sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"JUVENTUDE" DE DOMINGOS DE OLIVEIRA NO MOVIECOM ARTE DE 27/11 À 03/12/09


"JUVENTUDE"
Direção: Domingos de OliveiraDuração: 75 minutos
Gênero:Drama
Exibição: Moviecom Sala 04 – Projeção Digital
Sinopse: O filme foca um trio de amigos que são inseparáveis desde a adolescência, quando encenaram juntos “A Ceia dos Cardeais”, clássico português de Julio Dantas. Passados 50 anos, reúnem-se para comemorar seu encontro e efetuarem um balanço das suas vidas e, particularmente, seus amores.

APOIO : ACCPA

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"BLOW UP" DE MICHELANGELO ANTONIONI NO CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA DIA 29/11/09

"BLOW UP"
Inglaterra/Itália 1966
Produção de Carlo Ponti.
Direção e roteiro de Michelangelo Antonioni
Auxiliar no roteiro: Tonino Guerra (da obra de Julio Cortazar)
Fotografia de Carlo di Palma
Música de Herbie Hancock
Elenco: David Hemmings, Vanessa Redgrave, Sarah Miles,John Castle, Jane Birkin.
Resumo de Argumento: Um fotografo profissional descobre, ao ampliar uma foto tirada em um bosque, que há o corpo de um homem estirado na mata. As diversas ampliações da foto confirmam o achado, mas não se sabe de mais detalhes.
Importância Histórica: Vencedor de muitos prêmios internacionais o filme é o primeiro que o consagrado cineasta italiano faz em inglês.Uma leve intriga policial serve a um painel criativo, com nuances surrealistas da sociedade ocidental nos anos 60, levando à uma visão oportuna do movimento cultural (ou contracultura), a fechar com uma seqüência antológica de um jogo de tênis....sem bola.Para muitos historiadores é o melhor filme do diretor, estando mesmo acima da famosa trilogia da incomunicabilidade (“A Aventura”, “A Noite” e “Eclipse”).
SESSÃO ACCPA/IAP
"BLOW UP"
Cineclube Alexandrino Moreira
(Auditório do IAP - Ao lado da Basílica de Nazaré)
Segunda dia 29/11/09
19 h
Entrada Franca
Após o filme, debate entre o público e críticos da ACCPA

PROGRAMAÇÃO : ACCPA

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

SESSÃO AVENTURA NO CINE OLYMPIA A PARTIR DO DIA 29/11/09


SESSÃO AVENTURA
O objetivo desse novo programa da ACCPA é resgatar um momento inserido em nossa cultura especialmente a partir dos anos1950. Os seriados de aventuras, em sua maioria explorando personagensdas histórias em quadrinho, levavam multidões aos cinemas de rua e sefaziam acompanhar de filmes B, hoje considerados clássicos pelosestudiosos de história do cinema. Em salas como Iracema, Guarani, Poeira, Moderno,Independência, Popular, etc, os programas de filmes modestos e séries(ou episódios) deixaram saudades. No Olympia, considerado “cinema daelite”, os seriados chegavam apenas em uma sessão aos sábados, às17,00 h, chamada de “vesperal passatempo”. Cada série (2 episódios) era acompanhada de filmes de curta metragem. Hoje este cinemademocratiza a lembrança e trará as séries e também os filmespopulares, muitos estudados agora como peças importantes da cinematografia internacional.

"AS AVENTURA DO CAPITÃO MARVEL"
Original: The Adventures of Capitain Marvel-EUA, 1941.
Direção de John English e William Witney
Roteiro de Ronald Davidson, Norman S. Hall, Arch Heath,JosephPoland,Sol Shor baseado em personagem de Bill Parker e C.C.Beck.
Fotografia de William Nobles
Música de Cy FeuerEfeitos especiais de Howard Lydecker e Theodore Lydecker.
Elenco: Tom Tyler,Frank Coghlan Jr, William Benedict,LouiseCurrie,John Davidson,George Pembroke,Nigel D. Brulier.
Resumo do argumento: O jovem Bill Batson faz parte de uma expediçãocientifica no Sião para encontrar uma relíquia histórica conhecidacomo o Escorpião de Ouro. De posse da relíquia, os cientistasdescobrem que ela é uma arma potente de destruição total. Para salvaro mundo dessa ameaça, já que há malfeitores que ambicionam, Bill ganhapoderes de um mágico chamado Shazam e assim, evocando o nome dessemágico, transforma-se no Capitão Marvel, um herói indestrutível quevoa como um passaro.
Importância Histórica: O herói surgiu em 1940 na revista“Whiz Comics”,pouco depois de Superman (Super Homem). A palavra Shazam vem deSalomão, Hercules, Atlas, Zeus, Aquiles e Mercurio. Essa mágica quetransforma um jovem tímido em um gigante invulnerável não bastou paraque os que compraram os direitos de Superman processassem o personagemtirando-o do mundo dos gibis. Mas enquanto durou, Capitão Marvel nãosó fez inúmeros fãs como deu margem a um dos melhores seriadoscinematográficos dos anos 40.O ator Tom Tyler fez também O Fantasma, outro herói dos gibis quemereceu um filme em série.
"O FILHO DE TARZAN"
Original:Tarzan Finds a Son- EUA, 1939
Direção de Richard Thorpe
Roteiro de Cyril Hume baseado no personagem criado por Edgar Rice Burroughs.
Elenco: Johnny Weissmuller, Maureen O’Sullivan, Johnny Sheffield, IanHunter, Henry Stephenson, Henry Wilcoxon, Laraine Day
Fotografia de Leonard Smith
Musica de William Axt
Resumo do argumento: Um monomotor cai na selva e um casal que estava abordo morre na hora, deixando viva uma criança que é resgatada porTarzan e sua companheira Jane. Cinco anos depois surge um safári quebusca um tesouro a partir do que seria o objetivo do avião acidentado.
Importância Histórica: Um dos melhores filmes da longa série deTarzan, com um acabamento acima da média feito pela então poderosaMetro Goldwyn Mayer. É a estréia do ator Johnny Sheffield como Boy,ofilho adotivo do herói imaginado pelo escritor Edgar Rice Burroughs.Este ator faria depois um personagem chamado Bomba em filmes C daempresa Monogram Pictures. Johnny Weissmuller(1904-1984) foi campeãoolímpico de natação e no cinema fez 12 filmes como Tarzan e outros,inclusive para a TV, como Jim das Selvas, herói lançado nos quadrinhos.

SESSÃO AVENTURA
"AS AVENTURAS DO CAPITÃO MARVEL"
"O FILHO DE TARZAN"
Cine Olympia
Domingo dia 29/11/09
16 h
Entrada Franca

Os filmes da SESSÃO AVENTURA serão exibidos quinzenalmente no Cine Olympia
Programação:ACCPA

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

"PAIXÕES QUE ALUCINAM" DE SAMUEL FULLER NA SESSÃO CULT DIA 28/11/09


"PAIXÕES QUE ALUCINAM"
Original: Schock Corridor/EUA, 1963
Direção e Roteiro de Samuel Fuller
Fotografia de Stanley Cortez
Música de Paul Dunlap
Edição de Jerome Thorms
Elenco: Peter Breck, Constance Towers, Gene Evans, James Best.
Resumo do argumento: Jornalista vencedor do Prêmio Pulitzer decide investigar um assassinato ocorrido num hospício. Para isso se faz de doente mental, combinando com a namorada uma tentativa de incesto (ela seria a sua irmã). Internado, ele passa a ver de perto o tratamento cruel dado aos doentes, chegando aos poucos aos criminosos.
Importância Histórica: O filme, de baixo orçamento e distribuído pela Allied Artists (ex-Monogram Pictures) é considerado um dos melhores do diretor, um ícone do cinema independente feito nos EUA. Além de usar de uma narrativa dinâmica que no dizer de um critico americano “cria uma atmosfera desorientadora...”, ele usa de uma fotografia em preto e branco alternada com seqüências a cores para chegar à dimensão do delírio. Uma das mais importantes abordagens cinematográficas dos hospitais psiquiátricos antigos.
SESSÃO CULT
"PAIXÕES QUE ALUCINAM"
Cine Líbero Luxardo
Sabádo Dia 28/11/09
16 h
Entrada Franca
Após o filme, debate entre o público e críticos da ACCPA
Programação : ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)

domingo, 22 de novembro de 2009

"KATYN" EM DVD

“KATYN” de Andrzej Wajda. Com Joachim Paul Assböck e Waldemar Barwinski, Stanislawa Celinska. Meses depois da invasão nazista na Polônia, em 1939, aproximadamente 15 mil prisioneiros e oficiais de guerra poloneses são mortos pela polícia secreta soviética nas florestas da cidade de Katyn no momento da dominação soviética no país. Procurando responsabilizar os alemães pelo massacre, o exército soviético acaba perseguindo quem duvida da sua versão do massacre, complicando ainda mais o sofrimento povo polonês. O veterano diretor polonês Andrzej Wajda descreve com sensibilidade o conteúdo deste triste episódio da segunda guerra mundial. Com vários personagens dentro da história, Wajda centraliza o drama na história de um oficial polonês que é preso e deixa mulher e filha à sua espera. Não sabendo o que pode lhe acontecer, ele resolve registrar num diário os acontecimentos que aos poucos são revelados durante o filme. Sem ser apelativo na elaboração das cenas, Wajda constrói um painel sobre os acontecimentos da segunda guerra com uma visão humana, procurando mostrar o distanciamento da verdade e da piedade num conflito deste porte. É claro que o diretor foca sua análise neste espisódio procurando deixar claro quem cometeu o massacre mais o filme dimensiona sua mensagem anti-belicista a partir do momento que o roteiro mostra o drama de cada personagem que tem que viver e sobreviver em condições adversas, como em todas as guerras. Com belos diálogos e cenas muito bem dirigidas, com o talento de um diretor que tem uma obra respeitável no cinema, “Katyn” não é apenas mais um filme sobre os horrores da segunda guerra mundial. É sim mais um exemplo de bom cinema que trata um tema com maturidade e realismo, procurando oferecer vários tipos de reflexões ao espectador sobre um tema já muito falado e discutido, mas que ainda e sempre precisa ser avaliado para que nunca mais o ser humano repita tais ações. Além da direção, roteiro e interpretações excelentes, destaco também a música do compositor polonês Krzysztof Penderecki, compositor conhecido por temas musicais usados em filmes como “O Exorcista” e “O Iluminado”.

Marco Antonio Moreira

"O PASSO SUSPENSO DA CEGONHA" EM DVD

“O PASSO SUSPENSO DA CEGONHA” de Theo Angelopoulos. Com Marcello Mastroianni e Jeanne Moreau. O filme se passa numa pequena vila onde vivem refugiados de diferentes naturalidades que estão ali por diferentes razões. No meio disso, um repórter tenta descobrir o paradeiro de um político que largou sua carreira em ascensão pelo ostracismo, deixando sua família e sua vida norma de lado. O cinema do diretor Theo Angelopoulos é um cinema de reflexão, de meditação. Seus filmes há muito tempo são vistos por mim como um evento, desde a obra-prima “Paisagem na Neblina”. A cada filme, este diretor direciona seu olhar para tentar ver uma nova face do ser humano. Assim foi em “Paisagem na Neblina”, “A Eternidade e Um Dia” e no seu melhor filme, “Um Olhar em Cada Dia”. Aqui, ele novamente joga seu olhar de artista numa pequena historia onde ele procura, junto com seus personagens, romper as fronteiras do seu passado e presente procurando por algo concreto no futuro. Através do personagem vivido magnificamente por Marcelo Mastronianni, Angelopoulos nos fala sobre o conceito de nossas fronteiras, nossos limites e como temos que duvidar disso e redimensionar nossa leitura do mundo, assim como fez o personagem de Mastroianni. O nosso passo suspenso em direção a um novo mundo, o nosso novo mundo, por isso deve ser bem pensado, refletido e as imagens desta reflexão do diretor está em cada detalhe dos diálogos inteligentes até aos inúmeros planos sequência que ele impõem ao nosso olhar. Esta característica de Angelopoulos de fazer um filme com uma série de planos em sequência, com poucos cortes, poucos closes, ao meu ver, dimensiona os personagens e suas histórias. E é assim que este diretor brilhantemente vem construindo o seu cinema : usando a linguagem do cinema à serviço de um olhar de dúvida, de investigação, de procura dos caminhos do homem de hoje. Feito em 1991, pouco depois da queda do muro de Berlim, e quando já se olhava para a virada do século como uma esperança renovada no homem, ver “O Passo Suspenso da Cegonha” hoje é surpreendente pois prova que a temática e o cinema de Angelopoulos estão cada vez mais próximos de nós. Poético e reflexivo, “O Passo Suspenso da Cegonha” é um dos melhores lançamentos do ano em DVD. Não deixe de ver.

Marco Antonio Moreira

"MICHAEL JACKSON : THIS IS IT"


“MICHAEL JACKSON : THIS IS IT” de Kenny Ortega. Depois da morte inesperada do cantor e compositor Michael Jackson em junho deste ano, muito se falou do que se poderia fazer com as imagens gravadas dos ensaios daqueles que seria seus últimos shows. A preocupação, especialmente dos fãs, era que houvesse uma abordagem sensacionalista onde poderiam ser evidenciados vários aspectos da carreira de Jackson, procurando levar o público em geral às lagrimas. Mas felizmente o resultado do trabalho do diretor do show e do filme, Kenny Ortega, é acima do esperado. O filme foca suas atenções na forma como tudo estava acontecendo nos bastidores deste grande show, evidenciando o convívio de Jackson com os músicos, sua preocupação em fazer o melhor possível com as coreografias, o respeito que ele tinha com os dançarinos e músicos que o estavam acompanhando e principalmente, mostrando um Michael Jackson absolutamente normal, humano, em busca do melhor na sua voz e na sua dança. A montagem do filme, limitada por algumas câmeras, fez um trabalho excelente, procurando destacar além de Jackson, os músicos e os dançarinos, o palco do show e os efeitos especiais de luz e cenografia que estavam sendo preparados. Mas acima de tudo, o filme confirma que Michael Jackson cantava e dançava como nunca. Muitos diziam que ele não daria conta de fazer os shows, que ele não estava preparado para voltar ao show bussiness, e que ele jamais se recuperaria depois de tantos problemas na sua vida pessoal. “This Is It” prova ao contrário. Jackson como cantor, compositor e dançarino tinha muito que oferecer e ainda influenciar. Sua voz estava melhor do que nunca e seu talento estava ali forte e firme. Infelizmente, todo esse ensaio acabou ficando para a história sobre uma volta triunfal que acabou não acontecendo devido sua morte, mas de alguma forma, o filme homenageia a longevidade da música e do talento de Michael Jackson, que no final das contas, agora é mais forte do que nunca já que depois de tantos anos sendo considerado como um maluco ou excêntrico, a imprensa em geral voltou a evidenciar o que ele tinha de melhor : seu talento musical. É claro que no final, apesar do diretor fugir de qualquer momento que lembrasse a morte recente de Michael, ficamos com uma sensação estranha do que ele ainda poderia fazer e de como o show ia ser fantástico. Mas a sua música não morrerá nunca. E em cada sessão do filme nos cinemas, Michael foi homenageado. As palmas do público que ele teria nos shows, e que não teve de forma grandiosa nos ensaios (com exceção de quem teve o privilégio de ver os ensaios ao vivo), por ironia do destino acabaram acontecendo dentro das salas de cinema quando ao final de cada sequência musical, o público aplaudia. Por isso tudo, “This Is It” conquista o espectador, especialmente aos fãs de Michael Jackson como eu. Agora é esperar pelo DVD do filme que certamente terá mais material dos ensaios para serem vistos.

Marco Antonio Moreira

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Por Trás das Câmeras

Em 1952, ano de produção de “Assim Estava Escrito”(The Bad and the Beautiful), Hollywood experimentava a liberdade com a perda da rigidez do Código Hayes,aquela censura interna que modulava os filmes de forma a proibir, por exemplo, amostragem de cama de casal (Frank Capra levou isso na gozação numa cena do seu “Nada Além de Um Desejo”(Hiding High). O público pedia ousadia e o neo-realismo italiano, paupérrimo, começava a faturar como coisa de rico. A idéia de um filme que criticasse o sistema de produção de Hollywood surgiu quando o roteirista Charles Scheer leu um conto de autoria de George Bradshwa publico na “Ladie’s House Journal” o arremedo norte-americano do nosso, então, “Jornal das Moças” (no fim do ano ganhava status de “Anuário das Senhoras” – como se as moças de todo mês casassem antes de dezembro). Nesse conto o chefão (tycoon) de um grande estúdio pedia para uma atriz, um roteirista e um desenhista de produção que ajudassem um produtor antes de renome e hoje amargando o ostracismo num hotel em Paris. A trinca guarda mágoas desse cara. Dentre muitas sacanagens que ele fez, há um empurrão na mulher do roteirista para os braços de um galã mexicano para deixar o maridão trabalhar em paz. O ato rendeu azar: cai o avião em que o par viajava e o roteirista só permanece trabalhando para o produtor até quando este solta a língua e,brincado, conta que”ainda bem” a madame foi passear com o latino. E também a atriz amarga um romance fortuito que o cara alimentou até quando ela lhe servisse como intérprete. A história deu no roteiro premiado com o Oscar do ano. E no filme que Vicente Minnelli dirigiu com aquele talento que tinha (duvidar é meter o rabo entre as pernas vendo “Sinfonia de Paris”, “Sede de Viver” e “Gigi”). A Metro, que na época era a mais festejada fábrica de sonhos, ousou brincar com o seu umbigo. Walter Pidgeon como o dono da bola, digo do estúdio, seria uma espécie de Irving Thalberg; Lana Turner, a imagem da própria; Dick Powell a lembrança de Faulkner e Kirk Douglas, no papel central, um David O. Selznick, inteligente e ambicioso a provar que essas qualidades é que fazem (ou faziam) cinema classe A.
“Assim Estava Escrito”rendeu 5 Oscar e boa renda. Bastou para muita gente seguir a trilha e choveram filmes sobre fazedores de filmes. Um foi radical: “A Grande Chantagem”(The Big Knife) de Robert Aldrich. Neste havia uma cena em que um personagem perguntava:”-Quem faz bom filme aqui ? Stanley Kramer ? “(Kramer era o mais festejado independente, na verdade muito hábil ao dar chance a novos diretores e trabalhar com baixo orçamento).
Mas vale a pena rever hoje o filme de Minnelli. Mostra que os deuses das telas não são como os do Olimpo que geraram os super-heróis dos gibis modernos. A gente que lia Cinelândia e Filmelandia não imaginava Lana Turner fazendo cocô. É claro que Minnelli não chegava a tanto, mas tirava da estrela uma aura de impecável em formosura. A maquilagem conseguia o milagre de fazê-la parecer sem maquilagem. E que prazer ver uma chance à Gloria Grahame (Oscar de coadjuvante), grande atriz sempre relegada a papéis de vamp no desvio. Ela e Gilbert Roland dizem que a turma do segundo escalão pesava muito.
Sei lá, mas o leão da Metro, a partir daí, passou a urrar diferente. Até que ficou rouco.
Ons- "Assim Estava Escrito"será exibido na 3aFeira, dia 24-11 às 18,30 no Cine Clube Pedro Veriano (Casa da Linguagem-av Nazaré esq. de Assis de Vasconcelos. Entrada Franca.Promoção da ACCPA

(Pedro Veriano)

"O PICOLINO" NA SESSÃO CINEMATECA DIA 22/11/09 ÀS 16 H


Original; Top Hat- EUA, 1935
Direção de Mark Sandrich
Roteiro de Dwight Taylor e Allan Scott
Fotografia de David Abel
Música de Irving Berlin
Elenco: Fred Astaire, Ginger Rogers, Eward Everett Horton,Erik Rhodes.
Resumo do argumento: O dançarino americano Jerry Travers(Astaire) treina sapateado no hotel, em Londres, mas com isso atrapalha o sono da hospede Dale Tremont (Ginger).Eles acabam se conhecendo melhor e se apaixonando. Motivo para dançarem muitas vezes juntos e viverem uma confusão quando ela pensa que ele é noivo de sua melhor amiga e ela se envolve com um costureiro chamado Beddini(Rodgers).

Importância Histórica: O filme é dos muitos que a dupla Astaire & Rogers fez na RKO. Mas acabou sendo o mais conhecido e admirado. E isto se deve à musica de Irving Berlin e a coreografia de Hermes Pan, especialmente a do numero “Cheek to Cheek”, usado por Woody Allen no seu “A Rosa Púrpura do Cairo”. Conta-se que os dançarinos se odiavam e na famosa seqüência de dança em que ela usa um vestido com plumas essas estimulavam a alergia respiratória de Astaire que tudo fazia para não espirrar. Rodado em preto e branco com uma Veneza moldada em estúdio, é um exemplar feliz do cinema que se fazia nos anos 30 quando ainda o som era uma atração toda especial para o espectador acostumado com os filmes mudos.

SESSÃO CINEMATECA
"O PICOLINO"
Cine Olympia
Domingo dia 22/11/09
16 h
Entrada Franca
PROGRAMAÇÃO : ACCPA
Próximo Programa:
Domingo Dia 06/12/09 - “HAMLET” de Laurence Olivier

"UM ROMANCE DE GERAÇÃO" NO MOVIECOM ARTE DE 20 À 26/11/09


"UM ROMANCE DE GERAÇÃO"
Duração : 80 minutos
Gênero: ComédiaExibição: Moviecom Sala 04
Horário: 16:25 h
Sinopse: Carlos lançou um livro que a crítica adorou, mas nunca mais escreveu outra obra. Esquecido, entrega-se à bebida e às corridas de cavalos. Até que uma jornalista aparece para entrevistá-lo. Como é sua grande chance, ele inventa livros que nunca escreveu, em umdivertido e ácido duelo.


APOIO : ACCPA

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

SESSÃO AVENTURA

Quem está na casa dos 60 (ou mais) deve lembrar (provavelmente com saudade) as “Vesperais Passatempo”, programa dos sábados às 5 da tarde do cinema Olímpia, quando se exibia uma série de seriado de aventuras e muitos curtas e médias metragens sobre diversos assuntos. A sala ficava repleta de estudantes e antes da sessão começar tinha uma espécie de ritual com o sr. Agenor Garcia, não se sabe se por loucura ou vaidade, fazia questão de entrar carregado por espectadores, acenando como se estivesse em campanha política(e mais tarde ele foi, mesmo, candidato a vereador).
Normalmente “fita em série”,como também os faroeste B e as aventuras modestas, não tinham guarida em um cinema “de primeira” como o Olímpia (apesar de, na época, ter sido alvo de protestos por não acionar com melhorias como poltronas estofadas e ar condicionado). O tipo de programa ia para o Iracema, o Moderno, o Independência, ou as salas de bairros (Guarani, Popular, Íris, S. João, Universal etc). Mas a exceção dos sábados era festejada até por ser motivo de encontros. Verdadeiras torcidas iam ver os heróis dos quadrinhos em proezas tratadas com efeitos hoje considerados amadoristicos.
Pois a boa nova é que o tipo de programa está de volta. A ACCPA (Associação de Críticos Cinematográficos do Pará) anuncia que a partir do dia 29, e em domingos alternados, sempre às 4 da tarde estará exibindo no velho Olímpia uma série (2 episódios) e um filme B que justifica o nome da sessão(Sessão Aventura).
A entrada é grátis, o que não acontecia no passado. A projeção é em data-show. Mas quem quiser rever os velhos tempos é só experimentar. E levar os netos. Pode ser que eles peguem a mania dos vovôs.
O primeiro programa consta de “As Aventuras do Capitão Marvel” 1ª. Série e “O Filho de Tarzan” com Johnny Weissmuller, Maureen O’Sullivan e gente boa da MGM com direção de Richard Thorpe (que faria “Os Cavaleiros da Távola Redonda”, primeiro cinemascope do estúdio).
É uma viagem na máquina do tempo. E um mundo novo para quem nasceu agora.(Pedro Veriano)

sábado, 14 de novembro de 2009

"GLÓRIA FEITA DE SANGUE" DE STANLEY KUBRICK NA SESSÃO CULT DIA 21/11/09

"GLÓRIA FEITA DE SANGUE"
Original: Paths of Glory-EUA,1957
Direção de Stanley Kubrick
Roteiro de Calder Willingham, Jim Thompson e Stanley Kubrick baseado no livro de Humphrey Cobb.
Fotografia de George Krause
Música de Gerald Fried
Procução: BRYNA(Kirk Douglas)
Elenco: Kirk Douglas, Adolphe Menjou, Ralph Meeker,George Macready,Wayne Morris,Richard Anderson.
Resumo do argumento: Durante a 1a.Guerra Mundial um pelotão francês recebe ordem para conquistar a Colina Ant. É missão suicida e os generais prendem 3 soldados inocentes que desobedecem essa ordem como exemplo de covardia. Mas o advogado Cel. Dax(Kirk Douglas), convocado para a defesa, sabe que só poderá provar a inocência de seus clientes se acusar os generais.
Importância Histórica: O filme foi considerado uma “afronta ao exército francês’e por isso proibido na França por muitos anos. O livro original impressionou o produtor e ator Kirk Douglas que entregou a direção ao então jovem Stanley Kubrick. O resultado recebeu aplausos mundiais e o filme chegou a ser candidato a 3 Globos de Ouro além de receber prêmios em mostras diversas. Há quem o considere um dos melhores “filmes de guerra”. Mesmo porque é intrinsecamente anitibelicista.


SESSÃO CULT
"GLÓRIA FEITA DE SANGUE"
Cine Líbero luxardo
Sabádo dia 21/11/09
16 h
Entrada Franca
*Após o filme, debate entre os presentes e críticos da ACCPA
Programação ACCPA

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"CANTORAS DO RÁDIO" NO MOVIECOM ARTE - DE 13 À 19/11/09


"CANTORAS DO RÁDIO"
Duração : 85 minutos
Gênero: Documentário
Exibição: Moviecom Sala 04
Horário: 13:35 h

Sinopse: O documentário resgata passagens da Era de Ouro do rádio, entre 1930 e 1950, período no qual o rádio se consolidou como o veículo de massas no Brasil. O fio condutor do filme é o show “Estão Voltando as Flores” com direção e roteiro do pesquisador Ricardo Cravo Albin, no qual se apresentaram quatro expoentes da época: Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas, Violeta Cavalcanti e Ellen de Lima.

APOIO : ACCPA

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ÓPERA NA TELA DO CINE OLYMPIA - DE 12 À 15/11/09


ESPAÇO MUNICIPAL CINE OLYMPIA
ALIANÇA FRANCESA (BELÉM)
CONSULADO GERAL DA FRANÇA(RJ)
APRESENTAM

"ÓPERA NA TELA"

QUINTA-FEIRA 12 DE NOVEMBRO

10H00 UMA TEMPORADA DE ÓPERA
:: Documentário de Richard Copans – 2009 (52’) :: A última temporada de Gérard Mortier, Diretor da Ópera de Paris.

11H30 PLATÉE :: Documentário de Don Kent – 2006 (78’)
:: Sobre a ópera de Rameau, gravada em 2002 e 2006 na Opéra de Paris. Série ‘Descobrir uma ópera’ produzida por ARTE France. Direção musical: Marc Minkowski – Direção:
Laurent Pelly.

13H30 RAVEL - A PAIXÃO BOLERO :: Documentário de Michel Follin – 2007 (59’)
:: A história de uma das mais conhecidas partições da história da música e de seu autor Maurice Ravel. Com algumas cenas rodadas numa praia do Nordeste brasileiro, onde é tocado o Bolero a cada pôr do sol.

15H00 A FLAUTA MÁGICA
:: Ingmar Bergman – 1974 (135’)
:: Fascinado pela obra de Mozart, Bergman queria popularizar a ópera. Dois anos de preparo e nove meses de filmagem mais tarde, ele ganha sua aposta: foi a primeira ópera filmada que chamou a atenção do grande público.

17H30 MADAME BUTTERFLY
:: Frédéric Mitterrand – 1995 (130’)
:: Baseado na ópera em 3 atos de Giacomo Puccini
Com Ying Huang e Richard Troxell. Direção musical: James Conlon – Orquestra de Paris.


SEXTA-FEIRA 13 DE NOVEMBRO

10H00 PROKOFIEV – O DIÁRIO INACABADO
:: Documentário de Yosif Feyginberg – 2009 (52’) :: O enigma de um dos mais geniais compositores do século XX, resolvida a través do seu diário, encontrado 50 anos após a sua morte.

11H30 JOANA D´ARC NA FOGUEIRA
:: Documentário de Don Kent – 2007 (62’)
:: Sobre a obra de Arthur Honneger, gravada em 2006 na Opéra de Montpellier. Série ‘Descobrir uma ópera’ produzida por ARTE France. Direção musical: Alain Altinoglu – Direção: Jean-Paul Scarpita.

13H00 VILLA-LOBOS – A ALMA DO RIO
:: Documentário de Eric Darmon – 2007 (52’)
:: O retrato do mais famoso compositor brasileiro.

14H30 ACCENTUS – TRANSCRIÇÕES
:: Documentário de Andy Sommer – 2007 (45’) :: Um gênero de comédia musical a capella, As grandes árias de Mahler, Prokofiev, Ravel, Wagner e Verdi foram transcritas para 28 cantores e foram assim revisitadas numa encenação inspirada em filmes como Fantasia, Morte em Veneza ou O guarda-chuva do amor.

15H30 ARIA :: Filme coletivo – 1987 (91’)
:: Um filme surpreendente em que alguns cineastas conhecidos ilustram filmes de ópera. Jean-Luc Godard exibe belas moças nuas em meio a culturistas halterofilistas num trecho de Armides de Lully, Robert Altman mostra um asilo de loucos nas Boreadas, Ken Russel filma um “Nessun dorma” alucinado numa sala de cirurgia, etc.

17H30 O TROVADOR
:: Ópera em 4 atos de Guiseppe Verdi (137’) :: Direção musical: Thomas Rösner – Direção: Robert Carsen. Festival de Bregenz 2006 – Filmado por François Roussillon.


SÁBADO 14 DE NOVEMBRO

10H00 PEER GYNT
:: Um balé de Heinz Spoerli baseado num drama de Henrick Ibsen – 2009 (135’) :: Direção musical: Eivind Gullberg Jensen – Teatro de Zurique. Filmado por Andy Sommer.

13H00 A VALQUÍRIA
:: Ópera em 3 atos de Richard Wagner (223’) :: Direção musical: Simon Rattle – Direção: Stéphane Braunschweig. Orquestra Filarmônica de Berlim. Festival de Ópera de Aix-en-Provence – 2007. Filmado por Don Kent.

17H00 DON GIOVANNI
:: Joseph Losey – 1978 (173’) :: Baseado na ópera em 2 atos de Wolfgang Amadeus Mozart. Com Ruggiero Raimondi, Kiri te Kanawa, Edda Moser. Direção musical: Lorin Maazel – Opéra de Paris.

DOMINGO 15 DE NOVEMBRO

10H00 STRAVINSKI E OS BALÉS RUSSOS
:: Duas peças de Igor Stravinski: Pássaro de Fogo, Sagração da Primavera – 2009 (86’) :: Direção musical: Valery Gergiev – Teatro do Mariinsky de Saint Petersbourg. Filmado por Denis Caïozzi.

12H00 ARTURO TOSCANINI POR ELE MESMO
:: Documentário de Larry Weinstein (73’) :: A vida do maior maestro da história da música, cuja carreira começara no Rio de Janeiro.

14H00 TCHAIKOVSKI – A PATÉTICA
:: Documentário de Iossif Pasternak – 2007 (52’) :: Sinfonia mais conhecida da histoiria musical da Russia, A Patética possui todos os atributos de uma obra legendária, ainda mais pelo fato de Tchaikovski ter morrido poucos dias depois de tê-la criado.

15h30 PELLEAS ET MELISANDE
:: Documentário de
Philippe Béziat 2008 (108’) :: Baseado na ópera de Debussy.
Direção musical: Marc Minkowski – Direção: Olivier Py. Teatro Stanislavski de Moscou.

17H00 CARMEN
:: Francisco Rosi – 1984 (152’) :: Baseadona ópera de Georges Bizet. Com Julia Migenes Johnson, Plácido Domingo, Ruggero Raimondi.


ENTRADA FRANCA
APOIO : ALIANÇA FRANCESA/CONSULADO GERAL DA FRANÇA/ACCPA

domingo, 8 de novembro de 2009

"O VISITANTE" NO MOVIECOM ARTE - DE 06 À 12/11/09

"O VISITANTE"
Gênero: Drama
tempo: 104 min.
Classificação: 14 anos
Horário : 18 h
Em Exibição de 06 à 12/11/09
Sala : Moviecom Castanheira Sala 04 - Projeção Digital
Sinopse :Walter Vale (Jenkins), um professor de Economia de Connecticut, precisa ir a Nova York para uma conferência. Porém, descobre que tem um casal morando em seu apartamento: Tarek (Sleiman) e Zainab (Danai), imigrantes ilegais que tocam suas vidas normalmente na Big Apple. Após um habitual período de desentendimentos, o professor acaba propondo abrigo para eles em seu apartamento e, aos poucos, vai se envolvendo com essas pessoas e com o tambor sírio, instrumento que Tarek toca.
APOIO : ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

"AQUELE QUERIDO MÊS DE AGOSTO" NO CINE LÍBERO LUXARDO


O Cine Líbero Luxardo retoma sua programação e projetos regulares com a exibição do elogiado “Aquele Querido Mês de Agosto” do diretor português Miguel Gomes, entre os dias 05 e 15 de novembro, de quinta a domingo, sempre às 19h30. Misto de documentário e ficção ambientado numa pequena cidade no coração de Portugal no mês mais festejado do ano lusitano, agosto, período em que os portugueses aproveitam as férias e o verão e em que muitos viajam para reverem familiares e amigos.
Em meio à festa popular local em homenagem à santa padroeira, suas procissões, seus andores, bailes e bandas, o diretor e sua pequena equipe munidos de uma câmara de 16 mm , se deslocam sem história definida, com o propósito de rodar um filme, sem financiamento para a elaboração de um roteiro e à contratação de atores. Com o projeto do filme suspenso temporariamente, o diretor resolveu nessas condições pelo menos documentar as festas de Argamil.
Nascido em Lisboa em 1972, após trabalhar como crítico de cinema na imprensa local e realizar diversos curtas, Miguel Gomes lança seu primeiro longa, “A Cara Que Mereces”, em 2004. Sem saber exatamente o que queria fazer neste seu segundo filme, embora soubesse que se ambientaria na pequena cidade portuguesa, começou a filmar de modo aleatório, procurando juntar material documental, pelo menos como pesquisa, para quando da retomada da produção do filme. Ao procurar depoimentos de moradores e recolher histórias e curiosidades locais, um roteiro começou a ser construído. E tudo, documentário e ficção, foi parar na edição final deste longa que tem dividido opiniões e conquistado diversos prêmios pelo mundo afora, inclusive a indicação para representar Portugal na categoria de Melhor Filmes Estrangeiro no Oscar, e o prêmio da critica na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2008, sendo exibido na Quinzena dos Realizadores em Cannes no mesmo ano.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

"AQUELE QUE SABE VIVER" DE DINO RISI NA SESSÃO CNEMATECA DIA 08/11/09

"AQUELE QUE SABE VIVER"
Original: Il Sorpasso- Itália,1962
Direção de Dino Risi
Roteiro de Risi, Ettore Scola e Ruggero Maccari.
Fotografia de Alfio Contini
Música de Riz Ortolani
Elenco: Vittorio Gassman, Jean-Louis Trintignant, Catherine Spaal, Cláudio Gora.
Resumo do argumento: O play-boy de meia idade, Bruno(Gassman) conhece o estudante de direito Roberto (Trintignant) e com ele executa uma viagem de recreio pelas estradas de Roma e Toscana. Nesse período as personagens são reveladas e uma ironia cerra seus destinos.
Importância Histórica: Dino Risi foi um dos mais prolíficos diretores de comédias na Itália e um dos mais engenhosos. Certamente é um nome subestimado pela critica, pois deixou obras-primas como esta e ainda “Férias à Italiana”(L’Ombrolone), “Perfume de Mulher”(Profumo di Donna), esta refilmada com Al Pacino, e “Este Crime Chamado Justiça”(In Nome del Popolo Italiano). Aqui ele faz um “road movie” diferente, onde a comédia palmilha cada quilometro de estrada na irreverência do motorista (Gassman) e a tragédia espera no final. Também é um dos bons filmes de Gassman e ele mesmo achava isso. No roteiro está Ettore Scola mais tarde o diretor de “Nós que nos Amávamos Tanto”, “O Baile” e “Feios,Sujos, e Malvados".

SESSÃO CINEMATECA
"AQUELE QUE SABE VIVER"
Cine Olympia
Domingo Dia 08/11/09
16 h
Entrada Franca
Próximo Programa :
Domingo dia 22/11/09 - "O PICOLINO" com Fred Astaire

PROGRAMAÇÃO : ACCPA

"TEMPOS MODERNOS" DE CHAPLIN NA SESSÃO CULT DIA 07/11/09

"TEMPOS MODERNOS"
Original: Modern Times- EUA, 1936
Direção e roteiro (e música) de Charles Chaplin
Fotografia de Rollie Totheroh
Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard, Henry Bergman
Resumo do argumento: O vagabundo tenta se acomodar no emprego, apertando parafusos em uma fabrica. Ele chega a servir de cobaia para experimentos que visam ganhar tempo na produção. Estressado, sai apertando parafusos pela rua e confunde os botões do vestido de uma senhora que passa com esses botões. Em meio a muitas aventuras encontra uma mendiga que leva para o seu barraco e passa a proteger. Os dois são empregados numa boate, ela dançando e ele cantando. Mas a policia não deixa que a menor trabalhe e ainda mais sendo uma pessoa ligada a pequenos furtos. Os dois fogem.
Importância Histórica: Embora feito quando o cinema falado já era uma realidade incontestada “Tempos Modernos” é um filme mudo. Chaplin usou a banda sonora só para ruídos, música (suas composições, inclusive a canção “Smile” que fecha o filme), e uma montagem sonora que faz a “voz” do vagabundo cantando.Avesso ao som, o cineasta dizia que “cinema é a arte das imagens e como tal não deve receber interferências”. Tanto que neste filme despediu o personagem que o imortalizou: o vagabundo Carlitos (Charlie ou Charlot). Paulette Goddard, que faz a mendiga, foi esposa de Chaplin no período. Fez com ele este filme e o posterior “O Grande Ditador’(1940)”.Em 2001 os ingleses votaram “Modern Times” como o melhor filme do século XX.
SESSÃO CULT
"TEMPOS MODERNOS"
Cine Líbero Luxardo
Sabádo Dia 07/11/09
16 h
Entrada Franca
*Após o filme, debate entre os espectadores e críticos da ACCPA
Próximo Programa :
Sabádo Dia 21/11/09 - "GLÓRIA FEITA DE SANGUE" de Stanley Kubrick
PROGRAMAÇÃO : ACCPA

"BASTARDOS INGLÓRIOS" TEM TARANTINO NA SUA MELHOR FORMA

Durante a Segunda Guerra, na França ocupada pelo exército alemão, uma jovem testemunha a execução da sua família pelo coronel nazista Hans Landa. Anos depois, ela tem a oportunidade de se vingar sob a identidade de uma proprietária de cinema em Paris. Em pararelo, um grupo de soldados conhecidos como Os Bastardos se une para lutar contra os nazistas, sem piedade ou tolerância. Em “Bastardo Inglórios”, várias histórias e personagens se cruzam para mostrar a violência e os dramas da guerra neste novo filme do cineasta Quentin Tarantino (Cães de Aluguel/Pulp Fiction/Kill Bil).
Numa mistura inteligente de estilos, Tarantino volta a sua melhor forma num filme irônico sobre a guerra, onde o cinismo dos personagens e a violência dos envolvidos formam um quadro bem definido sobre o que foi este conflito. Procurando dar a sua versão da segunda guerra, sem compromissos com a verdade dos fatos e personagens reais que coloca no seu enredo, Tarantino inteligentemente mistura os personagens de forma criativa, revelando a motivação de cada um dentro da violência que os cerca desde a família da jovem no início do filme até mesmo ao acordo “final” entre velhos inimigos que não é aceito pelos bastardos inglórios que só tem uma lei: acabar com os nazistas. Até aqui, nada de necessariamente original em termos de história mais como Tarantino nos conta este enredo é que surpreende pelo seu próprio estilo de filmar, que esteve em grande forma em “Cães de Aluguel” e “Pulp Fiction” e que aqui se define claramente, mostrando um diretor que recebe inúmeras influências de outros cineastas e escolas de cinema e que transforma isto tudo num modo único de contar uma história.
Aqui, podemos perceber influências claras de diretores como Sérgio Leone, John Ford e Scorsese em sequências antológicas. Além disso, poucos diretores sabem equilibrar a música e a imagem como Tarantino e em “Bastardos Inglórios”, entre tantos momentos marcantes, fica a citação de uma extraordinária sequência onde ouvimos o cantor/compsitor David Bowie cantando “Putting out of Fire”, canção tema do filme “A Marca da Pantera” de 1982. Num ano de bons filmes exibidos nos cinemas, “Bastardos Inglórios” sem dúvida é um dos melhores do ano.

Marco Antonio Moreira

domingo, 1 de novembro de 2009

Bastardos Irreverentes

Imaginem as caravelas de Cabral naufragando (todas) antes de Porto Seguro. A piada de que o Brasil sofre por estar descoberto, pegando sol e chuva, desde 1500, ganha suavidade. Diriam que as alterações na História (com H maiúsculo) é coisa de cinema. Pois é coisa de cinema “Gloriosos Bastardos” de Quentin Tarantino. Neste filme de mais de duas horas de projeção em que a 2ª.Guerra Mundial ganha foro de combate entre cow-boys e índios (nada de Little Big Horn mas de faroeste da Republic Pictures) , Adolf Hitler nem chega a se chamuscar com aquela bomba que se viu em “Operação Valquiria”. O “fueher” morre num cinema francês posto que em cinema deve haver participação do que se projeta com o que se olha, ou seja, a ficção é parte intrínseca da realidade (ou como diria Edmond O’Brien em “O Homem que Matou o Facínora”: “quando a lenda é mais forte que a ficção que se imprima a lenda”).
Os bastardos do titulo são mercenários franceses que desejam vingar as vitimas dos invasores de sua terra. Chefiando-os, um norte-americano chamado Aldo e apelidado de Apache, manda que se escalpe os nazistas aprisionados. Bom “índio” na pele de Brad Pitt. Mas a estrela é o vilão, Cel. Hans Landa,(Christophe Waltz)um oficial nazi conhecido como “Caçador de Judeu” . Estereotipado como deve ser num filme de aventuras, faz toda sorte de maldade e ainda quer tirar o corpo fora quando as coisas pendem para o lado contrário ao seu, tentando puxar o saco dos aliados e acabando cedendo a cabeleira para o mocinho.
Tarantino esboça a cada filme a cultura adquirida na locadora de vídeo onde trabalhou, nos “pulp fictions” que leu, no mundo “pop” que hoje vende ingresso até por efeito mimético. Se “Kill Bill” refletia os filmes de caratê, este “Bastardos...” vai à fonte dos “Doze Condenados” e vê a guerra com ironia. E é por aí que o filme cresce e aparece. O humor por trás da violência, a caricatura pondo para escanteio os tipos históricos, a ação bem jogada (até pelos intervalos de muita conversa), tudo contribuiu para que haja cinema na expressão mais simples do termo (“a mentira 24 vezes por segundo”).
OK, um garoto moderninho depois de ver “Bastardos...” escreve na prova de seu colégio que a guerra contra os alemães terminou em 1944 com Adolf Hitler, Josef Goebbles, Martin Borman e outras estrelas do nazismo virando torresmo num incêndio de fitas velhas (aquelas de nitrato) em território francês. Nada de suicídio em Berlim. Tarantino evitou, por exemplo, que Goeblles incitasse a mulher a matar os filhos menores no “bunker”. Aquilo que se viu em “A Queda” é que é ficção. Se a “tia” der nota zero o menino manda que ela se atualize. Afinal, cinema é o melhor dos “tios”. E quando passa na televisão é também baba.
Cultura e curtura é coisa do Cebolinha. (PV)

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