quarta-feira, 26 de setembro de 2012

"BLADE RUNNER" NA SESSÃO ACCPA/SARAIVA DIA 27/0912


O Caçador de androides que desejam viver Blade Runner, considerado um dos melhores filmes de ficção científica da história, completa 30 anos e é exibido em Belém Luzes de neon das propagandas de corporações industriais disputam território no espaço urbano com explosões. Uma irís se contrai ao analisar aquele cenário desolador. Assim inicia Blade Runner - O Caçador de Androides, obra que completa 30 anos em 2012 sendo um dos filmes mais cultuados dos últimos tempos, com sua mistura de ficção cientifica, policial noir e romance existencialista. A trama se passa em Los Angeles, no ano de 2019. A Corporação Tyrell criou os robôs da série Nexus virtualmente idênticos aos seres humanos. Eram chamados de replicantes. Os replicantes Nexus 6 eram mais ágeis e fortes e no mínimo tão inteligentes quanto os engenheiros genéticos que os criaram. Eles passaram a ser utilizados no espaço sideral em tarefas perigosas da colonização planetária. Após motim sangrento de quatro replicantes Nexus 6, estes foram declarados ilegais sob pena de morte caso tentassem regressar a Terra. Para a Tyrell, o importante é 'aposentar' os replicantes e não executa-los, ou seja, desliga-los. Já eles, liderados por Roy Batty (Rutger Hauer) só querem viver mais e não até quando o tempo de desligamento permitir. Então surge Rick Deckard, um exemplar policial da unidade de elite Blade Runner, que havia se aposentado mas é chamado para uma última missão: a captura - exterminio de Roy e seus companheiros. Com essa narrativa simples, porem permeada de significados, que Deckard vai investigando os Nexus 6 e conhecendo mais sobre a própria Tyrell e seus mandantes. É numa dessas visitas ao Sr. Tyrell que ele conhece a secretária Rachel (Sean Young). Ela não sabe que é replicante, mas seus olhos a traem. Ele se apaixona instantaneamente pela androide. Blade Runner é um filme de caçada humana, onde, de certo modo, todos buscam algo: Deckard busca encontrar os replicantes e, principalmente, um sentido para a própria vida. E ele persegue o amor de Rachel - que está imersa na busca de sua identidade inexistente - como forma de se libertar e se encontrar. Os replicantes Nexus 6 também seguem fugindo para ter mais tempo de vida. E assim, Ridley Scott configura uma obra fascinante, uma odisséia retro-futurista de humanos e máquinas, homens e mulheres que buscam alguma coisa. E ele consegue fazer isso com autoridade, após realizar Alien - O 8º passageiro. O roteiro do filme escrito por Hampton Fancher e David Peoples, é baseado no romance "Os Androides sonham com ovelhas elétricas?", de Phillip K. Dick. E mesmo distintos, filme e livro são visionários. Blade Runner ajudou a popularizar o autor em Hollywood, que passou a ter diversas obras adaptadas em produções como "O Vingador do Futuro" e o "Homem Duplo".

SERVIÇO:
Sessão ACCPA/APC apresenta “Blade Runner - O Caçador de Androides”, de Ridley Scott.
Nesta quinta, 27, às 17h, no espaço Benedito Nunes da Livraria Saraiva ((Boulevard Shopping, 2º piso). Entrada Franca.
Após o filme, debate entre o público e membros da Associação de Críticos de Cinema do Pará e da Academia Paraense de Ciências.(Lorenna Montenegro)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A ANDROGINIA MULTICOLOR



A leveza da sonoridade robusta de um artista como Ney Matogrosso encanta. E é com esta leveza que o documentário “Olho Nu” de Joel Pizzini nos transporta e transfigura nossa mente que sai de um mero admirador, para um atento e consensual espetador. No filme, de pouco mais de 90 minutos, não há como não se encantar por tudo. Ha um entremeado de sutis cortes de montagem com uma enorme gama de imagens como pouco se viu até hoje para falar do cantor. Entre tudo e com tudo, há o artista, o homem por trás da mascara do palco. Nele, Ney narra em primeira pessoa, trechos e passagens de sua vida, cortes mediatos de pensamentos daquilo que vem na hora. Não descobrimos Ney, o redescobrimos como homem que sempre pautou pela gentileza e delicadeza pra conseguir “explodir” em afetos seu publico. A profusão de tempos que se estabelecem no filme documentário que não quer ser cronológico mais imagético deste artista que há décadas com sua atitude e arte faz do cenário musical do mundo, algo de belo e desafiador. Um filme essencial para tudo e por tudo, como Ney Matogrosso é!.(Ismaelino Pinto).

45ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO



" Diário do Festival de Brasília 2012"
Acompanhando a 45ª Edição do Festival de Brasilia do Cinema Brasileiro, publico a primeira parte das matérias produzidas e editadas sobre o festival e publicadas no portal ORM:
1) Com uma homenagem ao crítico de cinema Paulo Emílio Salles e a a apresentação da orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claúdio Santoro, começou dia 17/09 a 45ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A sala do Teatro Nacional estava completamente lotadas com várias pessoas ligadas ao cinema, teatro e televisão. Críticos de cinema de vários estados marcaram presença, a grande maioria filiada a ABRACCINE (Associação Brasileira dos Críticos de Cinema) que vieram para acompanhar as mostras competitivas de longa e curta-metragem e também para participar dos seminários que vão debater sobre a critica de cinema feita no Brasil ontem e hoje, analisando também as influências do crítico Paulo Emilio Salles, que faleceu em 1977 e que foi um dos fundadores do festival de Brasília.Depois da apresentação da orquestra sinfônica, foi exibido o filme de abertura do festival (que não faz parte da mostra competitiva) chamado "A Última Estação" de Marco Cury, que procura fazer um resgate histórico da imigração libanesa no Brasil a partir de um personagem que é testemunha de várias mudanças no país durante várias décadas e que inicia uma busca pelo seu passado a partir do momento que fica doente.
2) Na terça,feira, dia 18, o destaque da noite foi para o longa metragem pernambucano "Eles Voltam" de Marcelo Lordelo. É conhecido de todos do meio cinematográfico que o cinema pernambucano pulsa criatividade e inteligência nos últimos anos e aqui não foi diferente. O filme começa com um carro parando e deixando dois irmãos na estrada, sem maiores explicações.A partir desse acontecimento, os dois jovens ficam esperando a volta dos pais que não acontece. Os dois irmãos acabam se separando e a irmã acaba percorrendo a estrada sozinha procurando alguém que ajude. Essa trajetória de busca e sofrimento, é narrada de forma cadenciada, sem pressa ou malabarismos formais desnecessários. O diretor Marcelo Pedroso evidencia nos poucos diálogos, a expressão dos atores com enquadramentos próximo, quase "closes", sem utilização de música, criando uma atmosfera de solidão e dúvida pulsantes. A trajetória dessa jovem, que vai testemunhando diversas situações de solidariedade, dúvidas, mudanças e sofrimentos, vai lentamente mudando sua personalidade até um final que surpreende. "Eles Voltam" é um filme sobre esta busca de identidade e o que fazer quando se começa a encontrar o seu caminho, especialmente dentro de um núcleo familiar desgastado e falido, onde a comunicação e o sentimento mútuo desapareceram há muito tempo mas que pode ser resgatado, reerguido, transformado. Belo filme que desde já é um dos favoritos do festival.
3) No segundo dia da mostra competitiva, os destaques foram o documentário "Kátia" de Karla Holanda e "A Memória que me Contam" de Lúcia Murat. ."A Memória que me Contam" é um olhar amargo sobre a geração que lutou contra a ditadura militar e que hoje luta para entender e justificar tudo o que aconteceu neste período. A partir de morte eminente de um dos personagens, um grupo de amigos se reúne para tentar ajudá-la e acabam mostrando conflitos internos ainda muito presentes sobre tudo o que aconteceu na época quando lutaram contra a ditadura  e sobre o real resultado destas ações. Inicialmente posso dizer que é um filme que procura dialogar com esta geração dos anos 60/70,ao mesmo tempo que tenta explicar para outras gerações quais foram os motivos desta luta. Procurando às vezes ser didática demais nos diálogos, Murat claramente mostra boas intenções no filme mas peca na construção da história que muitas vezes parece ser presa demais a uma época que passou e marcou a sua geração. Fazendo uma ligação deste período com os tempos modernos, de uma forma menos emocional, talvez ela tivesse dado um filme uma dimensão mais poética e menos tendenciosa e até mesmo menos maniqueísta sobre este período histórico do Brasil. De qualquer forma, Lúcia Murat volta ao tema depois de "Que Bom te Ver Viva" e "Uma Longa Viagem" e dá sua visão sobre um período importante da história do Brasil que ainda aguarda a realização de um grande filme.

*Marco Antonio Moreira, direto da 45ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

FESTIVAL AMAZÔNIA DOC 4



FESTIVAL AMAZÔNIA DOC 4

Mostra Competitiva Pan-Amazônica
Local: Cine Estação das Docas – Teatro Maria Sylvia Nunes
 22/09 – Sábado
19h30 – “Juliana contra o jambeiro do diabo pelo coração de João Batista” (Diretor: Roger Elarrat, Brasil/PA, 2011 – Ficção, Curta, 22’ ) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos
20h – “Carta para o futuro” (Diretor: Renato Martins, Brasil/RJ, 2011 – Doc. Longa, 70’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos

23/09 – Domingo
19h30 – “Pinball” (Diretor: Ruy Veridiano, Brasil/SP, 2010 – Ficção, Curta, 17’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos
– “Céu, inferno e outras partes do corpo” (Diretor: Rodrigo John, Brasil/RS, 2011 – Animação, Curta, 7’) Censura: Recomendável para maiores de 16 anos
20h – “A alegria” (Diretores: Felipe Bragança e Marina Meliande, Brasil/RJ, 2010 – Ficção, Longa, 100’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos

24/09 – Segunda-feira
19h30 – “Gaveta” (Diretor: Richard Tavares, Brasil/RS, 2010 – Ficção, Curta, 8’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos
20h – “Malditos cartunistas” (Diretor: Cavi Borges, Brasil/RJ, 2010 – Doc. Longa, 90’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos

25/09 – Terça-feira
19h30 – “Regresso” (Diretor: Jano Burmester, Lima/Peru, 2010 – Ficção, Curta, 18’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos
20h – “À margem do Xingu” (Diretora: Dàmia Puig Auge, Brasil/SP, 2010 – Doc. Longa, 88’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos

26/09 – Quarta-feira
19h30 – “Paraíso Terrenal” (Diretor: Tomás Welss, Chile/Santiago, 2010 – Animação, Curta, 17’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos
20h – “Avenida Brasília Formosa” (Diretor: Gabriel Mascaro, Brasil/PE, 2010 – Doc. Longa, 84’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos

27/09 – Quinta-feira
19h30 – “Estação” (Diretora: Márcia Faria, Brasil/SP, 2010 – Ficção, Curta, 15’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos
20h – “The sand and the rain” (Diretores: Diana Rico e Richard Decaillet, Bogotá/Colombia, 2009 – Doc. Longa, 82’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos

28/09 – Sexta-feira
19h30 – “Pcycle” (Diretores: Lucas Margutti e Yan Saldanha, Brasil/RJ, 2011 – Ficção, Curta, 10’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos
20h – “Ojos bien abiertos” (Diretor: Gonzalo Arijón, Uruguai, 2009 – Doc. Longa, 110’ ) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos
 29/09 – Sábado
19h – “Um dia com Frederico Morais” (Diretor: Guilherme Coelho, Brasil/RJ, 2011 – Doc. Longa, 60’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos

20h30 – “Das Barrancas do Rio Cariá” (Diretor: Chico Carneiro, Brasil/PA,2011 – Doc. Longa, 66’) – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos

30/09 – Domingo
20h30 – Filmes vencedores da Mostra Competitiva Amazônia Doc.4 – Censura: Recomendável para maiores de 16 anos

Júri : 
ACCPA (ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ)

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

CINEMA DO JAPÃO NO CINE ESTAÇÃO


A partir de, 11 de setembro, o Cine Estação das Docas abre espaço em sua programação pra a Mostra "Força da Superação e Beleza do Japão”. Os filmes mostram o processo de recuperação após o grande terremoto que atingiu a costa nordeste do Japão em março do ano passado, assim como títulos com temáticas de reencontro e determinação dos personagens frente às adversidades.
A forte relação familiar que une as pessoas nas situações mais difíceis, o sentimento de perseverança e superação, assim como as diferentes faces da cultura do Japão, são os temas abordados na mostra que acontece de 11 a 13 de setembro, com entrada franca.
Os filmes serão exibidos em formato DVD, em sessões às 16h, 18h e 20h30, com legenda em português. A Mostra "Força da Superação e Beleza do Japão” é uma realização do Consulado Geral do Japão, com apoio da OS Pará 2000 e Secretaria de Estado de Cultura – Secult.
Programação:
Dia 11/09
16h: Hula Girls de Fukushima (Ganbappe Huragaru)
2011 | 102 min. Direção: Masaki Kobayashi
18h: A Ilha do Cãozinho Rock (Rokku: Wanko no Shima)
2011 | 123 min. Direção: Isamu Nakae
20h30: Éclair - Uma Jornada Errante (Ekureru/Okashi Horoki)
2011 | 107 min. Direção: Akio Kondo


Dia 12/09
16h: O Lugar Prometido em Nossa Juventude (Kumo no Muko, Yakusoku no Basho) 2004  90m. Direção: Makoto Shinkai. Animação
18h: Viajando com Haru (Haru tono tabi)
2009 | 134 min. Direção: Masahiro Kobayashi
20h30: Quarteto! (Quartet!)
2011 | 118 min. Direção: Junichi Mimura
Dia 13/09
16h: O Lugar Prometido em Nossa Juventude (Kumo no Muko, Yakusoku no Basho) 2004  90m. Direção: Makoto Shinkai. Animação
18h: Quarteto! (Quartet!)
2011 | 118 min. Direção: Junichi Mimura
20h30: Hula Girls de Fukushima (Ganbappe Huragaru)
2011 | 102 min. Direção: Masaki Kobayashi

SINOPSES
A Ilha do Cãozinho Rock (ロック わんこの島)
2011 | 123 min. Direção: Isamu Nakae. Elenco: Ryota Sato, Kumiko Aso, Ryonosuke Hashino
Distante cerca de seis horas e meia de navio, saindo de Tokyo (capital do Japão), localiza-se Miyakejima, uma pequena ilha no Oceano Pacífico também conhecida como a Ilha do Vulcão, pelo fato de passar por sucessivas erupções que se repetem a cada 20 anos. Nessa ilha, vive a família de Shin, que administra uma pensão. Shin tem um cãozinho, Rock. No verão de 2000, uma erupção do vulcão os obriga a abandonar a ilha e acabam se desencontrando com o cão. Shin e sua família conseguem se refugiar em um abrigo, em Tokyo. Ainda com esperanças de reencontrar Rock, Shin visita um centro de resgate de animais e acaba por encontrar o cão. O abrigo, porém, não admite a convivência com animais, obrigando Shin a tomar uma decisão.

Éclair - Uma Jornada Errante (エクレール、お菓子放浪記)2011 | 107 min.Direção: Akio Kondo. Elenco: Hajime yoshii, Saori, Kenichi Endo, Keiko Takahashi
Em 1942, Akio foge do orfanato, mas é detido ao furtar doces. O delegado Toyama, ao vê-lo faminto, oferece-lhe um pão doce. Naquele momento, Akio teve uma sensação inigualável, ao saborear um doce. Akio é encaminhado ao reformatório, onde passa por uma rígida educação militar comandada pelo Ijuin. No ano seguinte, Akio é adotado por Fusano, surgindo então a esperança de ter uma família. Porém, tudo não passava de ilusão, pois lhe eram atribuídos apenas serviços braçais, como um mero empregado. Desiludido, ele resolve fugir de casa e ingressa num grupo de teatro itinerante, onde finalmente encontra seu refúgio.

Hula Girls de Fukushima (がんばっぺ フラガール)
2011 | 102 min. Direção: Masaki Kobayashi. Elenco: Yukari Maruhia, Alex Yuji, Kazuhiko Kojndo, Kareinani Hayakawa
Após o terremoto de 11 de março, que atingiu a cidade de Iwaki, na província de Fukushima, passados 46 anos após a sua inauguração, o Spa Resort Hawaians, que já fora uma das principais atrações turísticas da região, conhecida também como o Havaí do nordeste japonês, volta a realizar uma caravana com as dançarinas de hula pelo Japão. Esse resort fora inaugurado numa época em que a política energética do país passara a empregar o petróleo, e não mais o carvão mineral. Mesmo com a estagnação enfrentada pela cidade, que vivia exclusivamente da mineração, os habitantes conseguem revitalizá-la, movidos pela motivação de que “aqueles que trabalham na montanha superam as adversidades unidos”. E o resort, mesmo concedendo parte das instalações para os desabrigados, retoma suas atividades, promovendo a caravana das dançarinas.

Quarteto! (カルテット!)2011 | 118 min
Direção: Junichi Mimura. Elenco: Mahiro Takasugi, Shigeki Hosokawa, Mayu Tsuruta, Ayame Goriki
Kai, uma estudante e promissora violinista, vive na cidade de Urayasu, em Chiba. Sua professora de música, Chihiro, a orientava: “Encontre logo a sua sonoridade!”. Mas Kai não compreendia o verdadeiro significado dessa frase, por mais que sua cabeça estivesse concentrada na música, e embora ela viesse de uma família de músicos, na qual seu pai era pianista, sua mãe uma celista e sua irmã, Misaki, uma flautista que trocou a música pela rebeldia. Certo dia, ao voltar da escola, Kai notou alguém tocando piano. E, naquele momento, ao perceber que a música era a única forma de reunir os laços da família, ela toma uma decisão: montar um quarteto.

Viajando com Haru (春との旅)2009 | 134 min. Direção: Masahiro Kobayashi
Elenco: Tstsuya Nakadai, Eri Tokunaga, Hideji Otaki, Kin Sugai, Akira Emoto, Teruyuki Kagawa
Na cidade de Mashike, em Hokkaido, onde a principal atividade da região é a pesca de arenque, vivem Tadao, um velho pescador, e sua neta Haru numa humilde casa. Para não ter que abandonar seu avô, que tem problemas na perna, Haru inicia uma jornada em busca de seus irmãos. Shigeo, o irmão mais velho, reside numa mansão em Kesennuma. Ikuo, o irmão mais novo, foi sentenciado por uma pena cometida por outro. Shigeko administra um hotel tradicional em Naruko; enquanto Michio enfrenta dificuldades em seus negócios imobiliários em Sendai. Ao reencontrá-los, porém, depara-se com a realidade: os problemas que poderiam ser ocasionados, sobretudo devido à situação de cada família, geram conflitos resultantes do sentimento de amor e ódio entre eles.
O Lugar Prometido em Nossa Juventude (雲のむこう、約束の場所)
200490 min Direção e roteiro: Makoto Shinkai.  Criação dos personagens: Ushio Tazawa
O Japão foi dividido em norte e sul, um outro mundo pós-guerra. Hiroki Fujisawa e Takuya Shirakawa moram em Aomori e são estudantes do ensino fundamental. Sentem-se atraídos pela colega Sayuri Sawatari e pela misteriosa torre erguida do outro lado da fronteira do Estreito de Tsugaru, em Hokkaido. Fazem uma promessa de voar até ela com a Sayuri, num avião construído por eles. Mas, de repente, Sayuri é transferida para Tóquio,e  isso abala os dois amigos que param a construção do avião, e seguem por caminhos diferentes. Três anos depois, Hiroki descobre que Sayuri tem uma doença que a deixou adormecida todo estes anos. Com ajuda de Takuya, Hiroki decide voar no avião que eles construíram levando a Sayuri. Até ao lugar em que fizeram aquela promessa, há muito tempo atrás…

CINE OLYMPIA VOLTA COM O FESTIVAL DE TERROR


O  Cine Olympia voltará a funcionar normalmente a partir do próximo dia 15/09, sábado, dando prosseguimento ao Festival de Terror exibindo SANGUE DA PANTERA (sábado) e A MORTA VIVA (domingo) às 18:30 h. Todos os filmes anunciados do festival de Terror serão exibidos com alterações de datas que serão anunciadas brevemente. 
Além disso, novos filmes foram incluídos como complemento da programação que fez muito sucesso no mês de julho, em nossa sala centenária.



"TETRO" DE COPPOLA NO CINE SESC BOULEVARD DIA 12/09/12


Drama entre irmãos “Tetro” é um trabalho instigante e ousado de Coppola em exibição especial no Sesc Boulevard
A Associação de Críticos de Cinema do Pará programou para esta quarta-feira, dia em que realiza sua sessão mensal no Centro Cultural Sesc Boulevard, “Tetro”, uma obra que marca o renascimento de um autor: Francis Ford Coppola. Responsável por obras primas como a trilogia "O Poderoso Chefão"e o polêmico “Apocalypse Now”, ele passou por maus bocados após a década de 1970. Com rompantes de megalomania, Coppola viu a sua companhia – American Zoetroppe – naufragar graças a projetos como “O Fundo do Coração”. Apesar do filme sobre encontros e desencontros amorosos ter virado ‘cult’ anos depois, a sua reconstrução de Las Vegas em estúdio e outros preciosismos estéticos custou um prejuízo de cerca de R$ 20 milhões. Após o fracasso, Coppola se viu dependente dos grandes estúdios e começou a ver o espaço para os seus projetos diminuir enquanto que o seu nome era ligado a filmes encomendados como “Peggy Sue”. Mesmo com a terceira parte da trilogia do Chefão obtendo uma grande bilheteria, o cineasta foi perdendo o foco autoral do seu trabalho – recuperado em poucas ocasiões -, o controle do ‘manche’ narrativo de suas obras, que parece estar sendo retomado a partir desse drama familiar ambientado em Buenos Aires.
“Tetro” foca na relação entre Angelo (o também cineasta Vicent Gallo), um escritor que decidiu se isolar na Argentina para fugir de seu pai, maestro regente em Nova York; e seu irmão caçula Bennie (Alden Ehrenreich), que é garçom em um cruzeiro e aproveita a parada forçada do navio no porto da capital argentina para encontrá-lo. Só que o reencontro entre os irmãos não é amigável. Na verdade Angelo tornou-se uma pessoa de temperamento difícil que esconde seu passado. Ele passou a se chamar ‘Tetro’ como uma forma de transpor quem era, esquecer sua vida em meio a familia de artistas, da onde emergiu como um brilhante poeta. Nas ruelas de La Boca, permeadas de perigos e paixões incendiárias como o Tango e o futebol, os dois transitam na companhia de Miranda (Maribel Verdú) e relembram experiências passadas. Os grandes atores europeus Klaus Maria Brandauer e Carmen Maura também estão no filme, que é praticamente filmado em preto & branco, com enquadramentos belíssimos.
Quando Bennie descobre antigos textos de Tetro, o clima de filme noir se ascende e o jovem vai buscando desvendar os segredos de uma familia arruinada por rivalidades. Mas eis aqui, uma surpresa digna de um cineasta genial como o é Coppola: Bennie utiliza uma companhia de teatro burlesco para tentar retirar o irmão do isolamento. Ele descobre que Tetro escolheu tirar um ano sabático na Argentina para escrever a obra da sua vida, mas os traumas – em especial os paternos – o fizeram chegar às raias da loucura. E será através da arte que Bennie buscará salvar o irmão.
“Tetro” é o 21º longa-metragem de Copolla e o primeiro filme totalmente escrito, produzido e dirigido por ele desde 1974, depois do engenhoso “A Conversação”. (Lorenna Montenegro)

SERVIÇO:
Sessão ACCPA/SESC apresenta “Tetro”, de Francis Ford Coppola.
Nesta quarta, dia 12, às 19h, no Centro Cultural Sesc Boulevard (Av. Boulevard Castilho França, 522/523 - Campina).
Entrada Franca. Inadequado para menores de 14 anos.

domingo, 9 de setembro de 2012

"CORAÇÃO DE CRISTAL" NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 10/09


“Coração de Cristal”
(Herz aus Glas, 1976)
Direção: Werner Herzog
Roteiro: Werner Herzog, Herbert Achternbusch
Sinopse : O tema central é a desagregação de uma aldeia de artesãos na Alemanha, século XVIII, a partir da morte de um mestre vidraceiro que leva consigo o segredo da fórmula de fabricação do "vidro-rubi". Premonições, previsões que se realizam, fenômenos paranormais e momentos de delírio e violência contribuem para sustentar o clima mórbido da Baviera. Parte dos atores atuaram hipnotizados. “Coração de Cristal” é um dos filmes mais enigmáticos do diretor Werner Herzog, autor de “O Enigma de Kaspar Hauser”.


SESSÃO ACCPA/IAP
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
(AUDITÓRIO DO IAP – INSTITUTO DE ARTES DO PARÁ)
“CORAÇÃO DE CRISTAL”
SEGUNDA-FEIRA DIA 10/09/12
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
APÓS O FILME, DEBATE COM O PÚBLICO E CRÍTICOS DA ACCPA

"ENTRE RISOS E LÁGRIMAS"

O inesquecível Charles Chaplin criava suas comédias sob dramas. Não é à toa que a imagem final de “Luzes da Cidade” (Citylights) é comparada à Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci: o personagem Carlitos rindo e chorando ao mesmo tempo (e o espectador acompanhando-o). Infelizmente é raro no cinema autores que pretendem usar a mesma fórmula (ou se usam, usam mal). “Intocáveis”(Intochables/França, 2011), cartaz agora nos cinemas brasileiros (e aqui em duas sessões noturnas numa sala do shopping Doca Boulevard), baseado nas memórias do empresário Philippe Pozzo di Borgo (narrada no livro autobiográfico “O Segundo Suspiro”) sobre sua amizade com o argelino Abdel Yasmin Sellou, mostra o riso sublinhando a tragédia. Philippe (François Cluzet) é um milionário que ao cair de um parapente fica tetraplégico e precisa de alguém para que possa executar as mínimas ações básicas e pessoais do cotidiano. Para completar o quadro triste, Philippe perdera a esposa, que tanto amava, no mesmo tempo em que fraturara vértebras e perdera os movimentos de pernas e braços. Este personagem, ao selecionar uma pessoa para cuidar de si, escolhe um imigrante negro, atlético, que se intromete entre os candidatos com outro objetivo, não o de cuidador. Conhecido como Driss (Omar Sy) acabara de cumprir seis meses de prisão por pequeno delito, vive pobremente na casa da mãe com irmãos com um deles tendendo para o mundo do crime. O contraste está formado: Philippe é um erudito, Driss um semianalfabeto. O segundo faz rir, o primeiro engole o choro com sorrisos do que este faz. O filme dirigido e roteirizado pela dupla Olivier Nakache e Eric Toledano (quarto longa metragem do primeiro e oitavo do segundo) é desses que temos sempre prazer em recomendar. A temática podia gerar mais um melodrama dentre muitos e, até mesmo, lembrar filmes sérios como “Amargo Regresso”(1978) ou “O Escafandro e a Borboleta”(2007). Mas o enfoque dramático é outro. E a seqüencia inicial revela a técnica dos realizadores: os personagens Philippe e Driss, em um carro, percorrem as ruas parisienses na madrugada e com uma velocidade acima da média. O espectador não os conhece. Nem sabe que o carona é doente. Quando a polícia rodoviária manda parar o veiculo, pede que os passageiros saiam do carro e Driss, alvo de preconceito por ser negro e ainda malvisto por não ter carteira de motorista, é obrigado a ficar com as mãos sobre o carro enquanto os guardas usam de violência para revistá-lo. Nesse momento, o “carona” começa a passar mal. Driss, aos gritos, diz que ele está morrendo e que precisa urgentemente ir a um hospital. Os guardas concordam e ainda escoltam o carro. Dentro, os dois acham graça. E logo que podem saem correndo. A erudição e a intuição deixam margem a seqüencias hilariantes como os amigos na ópera e/ou a critica a um quadro abstrato que o irrequieto Driss resolve imitar (ou criar o seu), valendo no mercado 11 mil euros. Debaixo dessas cenas de humor, com intervalos que enfatizam a progressiva amizade que se faz entre empregado e patrão, há momentos como o de uma mal estar do tetraplégico e o modo como o cuidador amigo resolve o sintoma carregando-o para “tomar um ar na rua”(ao que Philippe diz: “- Há muito eu não via Paris às 4 da manhã...”) Outro olhar sobre o filme tende a mostrar a dimensão da solidão de dois excluidos sociais, independente de classe social. Se Phillipe tem recursos que podem comprar o cuidador que bem quiser, não tem, entretanto, alguém que o trate despojado de piedade, sentimento que ele não aceita de ninguém. Por outro lado, desprovido de recursos – financeiros, culturais e de instrução - , Driss tem sua própria história que a mãe nem quer saber (por ter que administrar outros problemas), circulando em um mundo marginal pelas condições da vida, mas acima de tudo, sendo alvo de discriminação por ser um estrangeiro, um imigrante. A proximidade entre os dois revela-se importante visto que cada um passa a conhecer melhor o mundo do outro. Sem aprofundar essas questões, mas tangenciando todas elas, tem o charme de um filme que mostra que a vida pode não ser a que gostariamos que fosse, mas é possivel mudar o rumo para uma sobrevivência onde o afeto é necessário. O filme é rico em momentos emblemáticos. Foi o maior sucesso popular na França ano passado. Por ter ultrapassado a renda dos blockbuster norte-americanos, certamente chegou até nós. O público deve assisti-lo. É possivel que seja retirado de cartaz para dar espaço a outros programas das grandes distribuidoras.(Luzia Álvares)

"INTOCÁVEIS"

Um homem rico , erudito e paralitico, precisa de um negro atlético, ex-presidiário e semianalfabeto e para cumprir as suas mais corriqueiras tarefas. “Intocáveis”é um filme francês muito simples que exala emoção. E o faz principalmente porque os dois principais atores convencem. O desconhecido (pelo menos para mim) Omar Sy dá um banho de interpretação. Faz rir de um tema sério- ou triste. O roteiro dos diretores Eric Toledano e Olivier Nakache baseia-se em fato real. Tanto que no fim da projeção, quando passam os créditos, abre-se uma janela para que se veja a dupla que inspirou a filmagem. Dessa forma, o fim é conhecido. Não há “happy” nem “bad” end. Há sempre o quadro alegre de uma dedicação que supera a qualidade de um bom empregado diante de um patrão que nem tem por onde reclamar. Há momentos hilariantes, como o de Driss (Sy) na ópera (ele que nunca havia visto uma). E a experiência desse personagem na pintura. O quadro cômico não atrapalha (ao contrário, endossa) um tratamento sério de um drama real. Nada a lembrar “O Escafandro e a Borboleta” por exemplo. Nunca se diz que Philippe(François Chezet), o tetraplégico, quer se matar. E não faltam dissabores: alem de ter se ferido num acidente que lhe tirou os movimentos a esposa querida morreu. E Driss também não vive nas nuvens: o irmão menor está no caminho do crime e a vida na casa da mãe dele é um inferno, com a própria mãe lhe ralhando. Apesar disso, a dupla sabe brincar. E a sequencia inicial do filme, com os dois desfiando policiais do tráfego, é superlativa em humor. É um dos poucos filmes que eu vi este ano que não me fez olhar para o relógio nem me queixar do ar condicionado em exagero. E a minha sessão foi uma das raras sem que espectadores a abandonassem antes do fim. Assim é o cinema que eu gosto: emotivo e longe de ser chato. Ultimamente deixei de aturar as obras “primas” de festivais que deixam a gente passear e voltar para diante da tela sem que o plano se modifique. Afinal cinema é cinemática, é movimento.(Pedro Veriano)

"INTOCÁVEIS"


“Intocáveis” mostra amizade que se inicia no choque de dois mundos
A trama (baseada em fatos reais) tinha tudo para dar errado. O tema do filme anunciava um sofrimento só. Mas o filme “Intocáveis”, direção de Eric Toledano e Olivier Nakache, em cartaz na sala 5 do Cinépolis Boulevard, é daquelas histórias memoráveis e que deixam na alma do espectador um sorriso de satisfação. O filme esteve presente na mostra do Festival Varilux de Cinema Francês, em Belém, no mês passado, e entrou no circuito normal, agora, graças ao grande sucesso que fez na França, seu país de origem. A trama é uma comédia que fala sobre um assunto que poderia cair na pieguice, mas da qual escapa lindamente. Philippe (François Cluzet) é um aristocrata rico que, após sofrer um grave acidente com um parapente, fica tetraplégico e preso a uma cadeira de rodas. Sem poder se mover, Philippe tem um exército de pessoas para cuidar dele, mas há a necessidade de um “assistente pessoal” que fique com ele as 24 horas do dia. É quando entra na vida dele Driss (Omar Sy), um jovem negro, imigrante do Senegal, que tem lá seus problemas, sendo um deles o de ter acabado de sair da prisão, acusado de roubo a uma joalheria. Quando Driss chega à casa de Philippe, ele deseja apenas uma assinatura de comparecimento à entrevista de emprego para assim continuar receber o seguro desemprego. A conversa de Driss e Philippe é quase trágica, tanto é a inabilidade do rapaz em lidar com aquela situação. Talvez por isso, Philippe pede para Driss voltar no dia seguinte e decide dar-lhe o emprego. Driss, que mora no subúrbio de Paris como seus muitos irmãos e a mãe, quase não acredita naquela oportunidade de trabalho e as condições favoráveis que terá (ele fica alucinado quando vê que terá um quarto e um banheiro só para ele). Mas o desafio que Philippe lhe faz, de que ele não ficará duas semanas no emprego, determina a aceitação do emprego por Driss. A partir daí, os dois homens passam a conviver e Philippe terá que aturar os maus modos de Driss e a forma como ele trata o patrão, muitas das vezes caindo diretamente no tal politicamente incorreto, como quando Driss insiste em passar o celular para que Philippe o pegue e atenda. Aos poucos, Driss aceita as ordens e recomendações da governanta da casa, Yvonne (Anne Le Ny), mas não deixa de dar cantadas a toda hora na secretária de Philippe, Magalie (Audrey Fleurot), e vai ficando no trabalho, mas sempre contestando todas as suas obrigações de enfermeiro. Mas os choques, cultural e pessoal, entre os mundos em que vivem os dois homens é inevitável. Philippe é um intelectual, amante das artes, em especial a música e a pintura. Já Driss não consegue entender como um quadro com respingos de tinta (segundo ele) possa valer tantos euros, e ainda comenta que pode fazer um igual ou até melhor. Driss começa a se envolver com a rotina da casa e passa até a questionar, por exemplo, as atitudes de Elisa, a filha adolescente de Philippe. Tal proximidade faz com que Philippe conte como chegou a tetraplegia e da saudade imensa que sente da esposa que morreu. Já Driss não fala de sua vida, até que conta sobre a chegada dele a Paris, vindo do Senegal, depois de ter sido adotado pela tia (a quem considera como mãe) com quem morava, junto com os filhos dela, mas sem uma figura paterna por perto. Talvez resida aqui a “química” entre os dois homens: Driss sente a falta da figura paterna e a compensa com o patrão, e Philippe gosta (e muito) da forma como Driss o trata, como ele mesmo diz “sem a menor misericórdia”. “Intocáveis” é uma comédia mesmo, daquelas que provocam sonoras gargalhadas no cinema. É uma história que mostra como dois homens podem se ajudar, de uma forma eficiente e humana, mesmo quando aquela situação teria tudo para dar errado. Um filme para ver e rever. (Dedé Mesquita)

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