quarta-feira, 25 de abril de 2012

"RASTROS DE ÓDIO" NO CC ALEXANDRINO MOREIRA

"RASTROS DO ÓDIO" Original: The Searchers-EUA,1956
Direção de John Ford
Roteiro de Frank Nugent baseado no livro de Alan Le May.
Fotografia de Winton C.Hoch
MÚsica de Max Steiner
Elenco: John Wayne, Jeffrey Hunter, Natalie Wood,Vera Miles, Ward Bond, Vera Miles.
Argumento: Debbie é sequestrada por índios quando criança. O tio Ethan, combatente na Guerra Civil, vai procurá-la e enfrenta não só os selvagens como a posição cultural da sobrinha, já com 15 anos e afeita aos costumes da tribo.
Importância História : Clássico de Ford rodado na região do Monumental Valley que o cineasta apreciava e onde fez “No Tempo das Diligencias”. Com excelentes imagens conseguidas por Winton Hoch, conseguiu mostrar os índios sem o estereotipo do vilão, mesmo sendo os sequestradores de uma mocinha. O filme apresenta sequências que ficaram na história do cinema como a chegada de Wayne em profundidade de campo.
*Homenagem ao crítico de cinema Alexandrino Moreira que estaria completando 80 anos em abril de 2012.

SESSÃO ACCPA/IAP
"RASTROS DE ÓDIO"
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
AUDITÓRIO DO IAP (INSTITUTO DE ARTES DO PARÁ)
SEGUNDA-FEIRA DIA 30/04/12
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO PRESENTE E CRÍTICOS DA ACCPA

"O PODEROSO CHEFÃO" NA SESSÃO CULT

"O PODEROSO CHEFÃO" (Homenagem aos 40 anos do lançamento do filme)
Original: The Godfather –EUA, 1972
Direção de Francis Ford Coppola
Roteiro de Francis Coppola e Mario Puzzo baseado no livro de Mario Puzzo.
Música de Nino Rota
Fotografia de Gordon Willis
Elenco: Marlon Brando, Al Pacino, James Caan,Robert Duvall, Sterling Hayden,Richard Conte, Diane Keaton, Talia Shire.
Argumento: A família de D.Vito Corleone atende às mudanças da nova época a começar com a carreira do filho e herdeiro do velho mafioso, Michael, guinado a comandar os interesses familiares lutando contra as famílias rivais.
Importância Histórica : O filme venceu 3 Oscar(filme, roteiro de ator coadjuvante) e mais 23 prêmios internacionais . Promoveu o diretor Francis Coppola e inaugurou uma serie sobre a máfia. Feito em ritmo de superprodução ganhou prestigio na indústria e gerou duas sequencias, conseguindo o feito inédito de a segunda ganhar o principal Oscar (filme) sendo parte indissociável da primeira. Curiosidade: Coppola é o produtor de “Na Estrada”(On the Road) o filme do brasileiro Walter Salles que concorre este ano à Palma de Ouro do Festival de Cannes.

SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
"O PODEROSO CHEFÃO"
CINE LÍBERO LUXARDO
SABÁDO DIA 28/04/12
HORÁRIO ESPECIAL : 15 h (devido a duração do filme)
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE CRÍTICOS DA ACCPA E O PÚBLICO PRESENTE

quarta-feira, 18 de abril de 2012

PROGRAMAÇÃO ESPECIAL DO DIA 24/04/12 - DIA DO CENTENÁRIO DO CINEMA OLYMPIA

Programação do dia 24/04 - Dia do Centenário do Cinema Olympia

18h - Execução de temas musicais em homenagem ao Olympia incluindo um tema composto em 1912 na época da inauguração do cinema, uma composição do maestro Altino Pimenta dos anos 50 e o tema musical especial do Centenário. Os temas serão interpretados pelo uma quarteto de cordas da UEPA comandado por Urabatan Castro, pelo músico Salomão Habbib (que também vai executar uma suite musical de sua autoria em homenagem ao cinema)e por Robenare Marques(autor do tema musical do centenário).

19:00h - Cerimonial de Comemoração do aniversário com a presença do Prefeito, autoridades e homenageados.

20:00h - Exibição das vinhetas comemorativas ao centenário que contam a história do cinema Olympia.

20:15h - Exibição do curta paraense inédito "ERVAS E SABERES DA FLORESTA" de Zienhe Castro.

20:30h - Lançamento do livro "100 Anos da História Social de Belém (1912-2012)" sobre o Cine Olympia de autoria de Pedro Veriano e Luzia Álvares.

21:00h - Show de homenagem ao centenário do Olympia com a cantora lírica Carmem Monarch no Teatro da Paz.

Obs.:Entrada mediante a apresentação de convite

*Programação sujeita a alterações nos horários

DEBATE DA ACCPA SOBRE "A ÁRVORE DA VIDA" NA LIVRARIA SARAIVA DIA 19/04

"Árvore da Vida’ no centro da discussão

Filme do recluso Terrence Malick é assunto de debate na livraria Saraiva
Figurando como um dos candidatos ao Oscar 2012, “A Árvore da Vida” de Terrence Malick saiu de mãos vazias da cerimônia hollywoodiana. Mas o filme, ganhador da palma de ouro em Cannes ano passado, levou centenas de pessoas as sessões no Cine Estação e Cine Líbero Luxardo. E mesmo com outros filmes chegando ao circuito, ainda é uma obra que suscita interesse e divide opiniões.
Para debater sobre o longa que expande as fronteiras de um conflito familiar para uma viagem pela história da vida, na busca pelo amor altruísta e o perdão, a Livraria Saraiva convidou a Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) para comandar a ação. Escrito e dirigido por Malick, “Árvore da Vida” conta com Brad Pitt, Jessica Chastain e Sean Penn no elenco, além dos ótimos meninos, em especial Hunter McCraken.
A narrativa acompanha o crescimento do filho mais velho de uma típica família americana, Jack (McCraken), que vive no Texas, em meados dos anos 50. O Sr. O’Brien (Pitt) luta para equilibrar seu sentimento de dever paternal com o grande amor por esse filho e pelos outros dois. Ele é severo e autoritário, ao mesmo tempo afetuoso e carinhoso, e lamenta não ter se tornado um grande músico ou inventor. Vendo seus desejos sufocados, o frustrado patriarca reprime as crianças e a mulher. Ela, a Sra. O’Brien (Chastain) é um ser etéreo, que parece não pertencer a esse mundo. Dotada de muita compreensão e um entendimento do mundo quase infantil, ela alimenta os sonhos dos filhos.
Num salto temporal vemos Jack (Penn). Ele é o filho mais velho, que tornou-se um adulto perdido num mundo que não compreende suas frustrações. O relacionamento conflituoso com o pai o assombra. Em determinado momento, ele vê uma arvore sendo plantada em frente ao escritório de arquitetura aonde trabalha, e lembra daquela que enfeitava o seu quintal quando criança. É nessa metáfora, do próprio ciclo da vida, que o filme se alimenta.
Como alguns perderam a oportunidade de assistir a “Árvore da Vida”, antes do debate serão exibidas algumas cenas, para aguçar a curiosidade e reavivar a memória sobre um dos filmes mais instigantes dos últimos tempos.

SERVIÇO
Debate sobre o filme “Árvore da Vida”. Nesta quinta-feira, dia 19, às 19h, na Livraria Saraiva (Boulevard Shopping, 2º piso). Entrada Franca. Realização: Associação de Críticos de Cinema do Pará e Saraiva.

domingo, 15 de abril de 2012

"XINGU"

Cao Hamburger, diretor paulista que muitos conhecem de pelo menos dois títulos – “O Castelo Ra Tim Bum”(1999) e “O Dia em que Meus Pais Saíram de Férias”(2006) – foi o realizador de “Xingu (Brasil, 2012). Trata dos irmãos Claudio, Leonardo e Orlando Villas Boas, rapazes da classe média paulistana que se engajaram na Expedição Roncador Xingu, em 1943, iniciando um trabalho inédito de preservação da cultura indígena, procurando agregar tribos em um espaço que seria a maior reserva nacional dedicada aos primitivos habitantes do país.
Levar ao cinema a odisséia dos Villas-Boas seria, de entrada, um trabalho árduo. Mas deslocar atores, técnicos e câmeras para os lugares mais próximos, ou similares aos espaços dos acontecimentos, resultaria em um esforço de produção pouco visto no cinema brasileiro. Hamburger contou com a empresa 02 Filme, de Fernando Meirelles e isso ajudou numa visão semidocumental a lembrar dos melhores exemplos do gênero no cinema estrangeiro.Definindo o seu trabalho, especialmente na qualidade de tratar o assunto com a máxima liberdade, sem estereotipar os biografados disse o diretor:
“Foi uma condição que impus desde o começo, corroborada pelos produtores, de que a família Villas-Bôas não tivesse nenhuma interferência no projeto. A negociação sobre os direitos de filmagem foi nesse sentido. Eles não tiveram acesso ao roteiro e só assistiram ao filme duas semanas atrás. Era o único jeito de fazer, caso contrário viraria um filme de encomenda. Devo agradecer à família pela confiança em nós”.
E continuou afirmando que o roteiro, assinado por ele, baseou-se no diário dos irmãos Villas-Boas, nos arquivos da família e em muitas conversas com pessoas que colaboraram com os eles. “E também em conversas com os povos indígenas, porque, desde o começo, quis ouvir a versão deles (....) contada de pai para filho, de geração para geração. Foi a primeira vez que tive contato com uma sociedade de tradição oral. Fiquei impressionado com a precisão deles, as histórias que são contadas em uma aldeia é repetida na outra. Esse contato foi importante, porque os índios foram percebendo que poderiam confiar na gente, que não iríamos omitir qualquer coisa”.
No filme, há revelação de que uma índia foi engravidada por um dos irmãos sertanistas. A sequencia que ilustra esse fato é muito discreta, com um plano da índia andando pela mata e o branco atrás até as imagens desaparecerem em progressivo desfoque. O fato seria motivo para um conflito entre irmãos, e a expulsão do responsável pela quebra da ética a que tanto prezavam. O mais exigente é Orlando que também é visto como importante negociador institucional. O que leva a certa visão questionadora do irmão Claudio. Leonardo retorna para a cidade.

O enfoque passa por diversas épocas, evidenciando fatos como o drama acontecido no primeiro contato, quando uma gripe dizimou metade de uma tribo. A cada vez mais evidente presença do civilizado, com a construção do campo de pouso na selva e os diversos projetos levados por políticos, conscientizam os Villas Boas de que não é interessante incorporar a cultura indígena à civilização e sim preservá-la. Alguns momentos históricos são evidenciados, como a criação da estrada Transamazônica durante o governo militar, e o quanto se fez sofrer os povos indígenas pela transmissão de doenças trazidas pelos brancos, assim como os ataques de seringueiros e pecuaristas que desrespeitaram limites de terras demarcadas para constituir a nação indígena.
Muito ojetivo na narrativa, segue os avanços dos irmãos por caminhos desconhecidos, em áreas ignotas. Ressalta o espírito desbravador que os mantinha em meio inóspito, mas com a esperança de que poderiam conseguir sempre algo mais para assentar as tribos como os kreen Akarore e os Caiabi, e os indígenas que fugiam do trabalho escravo, em espaços onde pudessem sobreviver de sua lavoura sem o chicote do branco. Uma política onde a idologia pela preservação desses povos circulava nas conversas e nos silêncios dos irmãos, não sem certos conflitos, mas chegando a um denominador comum. O que mais marca o filme é, justamente, aquela perseverança de se manterem na luta por esse povo contra os empresários que se aproximavam deles com o fito de conseguir terras já tratadas.

Vi o filme como um semidocumentário e Cao Hamburger deixa nas entrelinhas que as políticas públicas arrancadas ao governo da época não foram sem grandes dificuldades de negociação. O espectador de hoje desloca essa perspectiva aos dias atuais quando outra área do Rio Xingu está sendo devastada para a implantação da usina de Belo Monte.O filme é bem feito, importante e emociona. Foi aplaudido no ultimo Festival de Berlim. (Luzia Álvares)

LIÇÕES DO MEIO DO MATO

Em 1948 Belém foi sacudida por um fato que daria um filme: desapareceu nas matas do Guaporé um tenente que chefiava um grupo militar encarregado de abrir uma estrada na região. O nome dele era Fernando. Muita matéria saiu publicada nos jornais cobrindo as buscas realizadas nas imediações. Um irmão de Fernando, de patente mais elevada, presidiu um ataque a índios que supostamente teriam sequestrado o seu parente próximo. Mas surgiram lendas como o desaparecido ter sido encantado pelo canto do Uirapuru. E mais: que estava na taba de uma tribo chamada Boca Negra. O assunto deu até 3 marchas de carnaval. Isso eu acompanhei com o entusiasmo que acompanhava histórias em quadrinho, seriados de aventuras, e romances da coleção Terramarear.
O interesse pelos mistérios de nossa mata levou-me a acompanhar, também, alguma coisa da expedição Roncador – Xingu com o destaque para os irmãos Villas Boas. Hoje vejo um filme sério sobre esses personagens.
O diretor paulista Cao Hamburger conseguiu dar um toque de documentário ao que fez, lembrando o melhor de um Henry Hathaway nos anos 40. E o trio de interpretes ficou até parecido com Leonardo, Cláudio e Orlando Villas Boas.
Não é um filme definitivo sobre o assunto. Há pressa em contar o máximo. Só o primeiro contato daria um longa-metragem. Mas “Xingu”(Brasil/2012) cobre várias tarefas dos manos, acabando com a criação da reserva que apesar de ser ambicionada por pecuaristas, seringalistas e aventureiros de diversas classes, ainda é o refugio dos donos da terra(ou nascidos na terra pois os indígenas, não só no Brasil, sofreram o diabo desde que o branco chegou aos seus domínios).
Luzia escreveu sobre o filme, mas a analise dela só pode ser lida convenientemente em seu blog. No jornal a coluna foi subtraída como acontece quase sempre. Eu, veterano nesse tom, reparo como hoje se diminui espaço critico dedicado a cinema. Parece que é assunto para poucos, coisa que não seduz leitores. Será que é mesmo? No meu tempo de critico diário em jornal só ouvia reclamação quando o meu texto parecia muito cerebral ao editor (“Lembra que tu escreves para o leitor e não para iniciados”). Mas a reclamação não era procedida de subtração. E não creio que cinema esteja deixando espaço só por exigência de comerciais. Há muita transcrição de jornais do sudeste absolutamente desnecessária. A “cor local” devia ter primazia. Por sinal que devagarzinho perdemos a nossa identidade cultural. Vejam só: papagaio é pipa, gerimú é abobora, ananás é abacaxi, vesperal é matinê, tu é você, e assim por diante. O curioso é que o homem do povo já está assimilando o vocabulário lá de baixo. Podem achar bonito a integração cultural, mas eu prezo minha origem e acho que devia ser justamente o contrário:devia se prestigiar nichos regionais demonstrando a grandiosidade física do país.
Os Villas Boas acharam bem que o índio não devia ser integrado ao mundo dos brancos: devia ser respeitado em seu “habitat” com o seu modo de viver. Uma lição de quem sabe das coisas. (Pedro Veriano)

MOSTRA DA TV CULTURA NO CINE OLYMPIA

MOSTRA DA TV CULTURA NAS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DO CINE OLYMPIA
Procurando valorizar a produção audiovisual local, de 17 à 21/04 será exibida no cine Olympia uma mostra de filmes produzidos pela TV Cultura com documentários e um filme de ficção. A mostra da Tv Cultura integra as ações do aniversário dos 100 anos do Cine Olympia que será comemorado especialmente dia 24/04. A entrada é franca e as sessões acontecerão às 18:30h, de terça à sábado.

Mostra TV Cultura
De 17 a 21/04/12
Cine Olympia
Sessões às 18:30 h
Entrada Franca

Dia 17/4: “Miguel Miguel” (80 min, 2010) : Versão em longa-metragem da adaptação da Novela de Haroldo Maranhão. Ficção. Dir. Roger Elarrat

Dia 18/4: “Pau & Corda” (52 min, 2012): Histórias e estilos diversos de Carimbó em várias localidades do Pará. Documentário. Dir. Robson Fonseca.

Dia 19/4: “Mora na Filosofia” (52 min, 2011): Vida e obra do filósofo Benedito Nunes. Documentário. Dir. Junior Braga.

Dia 20/4: “Saudade da minha Terra” (52 min, 2009):A história de duas bandas centenárias do município de Vigia. Dir. Nélio Palheta e Aladim Junior.

Dia 21/4: “Camisa de 11 Varas” (52 min, 2009): A fuga de 16 homens de trabalho escravo em São João da Ponta, em 1974 . Documentário. Dir. Walério Duarte.

SOBRE O CANCELAMENTO DO FESTIVAL DE PAULÍNIA

Carta aberta da ABRACCINE(Associação Brasileira de Críticos de Cinema)

Ao Sr. Prefeito de Paulínia, José Pavan Jr.
A Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) recebe com muito pesar o comunicado de que o Festival de Cinema de Paulínia não será realizado este ano.
A nota do prefeito José Pavan Jr. afirma que a alocação de recursos destinados ao festival em outras prioridades (saúde, educação, moradias populares) tornou a decisão inevitável.Como cidadãos, entendemos a construção de moradias populares, e o investimento em educação, saúde e meio ambiente deveriam mesmo ser prioridades constantes de qualquer municipalidade, e não apenas em anos eleitorais.
Já como profissionais de cinema, lamentamos a descontinuidade de um projeto muito bem formatado e de grande repercussão nacional.Em poucos anos, Paulínia criou um Polo Cinematográfico, uma Escola de Cinema e um festival que se tornaram exemplares. O festival, ora em compasso de espera, era justamente a vitrine de toda essa atividade. Reunia em Paulínia produtores, cineastas, atores e atrizes, jornalistas e críticos de todo o País. Formava público para os filmes brasileiros. Criava empregos na cidade e beneficiava a autoestima dos seus habitantes.
Muitos novos projetos surgiram desses encontros anuais entre profissionais de diversos estados da federação. Foi dessas reuniões, por exemplo, que nasceu a nossa própria instituição, a primeira associação nacional de críticos de cinema, o que faz com que tenhamos carinho especial com Paulínia.
Todo esse patrimônio simbólico corre o risco de se perder, ao sabor de conveniências políticas de momento. Esperemos que a fresta de esperança aberta no comunicado do prefeito resulte na realização do festival em 2013. Mas ressaltamos, desde já, que é perda irreparável o cancelamento da edição de 2012. Eventos importantes firmam sua tradição pela continuidade.

Assinado
Luiz Zanin Oricchio (presidente da Abraccine)

SEPARAR MENTES


Separar mentes...
Somos analfabetos quanto ao mundo árabe, o pouco que sabemos vem filtrado pelas agências de noticias e pelas conveniências. Pensamos neles como um mundo perdido no medievo, cheio de práticas escabrosas em nome de um Deus. Basta um filme, uma obra pequena de criação de poucos minutos pra desvendar o diferente, porém nem melhor ou pior, universo das nações como a do Irã. O argumento mostra uma situação de separação e a criação de outra, com a entrada de uma serviçal que tomar conta de um homem já idoso e doente. Porém a diarista está grávida, e trabalhando sem o consentimento de seu marido, condições que junto a um terrível incidente, levará as duas famílias a um julgamento de cunho moral e religioso. O desenrolar é que arma o conflite de sentimentos em cada espectador, nosso julgamento moral e ético do que vimos incomoda, nos insufla a tirar conclusões, fazer juízo de valores. O desfecho e de cada um com seu ponto de vista, seja ele certo ou errado, aquele coisa do “assim é se lhe parece”, com o diz Pirandello. Vem do Irã filme mais instigante e genial do ano, bom que levou o Oscar de melhor filme estrangeiro, senão poucas chances teríamos de vê-lo. Corra!(Ismaelino Pinto)

quinta-feira, 12 de abril de 2012

A CARA DO BRASIL

Pra se conhecer um país, sua história deve ser contada e propagada. O cinema americano, o mais poderoso do mundo, sempre disse ao mundo como se fez e faz um país. Em “Xingu”, o diretor paulista Cao Hamburgue revela um pedaço da vida de três ilustres brasileiros : os irmãos Villas-Bôas. Sertanistas de um Brasil que ainda precisava ser descoberto, Cláudio, Orlando e Leonardo se lançam na aventura de ser os primeiros a mapear o centro oeste, uma fronteira inóspita, desconhecida e selvagem. O filme é pequeno pro feito, muito ainda há que ser dito, mas é essencial pra um relato histórico. Eles que foram ecologistas e ambientalistas antes que a nomenclatura sequer fosse usada, foram de feitos heróicos, mais não heróis. Homens comuns, com dicotomias e torpezas, mas nobres e grandiosos na atitude. A ação fundamental está na existência do Parque Nacional do Xingu, no Pará, que hoje é real. No elenco, Felipe Camargo surpreende. O ator João Miguel (sensacional) que sempre imprime densidade a cena e Caio Blat que revela o que até então poucos sabiam, um terceiro irmão que sai da equipe por se relacionar com uma índia. Corra! (Ismaelino Pinto)

MALUCO BELEZA

Cinema é feito de imagens, documentários de verdades. Sim para o primeiro e talvez para o segundo. Ao escolher um tema, um diretor de documentário, a principio, deve gostar muito do assunto/pessoa do argumento. Mas o tal distanciamento onde vai parar?. Como fica a verdade absoluta que cada um deve ter?. Em “Raul – O inicio, o fim e o Meio”, Walter Carvalho, conseguiu um grande feito. Se mostrar tiete do cantor, mas se manter distante do homem que fez da vida um mar de loucura e sonoridades. O que se vê no filme são imagens reais numa seleção assombrosa de pesquisa que inclui muita coisa inédita e do tempo quando Raul não era ainda o Seixas. Os entrevistados que conheceram o cantor é que dão o tom da persona e das situações, aí entra Carvalho com uma montagem correta que traça o perfil senão pretendido, mas fiel e verdadeiro do que homem que se dizia “a mosca que sentou na sopa”. Vale a cena de Paulo Coelho, o agora mago que antes fazia carnificina de oferendas pra uma seita satânica. Agora, o filme deveria se chamar “As mulheres de Raul”, quando ficamos sabendo que o “maluco beleza” teve tantas, mas tantas esposas em tem pouco tempo. Como deve ser um bom documentário, ao acender as luzes do cinema, tirem suas conclusões.(Ismaelino Pinto)

SEMINÁRIO - 100 ANOS DE CINEMA OLYMPIA

24 DE ABRIL DE 2012 - 100 ANOS DO CINEMA OLYMPIA
Dentro das comemorações do aniversário de 100 anos do cinema Olympia, que acontecerá no dia 24/04, será realizado de 20 à 22 de abril o o seminário “O Primeiro Século do Cinema Olympia: Histórias, Desafios e Perspectivas”. O seminário é uma parceria da Associação dos Criticos de Cinema do Pará (ACCPA), Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências das Arte e Curso de Bacharelado em Cinema e Audiovisual com realização no cinema Olympia através da Prefeitura de Belém/FUMBEL. Confira a programação completa a seguir. As inscrições para o seminário estão abertas no endereço www.cinemaufpa.blogspot.com.br

Programação:

- 20 de Abril 2012 (Sexta-feira)
Local: Espaço Cultura Cinema Olympia
8h – Credenciamento

8h30 – Abertura – Pronunciamentos Oficiais: UFPA, PMB, ACCPA

9h – Conferência de Abertura “A História do Cinema Olympia – entre o passado e o futuro”
Conferencista: Pedro Veriano - Médico, jornalista, critico de cinema (ACCPA) e pesquisador de cinema com três livros publicados sobre o assunto ("A Critica de Cinema em Belém", "Cinema no Tucupi" e "Fazendo Fitas"). Colunista de cinema em "A Província do Pará" de 1963 a 2001. Responsável pela coluna de cinema de "A Voz de Nazaré".

10h30 – Intervalo

11h – Conferência “As Musas do Cinema Olympia”
Conferencista: Luzia Miranda Álvares – Professora da UFPA, doutora em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (2004). É crítica de cinema (ACCPA) desde 1972 e articulista de temas sobre política das Organizações Rômulo Maiorana. Faz parte da diretoria da Associação Brasileira de Ciência Política-ABCP.

12:30h – Intervalo para Almoço

14:30h – Mesa Redonda “O Futuro que Queremos para o Cinema Olympia”
Debatedores:
Ana Cláudia Melo – Mestre e Especialista em Cinema (Unisinos-RS), professora e coordenadora do Curso de Bacharelado em Cinema Audiovisual,
Filomena Mata – Arquiteta e Coordenadora do Programa Monumenta em Belém
Afonso Galindo – Documentarista e Coordenador do Núcleo de Produção Digital do Instituto de Artes do Pará
Abel Loureiro – Vereador de Belém e autor do Projeto de Lei que torna o Cinema Olympia Patrimônio de Belém.
Mediadora: Ana L. Lobato – Professora Doutorado do Curso de Cinema e Audiovisual da UFPA.

16h - Intervalo

16h30 – Mesa Redonda “A Exibição e Distribuição na Indústria Cinematográfica Brasileira: eis a questão”
Debatedores:
Alessandra Meleiro – Professora da UFF. Pós-doutora pela University of London (Media and Film Studies).
Frederico Machado – Cineasta, diretor e distribuidor da LUME Filmes.
Augusto Pacheco – Programação Cine Estação
Patricia Lio – Programação Cine Líbero Luxardo
Mediador: Marco Antônio Moreira – Crítico de Cinema (ACCPA)

Encerramento: 18h

- 21 de Abril ( Sábado)
10:30h – Mesa Redonda “A Crítica no Cinema Brasileiro”
Debatedores:
Luiz Zanin - Jornalista, críticos de Cinema do Jornal O Estado de São Paulo.
Maria do Rosário Caetano – Jornalista.
Marco Antonio Moreira - Crítico de Cinema (ACCPA). Escreve sobre cinema desde 1978. Formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Marketing.
Mediador: Arnaldo Prado Jr. Crítico de Cinema (ACCPA).

12h30 - Intervalo para Almoço

14:30h – Conferência “Os Cinemas de uma época”
Conferencista Pere Peti - Professor da Faculdade de História da UFPA, doutor em História Econômica pela USP, mestre pela Universidad Central de Venezuela, formado em História Contemporânea pela Universitat de Barcelona.

16h – Intervalo

16:30h – Mesa Redonda “Viver de Cinema e Viver por Cinema”
Debatedores: Adriano Barroso (Ator/Realizador)
Jorane Castro (Professora da UFPA e Cineasta)
Fernando Segtowick (Jornalista e Cineasta)
Nilza Maria (Atriz).
Mediadora: Adelaide Oliveira (Jornalista/ Presidente da Funtelpa)

18h – Encerramento

- 22 de Abril (Domingo)
10h30– Mesa Redonda “A Música e o Cinema”
Debatedores:
Salomão Habbib - professor do Curso de Música e compositor
Urubatan Castro - professor de Música da UEPA
Robenáre Marques – professor de Música e autor da composição que marca o Centenário do Cinema Olympia.
Mediador: Ricardo Harada – professor do Curso de Cinema da UFPA

12h30 – Almoço

14:30h – Palestra “Do Cinema do Século XXI ao Cinema Digital”
Palestrantes:
Marco Antonio Moreira - Crítico de Cinema (ACCPA). Escreve sobre cinema desde 1978. Formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Marketing.
Arnaldo Prado Jr. – Crítico de Cinema (ACCPA). Professor co-orientador de TCC sobre cinema Engenheiro Civil formado pela UFPA. Professor da Faculdade de Computação da UFPA(Aposentado).

16h – Intervalo

16:30h – Palestra “Cinema Olympia : Registro de uma História Cultural”
- Palestrantes : Pedro Veriano /Luzia Álvares

18h – Encerramento

18h30 – Entrega dos certificados de participação do seminário

* Programação sujeita a alterações.

"A SEPARAÇÃO" - NOTÍCIAS DO MUNDO ISLÂMICO

O cinema iraniano alcançou prestígio como um dos melhores do mundo através de cineastas como Abbas Kiarostami (Gosto de Cereja,1996), Jafar Panahi (O Balão Branco, 1994), Samira Makhmalbaf (A Maçã, 1997), Bahman Ghobadi (Ninguém Sabe dos Gatos Persas, 2009), Mohsen Makhmalbaf (Gabbeh,1996) dentre outros. É um cinema que se afirma não pelo aparato técnico ou quantitativo da produção, mas com toda certeza pelos temas de cunho humano sobre liberdade e direitos individuais trazidos à tona para reflexão. De fato, a cinematografia iraniana também sofreu todas as conseqüências negativas após a sangrenta Revolução Islâmica de 1979, que culminou com a deposição do xá Reza Pahlevi e a tomada do poder comandada pelo aiatolá Khomeini. Instaurou-se a República Islâmica do Irã, uma teocracia onde a lei suprema é regida pelo Alcorão e suas complexas interpretações. Começava a era dominada pelo fundamentalismo e fanatismo cego do Islã em que palavras como Liberdade e Direitos Civis tem um significado muito diferente daquele que imaginamos.
“A Separação” (Irã/2011) do diretor Ashgar Farhadi trata justamente sobre liberdade de ir e vir, sobre a vontade e o livre-arbítrio da personagem Namin que tenta sair do país rumo ao ocidente e quer levar a filha Termeh, mas não consegue sem a permissão do marido Nader. Este é o ponto de partida de um drama aparentemente pessoal que na verdade é um dilema que alcança a família inteira e conflita diretamente com as leis e códigos do Islã, e atinge nosso senso de liberdade e democracia num choque cultural direto e nos dá uma vaga idéia de como funciona o sistema do mundo islâmico sem as distorções da lente ocidental. É um microcosmo mostrado por quem tem conhecimento de causa e reflete o universo por vezes cruel do mundo islâmico.
Ashgar Fahradi não foge ao estilo genuinamente simples e ao mesmo tempo rico da estética iraniana, pois ao tirar os véus que encobrem o cenário do Irã do século XXI, mostra-nos uma realidade complexa e assustadora do país dos mulás e aiatolás, onde as coisas não se resolvem tão facilmente. Situações que parecem corriqueiras para a mentalidade ocidental, como a separação de um casal e a guarda da filha, assumem a forma de um monstro invisível com várias garras que imobilizam principalmente a mulher e a criança dentro da sociedade patriarcal e islâmica. É perceptível nas personagens como os códigos e dispositivos do Islã são cobrados recíprocamente no quotidiano dos indivíduos. Essa patrulha religiosa é tão pior quanto uso do chador e do véu pelas mulheres como símbolos da opressão e autoritarismo, e não apenas como perpetuação das tradições.
A narrativa é repleta de pistas que nos deixam perplexos quanto ao poder da religião sobre o interesse coletivo e individual. Namin quer deixar o país rumo ao “exterior” para não deixar sua filha “naquelas condições”, aqui estão implícitos o ocidente e a opressão. O próprio pai reconhece que a lei desenhada pela religião é arbitrária e não pondera.
O filme de Ashgar Farhadi teve uma visibilidade mundial e nos mostrou uma realidade impactante. Talvez ele venha a pagar um preço alto por isso, como tantos outros artistas, intelectuais e artistas que vivem sob o regime fechado do Irã.
O desfecho desse drama não apresenta o fim que desejamos, porém, com certeza, ao término do filme deixamos a sala pensando sobre conceitos tão antagônicos entre ocidente e oriente no que se refere à vida social, econômica e política e o quanto não dos damos conta do valor da liberdade e democracia em que vivemos no Brasil. (Elias Neves)

terça-feira, 10 de abril de 2012

"A SEPARAÇÃO" NO CINE ESTAÇÃO

“A Separação”(Jodaeiye Nader az Simin) foi o justo vencedor do Oscar para filme estrangeiro. Em se tratando o Irã, país teocrático, espanta por mostrar uma liberdade de expressão incomum. Quando a mulher se prepara para viajar o marido alega a doença do pai e a rusga encaminha o casal ao divorcio. Enquanto se discute os direitos das partes ele, marido, contrata uma empregada para tomar conta do velho doente. Só que a empregada assume o cargo sem dizer ao marido dela. E está gestante. Um acidente faz com que aborte e culpe o patrão (que a teria empurrado numa escada). O caso vai parar no tribunal. E a esposa que já saíra de casa reaparece para ver o circo pegar fogo. Ela quer ao menos que a filha do casal se decida por sua guarda (estava com o pai). Mas o filme termina com a garota falando ao juiz, sem que a objetiva (e nós espectadores, obviamente) tenham ingresso à essa conversa.
No caso de um filme de autor como este, de Asghar Farhadi, tudo deve funcionar. E funciona. O espectador parece estar diante de um documentário legal. E nele se insere elementos culturais específicos. A religião é evocada pelo marido da empregada, por ela e até mesmo pelo casal que se está separando. Os pecados diante de Alá ficam, aos olhos de quem está no cinema, sem culpados específicos. Quem é responsável pela situação dramática que envolve pelo menos 5 personagens (marido,mulher, filha,empregada, marido da empregada)? Todos têm as suas razões e o roteiro prudentemente não fecha. O filme é um questionamento. E pode ganhar foros estrangeiros se descontadas posturas especificas levantadas pela serviçal que acaba sendo alvo de reclamos violentos do esposo. Separar, na receita iraniana, é doer.E na linguagem cinematográfica especifica é ao mesmo tempo riqueza e modéstia, um exemplo de como fazer cinema sem efeitos especiais e sem gastar muito.(Pedro Veriano)

"IRENE, A TEIMOSA" NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 14/04/12

"IRENE, A TEIMOSA"
Original: My Man Godfrey/EUA,1936
Direção de Gregory LaCava
Roteiro de Morrie Ryskind,Eric Hatch e La Cava baseado no romance de Hatch.
Elenco: William Powell, Carole Lombard, Alice Brady, Eugene Paletti e Mischa Auer.
Argumento: Na época da grande de depressão econômica jovens ricas concebem uma brincadeiras que é “adotar” um mendigo. Saem às ruas e acham o ideal em Godfrey(Powell) sem saber que ele é um excêntrico intelectual que estuda a pobreza. O que acontece quando o “mendigo”conhece a família Bullock culmina quando se sabe que o patriarca está em dificuldades financeiras e no fim das contas é o visitante quem vai tirá-lo da situação e até candidatar-se a seu gênro.
Importância Histórica : A chamada “comédia sofisticada”(ou “screwball”) gerou muitos filmes mais que divertidos. Gregory LaCava era um especialista no gênero e começou carreira como desenhista tendo participado de animações de Walter Lantz. Apesar de se dar melhor em comédias fez alguns filmes de outros gêneros como “No Teatro da Vida”(Stage Door). Fez cerca de 170 títulos entre curta e longa metragem. Este “Irene” foi um dos que soube explorar os desvios do sistema capitalista lembrando os trabalhos de seu colega Frank Capra. Morreu aos 60 anos depois de ter começado “Venus,a Deusa do Amor”(Touch of Venus/1948) que acabou nas mãos do colega William A. Seiter.

SESSÃO ACCPA/IAP
"IRENE, A TEIMOSA"
AUDITÓRIO DO IAP (INSTITUTO DE ARTES DO PARÁ)
SEGUNDA DIA 16/04/12
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
LIVRE
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA (ASSOCIAÇÃO DE CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

"UM BURGUÊS MUITO PEQUENO" NA SESSÃO CULT DIA 14/04/12

UM BURGUÊS MUITO PEQUENO
Original: Un Borghese Piccolo Piccolo-Itália, 1977
Direção de Mario Monicelli
Roteiro de Sergio Amidei, Vicenzo Cerami e Mario Monicelli.
Elenco: Alberto Sordi, Shelley Winters, Vicenzo Crocitti, Romolo Valli, Renzo Carboni.
Argumento: Giovanni Vivaldi(Sordi) ambiciona um futuro brilhante para seu filho. Ele, escriturário de uma firma, incita o jovem a estudar e se candidatar a um posto num banco. Mas na hora de se apresentar ao emprego o rapaz é morto por assaltantes. A mulher de Giovanni resta inválida em cadeira de rodas e ele só tem um objetivo na vida: vingar a morte do filho, perseguindo o assaltante.
Importância Histórica : Mario Monicelli, um dos grandes nomes do cinema italiano em pelo menos 3 décadas, suicidou-se em 2010 aos 95 anos. Fez muitas comédias como “O Incrível Exército Brancaleone”, mas em muitas dessas comédias transpirava amargura. Um de seus últimos trabalhos demonstrava isso: ”Parente, Serpente”. E neste “Um Burguês...” as expressões hilárias de Alberto Sordi acabam demonstrando o desespero de uma classe social. O filme, o diretor e o ator ganharam os prêmios David di Donatello, o maior da Itália, e Monicelli chegou a ser candidato ao Oscar do ano.

SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
"UM BURGUÊS MUITO PEQUENO"
CINE LÍBERO LUXARDO
SÁBADO DIA 14/04/12
HORÁRIO : 16H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS

"JOGOS VORAZES"

Não lembro de filmes que mostrassem o futuro da humanidade de modo lisonjeiro. Há visões de guerras nucleares (“O Planeta dos Macacos”, ”Os Últimos Cinco”, ”Eu Sou a Lenda”), há ditaduras dramáticas (“1984”,”THX”), há conflitos interplanetários (“A Guerra dos Mundos”,”Independence Day”) , há desastres siderais (“Impacto Profundo”, “O Fim do Mundo”) enfim, há uma aposta firme no apocalipse, não necessariamente o descrito por São João mas, de alguma forma, evidencia-se o destino triste da humanidade. “Jogos Vorazes”(The Hunger Games/EUA,2012) se insere neste quadro. O cenário é pós-conflito nuclear (ou o que possa ter destruído civilizações). No que resta dos EUA, um país chamado Panem (de “panem et circus”), o povo é brindado com um tipo de diversão que visa minorar o sentimento de revolta contra o passado belicoso que fez um abismo maior entre ricos e pobres. Este “circo”, à maneira do romano antigo, chama-se “jogos vorazes” (hunger games). Cada distrito elege dois representantes (um homem e uma mulher) para a competição. E a competição nada mais é do que uma caça acompanhada pelas câmeras de TV para um tipo de “reality show”(uma espécie de Big Brother ou do que se viu em “O Show de Truman”). Um componente tem que matar o outro para ganhar ponto. E os representantes dos distritos vão afunilando o processo, com o grande final disputado entre os dois sobreviventes. O jogo é renovado anualmente com muitos patrocinadores e uma grande plateia, mesmo distante das telas de TV.
A ideia partiu da escritora Suzanne Collins, que ajudou no roteiro do filme dirigido por Gary Ross (de “A Vida em Preto e Branco”). Ela é a nova campeã de venda de livros no mercado norte-americano, ganhando o terreno da conterrânea Stepheny Meyer autora da franquia “Crepusculo” (Twilight). Este seu “Jogos...” mereceu 3 volumes e o filme ora em cartaz internacional é baseado no primeiro. Focaliza a jovem Katniss (Jennifer Lawrence, atriz candidata ao Oscar pelo desempenho em “Inverno da Alma”-Winter’s Bone/EUA, 2010), voluntária na participação para substituir a irmã mais nova que foi sorteada e não tem recursos físicos para a luta. Competindo com ela no distrito de numero 12 está Peeta (Josh Huttcherson), colega de escola, que exibe um temperamento tímido e logo mantém uma relação amistosa com a colega amargando a ideia de que pode ser seu algoz ou sua vitima.
O espectador não tem dificuldade em imaginar que o casal evidenciado é quem vai ficar para a prova final do jogo. Mas apesar de se vislumbrar um romance entre eles, embora Katniss tenha deixado um namorado na sua terra, há sempre a expectativa de que possa ser diferente esse novo horizonte.
O enredo, apesar de enquadrado no pessimismo que alertei antes, não deixa de ser mais imaginoso do que os vampiros e lobisomens de Meyer. E o filme ganhou um bom elenco (Jennifer é ótima atriz), uma direção de arte esmerada, e uma narrativa dinâmica que faz o espectador não sentir a metragem além de duas horas de projeção. Isso em se tratando de um enfoque que privilegia a aventura e um idílio previsível é muito louvável. Ate os tipos extremamente delineados como o do presidente de Panem, (Donald Sutherland) e o apresentador do teleprograma (Stanley Tucci) colaboram para um resultado acima da média. O que salta no rol das falhas passa primeiro pela falta de explicação em muitos momentos. Mas está claro que muita coisa faz parte do jogo, como a ajuda dos patrocinadores aos seus favoritos e que pode mudar o rumo da aventura de seus beneficiados. Há feras virtuais jogadas no cenário que, apesar de fantasias, parecem atacar personagens como animais verdadeiros. E na parte pitoresca, correndo bem com a presença de tipos cariatos como o interpretado por Elizabeth Banks, falta a publicidade que o diretor do programa tanto persegue. Mas a analogia com o circo romano é muito boa, apresentando a sintonia com os nomes de personagens como Caesar, Claudius, Sêneca, Cinna, Flavius e Octavia. O que não se sabe é se a filmagem dos outros livros vai manter o patamar da qualidade deste primeiro. Afinal, ”Jogos Vorazes” surpreendeu.(Luzia Álvares)

FESTIVAL DO CENTENÁRIO DO CINE OLYMPIA

O cinema Olympia comemora seu centenário. Está entre os mais antigos do mundo se contabilizado os fatos de que jamais saiu do lugar (ou mesmo sofreu ampliações), não mudou o nome e nem parou por mais de 8 meses. Esta recorde que orgulha os paraenses culminará no próximo dia 24, a data do invejável aniversário.
Um programa especial de exibições de filmes foi marcado para festejar o centenário. E o critério da escolha dos títulos foi baseado no que cada um representou na história da casa. Os organizadores não vão se limitar a isso. Depois haverá um programa com base na escolha feita pelos frequentadores desse cinema, seguindo-se uma semana de filmes mudos, sugestão também de frequentadores, exibindo-se algumas produções com interpretações de astros como Rodolfo Valentino, Pola Negri, Douglas Fairbanks, sem esquecer os comediantes imortais como Max Linder, Charles Chaplin, Buster Keaton, Harold Lloyd ou o Gordo (Oliver Hardy) e o Magro (STan Laurell). Tudo com base em programas exibidos pelo próprio Olympia em várias épocas.
Na mostra atual, iniciada na 3ª feira última com “Alvorada do Amor”(por ser o primeiro filme sonoro a ser lançado em Belém), foi exibido em caráter especial por se tratar da Semana Santa, “O Evangelho Segundo S. Mateus”(Il Vangello Secondo Mateo/Itália, 1964) de Pier Paolo Pasolini. No sábado será a vez de “A Volta ao Mundo em 80 Dias”(Around the World in 80) Days/EUA/ 1956) de Michael Anderson, escolhido por ter sido o filme que inaugurou as poltrinas estofadas e ar condicionado da sala. Em seguida será a vez de “Sinfonia de Paris”(An American in Paris/EUA, 1951) musical muito aplaudido e vencedor do Oscar com direção de Vincente Minnelli e Gene Kelly. Os demais programas são: “Neste Mundo e No Outros”(A Matter of Life and Dead/Ingl 1946) de Michael Powell e Emeric Pressubuger, cativante sátira inglesa à própria cultura do país na visão de um soldado que teria de morrer na 2ª Guerra e, por ter escapado e ser inglês, merece uma perseguição espiritual. Finalmente, serão exibidos “Viridiana”, primeiro filme das matinais “cinema de arte”ocorridas nos sábados de manhã entre 1997/98, “O Império dos Sentidos” (Taho no Akaba/Japão, 1973) de Nagisa Oshima, o titulo que marcou o fim da censura exacerbada no governo militar, e “Syriana”(2005) de Stephen Gagham titulo que seria o ultimo do tradicional cinema se o prefeito da cidade não interferisse (em 2006).
A mostra dos espectadores, composta de títulos sugeridos pelos que frequentaram as sessões do Olympia ao longo dos anos, está composta dos seguintes títulos: “Rocco e seus Irmãos”(Rocco i suo Fratelli/Itália, 1960); “Rebeca, a Mulher Inesquecivel” (Rebecca/EUA,1940) de Alfred Hitchcock; “O Sexto Sentido”(The Sixth Sense/EUA,1999) de M.Night Shyamalan; “La Violetara”(Espanha, 1958) de Luis Cesar Amadori; ”A Noviça Rebelde”(The Sound of Music/EUA,1965) de Robert Wise; “Quanto Mais Quente Melhor”(Some Like it Hot/EUA,1959)de Billy Wilder; “Pacto Sinistro”(Stranger in a Train/EUA, 1951) de Alfred Hitchcock; “Macunaíma”(Brasil, 1970) de Joaquim Pedro de Andrade; “A Rosa Púrpura do Cairo”(The Purple Rose of Cairo/EUA, 1985) de Woody Allen, “Zelig”(EUA,1983) de Woody Allen,”Romeu e Julieta”(Romeo i Giulietta/Itália 1953)De Renato Castellani,e “O Cangaceiro”(Brasil, 1953) de Lima Barreto.
Além dessas mostras haverá uma especial dedicada aos filmes do período silencioso. Devem figurar: “Os 4 Cavaleiros do Apocalipse”(The Four Horsemen of the Apocalpse/EUA,1921) de Rex Imgram com Valentino e Alice Terry; “A Mulher na Lua” (Women in the Moon/Alemanha, 1928 )de Fritz Lang, “Ben Hur”(EUA/1923) de Fred Niblo com Ramon Novarro; “Casamento ou Luxo”(A Woman of Paris/EUA,1923) de Charles Chaplin; e “Lirio Partido”(Broken Blossons/EUA,1921) de David Grifith com Lilian Gish.
Mas nem só de filme estrangeiro será festejado o centenário do Olympia. Está sendo ppreparada uma semana de filmes paraenses, onde os longa metragens de Líbero Luxardo e documentários e ficção dos nossos curtametragistas farão a nossa presença cinematográfica nessa festa cultural e do coração. Aguardem.(Luzia Álvares)

"CARMEM" DE CARLOS SAURA NA SESSÃO ACCPA/SESC DIA 11/04/12

"CARMEM"
Direção : Carlos Saura
Ano de produção : 1983
Sinopse : Filme que integra a trilogia musical sobre o flamenco do diretor. Um grupo de dançarinos flamencos prepara uma versão da ópera Carmen, de Bizet. O coreógrafo acaba se apaixonando pela dançarina principal e a romance do casal encontra se confunde com a história de Bizet.

SESSÃO ACCPA/SESC
"CARMEM"
CINE SESC BOULEVARD
(em frente à ESTAÇÃO DAS DOCAS)
DIA 11/04/12 (QUARTA-FEIRA)
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
APOIO : ACCPA

"ELSA E FRED" NA SESSÃO ACCPA/SARAIVA DIA 10/04/12

"ELSA E FRED"
Original: Elza y Fred- Argentina 2005.
Direção de Marcos Carnevale.
Roteiro de Marcela Guerty e Marcos Carnevale.
Elenco: Manuel Alexandre, China Zorilla, Blanca Portillo.
Argumento: Com 75 anos o hipocondríaco Fred muda-se para um apartamento em Madrid e através da filha conhece a vizinha Elza com quem passa a conviver e compartilhar suas manias e afeição.
Importância Histórica : O cinema argentino é prodigo na abordagem de temas relacionados a idosos. Este é um dos mais cativantes. Vencedor de 7 prêmios, incluindo o Condor de Prata(o maior do cinema portenho) à atriz China Zorilla, foi candidato a mais 7 troféus além de receber boas criticas nos EUA e Europa. É um dos mais sensíveis a tratar personagens que procuram se desvencilhar de memórias e enfrentar a vida presente.

SESSÃO ACCPA/SARAIVA
"ELSA E FRED"
DIA 10/04/12
ESPAÇO BENEDITO NUNES (LIVRARIA SARAIVA)
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
APOIO : ACCPA

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