segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"PAISAGEM NA NEBLINA" DE THEO ANGELOPOULOS NA SESSÃO CULT DIA 04/02/12



"PAISAGEM NA NEBLINA"
Original: Topio Stin Omichi – Grécia, 1988
Direção: Theo Angelopoulos
Com Tania Palaiologou e Michalis Zeke.
Sinopse: Dois irmãos ainda crianças partem da Grécia em um trem para a Alemanha, onde esperam encontrar o pai que nunca conheceram. Durante a viagem, eles enfrentam sérias dificuldades e são obrigados a amadurecer.
Importância Histórica: Vencedor do Leão de Prata no Festival de Veneza e eleito como melhor filme pelo European Film Award, “Paisagem na Neblina” consolidou o estilo humanista e introspectivo do cineasta Angelopoulos, conquistando a crítica mundial que na sua maioria, indica este seu trabalho como uma obra-prima do cinema. Exibido no Brasil somente nos anos 90, este filme colaborou para revelar ao público brasileiro o talento e a genialidade de Theo Angelopoulos que anos depois realizaria “Um Olhar a Cada Dia”, uma das mais belas homenagens ao cinema e “A Eternidade e um Dia” que venceu a Palma de Ouro de melhor filme no Festival de Cannes. A exibição deste filme é uma homenagem da ACCPA ao diretor Theo Angelopoulos que faleceu no dia 24/01/12.

SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
"PAISAGEM NA NEBLINA"
CINE LÍBERO LUXARDO
SABÁDO DIA 04/02/12
HORÁRIO : 16H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO PRESENTE E CRÍTICOS DA ACCPA

"O PASSO SUSPENSO DA CEGONHA" DE THEO ANGELOPOULOS NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 06/02/12


"O PASSO SUSPENSO DA CEGONHA"
Título Original: To Meteoro Vim atou Pelargou – Grécia/1991
Direção: Theo Angelopoulos
Elenco: Marcelo Mastroianni, Jeanne Moreau.
Sinopse : Um jovem repórter enviado para a fronteira da Grécia, descobre uma vida, uma face e uma viagem. Na pequena vila que é quase como o fim do mundo, vivem refugiados de diferentes nacionalidades. Eles tem um só sonho: partir para recomeçar a vida em outro lugar. Um senhor idoso que vive ali e cultiva batatas, intriga o repórter: ele pensa reconhecer nessa face uma personalidade política que desapareceu há algum tempo em circunstâncias misteriosas e razões obscuras.
Importância Histórica: Realizado em 1991, após o grande sucesso de crítica de “Paisagem na Neblina”, este trabalho reforçou a qualidade do cinema de Angelopoulos ao tratar de um assunto ao mesmo tempo humano e político, revelando os anseios das pessoas que tiveram suas liberdades limitadas e que sonhavam com novos caminhos. Selecionado para o Festival de Cannes no ano de sua produção, “O Passo Suspenso da Cegonha” não foi lançado nos cinemas brasileiros. A exibição deste filme é uma homenagem da ACCPA ao diretor Theo Angelopoulos que faleceu no dia 24/01/12.

SESSÃO ACCPA/IAP
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
(AUDITÓRIO DO IAP - INSTITUTO DE ARTE DO PARÁ)
"O PASSO SUSPENSO DA CEGONHA"
SEGUNDA-FEIRA DIA 06/02/12
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS

CONTINUAÇÃO DA MOSTRA ACCPA MELHORES DE 2011

CONTINUAÇÃO DA MOSTRA ACCPA MELHORES DE 2011 -CINE LÍBERO LUXARDO :

Dia 01/02 - Cisne Negro (16 e 19h)

Dia 02/02 – Cópia Fiel (16 e 19h)

Dia 03/02 - A Fita Branca (16 e 19h)

Dia 04/02 – Tio Boonmie (19h)

Dia 05/02 – A Árvore da Vida (15:30 e 18:30h)

No domingo dia 05/02, entre a primeira e segunda sessão de A ÁRVORE DA VIDA, críticos da ACCPA realizarão um debate sobre todos os melhores filmes do ano dando destaque ao filme A ÁRVORE DA VIDA.

sábado, 28 de janeiro de 2012

THEO ANGELOPOULOS



Memória/Theo Angelopoulos
No Dia 24/01/12 o mundo do cinema teve uma triste notícia: a morte do grande cineasta grego Theo Angelopoulos. Nome fundamental no cinema contemporâneo, Angelopoulos foi um diretor que respeitou o cinema como uma arte em busca de perguntas e respostas ao universo humano. Seus filmes tratavam da busca do homem pela harmonia, pela felicidade, pelo sonho de ser. Usando a imagem como elemento estético de poesia tanto quanto os diálogos, seus filmes são marcados pelas longas sequências sem cortes que dimensionam o roteiro e permitem que o espectador sinta a cena com toda a força dramática que tem. Outro elemento básico no seu cinema,é o silêncio que muitas vezes significava mais do que mil palavras dentro da cena criada. Sua sensibilidade de equilibrar longas sequências sem cortes, com diálogos cheios de poesia, silêncios com significação, gerou inúmeras cenas antológicas para o cinema. E assim, seu nome e cinema, foram conquistando a crítica mundial especialmente a partir de “A Viagem dos Comediantes” realizado em 1975 e ainda inédito no mercado brasileiro. Mas a evolução de sua proposta de cinema não parou, elaborando temas humanistas e também políticos em seus próximos trabalhos. Em 1980, ele realiza outro grande filme, “Alexandre, O Grande”, onde ele mistura referências mitológicas com a dura realidade da civilização moderna que diminui a construção do aprendizado, do pensamento. Com “Paisagem na Neblina” de 1988, ele realizou uma obra-prima sensível ao acompanhar a busca de casal de irmãos pelo pai que nunca conheceram. Jamais esquecerei a primeira vez que vi este filme no cinema, impressionado com a estética do diretor e a enorme sensibilidade de contar uma história tão humana e tão real. Com “Um Olhar a Cada Dia”, Angelopoulos realizou uma metáfora sobre a busca humana em ser, em existir, homenageando ao mesmo tempo a importância do cinema como arte de transformação, de referência ao descobrimento de novos caminhos da saga humana. Muitas vezes transmitindo uma melancolia sem fim em seus filmes, Angelopoulos queria provocar e ao mesmo tempo conquistar o espectador com seus temas e seu estilo. A calma e a paciência que ele criava e instalava em cada cena, permitia uma conexão absoluta com o espectador que sentia cada momento, cada diálogo, cada sequência registrada. Ao conhecer melhor sua obra, senti similaridades com o cinema de dois grandes gênios do cinema, Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, que em toda a sua filmografia, também desenvolveram um cinema de introspecção, de reflexão, de respeito à arte. Por isso, a perda de Angelopoulos agora é muito significativa. O cinema de hoje ainda precisava do gênio de Angelopoulos para nos lembrar da sua força e significância. Ao meu ver, poucos cineastas modernos enxergaram na sétima arte um meio de comunicação com as questões humanas de uma forma tão particular, poética e sensível. Felizmente, a obra deste genial diretor é eterna e sempre servirá de referência. Como indicação aos leitores, relaciono abaixo os filmes deste grande cineasta disponíveis em DVD para que sejam vistos como uma homenagem a obra deste gênio do cinema:
- “Paisagem na Neblina” (1988)
- “O Passo Suspenso da Cegonha”(1991)
- “Um Olhar em Cada Dia”(1995)
- “A Eternidade e um Dia”(1998)
- “Cada um com seu Cinema”(2007)(episódio)
(Marco Antonio Moreira)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

NA TELONA, CINCO GRANDES FILMES DE 2011



As obras foram votadas pela Associação dos Críticos de Cinema do Pará e estão em cartaz no Cine Líbero Luxardo até domingo.
A partir desta quarta-feira até o próximo domingo, vale a pena ver de novo alguns dos melhores filmes de 2011 na opinião de algumas publicações e críticos de cinema. Tendo como base a eleição que é realizada há 49 anos pela Associação de Críticos de Cinema do Pará, uma mostra exibirá o existencialista A Árvore da Vida, o ‘cult’ Cinema Socialismo, o onírico “Meia Noite em Paris”, o fantástico Melancholia e o poético Em Um Mundo Melhor.
Os cinco filmes fizeram parte da lista final de melhores do ano da ACCPA, que ainda teve, entre outros, filmes elogiados como A Fita Branca, de Michael Haneke, e Cópia Fiel, Abbas Kiarostami e A Pele que Habito de Pedro Almodóvar. Como o tempo que se dispunha para exibir a mostra era curto – apenas cinco dias – a associação de críticos optou por selecionar filmes mais recentes, ou que tiveram uma passagem mais ‘breve’ pelas salas do circuito comercial e alternativo na cidade.
Apesar de não figurar como um dos candidatos ao Oscar, a premiação mais importante da industria cinematográfica, A Árvore da Vida de Terrence Malick ganhou a palma de ouro em Cannes e é certamente um dos filmes mais instigantes dos últimos anos. Escrito e dirigido por Malick, o longa expande as fronteiras de um conflito familiar para uma viagem pela história da vida, na busca pelo amor altruísta e o perdão, acompanhando o crescimento do filho mais velho de uma família americana.
Protesto filmado
Amanhã será exibido Filme Socialismo, o mais recente trabalho de Jean Luc Godard. Nessa obra do autor francês que foi um dos percussores da Nouvelle Vague, os passageiros de um cruzeiro debatem sobre história, política e geometria, enquanto uma festa gravada com câmera doméstica transcorre. Sem ordenamento narrativo, Godard vai jogando na tela seu discurso, e retransmitindo através da fala de variados personagens sua insatisfação com a sociedade contemporânea.
Autor, comediante, escritor e artista consagrado, Woody Allen renovou sua arte com Meia Noite em Paris, um filme nostálgico e profundamente sensível. Owen Wilson é Gil, um escritor que sempre idolatrou escritores americanos como Hemingway e quis ser como eles, mas só conseguiu ser um roteirista fracassado em Hollywood. Mas a sorte dele está prestes a mudar quando, em Paris, mergulha num universo novo que irá atiçar sua criatividade.
Polêmico, Melancholia rendeu prêmios para a atriz Kirsten Dunst e é descritor pelo seu autor, o cineasta criador do Dogma 95 Lars Von Trier, um ‘belo filme sobre o fim do mundo’. Produção dinamarquesa que venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro no ano passado, Em Um Mundo Melhor encerra a mostra. O filme conta a saga de um médico que trabalha em um campo e refugiados na África, e seu relacionamento com os filhos, sendo que um sofre bullying na escola.
A mostra é uma parceria da associação com o Cine Líbero Luxardo, com entrada franca e sessões começando sempre às 19h. Antes da exibição de cada filme, haverá uma apresentação que será realizada pelos críticos da ACCPA. (Lorenna Montenegro)

SERVIÇO:
Mostra Melhores filmes de 2011 eleitos pela ACCPA. A partir de hoje, DIA 25/01,às 19h no Cine Líbero Luxardo (Av. Gentil Bittencourt, 650 – Centur). Entrada Franca.
Filmes inadequados para menores de 12 anos.

PROGRAMAÇÃO
Hoje, 25
A ÁRVORE DA VIDA de Terrence Malick
Quinta, 26
FILME SOCIALISMO de Jean-Luc Godard
Sexta, 27
MEIA NOITE EM PARIS de Woody Allen
Sábado, 28
MELANCHOLIA de Lars Von Trier
Domingo, 29
EM UM MUNDO MELHOR de Suzanne Bier

*ANTES DA SESSÃO, APRESENTAÇÃO DOS FILMES PROGRAMADOS PELOS CRÍTICOS DA ACCPA.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

"2 COELHOS"

COELHOS AO MOLHO TARANTINO
A nova safra de diretores brasileiros surgida nos últimos anos tem buscado inovar através da linguagem e da técnica, e o público parece tomar gosto pelo cinema made in Brazil. Foi assim com “Cidade de Deus” (2002) de Fernando Meirelles, talvez o maior exemplo desse fenômeno. Esta linguagem e técnica comum nas produções americanas, agora utilizados para contar nossas histórias, arrancam do espectador frases ingênuas do tipo: “nem parece filme brasileiro!!” Se isso é bom ou ruim, não cabe a mim aqui julgar, mas se o público puder deixar o preconceito com nosso cinema de lado e prestigiar mais o produto nacional nem que seja por meio da linguagem empregada , já é válido.
“Dois Coelhos” (Brasil, 2012), do diretor estreante em longa-metragem Afonso Poyart é um filme de ação que chama atenção pelo visual colorido dos grafismos e cultura pop, efeitos especiais e a frenética edição combinados com a trilha sonora predominante do Radiohead na cadencia de um roteiro mirabolante que lembra, entre outros filmakers estrangeiros, o irreverente Tarantino. Há quem identifique influencias do diretor Zack Snyder (Sucker Punch – Mundo Surreal/2011) e Guy Ritchie (Snatch – Porcos e Diamantes/2000), aquele um tanto fantasioso e este com canos fumegantes a mais – não chega a ser o caso do nosso coelho. Bem, a comparação quase inevitável é uma questão de leitura, mas ao mesmo tempo pode sugerir que o produto nacional perde um pouco no quesito originalidade.
Influências à parte, todos estes elementos incrementam a narrativa em off sobre a trajetória de Edgar (Fernando Alves Pinto) um bon vivant viciado em sexo e vídeo-game que torna-se um anti-herói em crise existencial e busca redimir-se de suas desenfreadas (literalmente falando) trombadas pela vida. A misteriosa ligação entre a personagem Julia (Alessandra Negrini) e os demais vai se desenrolando ao sabor da narrativa não-linear – estratégia apropriada que consegue amarrar o espectador até o desfecho da trama justificando os fins e os meios pretendidos por Edgar. Por outro lado, ficam algumas lacunas no roteiro que, por exemplo, não deixa claro o papel de Sophia (Aldine Muller), a esposa do deputado corrupto.
Com tomadas sofisticadas de uma câmera por vezes nervosa, e uso frequente de slow motion, o filme segura o suspense e o jogo de gato e rato dos envolvidos na trama, alternadamente arrancando risos com os diálogos insólitos (tipicamente tarantinescos) somados ao linguajar entre bandidos e mocinhos com pitadas de filosofia. Aliás, aqui bandido e mocinho “é tudo farinha do mesmo saco”, pois as motivações de cada um não justificam um propósito nobre ou heróico. No contexto do filme ladrão que rouba ladrão não merece perdão.E a piada maior (e sem graça) é mostrar como ainda se mantém impune, atuante e bem articulada a corrupção que apodrece as diferentes esferas das instituições brasileiras.
Não se pode negar que “Dois Coelhos” tem um ótimo elenco (destaque para Caco Ciocler e Marat Descartes) e consegue conquistar o público mais jovem pelos seus méritos visuais. No mais é eficiente naquilo que proporciona: entretenimento e a compensação de podermos ver na tela um pouco do Brasil de hoje mesmo que através de uma concepção técnica bem acabada tipo exportação.(Elias Neves)

UM NOVO HERÓI "NERD" DO CINEMA BRASILEIRO
Se você é um Nerd ou um Gamer, e viu o filme nacional “2 Coelhos”, filme de Afonso Poyart, com certeza vibrou loucamente com os efeitos especiais e a clara referência a cadeia de jogos do GTA. Para você, caro amigo, GTA ( Grand Thief Auto) é uma serie de jogos, produzidos pela Rockstar Games, que sempre gira em torno de um herói que sai pela cidade roubando e matando a torto e a direita, pessoas boas e más, o personagem principal é alguém do mundo do crime, que tem relações com vários grupos criminosos de todas as categorias na cidade, e com o passar das missões, ele vai eliminando todos.
Voltando ao filme, ele impressiona logo de cara, com a direção de arte e os efeitos especiais, e a narrativa da vida de Edgar. Edgar, um Nerd/Geek/Gamer sem aparentemente com vida social, a vida dele se resume a basicamente jogar videogame e ver filme pornô, aonde ele descreve tudo que ele já quis ser, de revolucionário a artista pop latino.
O filme roda em cima de um plano de Edgar, que eu não vou contar o que é, mas vou adiantar algumas coisas. O plano maquiavélico de Edgar gira em torno de um mega bandido chamado Maicon e uma transferência de dinheiro para um Político corrupto chamado Jader. Essa transferência de dinheiro ocorre porque a dupla de pilantras Julia e Henrique, uma promotora e um advogado do bandido, descobrem que provas foram entregues para a promotoria sobre todas as pilantragens de Maicon, assassinatos, extorsão de dinheiro, praticamente colocaram, ele na cadeia. Então, Julia tem a idéia de comprar a “benção” de Jader, para proteger Maicon de ser preso. E o plano todo de Edgar, consiste fazer um encontro explosivo do Bandido Maicon e do Bandido Jader.
O filme impressiona com a sua Direção de Arte, com efeitos especiais de primeira qualidade, com uma edição excelente e com um Bom roteiro, mas um roteiro com falhas, a motivação de Edgar não fica clara, ele conta com o apoio de Walter para realizar todo esse plano. Walter um professor universitário que agora é atendente de restaurante, pois a sua vida desmoronou depois que Edgar atropelou e matou a mulher e o filho de Walter. Quando o filme termina você se pergunta por que o Jader? Por que o Maicon? Qual foi a mola propulsora? Ele quis ser um justiceiro? Ficou mal explicado a motivação, é como ele disse durante o filme, ele procurava fazer um plano de vida, mas esse plano surgiu só por causa da morte que ele causou? Será que ele quis retribuir? Aparentemente a filosofia do “Sete Vidas” de Gabriel Muccino, se repete aqui, só que um caráter mais justiceiro.
2 Coelhos é um filme muito bom, que faz uma das suas funções que o entretenimento, mostra o sonho de algumas pessoas que tem o desejo de explodir políticos corruptos e a ladrões comuns com um cajadada só”, o filme também conta com alfinetadas a alguns políticos como o Tiririca, mostrando uma cena que um sósia do Zacharias tentando se eleger em um propaganda eleitoral, e se elege, referencia ao Deputado Federal Tiririca. O filme dá um Up na produções de filmes de ação do cinema brasileiro, e no incentivo a produções com um bom investimento em Efeitos Especiais, com uma ótima edição.(Raoni Arraes)

domingo, 22 de janeiro de 2012

MOSTRA DOS MELHORES FILMES DE 2011 - ACCPA


De 25 à 29/01 no Cine Líbero Luxardo, acontecerá a exibição da mostra dos melhores filmes de 2011, segundo a ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará). Dos 10 filmes escolhidos pelo grupo de críticos associados, 05 títulos ganharão nova exibição. Antes da sessão dos filmes, haverá uma apresentação que será realizada pelos críticos da ACCPA.
A mostra é uma parceria da ACCPA com o Cine Líbero Luxardo com todos os filmes sendo exibidos às 19h com entrada franca,

Confira a programação completa:

Dia 25/01 - A ÁRVORE DA VIDA de Terrence Malick

Dia 26/01 - FILME SOCIALISMO de Jean-Luc Godard

Dia 27/01 - MEIA NOITE EM PARIS de Woody Allen

Dia 28/01 - MELANCHOLIA de Lars Von Trier

Dia 29/01 - EM UM MUNDO MELHOR de Suzanne Bier

"O MENSAGEIRO DO DIABO" NA SESSÃO CULT DIA 28/01/12



“O MENSAGEIRO DO DIABO”
Original: The Night of the Hunter-EUA,1954
Direção de Charles Laughton
Roteiro de John Agee de um livro de Davis Grubb.
Elenco:Robert Mitchum, Lillian Gish, Shelley Winters.
Argumento: Estranho pastor chega à uma comunidade pacata e logo é identificado como uma criatura maléfica. Ele traz gravadas nos dedos as letras H –A- -T E (Òdio). Ele desposa uma viúva mas os filhos sabem que o que ele quer é o dinheiro deixado pelo pai deles.
Importancia Histórica : Foi o único filme que o grande ator Charles Laughton(1899-1962) dirigiu (auxiliado por Terry Sanders e Robert Mitchum). O clima é conseguido pela fotografia expressionista de Stanley Cortez e pela direção de arte de Hilyard Brown. Apesar de exibir qualidades plásticas excelentes o trabalho só foi devidamente aplaudido anos depois de seu lançamento. Hoje é reconhecido como um clássico do cinema.A atriz Lilian Gish fez 119 filmes e morreu com 100 anos em 1993.

SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
"O MENSAGEIRO DO DIABO"
CINE LÍBERO LUXARDO
DIA 28/01/12
HORÁRIO : 16H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS

CONFLITO BERGMANIANO NO CC ALEXANDRINO MOREIRA

É muito comum vermos um relacionamento materno/fraterno em frangalhos nas telas de cinema. Quantas vezes a disputa entre gerações foi representada em um filme? Inúmeras, mas poucas vezes o amor e a mágoa entre mãe e filha foram tão palpáveis, mostrados de forma realista e tocante quanto em Sonata de Outono, de Bergman.
O filme, o único que o cineasta sueco fez com a atriz sueca Ingrid Bergman – que foi imortalizada por sua Ilsa Lund em Casablanca -, está em exibição hoje, no cineclube Alexandrino Moreira dentro da Sessão promovida pela Associação de Críticos de Cinema do Pará.
Sonata de Outono (Hostsonaten em sueco), foi rodado em 1978 e simboliza a última passagem de Ingrid pelo cinema. Ela interpreta Charlotte, uma calejada pianista, famosa e cansada dos holofotes, que retorna a terra natal em busca de paz de espírito. O que ela encontra fica muito distante de qualquer paz. O reencontro com a filha, Eva (Liv Ullman), também tornou-se pianista, talvez pelo desejo de agradar a mãe ou ser melhor que ela, não é amável.
Elas não se vêem há sete anos, e muitos traumas e rancores vem a tona. Eva é mulher de um pastor, tem uma vida pacata e não se destaca no seu ofício. A mãe continua sendo requisitada, e quando revê pela primeira vez a outra filha, Helena (Lena Nyman), a culpa toma conta de si. Helena é portadora de uma cruel doença degenerativa, e foi abandonada por Charlotte num hospital. A irmã a tirou de lá e a levou para morar consigo. A obrigação que deveria ser da mãe, ela cobra, nesse amargo reencontro.
Nessa obra, Bergman vai além do seu cinema psicológico/psicanalítico, ao reservar a potencia dramática do filme não apenas aos diálogos bem elaborados, mas também aos olhares. O olhar de Eva expressa o desapontamento com a falta de afeto materno. O olhar de Helena, perdido, busca um consolo para a sua existência um tanto quanto vã. O olhar de Charlotte, firme muitas vezes, esconde uma frustração. Ela se ressente das filhas não serem mulheres fortes, de repente. Ou se ressente das escolhas que tomou, não sabemos ao certo.
Fato é que em Sonata de Outono, Bergman fala do amor. Da falta que ele faz na vida, de como é necessário para o nosso amadurecimento. Não é um filme fácil, mas é uma reflexão fundamental e atual, quando muitas vezes deixamos a família ou as pessoas de lado, em detrimento de sermos bem sucedidos. E a felicidade, aonde fica? O mestre sueco prova, apoiado na sua narrativa e na disputa artística entre as atrizes Ingrid e Liv, que se digladiam para mostrar quem é a melhor, que cinema é arte e também é terapia, e das boas. (Lorenna Montenegro)

AS DESVENTURAS DE AGAMENON

Filme que mostra a saga do personagem inventado por Cassetas é um tremendo papelão.
Um falso documentário que contará momentos marcantes da história brasileira e mundial, com a participação do colunista Agamenon, do jornal O Globo, criado por Marcelo Madureira e Hubert Aranha na década de 80. Essa é a premissa do longa metragem de ficção As Aventuras de Agamenon, o Repórter e por sinal é muito enganosa.
Tendo estreado na semana passada em 242 telas nacionais, a performance do filme tem se configurado até agora numa notícia muito boa para o nosso cinema. Agamenon acumulou, até o dia 12 de janeiro, um público de mais de 360 mil pessoas e renda bruta de R$ 3.718.333,00. Não desmerecendo os números acima, o sucesso do filme me deixa realmente discrente no tipo de filme nacional que boa parte do público aprecia.
Explico-me: Agamenon é, sem dúvida, um dos piores filmes – brasileiros ou não – que já vi desde o Cilada. O arrependimento que me bateu quando entrei na sala de cinema para assistir ao filme de Bruno Mazzeo, se repetiu logo no princípio desse filme roteirizado pelos Cassetas Madureira e Hubert, e dirigido pelo talentoso documentarista Victor Lopes.
É um arremedo de Forrest Gump, é uma miscelânia das gags e esquetes dos dois filmes anteriores dos Cassetas, que são sim programas televisivos de 2 horas, mas ao menos eram aceitáveis como entretenimento. Ou seja, é uma tentativa vã de fazer uma comédia histórica apoiando-se num bom personagem, o sagaz, colunista fictício que já me arrancou boas risadas folheando o segundo caderno de O Globo.
Não foi a escatologia que me incomodou profundamente, ou mesmo a profusão de palavrões, mas sim a total falta de um fio condutor, de um enredo. Agamenon vai pululando pelos fatos históricos sem provocar risos ou alguma reação positiva. O filme não tem ritmo, não tem unidade, a edição é um desastre. Tudo é muito gratuito e despropositado. Acho que nem a platéia masculina consegue achar graça do melhor amigo do protagonista, o psicoproctologista Dr. Jacinto Leite Aquino Rego e suas piadinhas retais.
Narrado por Fernanda Montenegro – indicada ao Oscar, dama da atuação e agora nessa roubada, coitada -, o filme tem participações especiais de Fernando Henrique Cardoso, Caetano Veloso, Suzana Vieira, Paulo Coelho, Jô Soares e outros, dando depoimentos ‘verdadeiros’ sobre Agamenon.
Confesso que apostei minhas fichas no Marcelo Adnet, que adoro, mas parece que ele não teve espaço ou mesmo vontade de exercitar sua verve humorística no filme. Nem as frases de efeito engraçadinhas que usa a torto e a direito no seus programa na MTV, nem mesmo as paródias funkeiras musicais com citações de Einstein a Cabral, nada deu certo na telona. A paródia que ele tenta fazer durante a cena no navio que leva Agamenon para cobrir a Segunda Guerra Mundial na Europa, é pálida e não tem boas rimas.
É um dos momentos mais constrangedores ao longo dos 74 minutos de projeção, ao lado das participantes de Pedro Bial como ele mesmo e de Luana Piovani, muito canastrona no papel da esposa safada de Agamenon, Isaura. Agamenon tem alguma qualidade? Os efeitos sonoros e visuais são bem feitos, os momentos de inserção histórica também, a reconstituição de época é caprichada, mas nem com a maior boa vontade do mundo dá para dizer que o filme é ‘passável’, por que isso não é. (Lorenna Montenegro)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O RESGATE DO SOLDADO JOEY

O RESGATE DO SOLDADO JOEY
Não é de hoje que Hollywood rende-se aos encantos do mundo animal. Vale lembrar, pelo menos, de alguns bichinhos com halo de bondade que o cinema americano (re)criou e nessa leva de produções tivemos, por exemplo, “Bambi” (1942) dos estúdios Disney, “A Coragem de Lassie” (1946) de Fred Wilcox , “O Corcel Negro” (1979), de Carroll Ballard e também os mais recentes da simpática matilha que inclui Dálmatas, Beethoven e Marley. De qualquer forma, todos ganharam status de estrela e caíram no gosto do público.
“Cavalo de Guerra” (2011), de Steven Spielberg, não foge ao cânone animal de Hollywood, e ainda soma o bônus de trazer um animal como protagonista roubando as melhores sequências do filme. Quase um “ator” em cena, o cavalo Joey é bem dirigido graças ao impecável apuro técnico do midas Spielberg e sua equipe.
Ambientado na Inglaterra (mas nem por isso o filme deixa de ter um forte americanismo), durante o período da Primeira Guerra Mundial, retrata as desventuras do garoto Albert (Jeremy Irvine) que tem seu cavalo de estimação enviado aos campos de batalha e no caminho vai passando pelas mãos de vários donos, e sua saga para honrar o nome do pai e reaver o seu animal. E esta empreitada, todos nós, intuitivamente, sabemos como vai terminar. A narrativa vai soltando as pistas da previsibilidade para o espectador. A idéia central do filme é a força da amizade entre o garoto Albert Narracott e o equino que ele vê nascer no curral da fazenda - até então este primeiro momento de atmosfera bucólica e de paz ameaçada dará lugar ao cenário de horror e crueldade da guerra. Aliás, as sequências de combate entre ingleses e alemães são grandiosas e bem realizadas com a mesma qualidade – porém com menos sangue e vísceras! – que Spielberg dirigiu em seu “O Resgate do Soldado Ryan” (1998).
O cavalo milagroso é colocado num patamar elevado ao ponto de parar o confronto nas trincheiras para que os inimigos, juntos, numa breve trégua, pudessem livrá-lo da morte em meio à centenas de baixas. Parafraseando Umberto Eco, as batalhas do filme deram-se “nos bosques da ficção”, mas ainda assim causa um certo estranhamento a quem assiste a cena. E como numa fábula, o cavalo Joey passa incólume pela linha de tiro até encontrar seu destino final. Triunfalismo americano camuflado? Talvez.
“Cavalo de Guerra” é um daqueles filmes que cativam pela exuberância da fotografia e das sequências de batalha e comovem pelo conteúdo emotivo e pela bela trilha sonora. Olhos e coração são fundamentais para completar o filme na sua recepção. Por fim, é inevitável lembrar do clássico “...E o Vento Levou” (1939) nas cenas finais do filme. Automaticamente vem à mente o Tema de Tara que eternizou o filme de Victor Fleming em nossas retinas. Propositadamente ou não, uma bela homenagem ao cinema da era de ouro de Hollywood. (Elias Neves)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"SONATA DE OUTONO" DE INGMAR BERGMAN NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 23/01/12

" SONATA DE OUTONO"
Original; Autumn Sonata/ Höstsonaten-Suécia 1978
Direção e roteiro de Ingmar Bergman
Fotografia de Sven Nykvist
Elenco: Ingrid Bergman, Liv Ullman, Lena Nyman.
Argumento: Famosa pianista volta à sua terra natal depois de muitos anos, reencontrando a filha, também pianista. As duas evocam traumas passados especialmente a jovem filha, agora casada e procurando não se influenciar com a fama da mãe.
Importância Histórica: O filme foi candidato aos "Oscar" de roteiro e atriz (Ingrid Bergman) além de ganhar o Globo de Ouro para filme estrangeiro e ser candidato a mais 7 prêmios internacionais. É o último filme de Ingrid Bergman para cinema (depois fez “Golda”para a TV) e o único que fez com o cineasta que tinha o seu sobrenome embora não fosse seu parente. Um sucesso de critica e de público.

SESSÃO ACCPA/IAP
"SONATA E OUTONO"
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
SEGUNDA-FEIRA DIA 23/01/12
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA
APOIO : ACCPA/IAP

"HANNAH E SUAS IRMÃS" DE WOODY ALLEN NA SESSÃO CULT DIA 21/01/12

"HANNAH E SUAS IRMÃS"
(Hannah and her Sisters/EUA, 1986)
Direção e roteiro de Woody Allen
Fotografia de Carlo di Palma
Elenco: Woody Allen, Mia Farrow, Michael Caine, Dianne West, Maurenn O’Sullivan.
Argumento: No almoço do Dia de Ação de Graças familiares de Hannah mostram suas fraquezas: o marido de Hannah apaixona-se pela irmã dela e Lee, o hipocondríaco ex-marido da personagem, passa por exames para saber se está, como pensa, muito doente.
Importância Histórica: Muitas histórias de parentes próximos surgem a partir de um momento de reunião. A análise dos tipos pode parecer apressada, mas se conjuga com o tempo da ação e é pontuada por música de jazz escolhida pelo diretor-ator.Foi vencedor dos "Oscar" de roteiro, ator (Michael Caine) e atriz coadjuvantes (Diane West) além de candidato a diretor, direção de arte, edição e filme. No currículo de Woody Allen, somam-se 22 prêmios e 18 candidaturas.

SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
"HANNAH E SUAS IRMÃS"
SABÁDO DIA 21/01/12
HORÁRIO : 16 H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA
APOIO : ACCPA (ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ)/CINE LÍBERO LUXARDO

"CAVALO DE GUERRA"


Máquina versus o artesanal. Natureza versus a barbárie da civilização. Passado versus presente. Em “Cavalo de Guerra”, encontramos um Steven Spielberg que analisa não apenas a própria carreira, como também o próprio momento que o cinema de entretenimento vive. Em uma sequencia especial, mas cujo tema se repete antes e depois durante o filme, esse conflito é exposto: Joey, o cavalo de guerra, vê-se perseguido por um tanque de guerra, em uma trincheira sem saída. É desse embate, entre a nova tecnologia que surge e a velha cavalaria, momento histórico crucial da 1ª guerra que o filme vai falar.
No entanto, o filme parece ser também, além disso, uma reflexão do diretor sobre o momento do cinema atual e sua própria carreira. Não é novidade afirmar que ele consolidou, de certa maneira, um cinema que mistura a maestria do storytelling com o uso de efeitos visuais em prol de uma narrativa emocional e edificante. No entanto, faz tempo que o próprio Spielberg não consegue ser mais esse “Midas”, sendo superado recentemente por Peter Jackson, James Cameron, entre outros, “As aventuras de Tintin”, por exemplo, será seu primeiro trabalho em 3D, coincidência ou não, produzido por Jackson.
“Cavalo de Guerra” é aquele filme que busca os antigos valores da camaradagem, da amizade, da família, da terra natal, onde mesmo nos piores momentos, existe espaço para os inimigos salvarem um cavalo preso no arame farpado. Sem dúvida, uma mudança do diretor, que coloca humanidade nos alemães, ao contrário, das máquinas de matar dos nazistas em “A Lista de Schindler”.
O filme se apresenta também como um desafio ao storyteller, que volta ao gênero de filme de guerra, que ele mesmo já revisitou em outras ocasiões, mas tendo como tema a amizade entre um rapaz e seu cavalo. Os animais, inclusive, em atuação impressionante, ajudam nessa nova fábula do diretor, onde a clássica “volta para casa” conduz a história do rapaz inglês Albert e seu cavalo Joey, comprado de maneira impensada pelo pai. Sem dinheiro, mais tarde, ele será vendido a um oficial inglês da cavalaria, quando a 1ª Guerra Mundial é iniciada. È o ponto de partida para a trama do filme. Não falta emoção, adicionada a trilha envolvente de John Williams e às inúmeras referências de outros filmes. Spielberg se sai bem, mas, no entanto, não consegue superar as armadilhas que prepara para si próprio.(Fernando Segtowick)

O CINEMA DE PERVERSÃO

O cinema autoral de Pedro Almodóvar continua seduzindo o público com suas provocações sobre o mito da sexualidade em tempos de banalizaçãoda libido, seja pela miopia crônica do propalado excesso de imagens,seja pelo acanhamento das primeiras impressões.Para Almodóvar, não há linha tênue entre pornografia e erotismo. Ocineasta espanhol não se importa com as divisões de papéis do cinemãovigente ou confusão de posturas de Glen ou Glenda, Vitor ou Vitória,Vicent ou Vera.Seu cinema passa ao largo dos esquemas das narrativas lineares eduvidosamente confortáveis para ir fundo, navegar pelas águasturbulentas da relação tensa entre Eros e Tânatos, o que pode serobservado em filmes fortes como ‘Matador’, ‘A Lei do Desejo’, ‘MáEducação’, ‘Salto Alto’ e ‘Carne Trêmula’. São trabalhos em que o mitodo amor, da sexualidade e seus impulsos de vida, estão longe daprojeção e identificação do que poderíamos chamar de sublime, paraenfim adentrar nos abismos da paixão sem limites, da atraçãocompulsiva do mito da morte, para a hipnose trágica que arrasta ospersonagens para o inferno da relação prazer e risco.Em ‘A Pele que Habito’, o domínio narrativo se vale do flash back comofluxo de consciência na hora exata em que a ilusão da zona de confortodá uma pausa para as cabeças sobre os travesseiros na cama de Robert eVera, nesta fábula diabólica e rebelde que lança novas luzes sobre omito de Frankenstein, e a tentativa ainda inglória da medicinainvasiva em moldar o impulso de vida como se molda o bonsai do dr.Robert.Ninguém filma como Almodóvar. Seus diálogos continuam desconcertantes,assim como a ironia da encenação, a relação do desejo com as artesvisuais, o desenho fálico da máscara de silicone (como observou umacolega da crítica), marcação cerrada nos movimentos dos atores e asreviravoltas que trazem à tona dramas universais, os quais parecem nosdizer que o sexo é mesmo uma experiência da carne trêmula.(José Augusto Pacheco)

MOSTRA PARAENSE NO CINE LÍBERO LUXARDO

MOSTRA NO CINE LÍBERO LUXARDO
Dezessete produções para celebrar Belém

No próximo dia 12 de janeiro de 2012, Santa Maria de Belém do Grão Pará completa 396 anos de fundação e quem é premiado é o público paraense, com duas mostras cinematográficas que apresentam a diversidade da produção local, indo de filmes com temáticas regionais, universais e que falam da nossa essência.
Continua em cartaz no cinema Olympia a mostra “O Cinema Paraense em Destaque”, para exaltar a produção audiovisual do Estado. São cinco filmes em exibição, sendo um deles o conhecido “Açaí com Jabá”, que mostra o conflito entre o paraense e o turista, entremeado por uma tigela de açaí. Dirigido pelos publicitários Alan Rodrigues, Marcos Daibes e Waleriano Duarte, é um dos curtas mais conhecidos país afora, tendo participado em diversos festivais e sendo muito assistindo em sites como o you tube.
Açaí com Jabá também está na Mostra Belém 396 anos, no Cine Líbero Luxardo, que exibe curtas, médias, longas, filmes de ficção e promove bate-papo com alguns diretores. Outros filmes que compõem as duas mostras são Matinta, de Fernando Segtowick, premiado no Festival de Brasília em 2010 e mais recentemente no Amazônia Doc.3, e uma obra pouco badalada de Jorane Castro, o documentário Invisivéis Prazeres Cotidianos.
Em Matinta, Segtowick realiza seu melhor filme de ficção, repaginando a lenda amazônica num enredo aterrorizante, num trabalho realmente coeso e bem feito de utilização da linguagem, atuação e composição visual. Projeto selecionado pelo Itaú Cultural, Invisíveis Prazeres Cotidianos utiliza cinco blogs sobre Belém – na verdade a visão de mundo de cinco jovens da cidade que escrevem nesses diários virtuais – para apresentar um olhar particular e contemporâneo sobre Belém, e também muito pessoal, já que a própria diretora documenta suas impressões na obra.
Realizado no final da década de 80, o curta “Ver-o-Peso”, dirigido por Januário Guedes, está na mostra não só por ter o mercado como elemento central do enredo, mas por prestar uma poética homenagem a cidade das mangueiras, no mercado que é a síntese cultural da homenageada. Outro filme que tem a capital como centro é “Belém aos 80”, de Alan Kardeck. Nele, conhecemos através de depoimentos de personagens que tiveram intensa atuação no cinema, teatro, música, artes plásticas, nas manifestações da cultura popular, o panorama cultural da cidade.
Produções coletivas, resultados de oficinas no Instituto de Artes do Pará e na Caiana Filmes, os curtas O Mundo de Célia e Veronika não deita abrem espaço para se descobrir novos talentos e novos olhares através da experimentação.
O primeiro, resultado do projeto Ponto Brasil, realizado no Instituto de Artes do Pará em 2009, através do Núcleo de Produção Digital / NPD, dá voz a uma prostituta que vive em rua histórica de Belém, usando da linguagem híbrida entre documentário e ficção. Filmado em 2009, o Mundo de Célia entrou no box da I Mostra ABDeC-Pa, realizada em maio de 2010. É também uma das primeiras direções do fotógrafo Bruno Assis, ex-vice-presidente da ABDeC-Pa, e falecido em 15 de fevereiro de 2011.
O Engano apresenta um homem relembrando um carnaval que o fez duvidar da própria opção sexual. O curta dirigido por mim foi um dos selecionados na mostra Primeiro Olhar, uma iniciativa da Associação Brasileira de Documentaristas do Pará, que em 2003 produziu cinco curtas de novos realizadores, que foram gravados ao longo de 24 horas.
Um dos diretores de animação mais produtivos do estado, Andrei Miralha participa da mostra com Muragens - Crônicas de um muro”, curta de 12 minutos que conquistou em 2011 o prêmio Major Reis e o consequente troféu Mapinguari como melhor filme de animação em Rondônia, no Festcine Amazônia. A obra é uma interferência ficcional num recorte urbano real, o entorno do muro dos fundos do cemitério da Soledad, em Belém do Pará.
Jorane tem dois filmes na mostra. O segundo é o curta de ficção Ribeirinhos do Asfalto, que participou da mesma edição do Festcine Amazônia que premiou o trabalho de Miralha, além de ter saído premiado dos Festivais Guarnicê, no Maranhão e de Gramado. O trabalho de Dira Paes merece destaque na obra, que une dois universos – o urbano e o rural que se confrontam quando uma mãe decide dar uma vida melhor a filha.
A parceria do roteirista Adriano Barroso e do diretor Roger Elarrat gerou a primeira série produzida pela TV Cultura do Pará, “Miguel Miguel”, que apresenta uma trama de mistério e humor negro. Baseada na obra de Haroldo Maranhão, a série condiciona uma boa produção a um trato dramatúrgico impecável, levando a mais um produto de qualidade do audiovisual local.
E para encerrar a mostra de Líbero Luxardo, o cineasta paulistano com espírito de paraense que dá nome ao espaço, passará Brutos Inocentes e Um Dia Qualquer. Brutos é dividido em dois episódios ambientados na floresta amazônica. Em um deles, um capataz maltrata os seringueiros, que vivem em regime de servidão em uma vila, aonde um deles é viúvo e vive com sua filha Joana, muda por causa de um trauma. Na sequencia, um jovem casal branco vive singelamente, esperando a chegada do primeiro filho. A mulher não atende aos conselhos das amigas do povoado e olha para o eclipse da lua. Resultado: o filho nasce negro e a problemática, estabelecida.
Líbero é matéria prima para estudo de vários acadêmicos, principalmente aqui no Estado. Premiado pelo IAP, o projeto “A Amazônia na Produção Cinematográfica de Líbero Luxardo, apontou o pioneirismo da contribuição ao inicio docinema na Amazônia feita pelo cineasta paulista.
O primeiro filme produzido aqui, Um dia Qualquer está na mostra e resume a cinematografia de Líbero perfeitamente, por ser o mais amplo de todos e o que melhor tentou apreender as representações construídas pelo cineasta com a cidade, seus atrativos e habitantes, tal e qual Nelson Pereira dos Santos e o Rio de Janeiro.(Lorenna Montenegro)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

ACCPA - OS MELHORES FILMES DE 2011 - LISTAS INDIVIDUAIS



ACCPA
OS MELHORES FILMES DE 2011
LISTAS INDIVIDUAIS

Pedro Veriano
1)A Árvore da Vida
2)Em Um Mundo Melhor
3)A Fita Branca
4)O Discurso do Rei
5)Inverno da Alma
6)Cópia Fiel
7)Homens e Deuses
8)Rango
9) Meia Noite em Paris
10) Contra o Tempo

Luzia Álvares
1)A Árvore da Vida
2) Tio Boonmie que pode Recordar suas Vidas Passadas
3)Em Um Mundo Melhor
4)A Fita Branca
5)Filme Socialismo
6)Cópia Fiel
7)A Pele que Habito
8)Inverno da Alma
9) Meia Noite em Paris
10)Melancholia

Marco Antonio Moreira Carvalho
1) A Árvore Da Vida
2)Cópia Fiel
3) Filme Socialismo
4)Tio Boonmee Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas
5)A Fita Branca
6)Melancholia
7)Em Um Mundo Melhor
8) )Meia-Noite Em Paris
9) Bravura Indômita
10)Inverno Da Alma

Arnaldo Prado Jr.
1.A Árvore da Vida
2. Melancolia
3. Filme Socialismo
4. Cisne Negro
5. Em um Mundo Melhor
6. A Fita Branca
7. Reencontrando a Felicidade
8. Cópia Fiel
9. Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas
10. Meia-Noite em Paris

José Otávio Pinto
1.Filme Socialismo
2.Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas
3.A Árvore da Vida
4.Cópia Fiel
8.A Fita Branca
9.Meia Noite em Paris
10.Além da Vida

José Augusto Pacheco
1)Melancholia
2)A Fita Branca
3)Filme Socialismo
4)Tio Boonmee que pode Recoradas suas Vidas Passadas
5)Cisne Negro
6)Inverno da Alma
7)A Pele que Habito
8)A Árvore da Vida
9)Cópia Fiel
10)127 Horas

Ismaelino Pinto
1 – A Árvore da Vida
2 - Meia noite em Paris
3 - A Pele que Habito
4 - Cisne Negro
5 - Melancolia
6 - O Discurso do Rei
7 - O Palhaço
8 - Rio Sonata
9 - Reencontrando a Felicidade
10-Você vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos

Fernando Segtowick
1.A Árvore da Vida
2.A Fita Branca
3.Cisne Negro
4.Meia Noite em Paris
5.Melancholia
6.Tio Boonmee que pode recordar suas vidas passadas
7.Em um mundo melhor
8.Super 8
9.Rango
10.Um Lugar Qualquer

Francisco Cardoso
1. Cópia Fiel
2. Em um Mundo Melhor
3. A Árvore da Vida
4. A Fita Branca
5. Meia Noite em Paris
6. Homens e Deuses
7. Melancolia
8. Cisne Negro
9. Além da Vida
10. A Pele que Habito

Dedé Mesquita
1- Melancolia
2 - Cisne Negro
3 - Em um mundo melhor
4 - O palhaço,
5 - A Fita Branca,
6 - Meia-noite em Paris,
7 - A Pele que Habito
8 - A Árvore da Vida
9 - O Mágico
10 - Inverno da Alma

Maiolino Miranda
1. Meia noite em Paris
2. Cópia Fiel
3. Bravura Indômita
4. Além da vida
5. O Discurso do Rei
6. Homens e Deuses
7. Árvore da vida
8. Melancholia,
9. O Mágico
10. Cisne Negro

Elias Neves Gonçalves
1. A Árvore da Vida
2. Melancholia
3. Cisne Negro
4. Cópia Fiel
5. A Fita Branca
6. Meia-Noite Em Paris
7. Em Um Mundo Melhor
8. Reencontrando A Felicidade
9. Homens E Deuses
10. A Pele Que Habito

Lorenna Montenegro
1. A Árvore da Vida
2.Melancholia
3.O Palhaço
4.Cópia Fiel
5 .Meia Noite em Paris
6. Terra da Lua Partida
7. Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas
8. Um Lugar Qualquer (Sofia Coppola)
9 .Biutiful
10. Rango

Raoni Arraes
1.Filme Socialismo
2.Cisne Negro
3.A Pele que Habito
4.Meia Noite em Paris
5.O Discurso do Rei
6.A Árvore da vida
7.O Planeta dos Macacos: A Origem
8.Vips
9.127 horas
10. Rango

"A PELE QUE HABITO" NO CINE ESTAÇÃO


PEDRO ALMODÓVAR NO CINE ESTAÇÃO DAS DOCAS
Em janeiro, o cinemão da Estação das Docas abre a temporada 2012 com o filme ‘A Pele que Habito’, de Pedro Almodóvar, com Antonio Banderas e Marisa Paredes no elenco. A narrativa do filme, que oscila entre o suspense e o bizarro, prova mais uma vez a capacidade do diretor espanhol em surpreender o espectador.
Há 21 anos Pedro Almodóvar e Antonio Banderas não trabalhavam no mesmo set de filmagem. ‘A Pele que Habito’ é o sexto filme em que trabalham juntos. Os anteriores foram ‘Labirinto de Paixões’ (1982), ‘Matador’ (1986), ‘A Lei do Desejo’ (1987), ‘Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos’ (1988) e ‘Ata-me!’ (1990).
O roteiro passou por nove versões até chegar ao definitivo. Pedro Almodóvar tinha interesse em voltar a trabalhar com Penélope Cruz, mas, em meio a tantas versões do roteiro, sua personagem perdeu importância na trama. Com orçamento de US$ 13 milhões, as filmagens ocorreram entre 23 de agosto e 19 de novembro de 2010.
‘A Pele que Habito’ arrebatou o Prêmio Vulcain no Festival de Cannes 2011 e foi indicado nas categorias de melhor cenografia e trilha sonora na última edição do European Film Awards.

Serviço:
A Pele que Habito
De: Pedro Almodóvar. Com Antonio Banderas e Marisa Paredes. 16 anos. 117m.
site oficial: http://www.sonyclassics.com/theskinilivein

Datas em janeiro:
4 (quarta-feira), às 18h e 20h30
5 (quinta-feira), às 18h e 20h30
8 (domingo), às 10h, 18h e 20h30
11 (quarta), às 18h e 20h30
12 (quinta), às 18h e 20h30
15 (domingo), às 10h, 18h e 20h30

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