segunda-feira, 28 de março de 2016

45 ANOS
Por Francisco Cardoso*

Direção: Andrew Haigh
Produção: Reino Unido/2015
3º longa do diretor que anteriormente dirigiu “O grego Pete” (2009) e “Weekend” (2011)


O tempo servirá para o espectador medir a importância do conteúdo da carta recebida, às vésperas de Kate e Geoff comemorarem quatro décadas e meia, juntos. O que a carta informa, será tão marcante, afetando não só a semana que antecede a festa programada, mas todo um relacionamento tranquilo e equilibrado vivido pelo casal durante os anos que se encontram juntos.

A informação trazida pela correspondência é de que, o corpo de um primeiro amor de Geoff, caído em montanha na Suíça (que ficara desaparecido), é encontrado congelado depois de tantos anos. O episódio transforma-se em mais do que uma rápida nevasca no maduro convívio do casal até então.
Cada capítulo diário da narrativa, registrará, a partir da carta, uma transformação na relação dos parceiros. Os passeios matinais de Kate é um exemplo destas mudanças.

O trabalho muito bom do diretor Andrew Haigh dependia especialmente do trabalho de seus atores   centrais.  Charlotte Rampling (Kate) e Tom Courtenay (Geoff), estão excelentes, ao ponto de, no Festival de Berlim 2015 serem escolhidos como melhor atriz e melhor ator respectivamente.

A força das interpretações está mais presente nas expressões corporais/faciais do que nos diálogos. No comportamento constantemente confuso de Geoff e nos olhares expressivos de Kate. Câmera fixa e movimentos quase imperceptíveis ajudam a transmitir os sentimentos presentes.

“45 anos” marca uma nova etapa do Cine Estação com a projeção digital. A escolha não poderia ter sido melhor. Parabéns ao amigo Augusto Pacheco, competente programador/coordenador da Sala.

Cotação: Muito Bom


*Francisco Cardoso é professor e membro da Associação Paraense de Críticos de Cinema

sexta-feira, 25 de março de 2016

CARL DREYER





A ACCPA (Associação de Críticos de Cinema do Pará) realizará uma programação especial no cineclube Alexandrino Moreira (Casa das Artes). Serão selecionados dois filmes por mês de diretores importantes para a história do cinema com intenção de criar interesse e estudo para o trabalho realizado por grandes cineastas.
A programação especial iniciará em abril com o cineasta Carl Dreyer e os filmes "A Palavra"(1955) e "Gertrud"(1964). Dreyer é um dos cineastas mais importantes do cinema e merece ser mais conhecido e estudado. Cineastas como Jacques Tati, Roberto Rosselini, Howard Hawks, Nicholas Ray, Samuel Fuller, John Ford, entre muitos outros, estarão nesta programação. Posteriormente serão selecionados filmes relacionados aos movimentos cinematográficos como o Cinema Expressionista e a Nouvelle Vague.(Marco Antonio Moreira)

Jerry Lewis – 90 anos



Jerry Lewis – 90 anos
O grande ator Jerry Lewis completou recentemente 90 anos de idade. Lembro que na minha infância era difícil ver seus filmes nas salas de exibição. Naquele período alguns clássicos do cinema tinham circulação limitada nos cinemas e raramente tive oportunidade de assistir Lewis no cinema, mas felizmente a televisão auxiliou para que a minha geração tivesse contato com este talentoso comediante.Lewis é simples, criativo, engraçado e sempre inteligente. Ele sabe como poucos equilibrar a sua interpretação usando todos os elementos da linguagem corporal para criar cenas hilariantes e inteligentes. Sim, inteligentes, pois fazer comédia é algo muito sério e não precisa de apelações, grosserias e baixarias. Por isso, seu talento ultrapassou o seu tempo.
Jerry Lewis, ao lado de tantos nomes incríveis da comédia como Charlie Chaplin, Buster Keaton e Jacques Tati, dignificou um gênero que há muito tempo não tem grandes novidades. Como ator, diretor, produtor, roteirista e posteriormente professor da universidade de cinema nos EUA, Lewis marcou a história do cinema e é necessário assistir seus filmes para entender a magnitude de sua arte. Filmes como “O Terror das Mulheres”(exibido recentemente no circuito cineclubista) e “O Professor Aloprado” são um bom começo para aqueles que não conhecem seu trabalho. Por isso, como forma de comemorar/homenagear Jerry Lewis, o melhor programa é procurar seus filmes em DVD e aproveitar. Bom programa!(Marco Antonio Moreira)

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