quinta-feira, 30 de abril de 2009

RESNAIS EM REVISÃO

Depois de “Hiroshima Mon Amour” e “L’Anée Dernière a Marimbad” dizia-se que Alain Resnais era um diretor de bons roteiros (ou roteiros de forte inspiração literária). Os seus filmes de curta-metragem desmentem. Mas não resta dúvida de que o texto de Margherite Duras é a mola mestra de “Hiroshima...” assim como “Mariembad” de Alian Robbe-Grillet, este, considerado o criador do “noveau roman”, também cineasta.
Resnais prosseguiu com bons escritores como Jean Semprún (“A Guerra Acabou”, “Stavisky”), autor de pelo menos dois sucessos do cinema político de Costa-Gavras: “Z” e “A Confissão”, Jacques Sternberg (“Je T’Aime, Je T’Aine”), David Mercer (“Providence”) e Jean Grault (“Meu Tio da América” e “A Vida é Um Romance”). Realmente o melhor do francês que engajaram no movimento “nouvelle vague” sem ele ser do grupo, ou sem surfar nessa onda, foi bolado por outras cabeças. Mas nem sempre um bom roteiro dá um bom filme. Se “Mariembad” fosse dirigido pelo próprio Grillet certamente seria ainda mais pesado (eu ia escrever indecifrável). Resnair fez aqueles “travellings” pelo hotel-palácio que uma voz diz com decoração barroca e o nosso Francisco Paulo Mendes remendava que era rococó, fez aqueles grande planos do jardim, botou Dephyne Seyrig vestida como um ganso negro a dar mais densidade no tipo que podia ou não podia ter encontrado o amante um ano antes no mesmo lugar, enfim, dimensionou com imagens um texto que podia ser tratado até como teatro, com os personagens falando em plano médio de seu encontro atemporal, ou da amnésia de cada um ou o mais que se quisesse ver desse affaire.
O que eu gosto de Resnais é “Providence”, aquela narrativa do sofrido John Gielgud, um canceroso terminal, das viagens no tempo mais físicas de “Je T’Aime...”, do frio “A Guerra Acabou”, e dos curtas que eu vi, como “Nuit et Bruillard”.Não gosto nada de seus musicais, nem do dialogo sobre o fumo ou deste abomivavel “A Vida é um Romance”.
Mais recente, “Coeurs”(Medos Privados em Lugares Públicos), confirma um talento adormecido. Mas o que ficará é o que eu citei. Fixado na abordagem do tempo, o cineasta deixou como selo esta faculdade de usar o relógio, ou o calendário, como o seu principal ator.
Um programa dedicado a ele, aqui e agora, é um achado.(Pedro Veriano)

terça-feira, 28 de abril de 2009

"GUNGA DIN" NO CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA DIA 04/05 ÀS 19 H


"GUNGA DIN"
Origem: EUA, 1939
Direção de George Stevens
Roteiro de Joel Syre e Fred Guil de um argumento de Bem Hecht e Charles MacArthur com base em um poema de Rudyard Kipling.
Elenco: Cary Grant, Victor McLaglen. Douglas Fairbanks Jr, Sam Jaffe,Eduardo Cianelli, Joan Fontaine.
Argumento: Durante a campanha colonialista inglesa na Índia do século XIX três soldados amigos (Cary Grant, Victor McLaglen e Douglas Fairbanks Jr) exploram a região dos Thuggee, adoradores da deusa da morte, Kali. Brincalhões, eles enfrentam os fanáticos e tentam salvar uma patrulha que se aproxima de uma emboscada. Mas desta vez o heroísmo cabe ao corneteiro do pelotão, o indiano Din (Sam Jaffe), que sacrifica a própria vida para salvar seus amigos ingleses.
Importância Histórica: Muitos filmes exaltaram o colonialismo inglês, como “As 4 Penas Brancas” e “Beau Geste”. Mas “Gunga Din” o faz de forma alegre prestigiando um tipo local, um indiano aparentemente frágil que se revela o herói da história mesmo favorecendo os estrangeiros que ocupam o seu país.A aventura de heróis ousados é tratada em ritmo vertiginoso pelo diretor que mais tarde faria clássicos como “Os Brutos Também Amam”(Shane) e “Um Lugar ao Sol”. Douglas Fairbanks Jr tem a chance de fazer um papel típico do que fazia o seu pai no cinema mudo e Cary Grant, mesmo na pele de um audacioso soldado é o mesmo comediante de clássicos dirigidos por Howard Hawks ou Leo McCarey.
Data de Exibição : 04/05/09
Local : Cine Clube Alexandrino Moreira - Auditório do IAP (Instituto de Artes do Pará) ao lado da Basília de Nazaré
Horário : 19 h
Entrada Franca com debate entre os presentes após a exibição do filme

Programação : ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

"FRANKENSTEIN" NA SESSÃO CULT DIA 02/05 ÀS 16:30 H

SESSÃO CULT - ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
"FRANKENSTEIN"
EUA, Ano de Produção :1931
Direção de James Whale
Produção de Carl Leammle Jr
Roteiro de Garret Tort e Francis Edwards Faragoh baseado no livro de Mary W.Shelley.
Fotografia de Arthur Edeson e Paul Ivano.
Música de Bernhard Kaun (não creditada)
Elenco: Boris Karloff (a Criatura), Colin Cleeve (dr, Frankenstein), Mae Clark (Elizabeth),John Boles (Victor Moritz).
Resumo do argumento: O Dr. Henry Frankenstein decide criar um ser humano a partir de cadáveres. Ele usaria o cérebro de um professor que conhecia, mas o seu ajudante deixa o órgão cair e o cérebro usado passa a ser de um insano. Como resultado da operação surge um monstro de força descomunal que ataca o seu criador e foge do laboratório atormentando as pessoas da aldeia próxima.
Importância Histórica: Os estúdios Universal, criados pelo imigrante judeu Carl Leammle, mantinham-se com filmes baratos para suprir a cadeia de cinemas que possuía nos subúrbios de algumas cidades norte-americanas. Quando o criador deu esse estúdio de presente de aniversário ao filho, Carl Leammle Jr, este planejou produzir uma série de filmes de terror com o mesmo pequeno orçamento dos westerns e policiais produzidos rotineiramente pela empresa..Ele contratou o então jovem cineasta inglês James Whale, biografado no filme “Deuses e Monstros”, que por sua vez buscou inspiração na escola expressionista alemã e fez uma versão criativa da obra de Mary Shelley, mudando bastante o romance mas persistindo na condução da incapacidade do homem em “brincar de Deus”. A seqüência em que “A Criatura” mata uma menina de pouco mais de 5 anos ficou nas antologias. O filme acabou sendo a mais festejada adaptação de um clássico literário. E, em si, um clássico da arte cinematográfica. Também marcou a descoberta do ator Boris Karloff, afinal especializado no gênero “terror” até se despedir num papel que sintetizava a sua vida profissional em “Na Mira da Morte”(Targets) de Peter Bogdanovich.
Data : 02/05/09
Local : Cine Líbero Luxardo
Horário : 16:30 h
Entrada Franca com debates entre os presentes após a exibição do filme

Programação : ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)

domingo, 26 de abril de 2009

"PORTO DE CAXIAS" NO CINE CLUBE ALEXANDRINO MOREIRA DIA 27/04 ÀS 19 H


"Porto de Caxias"
Direção : Paulo César Sarraceni
Elenco : Reginaldo Farias, Irma Alvares
Ano de produção : 1962
Exibição : Dia 27/04
Horário : 19 h
Entrada Franca
Sinopse : Uma mulher, querendo matar o marido que a oprime, procura ajuda de seu amante, de um soldado e de um barbeiro, mas eles se negam a cometer o crime. A cidade do interior onde moram revela a decadência: uma fábrica parada, um convento em ruínas, o barulho de trem, um vazio parque de diversões, uma feira sem entusiasmo, um comício sem força reivindicatória. Disposta a libertar-se do meio, a mulher decide colocar seu plano em prática sozinha.
Programação : IAP/Programadora Brasil
Local: Auditório do IAP (Instituto de Artes do Pará) ao lado da Basílica de Nazaré

Apoio : ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

"CAFÉ DOS MAESTROS" NO CINE ESTAÇÃO DIA 18 E 19/04



"CAFÉ DOS MAESTROS"
Documentário de Miguel Kohan
Um panorama sobre os dias de ouro do tango na Argentina
Sessões:Dia 18/04 às 18h e 20h e Dia 19/04 às 10h, 18h e 20h
Duração: 100 minutos
Classificação indicativa: Livre
Estrelando: Gustavo Santaolalla, Lágrima Ríos, Aníbal Arias e Luis Stazo
Produzido por: Gustavo Santaolalla, Lita Stantic e Walter Salles
Sinopse:O documentário desenha o retrato de alguns de músicos excepcionais de tango, incluindo criadores de repertório clássicos e fundadores de uma variedade de estilos e escolas, bem como os membros das bandas e orquestras que alcançaram a fama nos anos 1940 e 1950, na era dourada do tango. Vários protagonistas se tornaram grandes nomes no exterior, enquanto outros restringiram sua atuação ao interior da Argentina. O músico e compositor argentino Gustavo Santaollala (vencedor de dois Oscars por suas músicas para os filmes “O Segredo de Brokeback Mountain” e “Babel”) atua como guia, para apresentar as grandes estrelas do famoso ritmo — Leopoldo Federico, Lágrima Ríos e seu violonista Aníbal Arias, além do dueto Libertella e José Luis Stazo.
Apoio : ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)

terça-feira, 14 de abril de 2009

"OS BRUTOS TAMBÉM AMAM" NO CINE CLUBE ALEXANDRINO MOREIRA DIA 20/04 ÀS 19 H


"OS BRUTOS TAMBÉM AMAM"
Exibição Dia 20/04 - Auditório do IAP (ao lado da Basílica de Nazaré)/Entrada Franca
Original: Shane – EUA, 1952
Direção e Produção de GEORGE STEVENS
Roteiro de A. B. Guthrie Jr. baseado no romance de Jack Schaefer
Diálogos adicionais de Jack Sher
Fotografia de Loyal Griggs
Música de Victor Young
Elenco: Alan Ladd, Jean Arthur, Van Heflin, Brandon De Wilde, Jack Palance, Bem Johnson, Edgar Buchanan.
Resumo do argumento: Um cavaleiro solitário, Shane (Ladd) chega a uma fazenda cobiçada por um pecuarista inescrupuloso. O fazendeiro (Heflin) e sua mulher (Arthur) abrigam o estranho que passa a ajudar nos afazeres da casa. Quando o inimigo aperta o cerco, ajudado por um temível pistoleiro(Palance), Shane apresenta-se como o principal elemento de resistência, mostrando as suas origens no manejo do revolver. A sua valentia ganha a admiração do garoto( De Wilde) filho dos novos amigos.
Importância Histórica: O herói de Jack Sher é o arquétipo do cowboy valente que o cinema popularizou no gênero “western”. O filme de George Stevens é um dos mais felizes na exposição desse herói histórico. E Alan Ladd, um ator de pouca versatilidade, nunca esteve tão bem como no papel do cavaleiro solitário, mito que seria explorado com evidencia no tom de lenda por Clint Eastwood, anos mais tarde.
A música de Victor Young e a fotografia em esplendoroso technicolor deixam um quadro de grande beleza a abrigar a violência que norteava a vida de pioneiros da colonização norte-americana.
O programa deste mês do Cine Clube Alexandrino Moreira, com a exibição de “Shane” presta uma homenagem a seu patrono, um grande incentivador do cinema em Belém, que tinha o filme entre os seus prediletos. Ele estaria fazendo aniversário no dia 29 de abril.

Pedro Veriano

"CÃO BRANCO" DE SAMUEL FULLER NA SESSÃO MALDITA DIA 18/04


O Cine Líbero Luxardo em parceria com a APJCC exibe neste sabádo dia 18/04 na Sessão Maldita às 21:30 h, com entrada franca, o filme "Cão Branco" de Samuel Fuller. No filme uma jovem atriz atropela um cachorro e descobre que ele é um animal treinado para atacar pessoas negras. Um treinador negro então tenta de tudo para reverter a raiva racista do cão branco.
O filme foi produzido em 1082 e é um dos últimos trabalhos do grande diretor Samuel Fuller que influenciou várias gerações de cineastas.
Não deixe de ver !

REVOLUÇÃO NA SALA E NAS TELAS


O cinema hoje é sinônimo de revolução. Seja a tecnológica, através da captação de imagens por meio digital, pelas novas salas em que a exibição também é digital. Assim como aumentam nos Estados Unidos, a bilheteria dos filmes em terceira dimensão e dos Imax, telas de projeção bem maiores que as conhecemos hoje.
Esse caráter revolucionário também está presente nos filmes que chegam até nós, filmes que sem a praticidade das novas câmeras digitais não existiriam. Essa facilidade, essa proximidade, faz com que as estruturas narrativas e a própria linguagem operem de uma maneira diferente nessas histórias.
“Entre os muros da Escola” se vale das novas possibilidades digitais para colocar a câmera no meio dos alunos da escola francesa. O processo é fundamental para que nos possamos nos identificar com aquele universo de adolescentes falando todos ao mesmo tempo, questionando o professor. Em um filme que fala muito sobre autoridade e obediência às regras, a câmera sempre que pode está do lado dos alunos. Como tudo é muito dinâmico no interior da sala, onde se passa a maior parte do filme, o diretor Laurent Cantet filmou com duas câmeras ao mesmo tempo, recurso que não é comum no cinema.
Ao mesmo, a câmera móvel aproxima o filme do documentário e como todos os atores são amadores, a impressão de realidade é ainda maior. É claro que se trata de uma realidade encenada, pensada e realizada com objetivo de tornar mais natural, uma tendência também no cinema atual.
O filme é baseado no livro de François Bégaudeu, que escreveu o roteiro e vive o papel principal, todos os adolescentes fazem personagens com o seu próprio nome e a sala é uma mistura de diferentes origens, quase todos filhos de imigrantes. São jovens filhos do Mali, da China, do Marrocos, em uma mistura não só racial, mas também cultural. Eles não entendem porque devem falar o francês corretamente se nos seu bairro só falam em gírias. Todos os professores são franceses e pouquíssimos alunos o são. O conflito é total.
O mais revolucionário, no entanto, talvez seja que atores não-profissionais, um cenário nada glamuroso e um enquadramento que insiste em colocar a câmera no meio dos personagens resulte em uma película tão viva, em que o mundo apareça tão forte.
Futuro do cinema está ligado ao passado
No meio dessas revoluções, uma solução para o futuro do cinema está ligada a uma invenção do passado: o filme 3D. Tudo começou com Um Família do Futuro onde o executivo de Hollywood apostou em fazer cópias 3D e elas faturaram muito mais que as normais. Com a crise e a dificuldade de filmes ancorados por estrelas darem o retorno (um modelo sem dúvida ultrapassado), o investimento será em tecnologia. Não faltarão projetos neste e nos próximos anos. Primeiro “Avatar”, esperadíssimo filme de James Cameron, primeiro dele em tela grande depois de “Titanic”. Tim Burton fará o seu “Alice no País das Maravilhas” e a animação da Pixar “Up” vai abrir o Festival de Cannes.
No fundo o que os estúdios e executivos procuram é encontrar um novo modelo de negócio para fazer frente a feroz concorrência da pirataria e do download. O cinema enquanto sala de exibição ainda permanece como o atrativo maior, mas desde o aumento crescente de custos com astros e estrelas, efeitos especiais e marketing os filmes, mesmo os de maior sucesso, dificilmente se pagam. Para cobrir esses custos, o dinheiro vinha das outras janelas de exibição, do DVD, da televisão por assinatura e televisão aberta.
É claro que a ferramenta digital permitiu a cópia e isso não tem mais retorno. Resta a tecnologia criar novas maneiras de fazer com que as pessoas continuem assistindo aos filmes nas salas dos cinemas.
Fernando Segtowick

domingo, 12 de abril de 2009

"A MARVADA CARNE" NO CINE CLUBE ALEXANDRINO MOREIRA DIA 13/04 ÀS 19 H


Dia 13/04 no Cine Clube Alexandrino Moreira, às 19 h, o IAP (Instituto de Artes do Pará) em parceria com a Programadora Brasil, exibirá o filme “A Marvada Carne”, filme de André Klotzel com Fernanda Torres.
O filme conta a história de Nhô Quim que perambula com seu cachorro pelo interior paulista, sonhando com duas coisas: encontrar uma noiva e comer carne de vaca.
O filme ganhou vários prêmios no Festival de Gramado.
Entrada Franca.
Apoio : ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)

"GRAN TORINO"/"ENTRE OS MUROS DA ESCOLA"


GRAN TORINO” de Clint Eastwood retrata a história de um homem de idade que depois de perder a esposa, se sente mais sozinho do que nunca num mundo em que ele não entende através de seus preconceitos e de uma culpa trazida desde os tempos da guerra da Coréia, quando ele lutou pelo seu país, O personagem vivido perfeitamente por Eastwood é um símbolo de um mundo que não aceita as transformações e que está preso a um passado que mais do que condenar sua vida, o impede de ser feliz até que uma família de asiáticos vai morar ao seu lado e começa a mostrar que a vida é mais do que seus valores poderiam significar. A transformação deste personagem é mostrada pelo roteiro como um aprendizado de um novo homem que lentamente enxerga novas razões para viver. Mas o seu tempo é limitado e o personagem se lança num desafio para ao seu modo, mudar um pouco o mundo de violência, racismo e individualismo em que ele vive e que de alguma forma ele ajudou a contruir. O final de “Gran Torino” é uma alegoria que marca não só uma transformação na vida do personagem mais também do próprio Eastwood que durante anos em sua carreira viveu personagens onde a violência resolvia tudo. Aqui, Eastwood tem a chance de acertar as contas com sua história, dimensionar o sentido da procura por uma nova vida de seu personagem e ainda mostra que está cada vez melhor como diretor, escolhendo temas e roteiros consistentes e que tem muito o que dizer para o espectador atual que muitas vezes pode achar que o cinema é apenas diversão. Surpreendente do início ao fim, “Gran Torino” é um dos melhores filmes da carreira deste grande diretor que cada vez mais reforça sua importância dentro do cenário do cinema mundial.
“ENTRE OS MUROS DA ESCOLA” é uma experiência cinematográfica provocativa e reflexiva. Ao relatar uma série de conflitos existentes dentro de uma sala de aula entre um professor e seus alunos, o filme aborda uma série de temas atuais que vão desde o preconceito, a família, até conflitos étnicos, criando situações de reflexão sobre a importância da escola, de novos métodos de ensino mais principalmente revelando como está a juventude de hoje e também como se comporta o professores que de alguma forma tem que se equilibrar entre tantos momentos de desequilíbrio dentro e fora da sala de aula. Na realidade, o diretor do filme Laurent Cantet nos apresenta de forma quase que documental, o retrato de um pequeno grande mundo que está em cada escola, em cada sala de aula, em cada casa de hoje onde se procura soluções para conflitos que nem sempre tem fim. Muito feliz na sua abordagem especialmente do ponto educacional, “Entre os Muros da Escola” é um filme que deve criar novas discussões sobre seu tema. É impossível ficar alheio aos temas e conflitos que o filme aborda, deixando para cada espectador a impressão clara que tanto alunos como professores tem as mesmas perguntas sobre o mundo de hoje e certamente ambos não sabem a resposta, deixando o espectador cúmplice desta história que na realidade acontece todos os dias aqui, ali e em qualquer lugar. Não deixe de ver.

Marco Antonio Moreira

segunda-feira, 6 de abril de 2009

CINE EGPA EXIBE CICLO ALFRED HITCHCOCK DE 09/04 à 07/05/09


Dia 09/04/09 - “A SOMBRA DE UMA DÚVIDA”
Título Original: Shadow of a Doubt (1942)
Elenco : Joseph Cotton, Teresa Wright, Macdonald Carey
Diretor: Alfred Hitchcock
Sinopse: Quando o Tio Charlie vai visitar seus parentes na pacata cidade de Santa Rosa, estão lançadas as bases para uma de suas mais cativantes e emocionantes excursões. Joseph Cotten faz o papel do sedutor Tio Charlie, um assassino ludibriante que viaja da Filadélfia para a Califórnia apenas um passo à frente da lei.Mas logo a sua inocente sobrinha homônima, a "jovem Charlie" (Teresa Wright), começa a suspeitar de que seu tio é o assassino da Viúva Alegre, tendo início um jogo mortal de gato e rato. À medida que a sobrinha se aproxima da verdade, a única saída para o assassino psicopata é tramar a morte de sua sobrinha favorita, num dos thrillers psicológicos mais excitantes de Hitchcock.

Dia 16/04/09 – “FESTIM DIABÓLICO”
Título Original: Rope (1948)
Elenco : James Stewart, Joan Chandler, Constance Collier
Diretor: Alfred Hitchcock
Sinopse: Thriller inspirado no caso real no caso real dos assassinos Leopold e Loeb. Granger e Dall oferecem performances fascinantes nos papéis de dois amigos que estrangulam um colega de turma para experimentar emoções fortes e depois organizam uma festa para a família e amigos da vítima - com o corpo dentro de um caixão que usam como mesa do bufê. À medida que os assassinos levam a conversa para o tema da execução do "Crime perfeito", um antigo professor (Stewart) torna-se cada vez mais suspeito.Antes da noite acabar, o professor descobre a brutalidade com que os seus alunos transformaram as suas teorias acadêmicas numa realidade arrepiante, numa fascinante incursão ao macabro dirigida por Hitchcock

DIA 23/04/09 – “MARNIE : CONFISSÕES DE UMA LADRA”
Título Original : “Marnie” (1962)
Elenco : Tippi Hendren, Sean Connery
Diretor : Alfred Hitchcock
Sinopse:Uma ladra de cofres é chantageada por uma de suas potenciais vítimas, um colega de trabalho que deseja se casar com ela e descobrir a razão para este hábito criminoso

DIA 30/04/09 – “FRENESI”
Título Original : “Frenzy” – 1972
Elenco : Jon Finch
Diretor : Alfred Hitchcock
Sinopse : Londres está sendo aterrorizada por um serial killer que está atacando as mulheres atrás de sexo. A polícia tem um principal suspeito, Richard Blaney, e este fará de tudo para provar sua inocência.

DIA 07/05/09 – “A TORTURA DO SILÊNCIO”
Título Original : “I Confess” (1953)
Elenco : Montgomery Clift
Diretor : Alfred Hitchcock
Sinopse: Em Quebec, no Canadá, um sacristão comete um crime e se confessa com um jovem padre, que é injustamente acusado e, impedido de contar a verdade devido ao segredo de confissão, precisa provar sua inocência de outra forma.

Todos os filmes serão exibidos às 18:30 h no Cine EGPA (Almirante Barroso, Escola do Governo, antigo Asilo Dom Macedo Costa)
Entrada Franca
Apoio : ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)
Na Linha do Vinho

Clint Eastwood (79 anos no próximo maio) é como vinho: quanto mais velho melhor. Seu Walt Kowalski e “Gran Torino” é como Harry Callahan (o “Dirty”Harry, ou Harry o Sujo) assumindo a terceira idade. Na cabeça estão as glorias ou as bravatas de encontros cruentos, no coração a saudade de um tempo e de alguém. No caso atual, da mulher que no começo do filme é alvo de missa com o corpo presente. Aliás, o filme possui uma emenda muito sugestiva: começa com o funeral da esposa do herói e termina com o dele.Entre os dois há um hiato que se assemelha à espera do fim. Walt, a principio assumindo viver só comendo carne seca, adere à vizinhança de outra etnia que antes abominava dizendo-se faminto. E usa essa gente como veiculo para acabar com tudo, ou melhor, sair da solidão.
O filme trata do catolicismo com um respeito incomum no cinema moderno. Um padre persegue o personagem de Clint dizendo que atende à esposa morta, fiel que pediu a confissão do marido. Mas o durão que fez guerra na Coréia não é de se confessar. Indaga o que o padre sabe de vida e de morte. E ele próprio se interroga sobre um passado violento que lhe pesa na mente e que omite ao aceitar a confissão. Matou muitos inimigos, viu morrer quem amava, observa que maltratam quem está aprendendo a amar, então que diabos faz para continuar presenciando crueldades?
Mas o filme não é nem derrotista nem melodramático. Segue tão de perto a carreira do diretor-ator que se pensa mesmo numa despedida (ele anunciou) como intérprete. “Dirty”Harry não está mais a fim de empunhar a pistola e varrer uma gangue das ruas. Rabugento, sorrindo de forma muito discreta, é como aquele personagem de Kurosawa, “o homem mau que dorme bem”. Só que vai dormir o sono eterno. Antes, deixa mais uma prova de heroísmo. E desta vez pregando uma resposta pacifica a agressão, uma virada de rosto como cristão convicto.
Eu disse no cinema que o filme caiu bem estreando na Semana Santa. Vale mais do que mil apresentações do “Vie de Christ” de Zecca ou o “Sinal da Cruz” de De Mille. Isto porque está mais próximo do que a gente entende por amor ao semelhante, por revisão critica de um comportamento que se isenta de absolvições rotineiras.
Walt não reza o que lhe pede o padre como penitência. Também não diz o que lhe vai à cabeça. Mas age como um homem bom. Terá o céu dos crentes se assim for. E certamente mantém o lugar que merece no melhor do cinema.(Pedro Veriano)

"O SINAL DA CRUZ" NA SESSÃO CULT SABÁDO DIA 11/04 ÀS 16:30 H


"O SINAL DA CRUZ"
Sabádo - Dia 11/04/09
Horário : 16:30 h - Entrada Franca
Original: "The Sign of the Cross"
EUA, 1932
Produção e direção de Cecil B. De Mille
Roteiro de Waldermar Young e Sidney Buchman baseado no livro de Wilson Barrett e também no “Quo Vadis” de Henryk Sienkiewicz.
Fotografia de Karl StrussMusica de Rudolph G. Kopp
Direção de arte de Anne Bauchens
Elenco: Frederic March, Elissa Landi, Claudette Colbert, Charles Laughton, Ian Keith, Arthur Hohl, Harry Beresford e Tommy Collon.
Sinopse - Depois de incendiar Roma, o imperador Nero(Charles Laughton) aceitou a idéia de um de seus ministros e culpou os membros de uma nova seita conhecidos por “cristãos”. A perseguição aos adeptos começou nas ruas e eles se refugiavam nos subterrâneos, especificamente nas catacumbas, para pregar as palavras do Mestre Jesus. Nesse grupo está a jovem Mercia (Elissa Landi), que chama a atenção do oficial romano Marcus (Frederic March) a ponto dele se apaixonar por ela e proteger seus irmãos fé. A paixão de Marcus leva-o a pedir indulto aos cristãos no palácio, incitando a enciumada imperatriz Pompéia (Claudette Colbert) e chegando até a Nero . Mas não adianta e Marcus acaba na arena do Coliseu enfrentado a morte com a sua amada.
Importância Histórica - O filme foi o primeiro épico religioso de Cecil B. De Mille (1881-1959) a usar o som.Antes dele o diretor tinha marcado época com os seus “Os Dez Mandamentos” em 1923(que refilmaria em 1956) “O Rei dos Reis” em 1927 A fotografia foi candidata ao Oscar e internacionalmente o filme fez muito sucesso, especialmente em paises como o Brasil onde era incluído na programação da Semana Santa. Nos anos 40 uma reprise deu margem à inclusão de um prólogo onde se via bombardeios americanos sobre Roma. Um dos militares alertava que a capital italiana era conhecida como “Cidade Eterna” por ter resistido a diversas invasões ao longo de sua história. Por isso era limitado o uso das bombas. Essa seqüência foi retirada das edições de 1955 em diante, inclusive em televisão e vídeo. Claudette Colbert trabalho com De Mille, posteriormente, fazendo o papel de Cleópatra.O cineasta apareceu numa seqüência de “Crepúsculo dos Deuses” filmando outro espetáculo com base na Bíblia: “Sansão e Dalila”.
A Sessão CULT é uma parceria da ACCPA com o Cine Líbero Luxardo

Pedro Veriano

quinta-feira, 2 de abril de 2009

"ENTRE OS MUROS DA ESCOLA" NO MOVIECOM ARTE E 03 À 09/04


"ENTRE OS MUROS DA ESCOLA"
Em Exibição de 03 à 09/04/09
Direção: Laurent Cantet
Duração: 129 minutos
Gênero: Drama
Classificação Etária: 14 anos
Sala: Moviecom Castanheira – Sala 04 – Projeção Digital
Horário: 16:25 h
Sinopse: Filme baseado em livro homônimo de François Bégaudeau onde o autor relata sua experiência como professor de francês numa uma escola de ensino médio na periferia parisiense, lugar de mistura étnica e social, criando um microcosmo da França contemporânea. Vencedor da “Palma de Ouro” de Melhor Filme no Festival de Cannes em 2008.

APOIO: ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)

"VIDA, PAIXÃO E MORTE DE JESUS CRISTO" NO CINE OLYMPIA DIAS 09, 11 E 12/04


"VIDA, PAIXÃO E MORTE DE JESUS CRISTO"
Direção de Lucien Nonguet e Ferdinand Zecca
Interpretes : Madame Moreau ((Maria), Monsieur Moreau (José)
Importância Histórica : Um dos primeiros filmes de longa metragem da história do cinema foi produzido pela firma Pathé (França) e contou com centenas de figurantes. Rodado em estúdio com uma só câmera, bem primitiva, focalizava os atores sem planos próximos ou movimentos como o “traveling”, usando uma cenografia teatral para as diversas seqüências que seguiam partes dos evangelhos, especialmente o de Mateus.
O filme cativou as platéias da época e na sua exportação ganhou diversas cópias, muitas feitas sem o aval dos produtores.No Brasil virou um programa especial da Semana Santa, sendo exibido em cinemas de bairro com regularidade.Em Belém cada exibidor tinha a sua cópia, que fazia parte do programa dos dias santificados segundo um critério popular. A cópia resgatada (e remasterizada) foi parcialmente colorizada em computador, mas em Belém existiu uma cópia em película de 35mm colorizada a mão.A tradição de exibir “A Vida de Cristo” nas 5as.e 6as.Feiras Santas durou até a década de 1990. A exibição atual é patrocinada pela Associação de Críticos Cinematográficos do Pará(ACCPA)
O filme será exibido no Espaço Municipal Cine Olympia, dias 09, 11 e 12/04 em Sessão Vesperal às 16:30 h com entrada franca.

Pedro Veriano

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