sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

OS MELHORES DO CINEMA EM 2011 - RELAÇÃO DA ACCPA



A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) reuniu seus críticos associados nesta quinta-feira, dia 22/12, para escolher os melhores do cinema em 2011. Votaram : Pedro Veriano, Luzia Álvares, Marco Antonio Moreira, Dedé Mesquita, Augusto Pacheco, Maiolino Miranda, Arnaldo Prado Jr., José Otávio Pinto, Francisco Cardoso,Ismaelino Pinto, Fernando Segtowick, Raoni Arraes, Lorenna Montenegro e Elias Neves.
Veja a relação completa dos melhores do cinema em 2011 :

Melhores Filmes
1) "A Árvore da Vida" de Terrence Mallick
2) "Melancholia" de Lars Von Trier
3) Meia-Noite em Paris" de Woody Allen
4) "A Fita Branca" de Michael Haneke
5)"Cópia Fiel" de Abbas Kiarostami
6) "Cisne Negro" de Darren Aronofsky
7) "Em Um Mundo Melhor" de Sussane Bier
8) "Filme Socialismo" de Jeal-Luc Godard
9) Tio Boonmee que pode Recordar suas Vidas Passadas" de Apichatpong Weerasethakul
10) "A Pele que Habito" de Pedro Almodovar

Melhor Diretor : Terrence Malick (A Árvore da Vida)
Melhor Ator : Collin Firth (O Discurso do Rei)
Melhor Atriz: Natalie Portman (Cisne Negro)
Melhor Ator Coadjuvante : Christan Bale (O Vencedor)
Melhor Atriz Coadjuvante : Charlotte Gainsburg (Melancholia)
Melhor Montagem : A Árvore da Vida
Melhor Direção de Arte : Meia-Noite em Paris
Melhor Fotografia : A Árvore da Vida
Melhor Trilha Sonora : Melancholia
Melhor Canção Original : 127 Horas
Melhor Figurino : Meia-Noite em Paris
Melhor Roteiro Original : Melancholia
Melhor Roteiro Adaptado : Tio Boonmee/Inverno da Alma
Melhor Efeitos Especiais : Melancholia
Melhor Animação : O Mágico/Rango
Melhor Documentário : A Terra da Lua Partida
Prêmio ACCPA - Destaque do Ano - Cinema Brasileiro : "Matinta" e "Ribeirinhos do Asfalto"

Menção Especial : As sessões programadas da associação no Cine Olympia, ao grupo Cinepólis e aos parceiros da ACCPA que possibilitam o desenvolvimento de nosso trabalho de formação de público : Instituto de Arte do Pará (Cineclube Alexandrino Moreira), Cine Líbero Luxardo, Cine Sesc, Cine Saraiva e Casa da Linguagem (Cineclube Pedro Veriano)

sábado, 10 de dezembro de 2011

"BARRY LYNDON" DE STANLEY KUBRICK NA SESSÃO CULT DIA 17/12/11


"BARRY LYNDON"

Original-Barry Lyndon-UK (1975)
Direção de Stanley Kubrick
Roteiro de Kubrick baseado no romance de William Makepeace Thackeray
Elenco: Ryan O’Neal, Marisa Berenson.
Sinopse : No século XVIII, um aventureiro irlandês, por ter transgredido a lei, é obrigado a deixar seu país e tornar-se espião, soldado e jogador. Mas seu principal objetivo é chegar até a aristocracia através de um casamento e consegue, mas apesar de um período de felicidade, um triste destino o aguarda.
Importância Histórica: Depois de sucessos totais com “2001:Uma Odisséia no Espaço” e “Laranja Mecânica”, Stanley Kubrick (1928-1999) espantou a todos os críticos quando voltou-se para a literatura do escritor William Makepeace. Foi um desafio para mostrar como se pode fazer filme de época com “a imagem da época”. Junto a John Alcott, usou uma objetiva de grande luminosidade que permitiu tomadas com luz de velas, alcançando uma cor semelhante a usada pelos pintores clássicos do tempo em que se passa a história. A beleza plástica foi agraciada com o “Oscar” assim como a Direção de Arte , Figurino e Música. Além disso, o filme ganhou mais 13 prêmios internacionais e 11 indicações.
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE CRÍTICOS DA ACCPA E O PÚBLICO PRESENTE



CINE LÍBERO LUXARDO
SABÁDO DIA 17/12/11
HORÁRIO ESPECIAL : 15H
(DEVIDO A LONGA METRAGEM DO FILME A SESSÃO ACONTECERÁ ÀS 15H)
ENTRADA FRANCA

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"GENTE COMO A GENTE" DE ROBERT REDFORD NA SESSÃO ACCPA/SARAIVA DIA 07/12/11


"GENTE COMO A GENTE"
Original:Ordinary People-EUA,1980
Direção de Robert Redford
Roteiro de Judith Guest(novela original) e Alvin Sargent.
Elenco: Donald Sutherland, Mary Tyler Moore, Timothy Hutton,Judd Hirsch.
Argumento: A morte de um filho leva uma família à crise entre a mãe autoritária, o pai pacifico e o outro filho adolescente.
Importância Histórica : Vencedor dos Oscar de filme, diretor, ator coadjuvante (Hutton) e roteiro o filme ainda recebeu 12 prêmios internacionais e 9 candidaturas. O público americano também prestigiou o retrato de sua cultura, achando sincera a abordagem no texto de Judith Guest e na direção estreante do ator Redford. Hoje o filme é tido como um clássico da produção comercial dos anos 70/80.

SESSÃO ACCPA/SARAIVA
"GENTE COMO A GENTE"
ESPAÇO BENEDITO NUNES (LIVRARIA SARAIVA)
QUARTA-FEIRA DIA 07/12/11
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS

sábado, 3 de dezembro de 2011

O FALSO PROFETA DE LANCASTER


O Falso Profeta de Lancaster
Ator ganhou o Oscar por “Entre Deus e o Pecado”, atração da Sessão Cult hoje

Vigaristas já foram retratados nas telas de cinema diversas vezes. A dualidade da personalidade atrai o público como um imã, e Elmer Gantry converte a todos com seu charme e eloquência. Ele é o personagem central do filme de 1960, “Entre Deus e o Pecado”, que será exibido hoje na sessão Cult do Cine Líbero Luxardo.
Elmer é interpretado por Burt Lancaster, que até então havia tido poucas oportunidades na carreira de mostrar seu potencial dramático. Aqui, o diretor Richard Brooks aposta no galã, que dá ao caixeiro-viajante, meio pária, meio pregador, uma profundidade e carisma gigantescos. Ele chega numa pequena cidade, onde encontra uma seita religiosa com a qual descobre que pode ganhar dinheiro fácil.
O que ele começa a fazer é se fingir de profeta e ir enganando, seduzindo as pessoas com o evangelismo, inflamando inclusive a jovem Irmã Sharon Falconer (Jean Simmons) com quem acaba engatando um romance. Com o tempo, ele vai se frustrando com o fanatismo das pessoas que o cercam e vê os sonhos de fama e fortuna se distanciarem, além da chegada de um antigo caso amoroso (Shirley Jones), que o faz confrontar alguns demônios do passado.
Pecadores queimam no inferno
Adaptado do romance de Sinclair Lewis (1885-1951) um dos grandes nomes da literatura e teatro americanos, o roteiro é uma boa adaptação – escrito pelo próprio Brooks que ganhou Oscar por ele - que permite os atores darem vida a personagens dúbios. Nesse libelo contra o fanatismo religioso, o oportunismo e a intolerância racial, a boa fé dos ‘mocinhos’ não leva a melhor no final. Elmer passa a ter sua santa vida mexida por revelações inadequadas, o que o fazem temer o inferno com cada vez mais intensidade.
Lancaster tem uma mudança gradual no filme, passando de oportunista falastrão a homem discrente e perseguido. Uma cena emblemática de “Entre Deus e o Pecado” é quando Elmer entra na igreja – detalhe, há somente negros nela – e, timidamente, começa a cantar "I'm on my way to Canaan's land". É arrebatadora a forma como a emoção o domina, que começa a cantar a plenos pulmões e com lágrimas nos olhos, como se realmente tivesse achado o seu lugar no mundo.
O ator, que ao longo da carreira havia recebido quatro indicações ao Oscar de Melhor Ator. Contudo, só ouviu a frase “… and the Oscar goes to… Burt Lancaster!” uma única vez, justamente quando foi indicado pelo papel de Elmer Gantry.
Elmer Gantry (br: Entre Deus e o Pecado; pt: O Falso Profeta) é um filme americano que conta no elenco com Jean Simmons e Burt Lancaster. Esse último ganhou o Oscar de Melhor Ator pela atuação na película. (Lorenna Montenegro)

SERVIÇO:
Sessão Cult apresenta “Entre Deus e o Pecado”, de Richard Brooks. Hoje, dia 03/12 às 16h, no Cine Líbero Luxardo - Centur (Av. Gentil Bittencourt, 650). Entrada Franca. Inadequado para menores de 12 anos. Após o filme, debate entre o público e membros da Associação de Críticos de Cinema do Pará.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

"MELANCHOLIA" DE LARS VON TRIER NO CINE ESTAÇÃO A PARTIR DO DIA 08/12


‘Melancholia’, de Lars von Trier, no OI Cine Estação
Neste fim de ano, o cinemão da Estação das Docas finalmente exibe um dos mais belos filmes realizados nos últimos anos: ‘Melancholia’, escrito e dirigido por Lars von Trier, com Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland e Kirsten Dunst, laureada com Prêmio de Melhor Atriz em maio deste ano no Festival de Cannes 2011.
A narrativa gira em torno de duas irmãs durante e logo após a festa de casamento de uma delas, enquanto a Terra está prestes a colidir com um planeta gigante que está se aproximando ameaçadoramente. A festa glamourosa e cara está longe de ser bem sucedida, com os pais divorciados de Justine abertamente hostis no jantar.
A idéia do filme surgiu durante uma sessão de terapia do diretor Lars von Trier (Dogville, Ondas do Destino, Manderlay, O Anticristo). Trier, em seguida, desenvolveu a história não como um filme de desastre e sem qualquer ambição de retratar astrofísica realista, mas como uma forma de analisar a psiquê humana durante um desastre.
A história das duas irmãs como personagens principais foi desenvolvida por meio de uma troca de cartas entre Trier e a atriz Penélope Cruz. A atriz espanhola escreveu que gostaria de trabalhar com Trier, e falou com entusiasmo sobre a peça ‘As Criadas’ de Jean Genet.
Penélope Cruz foi inicialmente escalada a desempenhar o papel principal, mas desistiu quando o cronograma de filmagem de outro projeto foi alterado. Dunst tinha sido sugerida para o papel pelo cineasta americano Paul Thomas Anderson em uma conversa sobre o filme entre ele e Trier. Grande parte da personalidade do personagem Justine foi baseada no processo terapêutico de Trier.
No filme, a inserção do prelúdio de ‘Tristan und Isolde’, de Richard Wagner, foi inspirada na afirmativa de Marcel Proust ao concluir que o prelúdio de Wagner é a maior obra de arte de todos os tempos. ‘Melancholia’ usa a música mais do que qualquer filme de Trier desde ‘The Element of Crime’, de 1984. Os efeitos visuais foram elaborados por uma equipe de 19 artistas gráficos, que trabalharam no projeto durante três meses.
A estreia oficial aconteceu na última edição do Festival de Cannes 2011, exatamente no dia 18 de maio. Na coletiva, Trier brincou com a imprensa sobre como trabalhar em um filme pornográfico de hardcore com Dunst e Gainsbourg, fez piadas sobre judeus e nazistas, disse que compreendia Adolf Hitler, que admirava o trabalho do arquiteto Albert Speer, e anunciou que era um nazista. Foi o suficiente para ser considerado ‘persona non grata’ e ser expulso do festival, mesmo dando entrevistas promocionais sobre o filme.
A sugestão palaciana de um conto de fadas apocalíptico, que remete ao romantismo alemão, traz para o filme interpretações excepcionais de todo elenco, em especial para Kirsten, Dunst, que já tinha trabalhado com Sophia Coppola (As Virgens Suicidas) e Michel Gondry (Brilho eterno de uma mente sem lembranças). Ela interpreta uma personagem diferente de qualquer outro que ela já tentou, o que lhe valeu o prêmio máximo de interpretação feminina em Cannes.
O filme é uma produção dinamarquesa com co-produtores internacionais na Suécia, França, Alemanha e Itália. As filmagens ocorreram na Suécia e o orçamento total foi de 52,5 milhões de coroas dinamarquesas.

Sinopse
Um planeta chamado Melancolia está prestes a colidir com a Terra, o que resulta em sua destruição por completo. Neste contexto Justine (Kirsten Dunst) está prestes a se casar com Michael (Alexander Skarsgard). Ela recebe a ajuda de sua irmã, Claire (Charlotte Gainsbourg), que juntamente com seu marido John (Kiefer Sutherland) realiza uma festa suntuosa para a comemoração.

Serviço
Melancholia. De Lars von Trier. Com Kirsten Dunst, Kiefer Sutherland e Charlotte Gainsbourg. 14 anos. 130m. Ficção científica.
Datas de exibição em dezembro
8 (quinta), às 18h e 20h30
9 (sexta), às 18h e 20h30
10 (sábado), às 18h e 20h30
11 (domingo), às 10h, 18h e 20h30
16 (sexta), às 18h e 20h30
17 (sábado), às 18h e 20h30
18 (domingo), às 10h, 18h e 20h30
Ingressos: R$ 7,00 (com meia-entrada para estudantes).
Realização: OS Pará 2000, Secretaria de Estado de Cultura – Secult e Governo do Estado.
Apoio: ACCPA

terça-feira, 29 de novembro de 2011

'TIO BOONME" NO CINE OLYMPIA É UM DOS MELHORES FILMES DO ANO

"Tio Boonmee que pode recordar suas Vidas Passadas” de Apichatpong Weerasethakul.
É cada vez mais raro ver no cinema de hoje um filme que procura encontrar na narrativa cinematográfica uma magia e um significado mais abrangente e complexo. Às vezes, tenho impressão que para a maioria dos cineastas, o cinema já esgotou todo o seu potencial e o melhor a fazer e se repetir, fazendo mais do mesmo. Mas felizmente, bons filmes ainda estão sendo feitos, os cineastas ainda podem arriscar e o público pode/deve alcançar as novas idéias/intenções/objetivos dos cineastas que arriscam. Por isso, “Tio Boonmee que pode recordar suas vidas Passadas” é tão importante pois resgata esta esperança de que o cinema como arte ainda está apenas começando. Ao mostrar a história do Tio Boonmee (Thanapat Saisaymar), que resolveu passar os últimos dias de sua vida ao lado de seus amigos e parentes recolhido em uma casa perto da floresta,o diretor escolhe o caminho do surreal, do delírio, valorizando a vida e a natureza e ao mesmo tempo questionando seus paradigmas. Tio Boonmee não apenas está morrendo nesta vida que conhecemos, mas consegue ver suas vidas passadas, entrando em contato com seu filho e esposa, já falecidos, que vem lhe ajudar a fazer a passagem deste mundo real para outro mundo, desconhecido.
Neste contato com sua família, a relação com sua história de vidas passadas, a morte à sua frente, a natureza mostrando o seu equilibro, Tio Boonmee delira e pacientemente aceita este caminho de vida/morte/real/imaginário que agora vive. O diretor reforça esta passagem do personagem com longas cenas, mostrando a paz da natureza versus a ansiedade de ser humano como Tio Boonmie. E esta naturalidade que o personagem principal tem de lidar com o que está lhe acontecendo, nos é mostrada sem mêdos. Tudo é natural. Ver o filho de Boonmee aparecendo em outra forma que não humana, é natural. Ver a história de uma princesa que dialoga com um peixe, é natural. Por isso, o olhar do espectador ao ver este filme, não pode ser o mesmo olhar de sempre.
Em “Tio Boonmee” somos forçados a ver o filme, o cinema, com outros olhos, outra interpretação, quebrando nosso paradigma pessoal em relação à sétima arte. Ao procurar entender essa viagem do Tio Boonmie, mudamos e de alguma forma, entendemos mais uma vez a força que o cinema tem de nos impressionar, surpreender. “Tio Boonmie” é isso e muito mais. É um filme sobre a vida e a morte, que valoriza a nossa passagem neste mundo e revela novas visões e siginificados do que é a vida e o que e a morte. É um filme que nos provoca com estas questões e nos pertuba com suas intenções. Os bons filmes são assim. Resta-nos alcançá-los. Basta querer. (Marco Antonio Moreira)

domingo, 27 de novembro de 2011

"ENTRE DEUS E O PECADO" NA SESSÃO CULT DIA 03/12/11




"ENTRE DEUS E O PECADO"
Original:Elmer Granty-EUA, 1960.
Direção e roteiro de Richard Brooks da peça de Sinclair Lewis.
Elenco; Burt Lancaster, Jean Simmons, Arthur Kennedy, Shirley Jones.
Argumento: Um oportunista falastrão encontra um acampamento de uma seita religiosa e se diz pastor, conseguindo com a sua oratória fácil empolgar multidões. Ele assume um romance com a jovem líder da seita, mas o estimulo às demonstrações de fanatismo não dura muito.
Importância Histórica : Sinclair Lewis (1885-1951) um dos grandes nomes da literatura e teatro americanos foi muito adaptado pelo cinema (34 roteiros de suas obras). Este filme dirigido por Richard Brooks(de “À Sangue Frio”) é das mais felizes adaptações de Lewis. Deu o "Oscar" de ator a Burt Lancaster, de atriz a Shirley Jones e de roteiro a Brooks. Também ganhou mais 5 prêmios e 8 candidaturas em mostras internacionais. É um libelo contra o fanatismo religioso e o oportunismo que gera ao deixar que apareçam os exploradores da boa fé do povo. Neste quadro o tipo representado por Lancaster está excelente, marcando a carreira do ator antes ligado aos filmes de aventuras e “gangster”.



SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
"ENTRE DEUS E O PECADO"
SABÁDO DIA 03/12/12
HORÁRIO : 16 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA
PROGRAMAÇÃO : ACCPA (ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ)

"TIO BOONMEE E OUTRAS VIDAS"


Filmes da estatura de “Tio Boonmee que Pode Recordar Suas Vidas Passadas” (Lung Boonmee Raluek Chat, 2010) do tailandês Apichatpong Weetasethakul dificilmente chegam ao circuito comercial. Narrativa não concessiva, em que a argumentação e o desfecho não são conclusivos, deixa o/a espectador/a livre para diversas opiniões sobre o que vê. E, da mesma forma, pode ser amado e/ou rejeitado. Amado se for compreendido na sua extrema solicitação à natureza, explora uma trilha de ruídos de pássaros e o som do vento, as luzes aparentemente naturais, a floresta e as cavernas sendo convividas entre os animais e as pessoas, tudo, enfim, significando a unidade da vida física e imaterial do ser humano.
O fio condutor do enredo pode-se dizer que evidencia o cotidiano de um ex-combatente da guerra no Laos amargando ter “morto muitos comunistas”, se vê doente dos rins, num constante tratamento pela hemodiálise, e na expectativa de sua partida para um outro plano da existência. E justamente este plano, além da vida material, que é abordado com substância de uma cultura especifica, virtualmente quebrando os limites da existência terrena e das lendas ancestrais. Reunido com alguns parentes, certo dia, Boonmee vê chegar à mesa de jantar, sua esposa falecida há mais de dez anos e o filho que desaparecera há 9, surgindo como um símio de olhos vermelhos. Recebem estas figuras a cunhada de Boonmee e seu sobrinho, afinal quem cuida da sua enfermidade. Todos se admiram da juventude perene da Huay, a mulher que morrera há muitos anos e que aparece como se mantivesse a idade em que deixou o mundo dos vivos. Na conversa entre eles, ela descreve detalhes de seu sepultamento enquanto todos comentam sem espanto. E o jovem filho transformado em animal, expõe as origens de sua aparência quando por curiosidade capturou, em uma fotografia (ele era fotógrafo profissional), uma figura estranha a qual seguiu os passos e em contato com esse animal, veio a incorporar a estranha metamorfose. Todos conversam e só quem tem queixas é o próprio Boonmee, mesmo assim, construindo uma barraca na mata onde passa algumas horas com a cunhada e onde conta o seu passado.
As personagens decidem explorar uma caverna e é aí que o enfermo vai deixar seu corpo físico. Mas nada é “de graça”. Antes há a intervenção de uma lenda, como um sonho, onde uma princesa é despojada de seus bens e descobre o prazer sexual com uma figura mítica marinha. Na caverna, luzes e sombras atestam o mundo em que a lenda, a espiritualidade e a materialidade se mesclam em harmonia. Tudo o que se vê no filme é apresentado como muito natural, esvaziando a cisma de terror que uma abordagem desse feitio poderia causar em um tipo de cinema.
Formalmente é um projeto audacioso. A narrativa é constituída em sua maior parte de planos abertos e fixos. Só percebi um movimento (manual) de câmera e um plano próximo (não chega a ser um close). Há tomadas em que a câmera permanece no enquadramento enquanto os tipos focalizados saem de sua captação. Também não há travelling, não há efeito especial além de uma tomada inicial de Huay em que ela aparece só com a metade do corpo e depois se vai formando totalmente (ou quando simplesmente desaparece). Até a transformação do jovem em símio é suprimida, Nada que escandalize, que leve o folclore regional a um plano sensacionalista.
Creio que o público deve estranhar no filme sua opção pelo contemplativo, a demora das seqüências, a parcimônia dos cortes. É como um ritual tailandês. Impressionante e realmente novo em cinema exibido em gêneros ou formas.
O que dá substância ao filme é o tom comunicativo entre matéria e espírito traduzido na substância da natureza humana. Em certo momento, Tio Boonmee revela a existência integrada desses mundos, sem que isso leve a pensar numa dimensão religiosa, mas na complentação desses espaços vistos de forma unificada. Nesse aspecto, também, o/a espectador/a vai supor que o cineasta tailandês está tentando passar uma crença doutrinária sobre a concepção espírita, mas, na verdade, se trata de reverência à unicidade do ser humano como manifestação do modo de vida desse povo. Excelente! Imperdível. (Luzia Miranda Álvares)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O LADO "FAKE" DA ARTE SEGUNDO ORSON WELLES


O Lado "Fake" da arte segundo Welles
Cineasta realiza em seu último filme uma reflexão sobre autenticidade

Com a massificação cada vez mais consolidada da internet, está se tornando comum convivermos com ‘fakes’ – nome atribuído a quem se passa por outras pessoas nas redes sociais. Seja pelo fato de que pessoas fingem ser o que não são no mundo virtual, seja por reproduções indiscriminadas de obras de arte, fotos e outras imagens em perfis pelas redes sociais, estamos rodeados de cópias falsas.
Mas antes mesmo da evolução tecnológica invadir nossos lares, o diretor Orson Welles já refletia sobre o que há de realmente legítimo na arte. Em 1973, ele realizou “Verdades e Mentiras” – no original F for Fake-, que reflete sobre a autenticidade e a falsidade até em nossas próprias vidas e será exibido DIA 27/11 hoje no Cineclube Alexandrino Moreira, do IAP.
O filme acompanha Elmyr Hory, considerado por muitos um genial falsificador de quadros famosos. Também conhecemos o seu biógrafo, Clifford Living, famoso por fraudar a autobiografia de Howard Hughes, crime pelo qual chegou a inclusive ser preso e massacrado pela imprensa. Com o intenso fluxo de idéias de Welles conduzindo a narrativa, o filme promove uma reflexão sobre o papel da arte. O ator, diretor e criador de, talvez a obra mais importante do cinema, “Cidadão Kane”, aqui dá um banho estético com o seu estilo único de filmar e dirigir, concatenando cenas estáticas com outras sequencias frenéticas e quase sem corte, usufruindo do estilo documental e narrando o filme até em primeira pessoa em certas partes.

Final contundente
Este é o último longa-metragem de Welles, encerrando de uma maneira inusitada a brilhante carreira permeada ainda por filmes como “A Marca da Maldade”, “O Processo” e “Macbeth”. Por “Verdades e Mentiras”, eles foi acusado por seus detratores de ter falsificado o roteiro. Apesar disso, a obra é vista como uma resposta zombeteira a quem o acusa, e por meio da escolha de uma visão do que representa a autoria artística, faz o público tornar-se partidário da sua intenção autoral.
Numa era onde copiar e colar exige menos esforço do que criar, a reflexão presente no filme se faz contundente, semelhante a que fez Walter Benjamin no final do séc. XIX durante a ebulição industrial no mundo, através do artigo “A Obra de Arte na Era da Reprodutividade Técnica”. Porém, Welles amplia a discussão ao questionar a origem da arte, as mentiras e verdades que nela estariam contidas. (Lorenna Montenegro)

SERVIÇO
Sessão ACCPA/IAP apresenta: “Verdades e Mentiras”, de Orson Welles. Dia 28/11/11 às 19h no Cineclube Alexandrino Moreira (IAP - Praça Justo Chermont, 236, ao lado da Basílica de Nazaré). Entrada Franca.
Após o filme, haverá debate entre público e críticos da Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA).

"DUMBO" NA SESSÃO FANTASIA DIA 27/11/11

O Elefantinho que podia voar
“Dumbo” comemora 70 anos de lançamento com exibição no Olympia
Quem não conhece a história do filhote de elefante nascido no circo, que com suas orelhas gigantes desafia o julgo do dono do lugar e tenta ser livre, acompanhado do fiel ratinha Timóteo? Quem consegue segurar as lágrimas quando a mãe do pequeno é aprisionada e separada de seu filho? Ou quem não se diverte com os desaforados urubus que vivem se espreguiçado na rede elétrica e ensinam “Dumbo” a perder o medo de voar? Pois todos esses ingredientes que transformaram o filme da Disney num clássico amado por gerações, e sucesso de crítica arrebatando prêmios no Oscar e em Cannes, poderão ser (re) vistos na tela do Cine Olympia neste domingo, na Sessão Fantasia promovida pela Associação de Críticos de Cinema do Pará.
“Dumbo” é daqueles personagens que sempre existiram. Um dos primeiros de um filme da Disney que se imortalizaram – mais até do que Bambi, cuja história é igualmente dramática – nas telas de cinema, fitas VHS e DVD. A história trata de preconceito, pois as orelhas grandes de “Dumbo” chamam tanto a atenção de todos no circo que ele acaba sendo excluído, como se tivesse um defeito. É o destemido ratinho Timotéo quem o ajuda a vencer as dificuldades quando ambos descobrem que o defeito lhe garante a incrível habilidade de alçar vôo.
Realizado em 1941, o filme completa 70 anos e ganhou uma edição especial com o desenho remasterizado e uma série de extras lançada no final do ano passado em Blu Ray e em DVD. Ela inclui uma sequência inédita sobre o porquê dos elefantes temerem os ratos, jogos, curiosidades e bastidores e depoimento de Walt Disney sobre o filme.
Na edição especial, o roteirista Dick Huemer conta que a inspiração para caracterizar “Dumbo” surgiu após a leitura de uma historia de Joe Grant. Aí ele criou o elefante com olhos tristonhos, roupa de palhaço e orelhas grandes e caídas. Também cartunista, Huemer criou diversos personagens célebres como a rainha má da Branca de neve e os sete anões.
O filme ainda brinca com diversas situações que deixam o espetáculo mais cômico e também triste. “Jumbo Jr” é o nome original do bebe elefante, que, por conta das orelhas grandes é apelidado de Dumbo - que em inglês significa ‘estúpido’. Dumbo foi a primeira animação lançada pela Disney em vídeo, o tornando especial para as mais novas gerações.
A animação arrebatou o Oscar de melhor trilha sonora e canção e um premio muito especial do festival de Cannes, tanto pela maneira como abordou um tema árduo – o preconceito – o tornando palatável para o público em geral, quando pelas sequencias surrealistas que mostram elefantes coloridos que plasticamente são incríveis. (Lorenna Montenegro)

Assista
Sessão Fantasia da ACCPA apresenta “Dumbo”. Domingo dia 27/11, às 16h no Cine Olympia (Avenida Presidente Vargas). Entrada Franca. Livre para todas as idades.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

"VERDADES E MENTIRAS" DE ORSON WELLES NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 28/11/11


"VERDADES E MENTIRAS"
Original: Verités et Mensonges-França, 1973
Direção e roteiro de Orson Welles
Elenco: Orson Welles, Ojar Kodar, François Reinchembach, Joseph Cotten (participação especial).
Sinopse : Orson Welles (diretor do consagrado "Cidadão Kane") utiliza a história de um brilhante falsificador de quadros, o húngaro Elmyr de Hory, para levantar questões pouco indagadas, relativas ao sentido da mentira na arte. Elmyr fala sobre os caminhos que o levaram à pacata ilha espanhola de Ibiza e revela não se sentir mal pelos artistas que copia. Entre estes, estão Modigliani, Picasso e Matisse. Taxado pela imprensa de inimigo da arte, parece manter-se tranqüilo quanto à própria posição. Nesse ponto, somos levados a tomar partido de um dos lados, por meio da escolha de uma visão do que representa a autoria artística.
Importância Histórica: Último longa-metragem de Orson Welles(Cidadão Kane/A Marca da Maldade/O Processo) apresentado por ele como um prestidigitador que apresenta a lendária figura do falsário Elmyr, divagando sobre o que é original e o que é copia de uma obra de arte. Welles se diz um “canastrão” e lança varias ironias sobre o mundo moderno realizando um filme polêmico que encerrou sua brilhante carreira de diretor.

SESSÃO ACCPA/IAP
"VERDADES E MENTIRAS"
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
(AUDITÓRIO DO IAP - INSTITUTO DE ARTES DO PARÁ)
SEGUNDA-FEIRA DIA 28/11/12
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
*APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA (ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ)

domingo, 20 de novembro de 2011

"A MORTE DO BOOKMAKER CHINÊS" NA SESSÃO ACCPA/SESC DIA 23/11/11

"A MORTE DE UM BOOKMAKER CHINÊS"
Original:The Killing of the Chinese Bookie-EUA,1976
Direção e roteiro de John Cassavettes
Elenco: Ben Gazzara,Timotyhy Carey,Seymour Cassel, Robert Phillips.
Argumento:Para pagar uma divida de jogo em um cassino,um homem é obrigado a matar um bookmaker chinês.
Importância Histórica : John Cassavettes firmou-se mais como diretor do que como ator (embora tivesse feito bons filmes). Sua obra é considerada autoral, desafiante do cinema que se fazia nos EUA em seu tempo. Este exemplar que levou dois anos para ser terminado é dos mais ilustrativos do cinema introspectivo do cineasta. Excelentes desempenhos e uma fotografia com câmera manual ajudam no resultado que mereceu elogios da critica.

SESSÃO ACCPA/SESC
"A MORTE DE UM BOOKMAKER CHINÊS"
CINE SESC BOULEVARD (SESC EM FRENTE A ESTAÇÃO DAS DOCAS)
QUARTA-FEIRA DIA 23/11/11
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS
PROGRAMAÇÃO : ACCPA (ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"A ÁRVORE DA VIDA" EM DEBATE NO CINE LÍBERO LUXARDO DIA 19/11




Existência Repleta de Significados
“Arvore da Vida”, um dos filmes mais vistos e comentados do ano, será exibido e debatido neste sabádo, dia 19/11, no Cine Líbero Luxardo com a participação de críticos da ACCPA.O debate acontecerá após o término da sessão deste sabádo.
Um homem de setenta anos que em quarenta de carreira fez seis filmes, pode não ser um exemplo de operário padrão do cinema, mas é, pela natureza e qualidade das obras que se propôs realizar, um dos grandes cineastas americanos da história. E com “Arvore da Vida” o texano Terrence Malick escreve mais um capítulo – quem sabe o último – na sua filmografia. Desta feita um capítulo mais ambicioso, perturbador e espiritual do que tudo que havia feito antes.
Ter arrebatado uma Palma de Ouro em Cannes dá a esse filme o status de obra-prima? Não necessariamente. Cannes pode ser um festival badalado, mas dificilmente premia os melhores filmes em competição de uns anos para cá. A cancha de ‘termômetro’ para o que de mais relevante e interessante vem sendo produzido na cinematografia mundial repousa em Veneza e Berlim.
Porém, “Arvore da Vida” merece os louros dourados e todas as críticas entusiasmadas. É um filme maduro, contundente, ainda que em alguns momentos pareça um ‘loop infinito e filosófico’ sobre a vida, o amor, a família e o sentido de existir, ele faz sentido e mexe com alguma coisa lá dentro, no âmago do nosso ser. Por mais que não se saiba explicar, não tem como negar.

Vã Filosofia
“Existem dois caminhos na vida: o caminho da natureza e o caminho da graça. Você precisa decidir qual dos dois seguir”. Assim é o início, com a narração da mãe (Jessica Chastain) que nos leva até uma típica família classe média do Texas em meados dos anos 50, que dá frutos, floresce e cresce como a árvore localizada no quintal. O fio condutor da trama é o filho mais velho, Jack (Hunter McCracken) e através dele vamos descobrindo os pequenos dramas da infancia e as mazelas da vida adulta, tendo como ponto fundamental a morte de um ente querido.
Nesse retrato particular, reside uma das maiores virtudes do filme. Brad Pitt e Jessica Chastain entregam atuações magistrais e os três irmãos dão a exata medida entre melancolia, alegria, inocência e o conflito entre o bem e o mal que repousa neles. É angustiante ver Jack e os irmãos quebrando a vidraça do vizinho sabendo que podem sofrer as conseqüências nas mãos do pai. Assim como a cena do almoço onde o patriarca tem um ataque de fúria e a mãe parece uma frágil criança.
Ali tudo ganha sentido e permanência, com a vida da família sendo desenhada e comungando com as nossas percepções de o que é a vida e o que estamos fazendo nesse mundo. Jack adulto procura as respostas a essas perguntas e uma forma de ficar em paz e fazer as pazes com suas origens, sua família.

Graça ou perdição?
Jack menino descobre a vida entre dois pilares, o pai e a mãe, o amor e a rigidez sacralizados. “É preciso muita determinação para se conseguir o que quer nessa vida”, tenta ensinar o pai (Brad Pitt). Para a mãe, “a menos que você ame... sua vida passará rapidamente”.
A nostalgia e o remorso que inundam os planos de “Árvore da Vida” quando Jack lembra de sua família, de seu irmão morto e aparecer na praia em busca de respostas para o quebra cabeças emocional que o aflinge, é algo que Malick já havia explorado em “Além da Linha Vermelha”. O toque suave das mãos, a água molhando os corpos, o bater de asas da borboleta, o tremular das folhas da árvore no quintal da família, são fragmentos de memórias e sensações que muitos de nós já compartilhamos.
Malick buscou uma reflexão filosófica e teológica que, apesar da carcaça ‘épica’, comunica com muita simplicidade. Intenção de um cineasta livre, cujas ideias, sentimentos e mensagens encontram uma porta aberta na consciência de cada um que se deixa permitir envolver por esse “Árvore da Vida”. Esse objetivo também é alcançado não só pelas atuações e enredo, mas também por elementos como a trilha sonora de Alexandre Desplat, que havia sido indicado ao Oscar por “O Discurso do Rei”. Aqui ele faz o seu melhor trabalho, se igualando as melodias climáticas e grandes composições que arrebatam o público em momentos dramáticos, como o fez em “O Despertar da Paixão” – filme pelo qual ganhou o Globo de Ouro. A música de Desplat, que ainda ganha o reforço de composições de Bach, Mahler e Brahms, entra em sincronia com a rotação do nosso planeta, a hora de trazer uma vida ao mundo, fazendo o casamento entre som e imagem absolutamente fascinante.
Outro que colabora muito para o deslumbramento da platéia com o que se apresenta na tela é o fotografo Emmanuel Lubezki (que trabalhou com Malick em “O Novo Mundo”), que desenha imagens acrescidas em alguns momentos dos efeitos especiais de produzidos artesanalmente por Donald Trumbull e Dan Glass, nas sequencias que tratam do universo. Esse material produzido com excelência foi levado para a ilha onde foi montado por seis editores e Malick, que deram a ordenação impressionante da história de Jack, um adulto perdido num mundo moderno por ter sua alma pressa no passado, em suas origens. O recado do filme, poderia se resumir simplesmente a “veja e sinta”, nada menos e muito mais do que isso. (Lorenna Montenegro)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

"TERRA DE NINGUÉM" NA SESSÃO CULT DIA 19/11/11

"TERRA DE NINGUÉM"
Original: Badlands-EUA-1973
Direção e roteiro de Terrence Malick
Elenco: Martin Sheen, Sissy Spacek, Warren Oates, Ramon Bieri.
Sinopse : Kit Carruthers (Martin Sheen) é um jovem com problemas mentais aparentes, que mata o pai de Holly Sargis (Sissy Spacek), sua namorada de 15 anos, pois ele não aprovava o relacionamento deles. Depois disso, o casal foge junto para Montana, e no decorrer dessa fuga, Kit acaba matando mais pessoas, tornando-os um casal de criminosos famoso e caçado pela polícia de vários estados.
Importância Histórica: O roteiro foi inspirado no lendário matador Starkweather que aterrorizou a zona rural norte-americana nos anos 1950. É o primeiro longa-metragem de Malick, um diretor perfeccionista que em 40 anos fez apenas 6 filmes entre curtos e longos (há dois em andamento) incluindo a obra-prima “A Árvore da Vida”. Também um dos primeiros desempenhos notáveis de Martin Sheen entre 226 títulos no currículo. Malick e Sheen foram premiados no Festival de San Sebastian.
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE CRÍTICOS DA ACCPA E O PÚBLICO PRESENTE.

Trailer de "Terra de Ninguem":
http://www.youtube.com/watch?v=lcFx06cBmbk


SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
"TERRA DE NINGUÉM"
SABÁDO DIA 19/11/11
HORÁRIO : 16 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS
APOIO : ACCPA

VENCEDOR DA PALMA DE OURO EM CANNES NO CINE OLYMPIA

"TIO BOONMEE QUE PODE RECORDAR SUAS VIDAS PASSADAS"
Título original: (Lung Boonmee Raluek Chat)
Lançamento: 2010 (Tailândia, Inglaterra)
Direção: Apichatpong Weerasethakul
Atores: Thanapat Saisaymar, Sakda Kaewbuadee, Jenjira Pongpas.
Duração: 114 min
Gênero: Drama
Sinopse : Sofrendo de insuficiência renal, Tio Boonmee (Thanapat Saisaymar) resolveu passar os últimos dias de sua vida recolhido em uma casa perto da floresta, ao lado de entes queridos. Durante um jantar com a família, o espírito de sua esposa falecida aparece para ajudá-lo em sua jornada final. A eles se junta Boonsong, filho de Boonmee, que retorna após muito tempo metamorfoseado em outra forma de existência. Juntos, eles percorrerão o interior de uma caverna misteriosa, onde Boonmee nasceu em sua primeira vida.
Premiações
FESTIVAL DE CANNES : Palma de Ouro de Melhor Filme

CINE OLYMPIA
"TIO BOONMEE QUE PODE RECORDAR SUAS VIDAS PASSADAS"
DE 22 À 27/11/11
HORÁRIO : 18:30 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS

sábado, 12 de novembro de 2011

PREMIADOS DA 3ª EDIÇÃO DO FESTIVAL AMAZÔNIA DOC.


Terminou nesta sexta-feira, dia 11, a terceira edição do Festival Amazônia Doc. que permitiu ao público paraense a exibição de filmes inéditos e de alta qualidadde. A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) foi convidada para participar da premiação. Confira a relação dos premiados :

JÚRI OFICIAL
MELHOR FILME - LONGA
Sem Ti Contigo (Venezuela)
MELHOR DIREÇÃO
A Terra da Lua Partida (Brasil)
MELHOR ROTEIRO
De Panelas e Sonhos (Peru/Brasil)
MENÇÃO HONROSA
Leite e Ferro (Brasil)
MELHOR FILME - CURTA - FICÇÃO
Matinta (Brasil) (foto)
MELHOR FILME - CURTA - DOC
Sucumbios – Terra Sem Mal (Espanha)
MELHOR DIREÇÃO - CURTA FICÇÃO
A Fábrica (Brasil)
MELHOR ROTEIRO - CURTA
Cine Camelô - Clarissa Knoll (Brasil)
MENÇÃO HONROSA
Crônicas de uma Morte Anunciada (Brasil)
PRÊMIO ESPECIAL
Adriano Barroso - Pelo conjunto de sua obra como dramaturgo, ator, e roteirista

PRÊMIO ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)
Melhor Filme - Longa - A Terra da Lua Partida (Brasil)
Melhor Filme Curta – Matinta (Brasil)
Mençao Honrosa – A Fábrica (Brasil)

JÚRI POPULAR
MELHOR FILME - LONGA - A Terra da Lua Partida (Brasil)
MELHOR FILME CURTA Ficção - Matinta (Brasil)
MELHOR FILME CURTA Documentário - Soldados da Borracha (Brasil)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"A ÁRVORE DA VIDA" NO OI CINE ESTAÇÃO



"A Árvore da Vida" no OI Cine Estação
Em novembro, o OI Cine Estação apresenta o grande vencedor da Palma de Ouro de Melhor Filme na última edição do Festival de Cannes: A Àrvore da Vida, de Terrence Malick. No elenco, Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain.
O filme mostra as origens e o significado da vida através dos olhos de uma família da década de 1950 no Texas, tendo temas surrealistas e imagens atráves do espaço e o nascimento da vida na Terra. O projejto do filme, elaborado desde os final dos anos 70, quando Malick dirigiu ‘Cinzas no Paraíso”, só foi desenvolvido décadas depois, depois de ter sido adiado várias vezes.
‘A Árvore da Vida’ abre com uma citação do Livro de Jó, quando Deus pergunta: "Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? ... Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?"
O filme corta para uma dramatização da formação do universo. Enquanto as galáxias se expandem e os planetas se formam, a voz de Jack (Sean Penn) pode ser ouvida perguntando várias questões existênciais.
O supervisor de efeitos especiais, Douglas Trumbull, usou uma grande variedade de materiais para criar as sequências mostrando o universo: produtos químicos, pinturas, corantes fluorecentes, fumaça, líquidos, CO2, chamas, pratos giratórios, fluídos dinâmicos, luzes e fotografia em alta velocidade. Procedimentos usualmente identificados em clips e produções experimentais de artistas visuais, como jogar leite através de um funil em uma calha estreita e filmá-lo com uma câmera de alta velocidade e lentes dobradas, iluminando-o com cuidado e usando uma taxa de quadros para garantir o efeito cósmico, galático, proposto pelo roteiro.
Considerado por especialistas como um dos grandes lançamentos do ano, ‘A Árvore da Vida’, possui o estilo contemplativo, épico e deliberadamente autoral que marca a produção de filmes de Terrence Malick.

Sinopse
A relação entre pai e filho de uma família comum, ao longo dos séculos, desde o Big Bang até o fim dos tempos, em uma fabulosa viagem pela história da vida e seus mistérios.

Serviço
A Árvore da Vida
Título original: (The Tree of Life)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Terrence Malick
Com: Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain.
Duração: 138 m. 14 anos
Cine Estação/Datas:
09 (quarta): às 18h e 20h30
10 (quinta): às 18h e 20h30
13 (domingo): às 10h, 18h e 20h30
16 (quarta): 18h e 20h30
17 (quinta): 18h e 20h30

domingo, 6 de novembro de 2011

"CÓPIA FIEL"

Sob uma aparência de simplicidade romântica, permite vários níveis de leitura. Um casal em crise se encontra casualmente (?) numa aldeia bucólica da Toscana (a natureza como fonte de inspiração).Esse fio de estória romântica é apenas um pretexto para os personagens discutirem vários temas filosóficos, psicológicos mas, principalmente o conceito polêmico de originalidade da obra de arte; razão e emoção, ilusão na arte, mistificação na percepção da obra de arte, inclusive o cinema, revisão na concepção do Belo desde Platão até a contemporaneidade. Orson Welles em seu magnífico F for fake analisa o mesmo tema através do pintor holandês Elmyr de Hory, que copiava o estilo dos clássicos, enganando até críticos renomados.
A narrativa é hábil, fluente, e apesar de abusar do diálogo, o roteiro supera o perigo do diálogo sofisticado, destacando-se a sensível interpretação de Juliette Binoche. Roteiro e estilo destoam do modelo de outras obras do autor como Close-up, Dez, Onde é a casa do meu amigo?, A vida continua, O vento nos levará e principalmente Gosto de Cereja e Através dos olivais. Kiarostami declara seu desamor à narrativa, suas obras têm longos tempos mortos, a ação privilegia os espaços fechados (o Huis clos de Sartre), filma muito dentro de carros sem mostrar os rostos das personagens, seqüências não se completam para demonstrar como na vida a Lei do acaso, o princípio da indeterminação da Física quântica ocorre, permitindo assim múltiplas leituras e percepção do fenômeno abordado e tornando importante o papel do espectador como co-autor da obra, até o ponto de quase anular a figura do diretor.
Seguramente razão e emoção se completam em Cópia Fiel, enfim a obra de Kiarostami se situa no contexto cultural da rica literatura persa que vai desde as iluminuras até a rica poesia epicurista de Omar Khayyām (Rubayat) e Háfez (Onde está a casa do meu amigo?).

MAIOLINO DE CASTRO MIRANDA
Psiquiatra, Professor do Curso de Psicologia (UFPA) – aposentado
Membro da Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Vampiros de Almas

Poucas vezes os que dão nome aos filmes,no Brasil, acertam na mosca. Frank Capra disse quando andou pelo Rio que chamaria o seu "It's a Wonderful Life" de "A Felicidade Não se Compra", Ficaria melhor. E é o caso de Vampiros de Almas" dado a "Invasion of the Body Sntachers". Realmente om que acontece na história é a invasão de corpos por seres que despejam as almas dos portadores. Vampirizam mesmo. Hoje as fãs de Robert Pattinson podem pensar que se trata de um "Crepusculo" de seus deuses. Tomara que assim pensem, pois vão ver um ótimo filme. A idéia, na época da realização, aludia à uma sociedade homogênea em tudo, o bastante para se pensar no comunismo (McCarthy aprovou). Mas o outro lado também gostou: seria o mal de um capitalismo tentacular,capaz de destruir a personalidade da pessoa (ou destruir a liberdade de pensamento).
O filme fez história. Ganhou muitas sequencias e readaptações. Nada a se comparar com a B Picture orginal. E sem deixar aquele impacto do plano final, com o herói gritando pelo perigo que chega e ninguém aparenta ligar por isso.(Pedro Veriano)

domingo, 30 de outubro de 2011

ACCPA EM PARCERIA COM O CURTADOC.TV

A ACCPA fechou uma paceria com os responsáveis do site http://www.curtadoc.tv/ para divulgar este espaço que disponibiliza mais de 700 curtas-metragens de todos o país para serem vistos on line, num trabalho fantástico de veiculação dos filmes neste formato. Ao mesmo tempo, a parceria visa incentivar os produtores do audio-visual local para inscreverem seus trabalhos no conteúdo deste site para que sejam vistos pelos internautas do mundo inteiro que terão o http://www.curtadoc.tv/ como uma das grandes referências aos novos talentos do cinema brasileiro.
Acesso o site http://www.curtadoc.tv/ e confira todo o conteúdo do site que traz curtas realizados em vários estados do Brasil.

"O BAILE" DE ETTORE SCOLA NA SESSÃO CULT DIA 05/11/11



"O BAILE"
Original:Le Bal – França, Argélia, 1983
Direção de Ettore Scola
Roteiro de Jean Claude Penchenat (ideia original) Ruggero Maccari, Furio Scarpelli e Scola.
Argumento: 50 anos da história da França são repassados em um baile onde se dança ritmos de diversas épocas.
Importância Histórica: O filme ganhou o “Oscar” de película estrangeira pela Argélia. Foi feito com todo o elenco que se apresentou no Theatre de Champagnol como Etiénne Guichard, Régis Bouquet, Francesco de Rosa e Liliane Deval.A originalidade foi demonstrada através da ação que embora se limite à pista de dança, foge do esquema teatral pelos enquadramentos, iluminação e cortes precisos na apresentação das diversas épocas focalizadas.

APÓS O FILME, DEBATE ENTRE CRÍTICOS DA ACCPA E O PÚBLICO PRESENTE.

SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
"O BAILE"
CINE LÍBERO LUXARDO
DIA 05/11/11
HORÁRIO : 16H
ENTRADA FRANCA

sábado, 29 de outubro de 2011

FILME DE ARTES MARCIAS COM UM TOQUE DE SENSIBILIDADE


Filme de Artes Marciais com um toque de sensibilidade
Em “Cinzas do Passado”, o diretor Wong Kar Wai quebra paradigmas do gênero.

Um homem obcecado por contar histórias de desilusões amorosas, sonhos destruídos, retratar a incompletude das pessoas. Esse homem, um cineasta nascido na província de Hong Kong, que foi devolvida à China, tem uma sensibilidade e gostos peculiares: fala de aspectos da sociedade de seu país unindo efeitos sofisticados de câmera e luz, a trilhas sonoras que trazem de tangos a Nat King Cole. Ele, o esteta do cinema Wong Kar Wai, resolve, em 1994, adentrar no universo dos filmes de artes marciais, e o resultado poderá ser conferido pela primeira vez pelo público paraense, na sessão que a ACCPA promove nesta segunda, no IAP.
A versão que será apresentada será “Cinzas do Passado – Redux”, lançada nos cinemas mundiais em 2008 trazendo novos cortes e uma cena adicional, a critério do próprio Wong Kar Wai. Esse filme foi realizado bem antes da febre mundial encabeçada por “O Tigre e o Dragão”, que colocou o gênero de arte marcial no primeiro escalão da indústria cinematográfica mundial, seguido pelos grandes sucessos “Herói” e “O Clã das Adagas Voadoras”, ambos de Zhang Yimou.
Diferente desses filmes, que salvo algumas cenas onde a mis-em-scene gera momentos interessantes, o apelo visual é mais forte do que o aspecto narrativo. E por isso “Cinzas do Passado” causa bastante estranhamento, pois inova esteticamente ao retratar o universo mítico aonde os Wuxia (filmes de artes marciais que são épicos de cavalaria) se passam, um tempo suspenso no fluxo temporal, de forma fragmentada, abusando dos efeitos slow e flashbacks.
O enredo acompanha a saga do reflexivo espadachim Ouyang Feng (Leslie Cheung), que se sustenta contratando assassinos de aluguel e lhes dando trabalhos. Ele está solitário, o que tem muito a ver com o fato de seu coração há muito ter sido ferido por um amor que ele negligenciou e perdeu. Uma das pessoas que atravessa seu caminho é Huang Yaoshi (Tony Leung Ka Fai), que lhe presenteia com um vinho mágico que apaga memórias de quem o bebe. Eles entram em conflito e o que se vê a partir desse ‘dispositivo’ – um momento que desencadeia uma virada na trama – é o tempo psicológico dominar o filme, com Ouyang atravessando o deserto de Gori sendo consumido pelo seu passado.

Personagens densos
Com o passar das cinco estações do ano – segundo o calendário chinês -, ele, vai encontrando mais amigos e alguns inimigos. Ciníco e impiedoso, Feng guarda rancor do irmão, que acabou se casando com a mulher que amava (Maggie Cheung). Ele conhece Murong Yin/Murong Yang (Brigitte Lin), uma mulher que quer ter o seu amor. A personagem de Lin tem nuances muito intensas, pois ao contratar Ouyang para matar seu irmão ela é simplória, e vai modificando a sua personalidade acompanhando a forma como a história se desencadeia – daí o fato de ter dois nomes na trama, Yin e Yang, o bem e o mal na filosofia chinesa, ou a dualidade existente em cada um de nós.
Tony Leung Chiu Wai também se destaca como o espadachim quase cego, que gera um revés na saga de Ouyang, numa cena de luta cadenciada, espaçada e compartilhada por ambos num nível ‘espiritual’. O filme traça um panorama poético entre a relação homem, filosofia, ética e a sua própria natureza, através de projeções de luz e bailados que são alegorias para as desilusões amorosas resolvidas na ponta da espada – mesmo que as lutas aqui sejam esparsas.
A versão Redux é um alento para quem admira Wong Kar Wai por obras como “Amores Expressos”, “Amor a Flor da Pele” e “Felizes Juntos” como para aqueles que desejam ver um típico filme wuxia pré-pasteurização advinda de tamanha popularização, que foge das convenções ao contar uma história de amor e perda, entrecortada por cenas de kung fu espiritual.

(Lorenna Montenegro)

SERVIÇO:
Sessão ACCPA/IAP apresenta “Cinzas do Passado”. Nesta segunda, dia 31, às 19h no Cineclube Alexandrino Moreira.
Local: Auditório do IAP (Praça Justo Chermont, 236 – Nazaré).
Inadequado para menores de 12 anos.
Entrada Franca.

Após a exibição, debate com membros da Associação de Críticos do Pará e o público.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

AMAZÔNIA DOC 3 - DE 05 À 11/11/11

Festival, que inclui exibições e atividades de formação, acontece em novembro em diversos espaços de Belém-PA.
Voltado à valorização e fomento da produção audiovisual do Brasil, Venezuela, Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa e Suriname, o Festival Pan-Amazônico de Cinema – Amazônia Doc.3 chega à sua terceira edição em novembro, apostando no cinema como meio de discussão e diálogo entre os países que compõem este imenso território e compartilham realidades tão distintas.
Mostra competitiva, mostras paralelas, sessões especiais e oficinas compõem o Amazônia Doc este ano, que mais uma vez se estende para além das salas de exibição e investe em atividades de formação com profissionais de prestígio no cenário nacional e internacional, em uma programação inteiramente gratuita.
A Mostra Competitiva recebeu trabalhos de realizadores dos dez países pan-amazônicos, alcançando a marca de 254 filmes inscritos, entre documentários e ficções, nos formatos longa, media e curta metragem.
O comitê de pré-seleção, formado pelos críticos paraenses Marco Antonio Moreira, Arnaldo Prado Júnior, Felipe Pamplona, Dedé Mesquita, Luzia Alvares e Pedro Veriano, selecionou 19 trabalhos, sendo 12 curtas e sete longas.
O festival recebeu inscrições da Bahia (15), Brasília (07), Pernambuco (06), Minas Gerais (11), Paraíba (08), Paraná (07), Santa Catarina (03), Ceará (05), Goiás (02), Maranhão (04), Amazonas (04), Espírito Santo (05), Rio Grande do sul (12), Rio de Janeiro (56), São Paulo (78), Peru (03), Venezuela (03), Equador (02), Bolívia (05) e Colômbia (06). Ao total, 12 produções paraenses participaram da seleção.
São eles: ‘A Dança do Tempo’, de Christian Spencer (RJ); ‘Cine Camelô’, de Clarissa Knoll (SP); ‘A Fábrica’, de Aly Muritiba (PR); ‘Kinopoéticas – Katari Kamina’, de Pedro Dantas (Bolívia); ‘Saltos Amazônicos’, de Igor Amin e Liana Amin (AM); ‘Oyasuminasai - Boa noite’, de Leandro Tadashi (AM); ‘Crônicas de uma morte anunciada’, de Ivan Canabrava e Souza (DF); ‘Soldados da borracha’, de Cesar Garcia Lima (RJ); ‘Matinta’, de Fernando Segtowick (PA); ‘Ribeirinhos do Asfalto’, de Jorane Castro (PA); ‘Sete Voltas’, de Rogério Nunes (SP); ‘Sucumbíos Tierra sin Mal’, de Arturo Hortas (Equador); ‘Leite e ferro’, de Cláudia Priscila (SP); ‘Morada’, de Joana Oliveira (MG); ‘Trópicos da Saudade – Claude Lévi-Strauss e a Amazônia’, de Marcelo Fortaleza (MT); ‘Para vestir Santos’, de Rosana Matecki (Venezuela); ‘Sin ti contigo’, de Tuki Jencquel (Venezuela); ‘De ollas y sueños’, de Ernesto Cabellos Damián (Peru) e ‘A Terra da Lua Partida’, de Marcos Negrão e André Rangel (RJ).
Os trabalhos serão submetidos à avaliação de um júri oficial composto por cinco membros de destacada atuação audiovisual nacional e internacional. Serão oferecidos seis troféus: para o melhor longa-metragem documentário; para o melhor curta/média-metragem documentário; para o melhor longa/ curta-metragem ficção, para o melhor filme escolhido pelo júri popular, para o melhor roteiro de ficção; melhor direção; e para o melhor filme escolhido pela crítica.
Mostra Bruno Assis de Jovens Realizadores
O Amazônia Doc.3 também contempla a Mostra Bruno Assis de Jovens Realizadores, que busca mapear, conhecer e ampliar a visibilidade das produções de estreantes na região amazônica. Ela também serve como homenagem a Bruno Assis, realizador paraense que faleceu em fevereiro, aos 29 anos, após construir uma carreira promissora na área audiovisual atuando como diretor de fotografia, operador de câmera e fotógrafo still em diversas produções, como os filmes vencedores do DOCTV-PA, “Eretz Amazônia” e “O Homem do Balão Extravagante”, e o longa metragem “Eu Receberia as Piores Notícias dos Teus Lindos Lábios”, de Beto Brant.
Mostra Pan-Amazônica
Pensada como um panorama do que há de mais novo e significativo no cinema do Brasil, Venezuela, Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa e Suriname, a Mostra Pan-Amazônica exibirá seis filmes, entre curtas e longas. São eles: o documentário uruguaio “Ojos Bien Abiertos - Un Viaje por la Sudamerica de Hoy”, de Gonzalo Arijon; “Juko”, de Mauricio Quiroga Kiro, co-produção entre Bolívia/Argentina; “Da janela do meu quarto”, do mineiro Cao Guimarães; “Ave Maria ou mãe dos sertanejos”, do pernambucano Camilo Cavalcante, “Ajila”, do venezuelano Miguel Guédez e “Crónica Del racismo”, da boliviana Verónica Córdova.
Mostra Retrospectiva Adrian Cowell
A terceira edição do festival homenageia o cineasta chinês Adrian Cowell, considerado o maior documentarista da Amazônia. Falecido no último dia 10 de outubro, em Londres, Cowell deixa um legado de 50 anos de imagens e histórias da maior floresta tropical úmida do mundo. Ele participou da primeira edição do evento, em 2009. O festival oferece ao público uma mostra retrospectiva com 12 produções do cineasta: "Batida na Floresta”, “Na Trilha dos Uru Eu Wau Wau”, “Montanhas de Ouro”, “Nas Cinzas da Floresta”, “Chico Mendes - eu quero viver”, “O Destino dos Uru Eu Wau Wau”, “A Tribo que se esconde do homem”, “Uma Dádiva para a Floresta”, “O Sonho do Chico”, “Barrados e Condenados” e “As Queimadas da Amazônia”.
Oficinas
Mantendo o caráter de formação, marca maior do festival, o Amazônia Doc.3 oferece um circuito de oficinas, que inclui as atividades: ‘Cinema Fora do Eixo’, que será ministrada por Cíntia Domit Bittar (SC), ‘Cinema e Psicanálise’, por Manoel Leite (PA); e ‘Mídias Móveis’, por Gilberto Mendonça (PA). As inscrições estão sendo feitas por meio do site www.amazoniadoc.com. Vale lembrar que a programação é inteiramente gratuita.
PARTICIPE
O Festival Pan-Amazônico de Cinema é realizado pelo Instituto Culta da Amazônia e Z Produções, com patrocínio da Oi e Sol Informática, por meio da Lei Semear de incentivo à cultura do Estado do Pará, e apoio da Oi Futuro, Grupo Ideal e Ecleteca Cultural. Informações: www.amazoniadoc.com.
Twitter: @amazoniadoc
Facebook: Amazônia Doc
Flickr: Amazoniadoc

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"CINZAS DO PASSADO" NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 31/10/11

"CINZAS DO PASSADO"
Direção : Wong Kar-Wai
Elenco : Leslie Cheung, Tony Leung Ka Fai.
Sinopse::”Cinzas do Passado” conta a história de um espadachim Ouyang Feng (Leslie Cheung) que ganha o seu sustento contratando assassinos de aluguel. Impiedoso e cínico, seu coração há muito tem sido ferido por um amor que ele negligenciou e perdeu. Mas, como as estações vão e vêm, amigos e inimigos também, e ele começa a refletir de volta à origem de sua solidão.
Importância Histórica: “Cinzas do Passado - Redux” é uma nova versão de “Cinzas do Passado”, lançado em 1994 e dirigido pelo próprio Wong Kar-wai. A história, ambientada no deserto, é uma fábula que ocorre no jianghu (mundo das artes marciais) e os acontecimentos são definidos de acordo com as cinco estações do calendário chinês. Com uma fotografia impressionante, característica dos filmes do diretor, “Cinzas do Passado” foi um sucesso de crítica que chamou a atenção do público para outros filmes deste diretor como “Amor à Flor da Pele” e “Um Beijo Roubado”.

APÓS O FILME, DEBATE ENTRE CRÍTICOS DA ACCPA E O PÚBLICO PRESENTE.

SESSÃO ACCPA/IAP
"CINZAS DO PASSADO"
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
AUDITÓRIO DO IAP (INSTITUTO DE ARTES DO PARÁ)
DIA 31/10/11
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS

domingo, 16 de outubro de 2011

NOTA DA ABRACCINE SOBRE O FALECIMENTO DE LEON CAKOFF

O cinema internacional e brasileiro perdeu hoje (dia 14/10/11) um de seus mais ativos difusores: o jornalista, crítico, produtor, realizador e organizador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Leon Cakoff.
Muitos dos críticos que hoje atuam nos jornais, revistas e espaços digitais optaram por este ofício e ampliaram seu amor pelo cinema assistindo aos filmes programados por Leon Cakoff.
Cakoff lutou como poucos pelo que lutamos todos nós, críticos de cinema: para que a diversidade da cinematografia mundial tenha oportunidade de exibição e não seja engolfada pelo cinema mainstream, com seu poder econômico e vocação hegemônica.
Pela importância da Mostra em nossas vidas, a Abraccine – Associação Brasileira dos Críticos de Cinema sente-se enlutada e envia sinceros votos de condolências à sua família, com a certeza de que sua memória permanecerá presente e forte nos que aprenderam a entender o cinema como arte muito mais diversa e mundial. Tudo faremos para contribuir com a continuidade do seu importante legado cultural.

ABRACCINE – Associação Brasileira de Críticos de Cinema

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

"LANTERNAS VERMELHAS" NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 17/10/11


"LANTERNAS VERMELHAS”
Direção : Zhang Yimou
Ano de produção : 1991
Com Gong Li
Sinopse : Em 1920, após a morte dos pais, Songlian é obrigada a se casar com Chen Zuoqian, senhor de uma família importante da China. Porém, Chen já possui três esposas, cada uma morando em “casas” separadas dentro de seu enorme palácio. A competição entre as esposas é dura, as quatro armam todo tipo de intrigas na disputa para obter os privilégios e confortos oferecidos pelo senhor do palácio.
Importância Histórica: O diretor Zhang Yimou já tinha conquistado a crítica com filmes autorais como “Amor e Sedução”. Com “Lanternas Vermelhas”, ele ficou conhecido internacionalmente pela qualidade do filme e pela censura que teve que enfrentar no seu país. O filme ficou proibido durante algum tempo na China. Ex-diretor de fotografia, Yimou fez um filme que discute a questão da importância da mulher dentro de uma sociedade machista. O filme ganhou o prêmio de melhor produção de Veneza, o Leão de Prata, ganhou David de Donatello, BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro tendo sido também indicado ao “Oscar” da categoria.

SESSÃO ACCPA/IAP
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
(AUDITÓRIO DO IAP – INSTITUTO DE ARTES DO PARÁ)
“LANTERNAS VERMELHAS”
SEGUNDA-FEIRA DIA 17/10/11
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 10 ANOS

domingo, 9 de outubro de 2011

"CINZAS NO PARAÍSO" DE TERRENCE MALICK NA SESSÃO CULT DIA 15/10/11



“CINZAS NO PARAÍSO”
Original: Days of Heaven- EUA-1978
Direção: Terrence Malick
Elenco: Richard Gere, Brooke Adams, Sam Shepard.
Sinopse: No início do século XX, dois pobres amantes, Bill e Abby, viajam até o Texas para trabalhar nas plantações de trigo de um jovem e rico fazendeiro. Bill encoraja Abby a reivindicar a fortuna do doente fazendeiro ao enganá-lo em um falso casamento. Isso resulta em um instável triângulo amoroso.
Importância Histórica: Depois da estreia de seu primeiro longa-metragem, “Terra de Ninguém” (1976), o diretor Terrence Malick se tornou um dos cineastas respeitados do cinema americano. Em “Cinzas no Paraíso”, ele definiu seu estilo cinematográfico que seria desenvolvido e aprimorado a cada novo filme até a obra-prima “A Árvore da Vida”(2011). Conhecido como um diretor do chamado cinema autoral, Malick demora a realizar seus projetos. Depois de “Cinzas no Paraíso”, ele levou 20 anos para realizar outro trabalho, “Além da Linha Vermelha”. “Cinzas no Paraíso” venceu o “Oscar” de melhor fotografia e foi indicado nas categorias de Melhor figurino, trilha sonora e melhor som. Malick venceu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes em 1979.

SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
“CINZAS NO PARAÍSO”
CINE LÍBERO LUXARDO
SABÁDO DIA 15/10/11
HORÁRIO : 16 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 10 ANOS
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO PRESENTE E CRÍTICOS DA ACCPA

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

"OS 3 MOSQUETEIROS" NA SESSÃO ACCPA/SARAIVA DIA 05/10/11

“OS 3 MOSQUETEIROS”
Original: The Three Musketeers-EUA,1948
Direção de George Sidney
Roteiro de Robert Ardrey baseado no romance de Alexandre Dumas
Produção de Pandro S. Berman –MGM
Elenco: Gene Kelly, Lana Turner, Van Heflin, Vincent Price .
Argumento: O provinciano Dartagnan ambiciona ser mosqueteiro do rei. Mas ao chegar a Paris mete-se em intrigas que envolvem figuras da corte e se torna amigo de 3 mosqueteiros audazes, Athos, Porthos e Aramis. Eles enfrentarão as tropas do cardeal Richelieu que deseja mandar no reinado denunciando um relacionamento extraconjugal da rainha.
Importância Histórica : George Sidney e Gene Kelly eram especialistas em musicais, ambos mestres em coreografia. A Metro usou-os para dar uma feição e “musical sem música” à versão do muitas vezes filmado romance de Alexandre Dumas. Há no filme prodígios coreográficos que lembram malabarismos circenses. E o roteiro é dos mais féis ao clássico literário se levarmos em conta as outras adaptações, mesmo contando-se com a forte censura da época que minimizava temas como a infidelidade conjugal. O filme foi candidato ao “Oscar” de fotografia (Robert Planck) e está inscrito no rol dos clássicos de Hollywood.

SESSÃO ACCPA/SARAIVA
“OS 3 MOSQUETEIROS”
QUARTA-FEIRA DIA 05/10/11
LIVRARIA SARAIVA (ESPAÇO BENEDITO NUNES)
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
APOIO : ACCPA (ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ)

domingo, 25 de setembro de 2011

"LENNY" DE BOB FOSSE NA SESSÃO CULT DIA 01/10/11


"LENNY"
Direção : Bob Fosse
Ano de Produção : 1974
Elenco : Dustin Hoffman, Valeri Perrine
Sinopse : O filme conta, misturando ficção e documentário, a história do comediante Lenny Bruce que na década de 60, escandalizou o público com altas doses de obscenidade e crítica a todos os podres da sociedade.
Importância Histórica: Dirigido por Bob Fosse (Cabaret/O Show deve Continuar) e com roteiro de Julian Barry (adaptado de sua peça teatral), “Lenny” impressionou a crítica e o público por revelar de forma direta, a personalidade do comediante Lenny Bruce que foi um feroz crítico da hipócrita sociedade americana. Filmado em preto e branco, “Lenny” traz uma das melhores atuações do ator Dustin Hoffman e foi indicado ao “Oscar” em várias categorias (melhor filme, diretor, ator, atriz e melhor roteiro adaptado). No Festival de Cannes, venceu na categoria de melhor atriz (Valerie Perrine) além de ter sido indicado à Palma de Ouro. No Brasil, o filme ficou proibido durante 06 anos, sendo exibido nos cinemas somente em 1980.

SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
“LENNY”
CINE LÍBERO LUXARDO
SÁBADO DIA 01/10/11
HORÁRIO : 16 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 14 ANOS
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO PRESENTE E CRÍTICOS DA ACCPA

domingo, 11 de setembro de 2011

"A COMILANÇA" NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 19/09/11



"A COMILANÇA"
Original: La Grande Bouffe- França 1973.
Direção de Marco Ferreri
Roteiro de Ferreri e Rafael Azcona.
Elenco: Marcello Mastroianni, Philippe Noiret, Michel Piccolio, Ugo Tognazzi, Andrea Ferreol.
Argumento: Um grupo de amigos depois de uma orgia com prostitutas reúne-se para comer.A idéia é comer até morrer.
Importância Histórica: Os personagens são chamados pelos nomes dos atores e são, respectivamente, um piloto de avião, um chefe de cozinha, um juiz e um produtor de TV. A idéia de comer até morrer é a metáfora da “intoxicação pelo prazer”, de ir às últimas conseqüências da satisfação pela gula, uma atividade que une Eros e Thanatos. Esta “farra gastronômica” marcou a obra do cineasta Ferreri, um dos mais rebeldes do cinema italiano na grande fase dos anos 60/70. Foi candidato a Palma de Ouro em Cannes e deu um prêmio ao diretor.

SESSÃO ACCPA/IAP
"A COMILANÇA"
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA (AUDITÓRIO DO IAP - INSTITUTO DE ARTES DO PARÁ)
SEGUNDA-FEIRA DIA 19/09/11
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 18 ANOS
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA

"O ESPANTALHO" COM AL PACINO NA SESSÃO CULT DIA 17/09/11


"O ESPANTALHO"
Original: Scarecrow –EUA- 1973.
Direção de Jerry Shatzberg.
Roteiro de Gary Michael Wilde.
Elenco: Gene Hackman, Al Pacino,Dorothy Tristan.
Argumento: Max(Hackman) é um ex-presidiário que sonha recomeçar sua vida montando um posto para lavagem de veículos. Na estrada para Pittsburgh encontra Lionel (Pacino), ex-naval que pretende encontrar sua mulher e um filho que ainda não conhece. Os dois se tornam amigos e passam a viajar juntos encontrando situações inusitadas no longo percurso que se dispõe a fazer.
Importância Histórica: O filme foi premiado em Cannes (filme e diretor) e impulsionou as carreiras dos atores principais. É um exemplo de “road movie”(filme de estrada) onde um caminho árduo serve para dimensionar caracteres de personagens. Muito elogiado na época de seu lançamento mesmo assim não deu ao diretor muita chance na industria. Fez poucos filmes até 2000 (hoje está com 84 anos) sendo que só dois chegaram ao Brasil:”Um Caso Muito Sério”(A Small Affair/1984) e ”Armação Perigosa”(Street Smart/1987).

SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
"O ESPANTALHO"
CINE LÍBERO LUXARDO
SABÁDO DIA 17/09/11
HÓRÁRIO : 16 H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO PRESENTE E CRÍTICOS DA ACCPA

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

"O MÉDICO E O MONSTRO" NA SESSÃO ACCPA/SARAIVA DIA 08/09



"O MÉDICO E O MONSTRO"
Original: Dr. Jeckyl and Mr.Hyde- EUA, 1941
Direção de Victor Fleming
Roteiro de John Lee Mahin baseado no livro de Robert Louis Stevenson.
Elenco: Spencer Tracy, Ingrid Bergman, Lana Turner, Donald Crisp,Ian Hunter, C. Aubrey Smith.
Argumento: O pacato dr. Jeckyll descobre uma formula de fazer independente os seus sentimentos mais primitivos. Ingerindo-a transforma-se em Mr. Hyde, um tipo rude e sanguinário.
Importância Histórica: A Metro fez uma refilmagem dos clássicos 1920 e 1932 feitas pela Paramount com direção respectivamente de John S. Robertson e Ruben Mamouliam e interpretações de John Barrymore e Frederic March. Esta nova versão dirigida por Victor Fleming(“O Mágico de Oz” e seqüências de “...Eo Vento Levou”) obteve mais sucesso e boa receptividade critica. Foi candidata a 3 Oscar(fotografia, edição e musica). Outras versões surgiram com os anos incluindo-se uma sátira feita por Jerry Lewis (“O Professor Aloprado”/The Nutty Professor ,1963) sem creditar o nome do escritor.

SESSÃO ACCPA/SARAIVA
"O MÉDICO E O MONSTRO"
QUINTA-FEIRA DIA 08/09
LIVRARIA SARAIVA (ESPAÇO BENEDITO NUNES)
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

"A HORA DO LOBO" DE INGMAR BERGMAN NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 05/09/11


"A HORA DO LOBO"
Original: Vargtimmen –Suécia,1968
Direção e roteiro de Ingmar Bergman
Fotografia de Sven Nykvist
Elenco: Max Von Sidow, Liv Ullman,Gertrud Fridh
Argumento: Um artista em crise é atormentado por fantasmas de seu passado no período que vai da meia-noite ao amanhecer, especialmente 3 de manhã (hora do lobo).
Importância Histórica: O filme foi considerado do gênero “horror” e ganhou prêmios do National Board of Review para Liv Ullman e para o próprio Ingmar Bergman. Com “Paixão de Ana”e “Vergonha” forma a “trilogia de desespero” filmada na ilha de Faro onde o diretor tinha uma casa e nos seus últimos anos de vida passava a maior parte do tempo. O casal de atores esteve não só nos dois filmes como em muitos que Bergman dirigiu sendo que Ullman foi uma de suas atrizes preferidas.

SESSÃO ACCPA/IAP
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
"A HORA DO LOBO"
SEGUNDA DIA 05/09/11
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA

"O MENINO DOS CABELOS VERDES" NA SESSÃO CULT DIA 03/09/11



"O MENINO DOS CABELOS VERDES" "
Original: The Boy with Green Hair- EUA 1948
Direção de Joseph Losey
Roteiro de Betsy Beaton, Ben Barzman e Alfred Lewis Levit
Elenco: Dean Stockwell, Pat O’Brien, Robert Ryan, Barbara Hale.
Argumento: Um menino, órfão de Guerra, de repente aparece de cabelos verdes. O fato escandaliza os colegas de escola, mas a professora tenta minorizar o fato.
Importância Histórica: Tido como uma parábola sobre o preconceito racial o filme foi o primeiro a instigar, pelo conteúdo e pela narrativa sóbria, a critica cinematográfica mundial que daí em diante passou a acompanhar a trajetória do diretor Joseph Losey, alvo da perseguição aos artistas de esquerda durante o período conhecido como “maccarthismo”(investigação promovida pelo senador McCarthy). Losey escondeu-se no pseudônimo Joseph Walton para continuar trabalhando nos EUA, mas acabou se mudando para a Inglaterra onde realizou obras elogiadas como “O Criado”, “Cerimônia Secreta”, “O Assassinato de Trotsky” e “Eva”.”O Menino de Cabelos Verdes”é considerado o seu primeiro filme importante.

SESSÃO CULT
"O MENINO DOS CABELOS VERDES"
CINE LÍBERO LUXARDO
SABÁDO DIA 03/08/11
HORÁRIO : 16 H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA

sábado, 20 de agosto de 2011

"O HOMEM QUE NÃO VENDEU SUA ALMA" NA SESSÃO CULT DIA 20/08



"O HOMEM QUE NÃO VENDEU SUA ALMA"
Título original: (A Man for All Seasons)
Ano de Produção : 1966 (Inglaterra)
Direção: Fred Zinneman
Atores: Paul Scofield, Wendy Hiller, Leo McKern, Robert Shaw.
Sinopse : Na Inglaterra do século XVI, Henrique VIII (Robert Shaw) planeja se separar de sua primeira esposa para se casar com Ana Bolena (Vanessa Redgrave), mas não recebe a aprovação de Thomas More (Paul Scofield), um fervoroso católico que se tornou Lord Chanceler, um altíssimo posto que ele preferiu renunciar a trair suas convicções. Entretanto, a importância de Sir Thomas é tão grande que mesmo após sua renúncia o rei continua lhe perseguindo. Até que surgem "provas" que o incriminam como alta traição, um crime punido com a morte. Vencedor de vários "Oscar".

SESSÃO CULT
"O HOMEM QUE NÃO VENDEU SUA ALMA"
CINE LÍBERO LUXARDO
SABÁDO DIA 20/08
HORÁRIO : 16H
ENTRADA FRANCA

sexta-feira, 29 de julho de 2011

NOTA CONTRA A CENSURA - ACCPA

Qualquer ameaça da volta da censura no Brasil merece o repúdio das pessoas sensatas. Quem viveu ou ouviu de quem viveu períodos ditatoriais como os de 1930-45 e 1964-85 sabe de como se aprendeu a ter medo. E nenhuma forma de arte faz ou se percebe no medo. Não o medo exposto em argumentos de livros, peças de teatro, música ou filmes de cinema, mas o medo que preside o ato da criação.
A nova ameaça de censurar filmes deve ser repudiada com veemência. Não é preciso que se ache medíocre, desagradável ou o que possa divergir do que alguns pensam e gostem com relação a um trabalho artístico. Para se achar que uma produção é ruim torna-se necessário conhecer esta produção. Condenar sem conhecer é um procedimento inquisitorial que revela uma visão egoísta com base numa educação repressiva.
Os críticos de cinema de Belém do Pará, através de sua associação de classe ACCPA – Associação de Críticos de Cinema do Pará, repudiam a idéia de se censurar "A Serbian Film" que tenta ser lançado no país de alguma forma (cinema ou vídeo). Repudiá-lo por seu tema ou sua linguagem é revelar uma posição inaceitável para um critico. Afinal, critica-se o que se conhece e o que pode chegar a todos. Sem isso não existe critica.

ACCPA – ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ

quarta-feira, 27 de julho de 2011

"ASAS DO DESEJO" NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 01/08/11



“ASAS DO DESEJO"
(Himmel über Berlin, Der, 1987)
Direção: Wim Wenders
Roteiro: Peter Handke (escritor), Richard Reitinger (roteiro), Wim Wenders (escritor)
Origem: Alemanha/França
Duração: 127 minutos
Sinopse: Dois anjos, invisíveis aos olhos humanos, ajudam a proporcionar conforto para as almas sozinhas e deprimidas após estas passarem para o Outro Lado. Certo dia um deles passa a querer experimentar as sensações que somente os vivos possuem, e resolve abrir mão de sua imortalidade em troca de poder ser um deles. Ele logo descobrirá o amor em uma trapezista de circo.
Importância Histórica: Win Wenders (Amigo Americano/O Filme de Nick/Hammet/Paris Texas) é um dos mais importantes diretores do chamado cinema novo alemão, que começou a aparecer no início dos anos 70. Junto com R. W. Fassbinder e Werner Herzog, Wenders chamou atenção da crítica mundial para o cinema alemão que naquela altura, estava se transformando. Com uma filmografia importante, Wenders realizou em 1987 um dos mais belos trabalhos sobre a natureza humana, fazendo um grande sucesso entre a crítica e o público. Anos depois, o filme teve uma refilmagem no cinema americano.

“ASAS DO DESEJO”
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
(AUDITÓRIO DO IAP-INSTITUTO DE ARTES DO PARÁ)
SEGUNDA DIA 01/08/11
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA

sexta-feira, 22 de julho de 2011

ABRACCINE

Repúdio ao veto a "A Serbian Film" no RioFan

A Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema repudia o veto à projeção do longa-metragem “A Serbian Film – Terror sem Limites”, do diretor sérvio Srdjan Spasojevic, presente na programação do RioFan – Festival de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro.
O filme seria exibido pelo RioFan na sala Caixa Cultural. Porém, os organizadores do festival foram obrigados a retirá-lo da programação por decisão da diretoria da Caixa Econômica Federal, conforme nota divulgada pela assessoria de imprensa do banco, sob alegação de que a instituição “entende que a arte deve ter o limite da imaginação do artista, porém nem todo produto criativo cabe de forma irrestrita em qualquer suporte ou lugar”.
Em resposta, a organização do RioFan se disse “contra qualquer forma de censura” e informou que todos os filmes selecionados para o festival foram avaliados por órgãos oficiais competentes e têm classificação etária de 18 anos.
A Abraccine defende a liberdade de expressão cinematográfica e o direito de os espectadores interessados assistirem aos filmes que lhes convêm, acreditando não caber a instituições públicas ou privadas a definição sobre o que deve ou não ser visto.
A responsabilidade sobre programação e observação à classificação etária de filmes apresentados num festival de cinema é da organização do evento, devendo a ela serem dirigidas eventuais questões controversas, sem, para isso, ser utilizado o ato de censura prévia (inexistente no país) a um determinado trabalho artístico.
Registramos ainda que "A Serbian Film" já teve pelo menos outras duas exibições anteriores ao RioFan: no I Festival Internacional Lume de Cinema (São Luís, no Maranhão) e no VII Fantaspoa - Festival Internacional de Cinema Fantástico (Porto Alegre, no Rio Grande do Sul).
Por esta nota, deixamos ainda claro que a Abraccine não está defendendo um trabalho ou um festival em específico, mas um princípio: o de um filme poder ser assistido e avaliado pelo espectador com liberdade.

ABRACCINE
Associação Brasileira de Críticos de Cinema

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"RALÉ" DE KUROSAWA NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 04/07


"RALÉ"
Título Original: Donzoko – Japão, 1957/ Direção : Akira Kurosawa/ Com Toshiro Mifune, Uzusu Yamada, Kyoko Kagawa.
Sinopse : Adaptado da obra do escritos russo Maxim Gorky, “Ralé” é um dos filmes mais polêmicos do cineasta Akira Kurosawa.. O filme mostra o cotidiano de estranhos hóspedes numa pequena pensão. Ali, desfilam diversos tipos de gente, como um ex-samurai), um ator e um jogador, enquanto, paralelamente, forma-se um intrincado triângulo amorosos envolvendo a proprietária Osugi sua irmã Okayo e o ladrão Sutekichi que deseja a ambas.
Importância Histórica : “Ralé” é uma adaptação da obra de Maxim Gorky realizada pelo cineasta Akira Kurosawwa em 1957 e que está incluído entre seus trabalhos mais polêmicos. Mostrando a situação individual de cada personagem em confronto com as condições sociais do Japão daquela década, Kurosawa provocou discussões fortes num trabalho irônico com múltiplas interpretações. Realizado entre dois grandes filmes de sua carreira, “Trono Manchado de Sangue” e “A Fortaleza Proibida”, “Ralé” é um de seus filmes menos conhecidos e que merece ser visto e estudado pelos novos cinemaníacos.
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE OS CRÍTICOS DA ACCPA E O PÚBLICO PRESENTE.

SESSÃO ACCPA/IAP
"RALÉ"
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
(AUDITÓRIO DO IAP - INSTITUTO DE ARTES DO PARÁ)
SEGUNDA-FEIRA DIA 04/07/11
HORÁRIO: 19 H
ENTRADA FRANCA
Antes, exibição do curta-metragem "ROSA ANA" de Fábio Hassegawa

"JOHNNY GUITAR" NA SESSÃO CULT DIA 02/07




"JOHNNY GUITAR"
Título Original : Johnny Guitar – EUA, 1954/Direção: Nicholas Ray/Roteiro: Philipe Yordan/Com Joan Crawford, Sterling Hayden e Ernest Borgnine.
Sinopse : Dona de um saloon num lugar esquecido por Deus vê suas esperanças renascerem com a possibilidade de a ferrovia passar próximo ao seu comércio. Mas ela tem de resolver um problema: a hostilidade do xerife local e os capangas de sua inimiga mortal, uma fazendeira que a quer fora da cidade . Para enfrentar as adversidades, numa luta sangrenta que está por começar, ela conta com a ajuda do antigo amor Johnny Guitar, músico e pistoleiro.
Importância Histórica : “Johnny Guitar” é um dos filmeS mais conhecidos do diretor Nicholas Ray (Juventude Transviada). Ao contrário dos clássicos westerns dirigidor por John Ford e Howard Hawks, Ray coloca uma mulher como protagonista num genêro dominado por personagens masculinos. O filme não causou muita repercussão na época do lançamento mas posteriormente foi cultuado principalmente pelos críticos franceses da “nouvelle vague” como Jean-Luc Godard e François Truffaut com Truffaut chegando a descrever o filme como “A Bela e a Fera” do genêro. Joan Crawford tem uma atuação histórica e a narrativa do filme influenciou vários filmes do período.APÓS O FILME, DEBATE ENTRE CRÍTICOS DA ACCPA E O PÚBLICO PRESENTE.

SESSÃO CULT
"JOHNN GUITAR"
CINE LÍBERO LUXARDO
SABÁDO DIA 02/07/11
HORÁRIO : 16H
ENTRADA FRANCA
APOIO : ACCPA

segunda-feira, 20 de junho de 2011

"O ESPÍRITO DA COLMÉIA" NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 27/06




“O ESPÍRITO DA COLMÉIA”
(El Espíritu de la Colmena)
Direção: Víctor Erice
Roteiro: Víctor Erice (roteiro / história), Ángel Fernández Santos (roteiro / história), Francisco J. Querejeta
Gênero: Drama
Ano de Produção : 1973 - Espanha
Sinopse: As duas pequenas irmãs Anna e Isabel moram em terras rurais da Espanha, na década de 40. Após uma exibição de Frankenstein, passam a acreditar que o monstro pode passar pelo local em que vivem.
Importância Histórica : Em pleno momento da ditadura militar na Espanha dos anos 70, o então jovem cineasta Victor Érice realizou em seu primeiro filme, uma bela alegoria sobre a infância, o poder e a liberdade. Premiado em vários festivais, “O Espírito da Colméia” levou vários anos para ser exibido no Brasil, sendo exibido em Belém no Cinema 1 e depois considerado um dos melhores filmes do ano naquele período. Com destaque, além da direção de Érice, a atuação de Anna Torrent, que depois faria com Carlos Saura, a obra-prima “Cria Cuervos”(1975).

“O ESPÍRITO DA COLMÉIA”
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
AUDITÓRIO DO IAP – INSTITUTO DE ARTES DO PARÁ
SEGUNDA-FEIRA DIA 27/06/11
HORÁRIO: 19 H
ENTRADA FRANCA
DEPOIS DO FILME, DEBATE ENTRE O PÚBLICO PRESENTE E CRÍTICOS DA ACCPA

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O CINEMA COMO POSSIBILIDADE

“EM UM MUNDO MELHOR”
O Cinema como possibilidade
Por Augusto Pachêco
A Dinamarca, em pesquisa realizada há dois anos pelo Índice Global da Paz como o segundo país mais pacífico do planeta (depois da Nova Zelândia), faz parte da História do Cinema Mundial com obras de cineastas como Carl Dreyer, Lars von Trier, Bille August, Thomas Vinterberg, entre outros.
Em primeiro lugar, esqueçam os procedimentos que marcaram a produção dinamarquesa do Dogma 95, já que os cineastas envolvidos no manifesto há muito aboliram as amarras que caracterizavam o movimento. Em segundo, Thomas Vinterberg, Lars Von Trier, Susane Bier entre outros contemporâneos, já comprovaram versatilidade e domínio da técnica, tanto nos tais procedimentos dogmáticos (Festa de Família, Dogville), quanto nas soluções próximas da linguagem mais clássica (O Anticristo, O Dogma do Amor).
“Em um Mundo Melhor”, de Susanne Bier, transita com habilidade pela encenação e montagem do cinema documental (câmera na mão, planos seqüenciais), assim como a dramaticidade, os filtros de luz e o clima em suspensão de um cinema que não abre mão das grandes tomadas naturais (aridez africana, frieza nórdica) que revelam o embate da ocupação humana na defasada geopolítica que insiste na oposição binária centro x periferia.
A falsa naturalização do bullying, a violência gratuita que provoca a reação paterna (interpretada com a paciência de um santo e a ira de um desesperado), coloca em xeque a legitimidade das instituições enquanto processo civilizatório num mar de idiotas.
“Em um Mundo Melhor” poderia ser Equilíbrio Distante, ou Tão Longe, Tão Perto...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

"EM UM MUNDO MELHOR" NO OI CINE ESTAÇÃO



BULLYING, VINGANÇA e REDENÇÃO no OI CINE ESTAÇÃO
Vencedor de Oscar 2011 de Filme Estrangeiro estreia neste sábado
“Em um Mundo Melhor”, o filme selecionado pela Dinamarca para concorrer ao Oscar 2011, foi o grande premiado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro ao vencer concorrentes de peso como Incêndios (França), Fora da Lei (Argélia), Biutiful (Argentina/Espanha) e Dente Canino (Grécia). Dirigido por Susanne Bier, “Em um Mundo Melhor” estreia neste sábado na tela do Oi Cine Estação, com sessões às 18h e 20h30.
O filme aborda a prática de bullyng numa sociedade que apresenta números positivos de IDH - O Índice de Desenvolvimento Humano, medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento humano. “Em um Mundo Melhor” narra a história de Anton, um médico que divide sua vida numa idílica cidade da Dinamarca com o trabalho num campo de refugiados na África. Nesses dois mundos distintos, ele e sua família enfrentam conflitos que os levam à difícil escolha entre a vingança e o perdão.
Anton e sua esposa Marianne têm dois filhos pequenos e estão em processo de divórcio. Elias, o filho mais velho de 10 anos, está sofrendo bullying na escola até ser defendido por Christian, um aluno recém chegado de Londres com o pai, Claus. A mãe de Christian faleceu recentemente em decorrência de um câncer e o garoto está muito tocado pela morte dela.
Elias e Christian logo estabelecem um forte laço de amizade, mas quando Christian envolve Elias num perigoso ato de vingança com trágicas consequências, a amizade deles é colocada em jogo e suas vidas correm perigo.
A tensa narrativa provoca o espectador a partir das limitações que encontramos ao tentar controlar a sociedade como controlamos nossas vidas privadas.
O filme coloca a pergunta se uma cultura “mais avançada” serve de modelo para um mundo melhor ou se a mesma confusão encontrada em meio a ilegalidade está oculta em nossa civilização. Por ocasião do lançamento do filme em agosto de 2010, a cineasta Susanne Bier lançou a pergunta: “Será que estamos imunes ao caos ou estamos claramente oscilando à beira da desordem?”.
Susanne Bier é uma das diretoras dinamarquesas mais proeminentes da atualidade. Os filmes mais recentes da diretora, o indicado ao Oscar “Depois do Casamento” (2006) e a produção americana “Coisas que perdemos pelo caminho” (2007), com Halle Berry e Benicio Del Toro, foram sucessos de bilheteria na Dinamarca. “Aconteceu Naquele Hotel” (1995), recebeu o prêmio da crítica no festival de Montreal. Na Suécia, a cineasta dirigiu o dramático “Once in a Lifetime” (2000) e dois grandes sucessos na sequência: “Corações Livres” (2002), sob os preceitos do Dogma 95 ; e “Brothers” (2004), ganhador do prêmio do público em Sundance e de melhor elenco em San Sebastian.
“Em um Mundo Melhor” é seu quarto filme lançado no Brasil e o terceiro exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Serviço
EM UM MUNDO MELHOR (Dinamarca, 2010)
De: Susanne Bier. Com Mikael Persbrandt
113 min. 14 anos.
http://www.youtube.com/watch?v=diJ3IRIyqfo

Datas em junho:
11 (sábado), às 18h e 20h30
12 (domingo), às 10h, 18h e 20h30
16 (quinta), SOMENTE às 18h
18 (sábado), às 18h e 20h30
19 (domingo), às 10h, 18h e 20h30

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