra natal e passaram por aventuras que para eles não é possivel chamar de divertidas (foram, sim, para as plateias). Os desenhos da equipe do estúdio DreamWorks ganharam corpo num longa metragem de 2005 escrito por Martin Burton, Billy Frolick, Eric Darnell e Tom McGrath, com direção dos dois últimos. Ninguém esqueceu a música de Hans Zimmer e os pândegos e malvados pinguins. Pois essa trupe retornou em um filme de 2008 e agora ressurgem em uma terceira aventura conservando os diretores. O que é esperado, geralmente, é um gradativo enfraquecimento da qualidade dos produtos que se apegam à repetição de histórias. Mas há exceções. “O Poderoso Chefão 2” complementou o primeiro, “Toy Story 3” foi melhor do que o segundo, a última etapa de“O Senhor dos Anéis”foi campeã de Oscar (11 ao todo).
“Madagascar 3” está na faixa da exceção. Aqui os amigos Alex, Marty, Melman e Gloria tentam desesperadamente retornar aos EUA. Mas acabam em lugares turísticos da Europa. A iniciar com a chegada a um cassino em Monte Carlo. Ali, explicitamente, desarrumam quando se mostram a grã-finos jogadores. Um milionário com uma roupa que se assemelha a uma ave ganha a preferência dos visitantes leão, zebra, girafa e hipopótamo. E o escândalo que provocam é medido pelo susto de se ver um leão, por exemplo, em uma casa de jogo. Mas os heróis animais saem correndo (de carro com a zebra dirigindo) e vão bater em um circo italiano. Lá é que as maiores peripécias tem lugar. Se é comum em circo animais dentro de jaulas, domados por homens, aqui são animais espalhados pela arena e até pela platéia, substituindo equilibristas e palhaços. O problema é a guarda Chantel DuBois que os segue com a ferocidade do Inspetor Javert (personagem de “Os Miseráveis” de Victor Hugo). O cenário europeu chega ao filme com mais aprumo do que se viu antes na África, ou mais precisamente, na pátria dos bichos do zoo novaiorquino. E os pinguins permanecem fazendo das suas, embora, desta vez, não sejam propriamente os vilões.
O filme é bastante divertido. E não deixa ponto final nas aventuras da bicharada. O retorno à America ainda pode gerar outra história. E a julgar pelo sucesso popular que este “Madagascar 3” obteve (por 3 semanas em primeiro lugar nas bilheterias norteamericanas), um “numero 4” pode ser esperado. Quem sabe a chegada dos amigos no lugar de onde fugiram pensando em melhores dias. Seria um modo de louvar o tratamento que se dá aos “hóspedes” dos zoológicos norte-americanos. Muito mais eficiente do que o que se viu na comédia ridícula que andou por aqui ano passado “Zelador de Animal”(Zookeeper/EUA 2011) de Frank Coraci.(Luzia Álvares)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

"A NOITE" NO CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA DIA 25/06/12


"A NOITE"
Original: La Notte –Itália,1961.
Direção de Michelangelo Antonioni
Roteiro de Ennio Flaiano,Tonino Guerra e Antonioni.
Elenco: Marcello Mastroianni, Jeanne Moreau,Monica Vitti.
Argumento: Uma noite na vida de um casal depois que visita um amigo enfermo.
 Importância Histórica : Segundo filme de uma trilogia sobre a incomunicabilidade no mundo moderno esta obra de Antonioni reflete sobre a estrutura matrimonial, o que está corroendo um casamento aparentemente bem estruturado. Divagando sobre o tema focaliza marido e mulher num longo dialogo depois de constatarem o drama de um amigo às vésperas da morte.

SESSÃO ACCPA/IAP
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA (AUDITÓRIO DO IAP)
"A NOITE"
SEGUNDA-FEIRA DIA 25/06/12
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME DEBATE ENTRE CRÍTICOS DA ACCPA E O PÚBLICO PRESENTE APOIO : ACCPA

REVER CHAPLIN


O programa do centenário do cinema Olympia abre espaço para quem tem todo o direito de ser isso: programa de cinema duradouro. Refiro-me a Charles Spencer Chaplin (1889-1977). Este inglês que sabia ser engraçado e ao mesmo tempo profundo atiçador de lágrimas, virou símbolo de sua arte em filmes que realizou em todas as áreas(produção, direção, roteiro, interpretação e “teco” na fotografia e enquadramento, além de fazer as músicas que acompanhariam as imagens mudas e mais tarde seriam inseridas nas cenas faladas).
O que Chaplin deixou de mais substancioso, os seus longas e alguns curtas, ganha uma semana de exibições sempre às 18,30 com ingresso livre. E eu penso no vagabundo Carlitos numa cabana em meio às nevascas de uma montanha, faminto a ponto de comer seu sapato, ele mesmo fazendo uma dança com miolos de pão agarrados em garfos (“Em Busca do Ouro”/The Golden Rush), ele deixando na tela o que se acha o equivalente da Giconda de Leonardo no plano final de “Luzes da Cidade”/Citylights, no momento em que confessa a ex-ceguinha que foi ele seu benfeitor (entre sorriso e lágrimas), ele dançando e cantando em língua própria no teimoso “Tempos Modernos”(Modern Times) onde criticava o advento do som nos filmes, e até mesmo como o matador de mulheres em “Monsieur Verdoux”,sua associação com outro gênio.Orson Welles(autor do roteiro original) e o corajoso critico dos governantes tiranos dos anos 30/40, de Mussolini a Hitler em “O Grande Ditador”(The Great Dictator).
Claro que há o Chaplin da origem circense no antológico “O Circo”(The Circus), rara vez que entrou no pareo do Oscar, e ainda o terno pai adotivo de “O Garoto”(The Child) ou ainda nos curtas mais festejados como “Vida de Cachoro”(Dog’s Life). Rever Chaplin é sempre ver cinema. O cinema puro, feito de imagens pronto para ativar nossas emoções. (Pedro Veriano)

'PROMETHEUS"

O chamado prequel, ou seja, episodio de franquia que retroage visualizando personagens e situações antes de surgirem no que foi visto, é uma nova fórmula da indústria cinematográfica para auferir lucros. Foi assim que ocorreu e foi visto no que seria o inicio de “O Exorcista”(1973), de “Psicose”(1960), de Indiana Jones (1981), de Batman(1989) e mais um universo de histórias a perseguir outras que geraram filmes marcantes. “Prometheus”(EUA/2012) é uma prequel não explícita de “Alien, o Oitavo Passageiro” (Alien/EUA, 1979), do diretor Ridley Scott. Ele por varias vezes tentou voltar ao tema de seu filme de ficção cientifica que gerou pelo menos 3 outros de vários diretores (de James Cameron a Jean Pierre Jeunet passando por David Fincher). Seria, no mínimo, incômodo para o cineasta voltar ao assunto, ainda mais com a morte de sua principal personagem, a astronauta Ripley (Sigourney Weaver, que chegou a produzir o terceiro filme da série). Por isso imaginou, com os roteiristas Jon Spaihts e Damon Lindelof (este último egresso da TV onde colaborou na série “Lost”), uma viagem ao planeta habitado pelos estranhos seres que se inseriam nos corpos dos astronautas. O objetivo seria diferente: ao invés de se tratar de uma nave de carga que socorria outra perdida nesse mundo estranho seria uma de caráter eminentemente científico, disposta a descobrir pinturas rupestres que sabiam existir em cavernas desse planeta distante muito semelhantes a que foram encontradas na Terra e atribuidas à criação do homem primitivo.
O interesse da idéia passaria por inverossimilhanças, como as naves espaciais apresentarem ruídos no espaço (sabe-se que o som não se propaga no vácuo) e, também, pela possibilidade de uma jornada até a um planeta de outro sistema solar com uma só tripulação, sem mudanças, ou seja, viajar numa velocidade fictícia, acima da luz (é sabido que a luz é o limite e que além de sua velocidade a matéria se transforma em energia). O caso não reprisa o raciocínio dos autores de “Star Trek” que imaginam viagens siderais através de buracos negros ou um viés que neutralize as dimensões tempo e espaço. Mas Ridley Soctt e a dupla roteirista não quis produzir uma “sci fi” mais “sci” do que “fi”, ou seja, prender seus heróis em dimensões realistas. Seria um moderno conto de fadas com meta diferente: buscar a origem da vida, não só discutir a Origem das Espécies de Darwin, mas ir ao encontro do criacionismo, debatendo preceitos religiosos e filosóficos.
Em primeiro lugar, considerei o filme como demasiadamente pretensioso. Logo na primeira sequência há um enigma. Um ser atlético, de forma humana, está à beira de um abismo e de um objeto extrai um receptáculo ingerindo a substância lá contida. Logo se engasga, vomita, vê-se seu corpo se transformar em vasos de paredes escuras e em seguida despenca no mar. Fica por aí a exposição. Logo se passa para a nave Prometheus (que quer dizer “antevisão”, ou “luz”, pois, segundo a mitologia grega Prometeus era um deus condenado por Zeus por roubar-lhe um facho de luz para dar aos homens). Essa nave está a caminho do planeta das pinturas rupestres. Mas ele abriga, na base de uma pirâmide, seres mumificados e um outro hibernado que lembra o ser que se viu na primeira sequência. Este se mostra agressivo. E muitos astronautas morrem sugados por gosmas ou atacados por este ET gigante. Como o filme de Scott encerra múltiplos detalhes, deixo para amanhã tratar do filme propriamnete dito. Não sou fã desse tipo de filme, contudo, o leitor é quem está na base da minha responsabilidade em construir com detalhes o que vi na criação deste diretor que embora apresentando uma instável obra, tem alguns interessantes como “Blade Runner- O Caçador de Androides” (1982), “Thelma e Louise” (1991), “Gladiador” (2000). Presentemente, com seu irmão Tony Scott, revela-se instigante na série de tv fechada “The Good Wife – Pelo Direito de Recomeçar” (Universal Channel), a qual assisto, interessada no envolvimento da personagem Alicia Florrick (Juliana Margulies, que já foi premiada com o Globo de Ouro em 2009).(Luzia Álvares)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

"TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA" NA SESSÃO ACCPA/SARAIVA DIA 14/06/12


"TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA"
Direção : Arnaldo Jabor
Ano de produção : 1973
Elenco: Darlene Glória, Paulo Porto
Baseado na obra de Nelson Rodrigues
Elenco : Herculano chega em casa, onde vive com a mulher Geni, e encontra um gravador com um depoimento onde ela lhe revela fatos que desconhecia. Viúvo, ele se apaixona pela prostituta Geni, que lhe foi apresentada pelo irmão (que o odiava), mas teve conflitos com o único filho que exigia dele luto e abstinência sexual. Quando este é estuprado por um ladrão boliviano, aceita o casamento, mas começa também um romance com Geni.

SESSÃO ACCPA/SARAIVA
"TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA"
LIVRARIA SARAIVA (AUDITÓRIO BENEDITO NUNES)
QUINTA-FEIRA DIA 14/06/12
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
HOMENAGEM AO ESCRITOR NELSON RODRIGUES
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO PRESENTE E CRÍTICOS DA ACCPA

sexta-feira, 8 de junho de 2012

"THOR E A PONTE DE EINSTEIN-ROSE, O BURACO DE MINHOCA"



Thor (EUA, 2011), dirigido por Kenneth Branagh, traz o deus do trovão de Asgard para a Terra através da Ponte do Arco-Íris (Bifrost) e da Ponte de Einstein-Rosen. A história é de J. Michael Straczynski e Mark Protosevich e o roteiro de Ashley Miller, Zack Stentz e Don Paine. Com tanta gente o filme acabou se configurando com várias tendências em relação às características do personagem, do seu mundo e da Terra. Mas o que quero enfocar neste pequeno texto é a busca de conciliação da magia com a ciência passando por histórias para crianças, claro, com as limitações de um filme de ficção. E não vou focar o filme no seu conjunto. Vou direto ao ponto magia/ciência/ponte de Einstein-Rosen.Para se contrapor a Erik Selvig (Stellan Skarsgard), seu companheiro de pesquisas de fenômenos atmosféricos, que considerava que o que Thor lhes contara não passava de histórias para crianças, mitos e lendas, história boba, que tudo era ridículo, era magia e ele, Erik, estava falando de ciência, Jane Foster (Natalie Portman) é direta: “- Magia é apenas a ciência que a gente ainda não entende.”, atribuindo essa afirmação a Arthur C. Clark. Erik contesta: “- Escrevia ficção científica.”; ela não se entrega: “- Uma precursora do fato científico.” Ele limita: “- Em alguns casos sim.” Jane continua raciocinando: “- Se tem uma ponte de Einstein-Rosen então tem alguma coisa do outro lado. Seres desenvolvidos podem tê-la atravessado.” Darcy (Kat Dennings), a jovem que os acompanha reforça o argumento de Jane: “- Uma cultura primitiva como a dos vikings pode ter adorado eles como divindades.”
A Ponte de Einstein-Rosen já havia sido mencionada antes, quando Jane, Erik e Darcy tentavam uma explicação para a estranha tempestade que presenciaram. Jane especula: “- Não acha que foi uma tempestade magnética? [ela está olhando uma imagem no monitor do computador] Esses feixes são característicos de uma Ponte Einstein-Rosen.” Darcy se espanta: “- Uma o quê?” Erik agride: “- Não estudou Ciências?” A moça responde: “- Ciência Política.” E Jane bate:“:- Ela foi a única candidata.” Erik, então, explica: “ - Uma ponte Einstein-Rosen é uma conexão teórica entre dois pontos do espaço-tempo.” E Jane: “- É um buraco de minhoca.”Eles continuam avaliando o fenômeno, mas o que interessa aqui é a referência à ponte de Einstein-Rosen e ao buraco de minhoca.Busquei, então, uma explicação na Internet: “Pontes de Einstein-Rosen [...] nunca foram observadas na natureza, mas oferecem soluções teóricas para a Relatividade Geral ao combinar modelos de buracos negros e buracos brancos. [...] O nosso universo pode estar situado no interior de um buraco de minhoca (wormhole) – também conhecido como Ponte de Einstein-Rosen – uma espécie de “cano” hipotético que une dois universos. (Nosso Universo pode estar em uma ponte entre dois outros universos - 13/04/2010. Disponível em:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=universo-dentro-buraco-minhoca&id=010130100413. Acesso em: 27 de maio de 2012)” Da Wikipédia selecionei: “[...]. Um buraco de verme possui ao menos duas "bocas" conectadas a uma única "garganta" ou "tubo". Se o buraco de verme é transponível, a matéria pode "viajar" de uma boca para outra passando através da garganta. Embora não exista evidência direta da existência de buracos de verme, um contínuum espaço-temporal contendo tais entidades costuma ser considerado válido pela relatividade geral. (Buraco de minhoca.http://pt.wikipedia.org/wiki/Buraco_de_minhoca. 2 de fevereiro de 2012. Acesso em: 27 de maio de 2012.)”
Ou seja, no caso do filme, Thor e o martelo Mjolnir são enviados de Asgard para a Terra atravessando um tubo em velocidade vertiginosa que, segundo Jane Foster, que é astrofísica, é uma Ponte de Einstein-Rosen. Mitologia, magia e ciência compondo um painel interrelacionado em uma intercessão não-vazia de conjuntos. O filme de Kenneth Branagh foi instigante para mim nesse aspecto. (Arnaldo Prado Jr.)
 

SEMANA SEM ESTREIAS NO CIRCUITO


Os dois circuitos comerciais da cidade – Cinépolis e Moviecom - não vão lançar filmes novos esta semana. Haverá apenas uma pré-estreia, a de “Prometheus”, a nova ficção-cientifica de Ridley Scott, lembrando o seu “Alien, O Oitavo Passageiro”.Na área extra há o programa de musicais, no Olympia, o excelente “Violência e Paixão” no Cine Estação em suas últimas exibições de hoje a domingo, e o polêmico “Pocilga” de Pier Paolo Pasolini, no Cine Clube Alexandrino Moreira (IAP) na 2ªfeira.Haverá, ainda, a Sessão Cinemateca do Olympia, na tarde de domingo, com o clássico “O Mágico de Oz”, de Victor Fleming, com Judy Garland.
Não vou adiantar comentário sobre “Prometheus”, bastando dizer que o roteiro enfoca astronautas terrestres em viagem a outro planeta por acharem que pinturas rupestres achadas em cavernas têm a ver com a presença de extraterrestres no passado do nosso mundo. Os fãs do gênero não vão perder. O filme chega na hora em que Ray Bradbury, o escritor de “sci-fi” está sendo lembrado visto ter falecido na terça feira última, aos 91 anos. Dele, entre tantos clássicos da literatura especifica adaptador para o cinema há o famoso “Fahrenheit 451”, filmado em 1966, dirigido por François Truffaut, com base  no livro que escreveu em 1951.

“Pocilga”(Italia, 1969) é um filme polemico de Pasolini. No argumento, um homem é preso por canibalismo, tendo comido o próprio pai. Noutra historia, o herdeiro de um industrial na Alemanha pós-guerra desgosta-se da vida em sociedade e passa a viver com os porcos em sua fazenda. No Brasil dos “anos de chumbo” o filme foi alvo de muitos cortes efetuados pela censura, mas foi exibido no Cinema I e no Cineclube APCC. O grande Pasolini sempre foi irreverente em seus temas e na narrativa que expressava os assuntos que ele considerava importantes para quebrar os modelos tradicionais que circulavam transacionalmente nos filmes. Nessa audácia de inverter os pontos da linguagem para romper o fel dos resistentes sempre foi um autor que impressionava pelos gritos que dava na arte que criava: cinema, textos, poemas. Mas somente poucos chegavam a olhar dentro dele por essa forma criativa de ser. Não fosse isso e ainda estava entre nós. “Pocilga” é um dos seus emblemas dessa irreverência com simbologias que se expressam a cada tempo.
A mostra de musicais ora em exibição no centenário Olympia tem hoje “Positivamente Millie” de George Roy Hill, com Julie Andrews, Mary Tyler Moore, John Gavin e James Fox. É uma sátira aos filmes de aventura dos anos 30 e marca a investida do diretor de “Butch Casidy” e “Golpe de Mestre” no gênero. Amanhã será a vez de “Sinfonia de Paris”, clássico premiado com o Oscar, do trio Arthur Freed (produtor), Vincente Minnelli (diretor) e Gene Kelly (ator e coreografo). No domingo, “Cantando na Chuva”, a história do cinema que focaliza a mesma época abordada agora em “O Artists”, mas com a presença de Gene Kelly atuando e co-dirigindo com Stanley Donen. Uma obra-prima.

Na próxima semana, o programa terá “Amor Sublime Amor” (West Side Story) na 3ª feira, “A Roda da Fortuna”, na 4ª, “A Opera do Malandro” na 5ª, “All That Jazz”na 6ª, “Cabaret” no sábado e “Hair” no domingo.

SHINDÔ
Esta semana morreu, além de Ray Bradbury, o diretor de cinema japonês Kaneto Shindô. Dele o paraense recorda pelo menos “Onibaba, A Mulher Diabo”(Onibaba/1964) exibido pelo cineclube APCC no Cine Guajará da Base Naval. Uma visão fantasmagórica do Japão feudal quando duas mulheres, mãe e filha, que moram num pantanal enquanto o genro/marido está numa guerra, passam a viver da renda de armas de soldados que aparecem pela região e são mortos. Uma delas usa máscara assimilando a personagem demoníaca que apavora os visitantes.
Shindô também foi aplaudido por aqui quando se viu “A Ilha Nua” (Hadaka no Shima/1960), filme sem diálogos focalizando a vida de uma família de pescadores. E já bastante idoso roteirizou “Hachiko Monogatari”(de 1987, com direção de Seijiro Kôyama), filme que os norte-americanos refizeram recentemente, dirigido por Lasse Hallstrom, com o título “Sempre ao seu lado"(2009), historia comovente de Hachi, um cachorroda raça akita, e seu dono.(Luzia Álvares)

MUSICAIS EM CINEMA


Tem inicio dia 05/06, no cinema Olympia, entre as comemorações do centenário da casa, um programa de filmes musicais. Sabe-se que o gênero marcou época no mundo inteiro. Foi, com o western, o grande propagador da cultura norte-americana. Sim, pois a maioria dos cine-musicais eram produções de Hollywood. E da mostra que ocupará duas semanas do Olympia só um filme não é de origem desse país: o brasileiro “A Ópera do Malandro”, de Ruy Guerra, com a música de Chico Buarque e o toque nacional no enredo.
O primeiro filme do programa é o documentário “Era Uma Vez em Hollywood”(That’s Entertainment/EUA,1974), de Jack Haley Hr. Nada melhor do que abrir a mostra com uma antologia do gênero. Lá estão os ídolos da coreografia como Gene Kelly e Fred Astaire. Do canto, há desde as operetas com Jeanette Mac Donald a cantoras populares como Jane Powell, Lena Horne, Judy Garland e a luso-brasileira Carmen Miranda. No filme há sequencias de diversos clássicos da MGM desde que essa empresa cinematográfica apresentou a sua estreia com o som. E foi um sucesso tão grande no seu lançamento que deu margem a mais duas sequencias: “Era Uma Vez em Hollywood 2 (1976) e 3” (1994).

Na 4ª feira (06/06) será a vez de “Meias de Seda”(Silk Stockins/1957), um filme de minha predileção. Dirigido pelo veterano Ruben Mamoulian, ele reclamando o enquadramento largo do cinemascope, refaz a trama de “Ninotchka”(1939), a comédia que Greta Gargo imortalizou. Aqui o papel da agente soviética que vai a Paris atrás de colegas que se desviaram das normas do governo e passaram a desfrutar as delicias do mundo capitalista, está Cyd Charisse, uma das melhores dançarinas do cinema, falecida aos 87 anos, em 2008. Cômico é ver Peter Lorre, o “Vampiro de Dussedorf” de Fritz Lang, engendrando passos de dança à lá soviets. Os números de Cyd e Astaire são exemplos da cinemagia do musical.
No dia 07/06 há outro clássico de Fred Astaire: “O Picolinio”(Top Hat/1935). É o exemplar mais antigo do grupo e o único em preto e branco. E foi o primeiro grande sucesso desse intérprete. Com Ginger Rogers, seu par em muitos musicais famosos, apresenta momentos inesquecíveis como “Cheek to Chek”, exemplar que Woody Allen escolheu para ilustrar a cinemania da personagem de Mia Farrow em “A Rosa Purpura do Cairo”(1985). O diretor Mark Sandrich faria mais filmes com o bailarino, todos para a empresa RKO.

“Positivamente Millie”(Through Modern Mille/1967) será exibido no dia 08/06, mostrando a inovação estética. Satirizando a época da ação há  Julie Andrews como a mocinha do interior que vai tentar a sorte em Nova York e se expõe em uma aventura que envolve uma quadrilha de esquestradores de moças. James Fox (“Vestígios do Dia”, “A Fantástica Fábrica de Chocolate” etc), provando ser ator para qualquer gênero, dança com Julie e Mary Tyler Moore. O enredo remete também à tensão das jovens casadoiras em escolher seu príncipe encantado. O diretor George Roy Hill (1921-2002), diretor de filmes de aventuras, como “Butch Cassidy and Sundance Kid”(1969), só esteve esta vez no gênero.
E dois clássicos autênticos encerrarão a semana: “Sinfonia de Paris”(Na American in Paris/1951) e “Cantando na Chuva”(Singin’Rain/1952). O primeiro, vencedor do Oscar e dirigido por Vincente Minnelli, enfoca um ex-militar que adora Paris. Vive da pintura e conhece uma atendente (Leslie Caron) de uma loja de perfumes com quem inicia um romance para tristeza de sua rica “protetora” vivida por Nina Foch. As sequencias de dança enfatizam canções de Gershwin e o balé final, com 17 minutos (combinando musica-tema e cenários impressionistas) é o grande momento do filme. 

“Cantando na Chuva”, dirigido por Stanley Donen e Gene Kelly é outro clássico do gênero. Trata da chegada do cinema falado e de astros de sucesso, sem chance, devido à voz esganiçada que têm. O jeito é a dublagem, o uso de pessoas de talento para ficar nos bastidores e montar a cena como se fosse original. Viram o “O Artista”? É isso mesmo.
Na próxima semana mais seis filmes continuarão este festival de musicais.(Luzia Álvares)

"BRANCA DE NEVE" 2012


O modismo no cinema impera. Agora reciclam-se velhas histórias já tratadas em filmes de outras épocas. Depois de serem revestidos os monstros clássicos, da Criatura de Frankenstein a Drácula e ao Lobisomem, surge agora o conto de fadas (inclusive há este modo de tratar também em seriados da tv fechada). Logo depois de “Espelho, Espelho Meu”(2012) surge “Branca de Neve e o Caçador”(Snow White and the Huntsman, EUA, 2012) inspirado no que escreveram os irmãos Grimm.
O filme que está em cartaz internacional e esta semana alcançou o primeiro lugar nas bilheterias norte-americanas (e creio que também nas brasileias) marca a estreia do publicitário Rupert Sanders na direção. E não se pode dizer que não tenha sido auspiciosa. O filme é bem dirigido, conjugando efeitos digitais primorosos e conseguindo desempenho satisfatório de atores não muito afeitos a papéis densos. O que surpreende, e pode até gerar reclamações de antigos fãs do gênero, são as interferências na trama. O principal: Branca de Neve não espera que um príncipe a desperte de um sono produzido pela madrasta malévola. Quem lhe dá o beijo ressuscitador é o caçador que a mesma madrasta havia contratado para matá-la. Um tipo secundário no enredo dos Grimm que é promovido para dar ao conjunto uma feição moderna de “blockbuster de ação”.

Quem assistiu ao desenho animado da Disney, o primeiro longa-metragem dessa categoria, sabe apenas poucas informações sobre os pais de Branca, de como a mãe morreu e de como o pai encontrou a nova mulher, casou-se e acabou também morto. No roteiro de Hossein Amini, Evan Daughery e John Lee Hancock, a narrativa abre com a sequência em que a mãe da princesinha é picada pelo espinho de uma rosa e três gotas de sangue mancham a neve aos seus pés, com isso decidindo o nome da filhinha que está a nascer. E a criança acompanha a doença e morte da rainha. O recorte seguindo é ao pai guerreiro encontrando a nova esposa prisioneira de guerra. Evidencia-se então que ele foi morto pela mulher, que ela se tornou a rainha malvada tendo o irmão como seu ajudante em todos os sentidos.
No desenho, o caçador leva Branca de Neve para a floresta, mas tem pena de matá-la. E a fuga ganhava um tom de horror com as arvores tentaculares querendo abraçá-la. Aqui elas aparecem, mas os bichinhos que acordam a moça na concepção bucólica dos desenhistas de 1937 dão espaço para o caçador, contratado pela madrasta para matar a intrusa no seu governo e na sua beleza. Ele não só mudará de ideia como no original desde os Grimm, mas será o protetor e apaixonado pela personagem.

Também há um tom político na versão moderna. Branca compreende que é filha de um monarca muito querido por seu povo. Com o governo despótico da madrasta esse povo foi alijado. Há um sentido de revolta que a princesa, na fuga com o caçador, vai incentivar promovendo uma batalha pela invasão do castelo real e a deposição da rainha.
E os anões? Um deles morre numa luta com os guardas reais. Os seis restantes vão ajudar o exército rebelde a tomar o trono. São eles que levantarão a ponte que dá acesso ao castelo. Desta vez, os personagens não são nominados como na animação antiga nem guardam a simpatia dos primitivos Dunga, Dengoso, Mestre, Soneca, Atchim, e até mesmo do Zangado. São até mesmo tipos feios, amedrontadores no primeiro encontro com Branca de Neve. São vistos como parte do povo que é execrado pela Rainha má. 

O que se nota, neste exemplar reformulado do tema mágico dos Irmãos Grim, é uma versão político-guerreira de um povo que luta por sua independência das mãos de ditadores que, embora com certos poderes mágicos, não mais repercutem convincentemente sobre aqueles que esperam ganhar a liberdade. É como se você estivesse lendo a história dos conquistadores do século treze ou quatorze. Esse viés é interessante porque esplora uma nova legenda do belicismo clássico onde se encontravam vários heróis e heroinas lutando pela liberdade e a vida.
O filme tem uma produção luxuosa. A Universal apostou no sucesso popular. E deve estar satisfeita agora. A mim não pareceu que satisfaça a sede do imaginário infantil que os ancestrais da história promoviam. Mas, como eu disse, revela, do mágico, um recorte da realidade de um certo povo. (Luzia Álvares)

"HOMENS DE PRETO 3"

Comédia com toque surrealista dirigida por Barry Sonnefeld com Tommy Lee Jones e Will Smith protagonizando agentes federais norte-americanos que monitoravam ETs de passagem (ou residentes mesmo) pelos EUA, o filme “Homens de Preto”(Men in Black/1997) tem tido grande sucesso. A ideia partiu de quadrinhos escritos por Lowell Cuninham. Deu certo em termos de público e de critica (90% de aprovação ). Uma continuação em 2002, entretanto, não teve a mesma sorte. Indicava esgotamento de história e situações cômicas. A receptividade decepcionante interrompeu a série por quase 10 anos. Agora surge este “Homens de Preto 3”(Men in Black 3/2012), com a mesma direção e com Ethan Cohen no roteiro, substituindo Robert Gordon de “MIB 2”(MIB é abreviatura de Men in Black).
A ideia atual é sair do cenário das aventuras dos agentes K (Kevin/Tommy Lee Jones) e J (Jay/Will Smith) saltando para o passado, especificamente o ano de 1968, quando J procuraria o vilão indomável Boris, O Animal (Jemaine Clement) na época em que K conseguiu cortar-lhe um braço, desencadeando a fúria desse personagem contra tudo e todos. Pior ainda: K poderia morrer na mão (pois só há uma) de Boris. Essa viagem temporal é motivo para gags amparadas na cultura de uma época. Para quem viveu o período vai achar pitoresco observar detalhes que mostram desde os carros mais usados, do tipo os “rabos de peixe”,aos movimentos jovens que não achavam nada de estranho transitar entre figuras disformes como os extraterrestres em festas ou outras reuniões sociais. No ano em que J se desloca do seu tempo atual, os norte- americanos preparam-se para ir à lua. Mas a missão da Apollo 11 pode ser atacada pelo monstruoso vilão nativo de outro mundo que pretende extingir os humanos. É preciso que os agentes imobilizem uma sabotagem preparada para a nave que leva os 3 astronautas ao satélite terrestre. Em 2012, o monstruoso “Animal” está preso numa cadeia lunar e de lá consegue fugir para a Terra. 
O mais versado espectador em reconhecer “furos” na exposição de temas, vê que em MIB-3 há muitos. A começar com o ataque ao vilão no passado para mudar a sua atitude no futuro. Mas se houve êxito na empreitada não há motivo de agora se preocuparem com ele. Caso tenha mudado o curso da Historia, nada do que foi visto antes aconteceu. Por outro lado, se é verdade que em 1968 o homem foi à lua, é verdade que hoje, especialmente na época de dificuldades econômicas freando os projetos da NASA, um presídio lunar é extramente improvável. E afinal, se ETs passeavam entre os membros da contracultura há mais de 40 anos por que era difícil para o homem da Terra ir ao vizinho espacial? Não seria mais prático aprender com os visitantes de outro mundo como é que se viaja para fora do nosso? Essas são as minhas dúvidas que podem não ser a de outros espectadores.
Mas, verossimilhança é o que não se pede na franquia dos homens de preto. O que se pede é o desenvolvimento da comicidade nas aventuras expostas. Nesta 3ª etapa da franquia há menos humor que se tornem momentos memoráveis do que no primeiro filme. Mas o resultado é muito mais divertido do que no segundo. Fato que autoriza uma nova peripécia dos agentes que brincam com letras do alfabeto (o caso da agente O que pode ser namorada de K ficando OK).
Na verdade, o que menos o filme pede é o cunho explicativo que sempre se pronuncia numa lógica que se quer levar para o cinema. Nada é coerente nesse enredo, como se vê desde a sequência inicial com a fuga do Animal de uma prisão supostamente indestrutível. Então, esse envolvimento fantasioso da história, caso se posicionasse como numa memorável crítica aos “monstros” terráqueos como foi explorado no primeiro filme da série, evidenciando desde figuras como Elvis Presley, além de políticos famosos e dos adeptos da contracultura da época que eram expostos no telão da sede da corporação, o mundo fantástico do século XXI, dizem “os homens de preto”, tornaram-se espécies do cotidiano de hoje. 
Mas, até o meio do filme se supõe uma idéia de sequenciamento das histórias já narradas, quando, na verdade, somente no final de MIB-3 é que o público vai saber o motivo do retorno ao passado. Vejam o filme sem a necessidade lógica que se carrega usualmente. Vai dar certo. (Luzia Álvares)

"RICKY" DE FRANÇOIS OZON EM DVD

“Ricky” de François Ozon me surpreendeu. Não li o livro de onde veio o argumento e pensei que se tratasse de um filme modesto sobre criança problemática. Valeu descobrir um raro exemplo de realismo-fantástico. Katie (Alexandra Lamy) é a mãe solteira de Lisa(Melusine Mayance) quando conhece o imigrante Paco(Sergi Lopez) e produz Ricky(Arthur Peyret).Quando ela pensa que o menino está machucado, culpando o pai que fica com ele quando ela trabalha , surpreende-se com o nascer de...asas. Não demora e o menino voa. Joseph Losey fez um garoto de cabelos verdes espantar uma escola tradicional. Agora Ricky mostra que uma criança voadora pode ser muita coisa. Pode simplesmente ser diferente. E se ganha mídia logo pode virar rotina, pois desaparece. O filme encanta como a imagem do garotinho que arranjaram para o papel (devia ter cerca de seis meses de idade). Tudo muito natural como aquele marido que some numa praia em “Sob a Areia”(Sous le Sable) melhor filme do prolífico Ozon. E é nesta naturalidade com que se chega ao complexo da vida é que está o fascínio do filme. Vi na minha TV e aplaudi intimamente. Foi o meu DVD da semana. Ah sim: não chegou aos cinemas. Pelo menos os daqui,entretidos com os blocbostas de Hollywood. (Pedro Veriano)

"O CONCERTO" EM DVD


"O Concerto" ( Le Concert,2009) de Radu Mihăileanu, um dos filmes, que poderia dizer, sem dúvida alguma, é obrigatório a todos os artistas, principalmente os músicos eruditos.
A história do filme é sobre o sonho da Harmonia perfeita que o Maestro Andrey Filipov, do Bolshoi, que não rege a 30 anos, pois sua carreira foi destruída durante o regime comunista, por não ter concordado em demitir os músicos Judeus, assim se tornando o faxineiro do Teatro.
Ao interceptar um fax, mandado para o Diretor do Teatro Bolshoi, convidando a orquestra a tocar em Paris, Andrey reuni a sua antiga orquestra e embarcam em uma louca e divertida aventura para tocar em Paris.
O filme fala sobre a busca do execução perfeita, sobre como a música erudita é além de tudo, sentimento, a realização, algo que só quem viveu na música pode sentir, o prazer da execução, a busca da realização perfeita.
O filme também trata de um reencontro entre o Maestro e a Solista escolhida Anne-Marie Jaques, e essa ligação fica sendo um mistério durante todo o filme até a ultima cena, que é a execução do Concerto para violino de Tchaikovsky
O filme tem uma trilha sonora primorosa com atores que trabalharam bem os seus personagens, que se comportam de fato como os músicos se comportam, no palco aquela seriedade toda, por de trás, aquela loucura, quase que outras pessoas.
Mas um filme que fala de sentimento é isso, os espaços tem sentimentos, não importa quão louco você possa parecer, na hora de um Concerto, aquele momento, aquele curto momento que parece durar tanto e é tão breve, é o que mais importa.
O diretor, o roteirista, a produção do filme de uma forma geral, teve muita sensibilidade, de buscar atores, que realmente tocassem, ou mais provável músicos que atuassem, um olhar mais especializado podia ver que o dedilhado e a arcada dos músicos, correspondiam a música tocada, isso que foi o mais fantástico do filme.
O Concerto é um filme para se saborear e se emocionar com a Música, e extremamente recomendado.(Raoni Arraes)

SOBRE HOMENS E RATOS

Se existe um cineasta absolutamente autoral no novo cinema brasileiro é o pernambucano Claudio Assis. Sua marca se imprime fortemente a cada novo filme, feito um ”batismo de sangue” de um autor/diretor de uma prolixidade exagerada e exacerbada que faz de cada filme um apocalipse de idéias e quebra de regras e convenções como se fossem o ultimo. Em “Febre de Rato”, o mais recente há um certo “deja vu” correto rumo ao “Cinema Novo”, seja na fotografia, na sonoridade, no discurso ou no mise-em-scène. Ao falar do inconformismo de um poeta arnaquista, que banca a publicação de seu tablóide, cria um mundo próprio, onde ajudar os necessitados é uma mistura de benefício com maldade.  Então vemos aparecer personagens paralelos, uns como fetiches sexistas de atos grupai ou de dupla, mas que desmorona com a chegada de um sentimento que pede e deve ser individual numa relação, o amor por outra pessoa. O coletivo vai as favas e a singularidade do individual brota. O filme é supremo na realidade e desvendar aquilo que queremos e não somos no intimo, de se fazer categórico e emblemático com os que jamais podemos deixar de ser. As atuações são arrebatadoras, de Matheus Nachtergaele, irrepreensível como todas as vezes e Irandhir Santos, de uma insanidade criativa que o papel exige. “Febre de Rota” vai nos corroendo até o final, como se a catarse da existência fosse igual para todos. Corra ! (Ismaelino Pinto)

VIOLETAS PARA VIOLETA


Violetas para Violeta...
Muito interressante é o resultadode uma cinebiografia quando a biografado já de antemão se mostra maior que qualquer material que vai tentar decifra-lo ou desvendá-lo. Assim é em “Violeta se Fue a los Cielos” (Vileta foi para o céu) do Chile. O filme de Andrés Wood, do interressante "Machuca" narra de formar não linear a
a vida da cantora Violeta Parra e tras na bagagem o Grande Prêmio do Júri Internacional no Sundance Film Festival 2012. Viloleta Parra, foi uma mulher a frente de seu tempo. De temperamento dificil, com um engajamento natural pra politica sem ser "politica", fez de sua vida e sua obra uma espécie de grito contra o conformismo latino. Dela conhecemos pelo menos muito bem duas composições, "Gracias a la vida" que foi gravada por Elis Regina e "Volver a los 17", cantada por Milton Nascimento e Mercedes Sosa, sua maior divulgadora. No filme, a infancia de Violeta de mostrada e falsh-back, onde o diretor subverte o roteiro e a montagem numa desconstrução da narrativa clássica cronológica e com o tradicional começo, meio e fim. Wood faz, sim, um filme organicamente cronológico e com começo, meio e fim, mas despedaçado e unido pela fragmentação dos eventos e, principalmente, da narrativa. Tudo mostrado com as andaças de Parra pelo mundo, que de forma muito natural é levada pela força de suas composições a ser reconhecida no mundo inteiro, principalmente pelo momento vivido na America Latina com a subida da esquerda puxada por Fidel e Che Guevarra. A interpretação da atriz Francisca Gavilán, é forte e imprimi densidade dramática a esta mulher, que repetimos, fez politica como ordem natural dos oprimidos. Cantora, compositora, ceramista, tapaceira, folclorista e artista plástica foram algumas das profissões de Violeta del Carmen Sandoval (1917-1967), a chilena Violeta Parra. Mas, ainda assim, esse conjunto de artes seria ínfimo para definir uma das mulheres mais brilhantes da história das nações ao sul da América. Daí, acrescente-se que foi ela a fundadora da música popular do Chile. Filha de camponeses – o pai professor de música e a mãe guitarrista e cantora -, Violeta nasceu e conviveu com a miséria, superou as tragédias familiares e através das artes aprendeu a amar o seu país com um fervor tão nacionalista quanto anti-estadunidense, não aceitando e rejeitando com veemência o sistema capitalista. O filme é forte e fundamental quando se discute o papel da arte como objeto de transformações e lutas. Corra ! (Ismaelino Pinto)

terça-feira, 5 de junho de 2012

"POCILGA" DE PASOLINI NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 11/06


"POCILGA"
Título Original: Porcile
Italia,1969
Direção e roteiro de Pier Paolo Pasolini
Elenco:Pierre Clementi, Jean-Pierre Léaud,Alberto Lionello, Ugo Tognazzi
Argumento: Um homem é preso por canibalismo, tendo comido o próprio pai. Noutra historia, o herdeiro de um industrial na Alemanha pós-guerra desgosta-se da vida em sociedade e passa a viver com os porcos em sua fazenda.
Importância Histórica: Filme típico da fase em que Pasolini (Saló/Medéia/Édipo Rei), cineasta e poeta, passava a mostrar sua ojeriza pela sociedade ocidental de seu tempo. Canibalismo e “porcaria” respondem ao que se observa no mundo cruel que sucedeu aos horrores de um conflito mundial e uma Europa que se reconstruía por cima de espíritos sensíveis e/ou criadores. Elogiado pela intelectualidade da época, o filme dividiu critica e público.
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE CRÍTICOS DA ACCPA E O PÚBLICO PRESENTE

SESSÃO ACCPA/IAP
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA (AUDITÓRIO DO IAP)
“POCILGA”
SEGUNDA-FEIRA DIA 11/06/12
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 14 Anos
Apoio : ACCPA (ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

"O BEIJO NO ASFALTO" NA HOMENAGEM AO ESCRITOR NELSON RODRIGUES


"O BEIJO NO ASFALTO"
Direção : Bruno Barreto
Ano de Produção : 1981
Elenco : Tarcísio Meira, Ney Latorraca, Christiane Torloni e Lídia Brondi.
Sinopse : Arandir é um homem comum, casado, que por piedade dá um beijo na boca de um homem que morre atropelado. Por causa disso, cria-se uma polêmica acusando-o de homossexual e arruinando sua vida. *Homenagem aos 100 anos do escritor Nelson Rodrigues

SESSÃO ACCPA/SESC
"O BEIJO NO ASFALTO"
CINE SESC BOULEVARD
QUARTA-FEIRA DIA 06/06/12
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA INADEQUADO PARA MENORES DE 14 ANOS
APOIO : ACCPA (ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ)

"PLANO DE FUGA"

Mel Gibson estava numa entrevista de repórter brasileiro junto com Danny Glover. Enquanto Danny mostrava interesse pelo nosso país o ator de “Máquina Mortífera” começou a caçoar do nome “feijoada”. Isso me irritou. Quando vi “A Paixão de Cristo” achei que Mel dirigia bem e que seu filme cutucou o que seria a verdade de uma história que todos conhecem. Usou até a fala em aramaico. Mas os americanos acharam que ele atacou os judeus. Queriam, quem sabe, outra “vida de Cristo”na linha Cecil B.De Mille. Depois, Gibson atacou os maias (“Apocalypto”).Fez uma aventura na história da civilização pré-colombiana. Agora, depois de ser detido por dirigir embriagado, mete o pau nos mexicanos. A cadeia que mostra em “Plano de Fuga” é o superlativo das nossas. E o filme protege um gatuno a ponto de dizer que roubar milhões de dólares é melhor do que passar uma temporada na pocilga latina.
 O filme dirigido pelo amigo de Gibson,Adrian Grumberg, com roteiro do próprio Gibson, é uma ode à violência concentrando-se mais na podridão ambiente do que no plano de fuga estipulado por ladrão norte-americano. No fim, este ladrão sai bem da jogada e ainda faz piada para a objetiva. Melhor é ver Edgar Alan Poe com a cara de John Cusack em “O Corvo”(The Raven), uma brincadeira de serial killer com base nas historias do escritor e poeta norte-americano. Cada crime tem a ver com um texto de Poe. Ele logo compreende e ajuda um detetive boboca a achar o criminoso. E mais: a vitima com base no seu arrepiante “Prematura Burial” seria a sua mulher. Muitas licenças dramáticas para divertir a plateia. E diverte.
O roteiro da dupla Ben Livingston e Hanna Shakespeare é curioso. Mostra que os dois leram Poe. E o final coça a imaginação deixada na falta de diagnostico do que levou o escritor à morte. Ajuda com uma espécie de pacto com o demoníaco assassino. Mas não convence. Vale o ritmo da narrativa que faz com que não se sinta o frio da sala e nem deixe que se consulte o relógio. Meus termômetros quando vou a um dos Cinépolis Boulevard.(Pedro Veriano)

CINE OLYMPIA - PROGRAMAÇÃO DE 05 À 17/06/12


MOSTRA DE FILMES MUSICAIS
Dentro da programação comemorativa do centenário do Cine Olympia acontecerá de 05 à 17/06 a MOSTRA DE FILMES MUSICAIS que exibirá filmes deste gênero e que foram lançados no Olympia em décadas passadas. Na programação, clássicos do cinema americano e o filme brasileiro “A Ópera do Malandro”. A programação da mostra acontecerá de terça à domingo sempre às 18:30 h. Entrada franca. Antes da mostra, será exibido o curta-metragem paraense "PÁSSAROS ANDARILHOS, BOIS VOADORES" de Luiz Arnaldo Campos às 18:00h.

MOSTRA DE FILMES MUSICAIS
Dia 05/06 - “Era Uma Vez em Hollywood” (1974) (documentário)
Dia 06/06 - “Meias de Sêda” (1957) com Fred Astaire
Dia 07/06 - “O Picolino” (1935) com Fred Astaire
Dia 08/06 - “Positivamente Millie”(1967) com Julie Andrews
Dia 09/06 - “Sinfonia da Paris”(1951) com Gene Kelly
Dia 10/06 - “Cantando na Chuva” (1952) com Gene Kelly
SESSÃO CINEMATECA
Dia 10/06 - "O MÁGICO DE OZ" (1939) com Judy Garland.
Horário : 16h. Entrada Franca

Dia 12/06 - “Amor Sublime Amor” (1960) com Natalie Wood
Dia 13/06 -“A Roda da Fortuna” (1953) com Fred Astaire
Dia 14/06 - “A Ópera do Malandro”(1987) de Ruy Guerra
Dia 15/06 - “All That Jazz – O Show deve Continuar”(1979) com Roy Sheider
Dia 16/06 - “Cabaret”(1972) com Liza Minelli
Dia 17/06- “Hair” (1979) de Milos Forman
SESSÃO CINEMATECA
Dia 17/06 - "NOITES DE CABÍRIA" (1957) de Federico Fellini.
Horário : 16h. Entrada franca

 MOSTRA DE FILMES MUSICAIS
CINE OLYMPIA
DE 05 À 17/06/12
HORÁRIO : 18:30H
ENTRADA FRANCA

Arquivo do blog