quinta-feira, 2 de outubro de 2014

"NO FUNDO DA FLORESTA"




Há quem veja em “No Fundo da Floresta”(Au Fond des Bois/França, 2010), em exibição no cinema Olympia, uma revisão de “Bela e a Fera”no relacionamento de Josephine,uma jovem da classe média na França do século XVII, com um vagabundo chamado Thimothée, dono de poderes hipnóticos que a fizeram seguir para a floresta próxima de sua casa e com ele viver um longo tempo em sucessivos encontros sexuais. O filme é dirigido por Benoît Jacquot, responsável posteriormente por “Adeus Minha Rainha”(Les Adieux a la Reine/2012) relato histórico sobre a empregada de Maria Antonieta, a rainha da França que foi guilhotinada com o marido Luis XVI. Jacquot e seu roteirista Julien Boivent inspiraram-se no que escreveu Marcela Iacub, texto que ela dizia ter sido uma adaptação de um fato real. Josephine era filha de um médico conceituado no lugar e apesar de muito procura-la desde que sumiu dos arredores da casa onde moravam ele só foi encontra-la meses mais tarde quando conseguiu voltar para casa mas ainda transtornada pelo domínio psíquico do que se poderia ver com sequestrador (e o caso não foi rotulado como um sequestro: Sophie seguiu Thimothée por espontânea vontade). A mascara do ator Nahuel Pérez Biscayart é essencial para que se dimensione o monstro, ou “a fera” que inclusive engravida a Bela (Isilde le Besco).
As sequencias de sexo são apresentadas como um detalhe de terror mesmo que se veja em certos momentos uma atitude compreensiva da mulher. Não há demonstração de amor, e nisso a historia se separa do conto de Leprince de Beaumont varias vezes filmado. Não se deixa, portanto, uma simpatia para com o personagem que ao invés de ser visto como um príncipe encantado é sempre mostrado como um estuprador. O que chega a lembrar o fim do conto de fadas é quando, no final, Bela visita Fera para lhe mostrar o filho de ambos e se observa no monstro, então aprisionado, uma certa compaixão, ou mesmo um aceno de afeto.
Filmado nos locais da historia segundo Iacub, há uma excelente preocupação para com a direção de arte que recria a época e o espaço físico. Mas é no elenco que repousa o melhor do trabalho. Todos os atores comportam-se de forma exemplar, salientando-se a pouca expressividade de Josephine, solicitada para dimensionar a sua condição de presa emocional, e a feiura de Timothée, nada a ver com a Fera do filme atual (Vicent Cassel) e mesmo com a candura por trás da mascara de Jean Marais na versão clássica de Jean Cocteau.
“No Fundo da Floresta” ganhou elogios unanimes da critica francesa.(Pedro Veriano)

domingo, 28 de setembro de 2014

PROJETO "VIAÇÃO CURRO VELHO"


Dias 01 e 02/10, a Fundação Curro Velho em parceria com Associação dos Críticos de Cinema do Pará promove uma mostra de cinema que integra o projeto “Viação Curro Velho”. A programação será marcada pela exibição de curtas paraenses e um amplo debate sobre a produção cinematográfica no Pará. Participam como convidados do evento o cineasta Fernando Segtowick, Ramiro Quaresma(da Cinemateca Paraense), o jornalista Augusto Pacheco e Marco Antonio Moreira como mediador nos debates.
Na programação de curtas haverá exibição de “Ribeirinhos do Asfalto” e “Invisíveis Prazeres Cotidianos” de Jorane Castro; “Brinquedo Perdido” de Pedro Veriano; “Dias” e “Dezembro” de Fernando Segtowick e “Mãos de Outubro” de Vítor Souza. Toda a programação de cinema é gratuita e será realizada na Casa da Linguagem, na avenida Nazaré, 31, a partir das 17h.
O projeto Viação Curro Velho será desenvolvido durante três meses com intensas atividades com oficinas, exposições, shows musicais tendo como objeto de pesquisa, a leitura da capital paraense, Belém do Pará.

COMEMORAÇÃO DE ANIVERSÁRIO DE 07 ANOS DO CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA



Comemoração de aniversário de 7 anos do Cineclube Alexandrino Moreira tem dia inteiro para o cinema. Programação especial terá 12 horas de cinema, incluindo mesa redonda com João de Jesus Paes Loureiro, Luiz Arnaldo Campos e Jorge Bodanzky. Das 9h às 21h no dia 29 de setembro. Entrada franca. No momento em que chega aos sete anos de atividades, o Cineclube Alexandrino Moreira, apresenta programação especial. Durante todo mês de setembro, estão sendo exibidos diversos filmes do acervo do NPD Pará e parceiros do projeto, como a ACCPA – Associação de Críticos de Cinema do Pará. A festa maior será nesta segunda, dia 29, com uma intensa programação dedicada totalmente ao cinema. São 12 horas de exibições de filmes de todo o país, finalizando com uma mesa redonda para discutir a produção audiovisual da Amazônia. Nela estarão presentes os cineastas Luiz Arnaldo Campos (Pa) e Jorge Bodanzky (SP), o professor e pesquisador João de Jesus Paes Loureiro (Pa) e a mediação com a produtora cultural, jornalista e documentarista Luciana Medeiros.
Há sete anos, o Cineclube Alexandrino Moreira vem criando oportunidades de circulação e de acesso às produções audiovisuais. São sete anos abrindo janelas para a produção audiovisual paraense e brasileira com dificuldades de circulação, além de dar vazão ao cinema clássico e ao exercício da crítica, a partir da parceria com a Associação dos Críticos de Cinema do Pará. Criado pelo Núcleo de Produção Digital – NPD, em 27 de setembro de 2007, seu nome é uma homenagem a um dos grandes entusiastas do cinema de arte em Belém: Alexandrino Moreira, que durante anos manteve os Cinemas 1, 2 e 3. O Cineclube Alexandrino Moreira nasceu principalmente com a finalidade de circular a produção cinematográfica que não entra no circuito comercial comum.
Segundo o diretor do NPD e programador do Cineclube, Afonso Gallindo, “estamos prezando a essência do Cineclube Alexandrino Moreira. Esta é a alma do cineclube, ele nasceu com essa finalidade.”, afirma o gerente sobre a necessidade da circulação dos filmes. Janela para o cinema Nestes sete anos, o Cineclube Alexandrino Moreira consolidou seu espaço toda segunda-feira, no Teatrinho do IAP. Em sua tela já foram exibidas produções autorais brasileiras e filmes de arte, sempre com entrada franca. Suas atividades contam com parcerias importantes, que oportunizaram espaços de discussão e reflexão para além do simples entretenimento. Entre elas estão: Programadora Brasil, Associação Brasileira de Curta-metragistas do Pará (ABDeC Pará), Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), Itaú Cultural, Fundação Joaquim Nabuco/CANNE, Mostra Curta-Circuito – Mostra de Cinema Permanente (MG), Escuela Internacional de Cine y Televisión - San Antonio de los Baños (EICTV - Cuba). (Cuba) Conselho Nacional de Cineclubes (CNC), Associação Brasileira de Curta-Metragistas (ABDN), além de diretores e produtoras independentes de todo o país, que aqui tiveram a oportunidade de exibir sua produção.
A programação de aniversário terá não apenas a exibição de filmes importantes, mas também uma mesa redonda para conversar a respeito da produção audiovisual da Amazônia. Para ela foram convidados três importantes nomes do pensar e fazer amazônico: Jorge Bodanzky, Luiz Arnaldo Campos e João de Jesus Paes Loureiro. De acordo com o gerente do NPD e coordenador do Cineclube Alexandrino Moreira, Afonso Gallindo, “a mesa propõe a reflexão acerca da imagem criada sobre a Amazônia, particularmente a paraense, em todo o seu percurso histórico”, afirma. Durante a programação, haverá sorteios de livros do acervo do Instituto de Artes do Pará, cupons de descontos em lojas, peças de roupa e acessórios e filmes em DVD. Ainda durante o dia, o cineasta Matheus Moura fará o pré-lançamento do DVD do filme “A Ilha”, que também terá uma cópia sorteada. No encerramento da noite será exibido o inédito: “Serra Pelada: A Lenda da Montanha de Ouro”(FOTO) documentário do cineasta Victor Lopes, inédito em Belém. Veja abaixo a programação completa de aniversário.
PROGRAMAÇÃO 9h – 11h - “All We Need Is Love”, curta-metragem de Wagner Depintor 17’30”/SP - “R.U.A.” Documentário de Marbo Mendonça 16’50”/PA - “Pixu” Documentário de João Wainer e Roberto T. Oliveira 61’37”/SP 11h – 12h - “Nossa História, Nossa Gente” Documentário produzido através do projeto "Tankalé - Formação para o Auto Registro Audiovisual Quilombola" 9’ /PE - “Salvaterra, Terra de Negro” Documentário de Priscilla Brasil 48’28/PA 14h - “Noel Rosa: Poeta da Vila e do Povo” Documentário de Dacio Malta 130´/RJ 16h30 - “Tristes Trópicos” de Arthur Omar 80’/SP 18h - Mesa: Olhar sobre a Amazônia Participantes - Jorge Bodanzky – Fotografo e Cineasta - Luiz Arnaldo Campos – Cineasta - João de Jesus Paes Loureiro – Professor e Pesquisador Mediação Luciana Medeiros- Jornalista e Produtora Cultural 20h - “O Custo do Progresso” Curta-experimental de Carlos Alessander 5’/Canaã dos Carajás - “Serra Pelada: A Lenda da Montanha de Ouro”, Documentário de Victor Lopes 1:40’/RJ
SINOPSES
FILMES - ALL YOU NEED IS LOVE, Curta-metragem de Wagner Depintor 17”/2010/SP Sinopse: Sérgio é um garoto que sozinho anda pelas ruas de uma cidade hostil e ainda desconhecida. Em uma espécie de ritual de iniciação, precisa acertar sua primeira vitima para ganhar o respeito de seus colegas mais velhos. - PROJETO R.U.A., Documentário de Marbo Mendonça 16’47”/2013/PA Sinopse: O Na Rua é um projeto que tem como objetivo identificar e mapear as ruas do mundo através da música e de histórias pessoais dos músicos envolvidos, contando uma história não linear, emocional e particular das cidades, além de mostrar fatos que passam desapercebidos por quem as frequentam. Registramos cada artista em uma rua que ele escolheu e em uma interpretação única, a história e a identidade sonora do local misturam-se com a música. - PIXO, Documentário de João Wainer e Roberto T. Oliveira 61’/2009/SP Sinopse: O impacto da pichação como fenômeno cultural na cidade de São Paulo e sua influência internacional como uma das principais correntes da Street Art. O filme participou da exposição Né dans la Rue (Nascido na Rua), da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, em Paris. O documentário mostra a realidade dos pichadores, acompanha algumas ações, os conflitos com a polícia e mostra um outro olhar sobre algumas intervenções já muito exploradas pela mídia. O filme não traz respostas, mas fornece argumentos para o debate: pichação é arte ou é crime? "A partir do momento que o filme e a temática são super bem aceitos em Paris, isso começa a abrir um pouco mais a cabeça da galera por aqui também", disse Oliveira. O documentário tem ainda Jorge du Peixe, Racionais, Tejo Damasceno e Instituto e uma música inédita do rapper Sabotage como trilha. As imagens de acervo de Djan foram lembradas por Roberto. "Ele é mais que uma personagem do filme. O Djan filmava pixação há muito tempo, usamos muito do acervo que ele tinha, imagens que a gente jamais conseguiria fazer", explicou. - NOSSA HISTÓRIA, NOSSA GENTE, Documentário produzido através do projeto "Tankalé - Formação para o Auto Registro Audiovisual Quilombola" na Comunidade Quilombola de Contedas / Salgueiro-PE. 9”/2009/PE Sinopse: Os adolescentes das Comunidades Quilombolas de Contendas e Tamboril (Salgueiro-PE), decidiram entrevistar os mais velhos. E fizeram um registro poético do encontro com o universo, ainda por descobrir, da história e dos costumes da sua própria comunidade. - SALVATERRA, TERRA DE NEGRO, Documentário de Priscilla Brasil 50’/2008/Belém Sinopse: A condição dos remanescentes de quilombos da Amazônia é apresentada em Salvaterra (Ilha do Marajó, Pará). O dia-a-dia das comunidades, os conflitos de terra, a expectativa da demarcação, as ameaças dos fazendeiros e a luta para manter a cultura viva estão representados de uma forma poética neste documentário. Um registro de 12 comunidades tradicionais amazônicas no século XXI. - NOEL ROSA – POETA DA VILA E DO POVO, Documentário de Dacio Malta 130’/2010/RJ Sinopse: Documentário musical narrado por Martinho da Vila e presta homenagem a um dos mais importantes compositores brasileiros que, apesar da sua curta carreira de apenas sete anos, deixou ao público 227 músicas de qualidade extraordinária, onde um grande número delas tornaram-se grandes obras que conhecem ainda hoje o sucesso. São entrevistas com 17 artistas, pesquisadores, cineastas, músicos e professores, e oferecem ao telespectador 46 músicas em companhia de Zé Renato e Mariana Baltar, Chico Buarque, Zeca Pagodinho, Caetano Veloso, Mart'nália, João Bosco, Paulinho da Viola, Dona Canô - sem falar do material de arquivo com imagens de Braguinha, Aracy de Almeida, Marília Baptista, Silvio Caldas, Ismael Silva, entre outros. O filme, como observou o diretor executivo Roberto Faisal, é uma rara oportunidade de ver tantas pessoas significativas da MPB reunidas, narrando à importância de Noel Rosa em suas vidas. O trabalho de pesquisa em torno do filme durou 20 meses. Mais de 60 horas de gravação reduzidas à duas horas e dez minutos de filme. Este filme atingiu o seu objetivo de imortalizar a trajetória e a obra de Noel Rosa. - TRISTES TRÓPICOS, de Arthur Omar 80”/1974 Sinopse: Filme-colagem que faz alusão em seu título ao livro de Claude Lévi-Strauss (Tristes Trópicos). Neste filme somos apresentados vida do Dr. Arthur. Um personagem brasileiro cuja história evoca uma aventura modernista em viagem transatlântica e o movimento do litoral ao sertão. Uma narração em off clássica dá conta, passo a passo, dos episódios da vida do médico que estuda na Europa, ligando-se a grupos de vanguarda, como o surrealismo, volta ao Brasil para percorrer a Zona da Mata, e acaba se transformando em uma figura de liderança de um movimento messiânico, em uma espécie de mestre de magia e ciência. No entanto, Triste Trópico não é negação do documentário, mas a expansão de seu vernáculo. Omar empreende um diálogo em bases polifônicas com uma determinada formação discursiva, não exatamente para rejeitá-la, mas para problematizá-la e apresentar a ela múltiplas possibilidades. - O CUSTO DO PROGRESSO, Curta-experimental de Carlos Alessander 5’8” 2010/Carajás Sinopse: Uma reflexão sobre nosso papel na sociedade em meio à exploração da fauna e da flora amazônica. Com uma linguagem poética, a ideia se desenvolve em um único plano. - SERRA PELADA: A LENDA DA MONTANHA DE OURO, Documentário de Victor Lopes 60’40”/2013/RJ Sinopse: Na década de 80, no coração da floresta amazônica, 115 mil homens garimparam 100 toneladas de ouro, carregando nas costas uma montanha de 150 metros de altura. Hoje, Serra Pelada se transformou num lago de 150 metros de profundidade, cercado por miséria, disputas e lendas. A aventura da maior corrida do ouro do século XX, e a segunda maior concentração de trabalho humano depois das pirâmides do Egito, é uma história que não acabou de ser contada. E, embaixo de tudo, tem uma laje de ouro.
Serviço: Aniversário 7 anos do Cineclube Alexandrino Moreira Segunda-feira, 29 de setembro de 2014 Das 9h às 21h – Entrada franca.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

NOVO CINEMA ESPANHOL NO CINEMA OLYMPIA




Novo Cinema Espanhol
O cinema espanhol mudou radicalmente quando caiu a ditadura Franco. Na época passada, o que vinha dos estúdios madrilenos era o melodrama piegas com canções interpretadas ou por meninos e meninas (Joselito e Marisol) ou por Sarita Montiel elevada ao estrelato com “La Violetera”. No meio dessas estrelas a lembrança de Pablito Calvo como o garoto Marcelino que falava com Jesus Cristo num filme campeão de popularidade dirigido pelo austro-húngaro Ladislao Wajda(“Marcelino, Pão e Vinho”/1955).
No período Luis Buñuel fez o seu “Viridiana”(1961) que irritou a censura mesmo ganhando a Palma de Ouro do Festival de Cannes. A Espanha mudara quando Carlos Saura viu o que tinha na geladeira de seu “Cria Cuervos”, alegando que os que “criam corvos podem ser bicados por eles”(cria lós cuervos que lós curevos te bicaran lós ojos). Hoje surge um cinema espanhol inventivo e a atual mostra vem a provar que não é só por conta de Pedro Almodóvar ou do citado Saura.Os 5 filmes da mostra que percorre vários estados brasileiros e entre nós estará no cinema Olympia, apresentam inovações formais e temáticas. Todos os filmes foram premiados internacionalmente e pela preocupação eminentemente artística ficaram limitados ás chamadas “salas de arte’, esquecidos da distribuição comercial.
“Branca de Neve”(Blancanieves/2012) de Pablo Berger revê o conto dos irmãos Grimm na forma de filme mudo e em preto e branco, imprimindo na conhecida historia da jovem maltratada pela madrasta a cultura castelhana . O pai de Branca é um toureiro, os anões são artistas de circo mambembe, ela passa a tourear e come a maçã envenenada em plena arena. O curso da velha historia aparece, mas o tom nacional impõe uma nova perspectiva. Um prodígio de criatividade.
“Carmina ou Que Se Exploda!”(Carmina o revienta/2012) de Paco León, é um falso documentário ou, como se costuma dizer hoje, um “docudrama”. Mulher de 58 anos, residente em Sevilha, mantém um pequeno comércio que é duas vezes assaltado e ela não consegue receber beneficio da seguradora a quem paga. Muito católica, evoca seus santos protetores e arma um plano para reverter seu drama. Excelente desempenho de Carmina Barrios, a deixar que se pense estar vivendo uma realidade adiante das câmeras. Filme vencedor de 4 prêmios em mostras internacionais.
“Mapa”(2012) é uma experiência desafiadora. O diretor León Siminiani filma um seu diário, divagando sobre o seu relacionamento com a mulher a partir de seu encontro romântico na Índia. Um trabalho bem pessoal que usa a ideia de Jean Cocteau em fazer da câmera uma caneta que vai escrevendo o que pensa. Premiado no IBAFF International Film Festival.
“O Que Os Homens Falam”(Uma Pistola em cada mano/2012) também inova. Oito homens de meia idade questionam seus relacionamentos amorosos e não são mostrados como peças de melodrama: cada um fala de si. E não há soluções fantasiosas. Roteiro extremamente criativo de Tomàs Aragay com o diretor Cesc Gay. Sete prêmios em festivais incluindo o Gota(o Oscar espanhol).
“O Apostolo”(El Apóstol/2012) é uma animação stop-motion de Fernando Cortizo sobre um ladrão que resolve seguir o caminho de Santiago de Compostela para buscar uma arca com produtos de pilhagem por ele efetuada antes de ser alvo da policia. O encontro com um padre de olhar sinistro e um bispo balofo e folgazão dá ensejo a que ele veja uma romaria de almas penadas. O roteiro busca elementos culturais específicos da região onde se ambienta a historia. O filme ganhou prêmios nos festivais de Anecy e no Fantasporto(Portugal).
Cinema criativo é a marca do programa espanhol. Haverá duas sessões por dia (16,30 e 18,30) com ingresso franqueado.(Pedro Veriano)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

CINEMA OLYMPIA - MOSTRA CINEMA ATUAL ESPANHOL - DE 05 À 11/09/14



Cinco longas espanhóis estarão em cartaz de 05 à 11/09/14 (exceto dia 09/09) no cinema Olympia com sessões às 16:30 e 18:30h na Mostra Cinema Atual Espanhol. Entre eles, estão filmes premiados, que incluem Mapa, de León Siminiani, vencedor da categoria Melhor Documentário Europeu no Festival de Sevilla, e Branca de Neve, o melhor filme do Goya Awards.Esta edição da Mostra apresenta um recorte da variedade de gêneros da indústria cinematográfica da Espanha como consequência de uma seleção de longas produzida em 2012 por jovens diretores. Todos os filmes são legendados em português e há exemplares de comédia dramática, drama, animação e documentário. A proposta é apresentar heterogeneidade de temas e de gêneros da cinematografia espanhola, em diálogo com a diversidade cultural brasileira. A Mostra ocorre em centros culturais das principais cidades brasileiras de 2 setembro a 22 de dezembro. Além de Florianópolis, onde ocorre a abertura da programação, no dia 2, estão incluídas outras capitais: Belém, Porto Alegre, Fortaleza, Curitiba, Brasília, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.A realização é do Escritório Cultural da Embaixada da Espanha no Brasil, Sociedade Cultural Brasil-Espanha e Instituto Cervantes de Brasília. Em Belém, a mostra tem o apoio da FUMBEL e Cinema Olympia.

Programação
Dia 5/09 - 16:30 e 18:30 h
Branca de Neve (Blancanieves) De Pablo Berger. França/Espanha, 2012. 105min. Drama, fantasia. Com Maribel Verdú, Emilio Gavira, Daniel Giménez Cacho.Após a morte da avó, Branca de Neve é impedida de ficar com seu pai e viaja com seis anões, participando de touradas.

Dia 6/09 - 16:30 e 18:30h
Carmina Ou Que Se Exploda (Carmina o Revienta). De Paco León. Espanha, 2012. 70min. Drama, comédia. Com Carmina Barrios, María Leon, Paco Casaus, Ana M. Garcia.Depois de sofrer vários assaltos, dona de uma venda em Sevilla inventa uma forma original de conseguir dinheiro para sua família.

Dia 07/09 - 16:30 e 18:30 h
Mapa De León Siminiani. Espanha, 2012. 85min. Documentário.Jovem ex-diretor de programa de TV em busca de seu primeiro filme viaja para a Índia.

Dia 10/09 - 16:30 e 18:30 h
O Que Os Homens Falam (Una Pistola En Cada Mano) De Cesc Gay. Espanha, 2012. 95min. Comédia romântica. Com Javier Câmara, Ricardo Darín, Eduard Fernández.Comédia irônica e sem compaixão sobre as deficiências, fraquezas e outras “virtudes” dos homens de hoje: perdidos e confusos, em busca de uma nova identidade.

Dia 11/09 - 16:30 e 18:30 h
O Apóstolo (El Apóstol) De Fernando Cortizo. Espanha, 2012. 72min. Animação.Fugitivo da cadeia tenta recuperar riquezas escondidas em uma aldeia longínqua, cheia de terror, humor e fantasia.

Entrada Franca

"O LOBO ATRÁS DA PORTA" NO CINE LÍBERO LUXARDO


"O Lobo Atrás da Porta"
Título original: O Lobo Atrás da Porta | Direção: Fernando Coimbra | Roteiro: Fernando Coimbra | Gênero: Drama/suspense | Ano: 2013 | País: Brasil | Elenco: Antonio Saboia, Fabiula Nascimento, Juliano Cazarré, Leandra Leal, Milhem Cortaz, Tamara Taxman, Thalita Carauta | Produção: Caio Gullane, Fabiano Gullane, Débora Ivanov, Gabriel Lacerda, Pablo Torrecillas e Rodrigo Castellar | Trilha sonora: Ricardo Cutz |Fotografia: Lula Carvalho | Montagem: Karen Akerman | Produtora: Gullane e Tc Filmes | Distribuidora: Imagem Filmes | Cor: Colorido | Duração: 95 min. | Classificação etária: 16 anos
Sinopse: O desaparecimento de uma criança faz com que seus pais, Bernardo (Milhem Cortaz) e Sylvia (Fabiula Nascimento), vão até uma delegacia. O caso fica a cargo do delegado (Juliano Cazarré), que resolve interrogá-los separadamente. Logo descobre que Bernardo mantinha uma amante, Rosa (Leandra Leal), que é levada à delegacia para averiguações. A partir de depoimentos do trio, o delegado descobre uma rede de mentiras, amor, vingança e ciúmes envolvendo o trio.
Datas e horários das sessões:
29 e 30/08 (sexta e sábado) - 19h
31/08 (domingo) - 17h e 19h
03 a 06/09 (quarta a sábado) - 19h
07/09 (domingo) - 17h e 19h

" A GRANDE NOITE" NO CINE ESTAÇÃO


Atitude punk em "A Grande Noite" no Cine Estação
Gustave de Kervern e Benoît Delépine (os mesmos de "Mamute") são os realizadores de "A Grande Noite", uma sátira da situação socioeconômica da França, e por extensão, da Europa contemporânea. Ao traçar o retrato de dois irmãos sem muita perspectiva de futuro, os cineastas miram num dos reflexos da crise que tomou conta do Velho Continente. O filme estreia na primeira terça-feira de setembro no Cine Estação das Docas, com sessões às 18h e 20h30. O ator Benoît Poelvoorde interpreta Not, um sujeito para quem o movimento punk nunca vai morrer. Not leva uma vida desregrada com seu codinome tatuado na testa, cabelos e roupas extravagantes. A vagar pelas ruas, toma banho numa praça, dorme e come quando pode. Seu irmão, Jean-Pierre (Albert Dupontel, de "Irreversível"), leva uma vida certinha, tem um trabalho numa loja de colchões, mas nem por isso consegue pagar suas contas - as vendas andam mal. Por que, levando vidas tão diferentes, os dois irmãos, ainda assim, enfrentam as mesmas consequências? Qualquer pessoa é dona do seu destino, mas sua existência não depende apenas de seu esforço - é preciso pensar nas condições históricas do momento. Para a dupla de diretores, que também assina o roteiro, esse contexto social é pesado e decisivo. Quando Jean-Pierre perde o emprego e sua vida começa a desmoronar, Not vê a chance de cooptá-lo para o seu lado, o da anarquia, de uma liberdade muito peculiar. Sem muita noção do que está acontecendo, o irmão que, até então andava na linha, se torna um rebelde disposto a detonar com o sistema pelas bordas. A dupla de irmãos, então, decide iniciar uma revolução... à própria maneira. “A Grande Noite” foi o grande vencedor do Prêmio Especial do Júri na mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes.

"A Grande Noite"
De: Benoît Delépine e Gustave de Kervern. 92 min. Cor. 16 anos.
Cine Estação
Dias 02 (terça), às 18h e 20h30 03 (Quarta), às 18h e 20h30 04 (Quinta), às 18h e 20h30 14 (Domingo), às 10h, 18h e 20h30 16 (terça), às 18h e 20h30 17 (Quarta), às 18h e 20h30 18 (Quinta), às 18h e 20h30 28 (Domingo), às 10h, 18h e 20h30.

sábado, 16 de agosto de 2014



CINECLUBE DA ACCPA APRESENTA:
"O MENINO DO PIJAMA LISTRADO"(2008)
Direção : Mark Herman
Com Vera Farmiga
Sinopse : Alemanha, Segunda Guerra Mundial. O menino Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, é filho de um oficial nazista (David Tewlis) que assume um cargo importante em um campo de concentração. Sem saber realmente o que seu pai faz, ele deixa Berlim e se muda com ele e a mãe (Vera Farmiga) para uma área isolada, onde não há muito o que fazer para uma criança com a idade dele. Os problemas começam quando ele decide explorar o local e acaba conhecendo Shmuel (Jack Scanlon), um garoto de idade parecida, que vive usando um pijama listrado e está sempre do outro lado de uma cerca eletrificada. A amizade cresce entre os dois e Bruno passa, cada vez mais, a visitá-lo, tornando essa relação mais perigosa do que eles imaginam.

CINECLUBE DA UEPA (Campus Djalma Dutra)
DIA 29/08/14
 HORÁRIO : 16H
ENTRADA FRANCA
DEBATE APÓS A EXIBIÇÃO


CINECLUBE DA ACCPA APRESENTA:
"COPENHAGEN" (2002)
Direção : Howard Davies Com Daniel Craig Sinopse : O jovem Heisenberg conduz um programa de pesquisa alemão, enquanto Bohr, de meia-idade e aparentemente isolado, está em contato com os agentes Aliados, e ainda tem uma posição de grande influência na comunidade de pesquisa de física nuclear. A história refere-se a um encontro entre os dois físicos em Copenhagen, em 1941, sobre a bomba atômica alemã durante a II Guerra Mundial.

CASA DA LINGUAGEM
DIA 28/08/14
HORÁRIO : 18H
ENTRADA FRANCA
DEBATE APÓS A EXIBIÇÃO

Robin Williams era um ator que brilhava. Contagiante, emocionante e versátil, Williams marcou sua carreira no cinema com alguns papéis que realmente dignificaram seu talento como em "Sociedade dos Poetas Mortos", "Tempo de Despertar", "Insônia", "Alladin" (onde dublou maravilhosamente o personagem do desenho animado), "Gênio Indomável" e "O Pescador de Ilusões". Lembro-me de ficar impressionado com Williams inicialmente com "Popeye" (dirigido pelo grande diretor americano Robert Altman) e depois com dois filmes poucos citados após sua morte: "O Mundo segundo Garp" (1982) (foto) e "Moscou vai à Nova Iorque" (1984).
Depois de vê-lo nestes dois filmes, pensei que ele certamente faria mais no cinema e fez. Pena que a significância da vida tão ensinada pelo seu personagem em "Sociedade dos Poetas Mortos" não ecoou em sua vida pessoal nos últimos tempos. Mas é assim mesmo. O ciclo de Robin Williams fechou esta semana com sua morte mas no terreno da arte, do cinema, ele continuará forte com sua imagem sempre nos lembrando sobre "carpe diem" (aproveitar a vida, o momento), mensagem tão forte e importante vinda do seu personagem em “Sociedade dos Poetas Mortos”. É assim que tem que ser.
Robin Williams deixou quatro filmes completos inéditos. A lista inclui a sequência “Uma Noite no Museu 3”, a comédia natalina “Merry Friggin’ Christmas”, o drama “Boulevard” e a comédia sci-fi “Absolutely Anything”, em que dubla o cachorro Dennis. Todos os filmes devem ser lançado este ano nos EUA. Williams participaria ainda da continuação de “Uma Babá Quase Perfeita” que acabou sendo cancelada após a morte do ator. (Marco Antonio Moreira)

terça-feira, 5 de agosto de 2014

"ALEXANDRE NEVSKY" NO CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA DIA 25/08/14

CINECLUBE DA ACCPA APRESENTA: 


"ALEXANDRE NEVSKY" (1938) 
Direção : Serguei Eisenstein
Com Nikolai Cherkasov
Sinopse : Rússia, primeira metade do século XIII. Em um momento difícil da sua história, o país é invadido em uma frente pelos cavaleiros teutônicos e por outra frente pelos tártaros. Como resultado, a pátria é saqueada e a moral da população fica bem baixa. Finalmente, o deprimido e instável príncipe Alexander Yaroslavich Nevsky (Nikolai Cherkasov) é chamado para liderar seu povo na luta contra os opressores. Com este filme Eisenstein, (que revolucionou a linguagem cinematográfica com sua teoria sobre a montagem expressa em filmes como "Encouraçado Potemkim") abandonou de certa forma o seu estilo tradicional partindo para seu primeiro trabalho para o grande público. Após um longo período de fracassos e de uma longa estadia no exterior, este filme trouxe-lhe a glória que há tanto tempo lhe era devida. Neste trabalho conjunto com Prokofiev ele aprofunda-se na integração do som e da imagem. O trabalho de câmara é de Eduard Tissé.

"ALEXANDRE NEVSKY" 
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA 
DIA 25/08/14 
HORÁRIO : 19 h 
ENTRADA FRANCA 
DEBATE APÓS A EXIBIÇÃO

"GIORDANO BRUNO" NA SESSÃO CULT DIA 23/08/14

CINECLUBE DA ACCPA APRESENTA : 


"GIORDANO BRUNO" 
Direção : Giuliano Montaldo
Com Gian Maria Volonté
 Sinopse :Drama italiano que aborda o processo movido pela Inquisição Romana contra o filósofo italiano Giordano Bruno. Giordano Bruno é um das grandes obras do cinema político italiano dos anos 70. Com direção precisa de Giuliano Montaldo (Sacco & Vanzetti), o roteiro mostra um dos episódios mais polêmicos da história: o processo e a execução do astrônomo, matemático e filósofo italiano Giordano Bruno (1548-1600), queimado na fogueira pela Inquisição por causa de suas teorias contrárias aos dogmas da Igreja Católica. Giordano Bruno tem como destaque a impressionante interpretação de Gian Maria Volonté no papel-título, a música de Ennio Morricone e a belíssima fotografia do mestre Vittorio Storaro. Um filme simplesmente indispensável.

"GIORDANO BRUNO" 
CINE LÍBERO LUXARDO 
SESSÃO CULT DIA 23/08/14 
HORÁRIO : 16 h 
ENTRADA FRANCA 
DEBATE APÓS A EXIBIÇÃO DO FILME

PALESTRA SOBRE A OBRA DE NELSON RODRIGUES NO SESC BOULEVARD


terça-feira, 29 de julho de 2014

"CAMILLE CLAUDEL 1915" E "KILLER JOE" NO CINE ESTAÇÃO



"Killer Joe - Matador de Aluguel. "
Dirigido pelo veterano William Friedkin (Operação França, O Exorcista).
A ação de "Killer Joe - Matador de Aluguel" se passa em Dallas, onde Joe (Matthew McConaughey) é um detetive, mas também um assassino por encomenda. Quando Chris (Emile Hirsch), um traficante de 22 anos, tem seu estoque roubado pela própria mãe, recorre então ao matador profissional. Inicialmente Joe recusa, porque só é pago adiantado, mas ele abre uma exceção: contanto que Dottie (Juno Temple), a sedutora irmã mais nova de Chris, sirva de "garantia sexual" até o dia do pagamento.
"Camille Claudel 1915. "
O filme participou da mostra competitiva do Festival de Cinema de Berlim e marca o encontro da atriz Juliette Binoche e o diretor Bruno Dumont para a impactante cinebiografia de Camille Claudel. A escultora entrou em conflito com a família ao tornar-se assistente e amante do célebre Auguste Rodin. Depois de vários anos de um relacionamento tortuoso, Camille rompe a ligação. Por decisão do seu irmão, o famoso escritor Paul Claudel, é internada num manicômio.
Com Juliette Binoche. 96 min. Cor. 12 anos.

Datas e horários 25 (Sexta) 18h: Killer Joe - Matador de Aluguel 20h30: Camille Claudel 1915 26 (sábado) 18h: Killer Joe - Matador de Aluguel 31 (Quinta) 18h: Killer Joe - Matador de Aluguel 20h30: Camille Claudel 1915 Ingressos: R$ 8,00 (com meia-entrada para estudantes).

'A Grande Beleza' estreia nesta quarta (30) no Cine Líbero


Melhor filme estrangeiro do Oscar 2014, o longa de Paolo Sorrentino lança um olhar crítico sobre a sociedade contemporânea.
Sinopse: Em Roma, durante o verão, o escritor Jap Gambardella (Toni Servillo) reflete sobre sua vida. Ele tem 65 anos de idade, e desde o grande sucesso do romance "O Aparelho Humano", escrito décadas atrás, ele não concluiu nenhum outro livro. Desde então, a vida de Jep se passa entre as festas da alta sociedade, os luxos e privilégios de sua fama. Quando se lembra de um amor inocente da sua juventude, Jep cria forças para mudar sua vida, e talvez voltar a escrever.
 (La Grande Bellezza, Paolo Sorrentino, 2013, Ita, Dra, 35mm, 142')
Confira a programação: 30 e 31/07 (quarta e quinta) - 19h 01 e 02/08 (sexta e sábado) - 19h 03/08 (domingo) - 17h e 19h30 06 a 09/08 (quarta a sábado) - 19h 10/08 (domingo) - 17h e 19h30

CINEMA E TÉCNICAS

O cinema existe graças ao “defeito” do olho humano que não percebe imagens que passam em determinada velocidade adiante dele. É o fenômeno conhecido como “persistência retiniana” ou o tempo em que a retina guarda a imagem que passa em sua frente. Antes de Edison e dos Lumiére deve ter existido alguém que desenhou boneco na beira de página de livro,com ligeiras mudanças de um desenho para outro, e ao mexer as páginas segurando-as com o polegar percebeu que o desenho “se movia”. O cinema surgiu mudo. Em película que variava e 20mm a 35mm. Permaneceu 35mm (de largura). Como filme era emulsão de nitrato de prata, os incêndios eram comuns. Eu mesmo incendiei um projetor com filme de 20mm acendo a lâmpada sem mover a manivela. Depois se passou a usar acetato. Mas já estava firmada a indústria cinematográfica, Por muitos anos produziu-se e exibiram-se filmes mudos com a filmadora rodando na base de 16 quadros por segundo, ganhando no fim dos anos 1920 a rotação de 24 quadros e com o som acoplado na margem da película(processo chamado de movietone). Durante a 2ª,Guerra surgiu a cópia de filme em 16mm para manuseio dos combatentes,
Em 1953 um estúdio experimentou a imagem em 3D que já havia sido ensaiada como curiosidade de laboratório. Usava-se 2 projetores atuando de uma vez, cada um com uma gravação, fazendo a vez do olho humano(cada projetor dedicado a um olho).Para perceber o efeito usava-se óculos bicolores. A indústria lançou coisas como “Museu de Cera”, mas não demorou a “novidade”. No caso era um artifício para lutar contra a televisão que surgia comercialmente abalando o comercio do ramo. Como não era um processo pratico, o frances Henri Chrétien produziu uma lente que espremia a imagem a ser filmada e outra que a dilatava para quando esta imagem fosse projetada. Era o cinemascope. Vendido para a 20th Century Fox o processo deu, em 1954, “O Manto Sagrado”(The Robe) lançando o que seria moda. Outro estúdio americano, a Paramount, não quis pagar ao concorrente e lançou o Vista-Vision que era gravar em 70mm e revelar em 35mm. Paralelamente a guerra de concorrência usou o SuperScope, o technirama,o cinerama e finalmente o panavision, que acabou ganhando a batalha de invenções para a tela ficar mais ampla, desafiando a esguia TV.
Hoje volta a 3D com as imagens duplas reveladas em um só filme, mas ainda assim percebidas com óculos . Mas a grande novidade foi a projeção digital. O filme é gravado em um disco e a imagem chega através da internet. Para evitar pirataria, chegam a cabine do cinema primeiro o meio do filme depois as partes do inicio e do fim. Os projetores de película deram lugar aos digitais, Acabou o frete que encarecia a exibição de cópia em lugares distantes dos centros distribuidores. Claro que não é o fim. O cinema caminha para rumos diversos que visam mantê-lo como atração comercial. A arte dessa técnica pode prescindir de artifícios e manter o fascínio do que se chama de clássico. Mas a criatividade não vai parar. Lembro de que muitos foram contra o cinema falado como Charles Chaplin. Não adiantou. E Steven Spielberg chegou a se mostrar contra o cinema digital. Hoje aderiu. Mais tarde deve aparecer a 3D sem óculos e a projeção interativa com o espectador influindo no filme em exibição. Isto e mais que pede a imaginação.Resta o “consolo” de que sempre vai aparecer quem se comova vendo um filme antigo, em preto e branco (sim, a cor só chegou comercialmente no fim dos anos 20)e até sem som direto.
O certo é que um espetáculo cinematográfico tem muito a ver com a sensibilidade de quem o assiste e em que momento está assistindo. A memória,no fim das contas,é cinéfila. (Pedro Veriano)

MELODRAMAS

Vi “Não Aceitamos Devoluções”.Lembrei o tempo dos cine-boleros quando os dramas tensos jeitos pelos mexicanos eram pontilhados por canções de Augustin Lara ou colegas dele. Mas se aqueles filmes eram terríveis, a começar com “Pecadora” onde se julgava as prostitutas como tuberculosas em potencial, este agora, de Eugenio Berbez (atuando, co-escrevendo e dirigindo), não força a barra. Chega a comover na historia do pai que se esforça para criar uma menina deixada em sua casa como se fosse sua filha. O ator brilha e a sua dedicação, se bem um trabalho de cinema, ganha um tom menos “boleroso” quando se vê a menina aos 7 anos mandar o pai às favas ao saber que o mundo colorido criado para ela é ficção (e a mãe aparece). Há surpresa no fim. Tudo, porém, bem conduzido na linearidade da narrativa.Gostei.
 Vi também “A Culpa é das Estrelas”.Outro melodrama. Mas com um visor médico incomum. Os jovens cancerosos seguem uma linha viável da patologia. O diabo é a cara do rapaz com osteosarcoma (uma das piores formas de câncer). Praticamente morre com a cara de surfista. Até corado. A companheira é que deixa um pouco de verossimilhança. Pena, pois algumas gotas de realismo fariam bem ao resultado. De qualquer forma, um programa bem melhor do que ancestrais do tipo “Love Story”.Por sinal que eu fui rever este filme de Arthur Hiller quando voltei do cinema. Que droga! Nem se sabe de onde foi o câncer(se é que foi câncer)da mocinha. Simplesmente é diagnosticada com prognóstico sombrio e morre. Ryan O’Neal chora. Efeito contaminante pois o espectador deve chorar..de raiva. (Pedro Veriano)

UM LOBO NA CABINE

Carlos Lobo, que se foi semana passada, aprendeu a manejar projetor de cinema (35mm)com o Baltazar Pimentel, o "faz tudo"do grupo Severiano Ribeiro que eu levei ao Cine Libero Luxardo nos primeiros dias da sala (julho de 1986). Os projetores de marca Hercules (feitos em MG) foram surpresa até para o Secretario de Cultura, Acyr Castro.Pareciam presentes régios quando eram de gregos. Tinham tambores dentados para 16mm que nada mais eram do que dentes internos nos tambores de 35mm. Quebrei um filme 16mm nesta franquia. O Baltazar logo voltou ao Olímpia e ao Grêmio Português quando o cineclube APCC precisava. Ficou o Lobo. Logo dominou o "monstro" sempre pedindo outras máquinas. Ganhou duas usadas pelo Banco Central, mas da mesma origem. Ali exibiu muitos filmes marcantes, alguns em mostras nacionais. Lembro do Festival Atlântida com relíquias na bitola. Foi um carnaval com direito a confete e serpentina. Eu saí do Libero e o Lobo ficou, Mas nunca foi funcionário.
Eu era medico da SESPA, emprestado para a então SECULT. Muito depois, fui ao Libero como espectador e reencontrei o Lobo. E assim foi por muitos anos. Depois o vi no Cine Estação onde domava outros projetores difíceis. Nesse tempo ele já não temia segredos técnicos.Dominava tudo. E passou filmes até morrer. Os grandes artistas que ficam atrás dos projetados não podem deixar de ser lembrados por quem vai a cinema. O modo de exibir filmes muda, há o DVD projetado e o projetor digital para grandes espaços, mas a direção dessas técnicas cabe ao homem. Os lobos que desafiam os chapeuzinhos vermelhos até porque não são maus.Não papam vovozinhas mas são ferozes inimigos dos que detratam uma arte que transpira beleza.(Pedro Veriano)

EM RITMO DE COMÉDIA

Uma das brincadeiras no meu tempo de mais criança era trocar silabas de nomes de filmes. Era,por exemplo, Recivel,a Mulher Irrequebeca” para “Rebeca, a Mulher Inesquecivel”.Hoje se lembra “O Placaco dos Manetas” para “ O Planeta dos Macacos”. E tem “A Felicicompra não Sidade”, “Do Leva Nada Simundo”, “Hiromor mioshima”, “E o Vou que ovento”, “Fitescarrado”, “Cabra Matrama”, “Branca de Anões e os Sete Neves”, “Ados e Misturuntos”, “Cidakãotane”, e o que você quiser pescando a piada por trás do cambio. Mas eu penso em piadas ainda mais engraçadas nos nomes dos filmes em português.
No Brasil e em Portugal, Aqui se chamou “O Marido era o Culpado”para “Sabotage”(1936)de Hitchcock e “O Diabo Disse Não”(1943) para “Haeven Can Wait” de Ernst Lubitsch. Nos dois casos contaram o final do filme. Consolo: em Portugal “A Hard’s Day Night”, dos Beatles, ficou “Os 4 Cabeleiras do Após Calipso” com a companhia brasileira de “Os Reis do Ie Ie ie. Lá, “M, O Vampiro de Dusseldorf” virou “Matou!”. Aqui, “The Wild Bunch” ficou “Meu Ódio Será Tua Herança”. Os tradutores apostam em títulos mais atrativos para o grande publico. E nessa pesaria vai o anedotário. Quando se conta a historia do sujeito que foi ver uma comedia no cinema e estava rindo ao comprar o ingresso pensa-se na historia do porteiro que só deixava menor pagar meia se estivesse de calças curtas.
O piadeiro argumentou que a sua namorada ia entrar de graça pois estava sem calcinha. E ainda há historias que datam do tempo do cinema mudo quando músicos populares acompanhavam as imagens tocando debaixo da tela. Um maestro me disse que numa sesão do clássico “Vida de Cristo” de Ferdinand Zecca (1903) tocaram a toada “Tatu subiu no pau”. E para completar lembro do sujeito que foi ver “O Sheik” com Rudolph Valentino com a namorada e ela passou o tempo todo elogiando o galã, certamente não pela interpretação mas o que ela achava ser beleza. O sujeito não suportou: pegou um revolver a atirou na tela.Foi a primeira morte de Valentino. Talvez o cara fosse critico de cinema...(Pedro Veriano)

quinta-feira, 3 de julho de 2014

"O MEDO CONSOME A ALMA" DE FASSBINDER - DIA 07/07/14



CINECLUBE DA ACCPA APRESENTA:
"O MEDO CONSOME A ALMA"
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA - DIA 07/07/14 - ENTRADA FRANCA
Direção : R. W. Fassbinder
Ano de produção : 1974
Sinopse: Emmi, uma viúva de 60 anos, entra em um bar de Munique para escapar da chuva. É convidada por Ali para dançar, o que leva a um convite ao apartamento de Emmi, onde os dois passam a noite e começam a namorar. Porém, Ali é negro, muçulmano e 20 anos mais novo. Todos a sua volta começam a questionar e desprezar o envolvimento de ambos..

"O MEDO CONSOME A ALMA"
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA
DIA 07/07/14
HORÁRIO : 19H
ENTRADA FRANCA
DEBATE APÓS A EXIBIÇÃO
APOIO : ACCPA

"VIDA CONTRA A VIDA" NA SESSÃO CULT - DIA 05/07/14



CINECLUBE DA ACCPA APRESENTA :
"VIDA CONTRA A VIDA"
SESSÃO CULT - DIA 05/07/14 - ENTRADA FRANCA
Direção : John Sturges 
Ano de produção : 1953
Com Barbara Stanwyck, Ralph Meeker
Sinopse : Baseado no romance "A Question of Time" de Maurice Zimm, este thriller psicológico do diretor John Sturges relata, uma terrível corrida contra o tempo. Barbara Stanwyck interpreta Helen Stilwin, uma moradora do subúrbio que vai passar as férias com o marido, Doug (Sullivan), e o filho, Bobby (Asker), em uma ilha afastada no México. Certo dia, Doug fica preso sob um tronco em um cais deserto. Após várias tentativas fracassadas de salvá-lo, Helen decide buscar ajuda. É quando se depara com o criminoso Lawson (Meeker), que fugiu da prisão e a sequestra com Bobby. Agora, Helen deverá resgatar o marido, ao mesmo tempo em que tenta evitar o assédio de Lawson. Conseguirá ele volta ao cais antes que Doug morra afogado?

"VIDA CONTRA A VIDA"
CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
DIA 05/07/14
HORÁRIO : 16H
ENTRADA FRANCA
DEBATE APÓS A EXIBIÇÃO
APOIO : ACCPA

quinta-feira, 19 de junho de 2014

SESSÃO CINEMATECA ESPECIAL apresenta:
"REBECCA:A MULHER INESQUECÍVEL", de Alfred Hitchcock 


Hitch faz uso de técnicas até então nunca utilizadas em seus filmes, que são essenciais para entendermos a condição da Sra. De Winter. Por exemplo, ele escolhe planos que diminuem a figura da personagem, em contraste com a enorme Manderley, como se ela fosse esmagada a cada passo que dava. Leia mais em http://cineanalise.wordpress.com/2011/04/14/hitchcock-rebecca/
Com Laurence Olivier, Joan Fontaine
CINE OLYMPÍA
DOMINGO, 22/06, às 16h. ENTRADA FRANCA
Homenagem da ACCPA aos 80 anos do crítico de cinema Acyr Castro

domingo, 15 de junho de 2014

Dia 27/06 - CINECLUBE DA UEPA (Campus Djalma Dutra) apresenta:
PLANETA DOS MACACOS, de Franklin J. Schaffner.

Schaffner fez o que Tim Burton não conseguiu, expor a inversão de papéis entre homem e macaco de uma maneira excepcional, e sobretudo ser crível com essa história. O roteiro do filme é grande responsável por isso, ao mostrar essa realidade aterradora entre dominador e dominado, porém, sem um trabalho competente de direção teria sido esquecido à muito tempo.
Leia Mais: http://www.vortexcultural.com.br/cinema/critica-o-planeta-dos-macacos-1968/#ixzz34l3sdQRT
Com Charlton Heston. https://www.youtube.com/watch?v=2KJTgdo0syI
Às 16h. Entrada franca. Debate após a exibição. Parceria da ACCPA com a ACADEMIA PARAENSE DE CIÊNCIAS.



DIA 26/06 - CASA DA LINGUAGEM apresenta “A VIDA DE DAVID GALE” de Alan Parker 

Independente das reações extremadas, a obra de Parker guarda qualidades louváveis, como as interpretações acertadas de seu trio protagonista, o roteiro contundente de Charles Randolph e sua marcante trilha sonora, que curiosamente é utilizada à exaustão em trailers de filmes como Milk (2008), O Artista (2011) e A Dama de Ferro (2011). Polêmicas à parte, A Vida de David Gale merece o prestígio de figurar entre grandes suspenses sobre a pena de morte, ao lado dos excelentes Doze Homens e Uma Sentença (1957), de Sidney Lumet, A Tênue Linha da Morte (1988), de Errol Morris, e Ao Abismo (2011), de Werner Herzog. Leia mais em http://www.papodecinema.com.br/artigos/51-alan-parker


Com Kevin Spacey e Kate Winslet. https://www.youtube.com/watch?v=TPTzkQUHH6E  Horário: 18h. Local: CASA DA LINGUAGEM (Nazaré com Assis de Vasconcelos). Entrada franca. Debate após a exibição. Parceria da ACCPA com a ACADEMIA PARAENSE DE CIÊNCIAS. 
CINE LÍBERO LUXARDO apresenta SESSÃO CULT:
A VIDA POR UM FIO, de Anatole Litvak

Estilo primariamente associado a filmes policiais, que retrata seus personagens num mundo cínico e antipático. Sempre em preto e branco, são caracterizados pelo alto contraste; característica do expressionismo alemão. Vivei seu auge na década de 40.
http://www.saopaulofilmcommission.org.br/noticias/uma-vida-por-um-fio-encerra-o-ciclo-noir-e-o-prime/ 
A VIDA POR UM FIO, de Anatole Litvak (1948). Com Barbara Stanwyck e Burt Lancaster. https://www.youtube.com/watch?v=__m2YipCjks 

Dia 21, 16h. Entrada franca. Apoio: ACCPA. Debate após a exibição. 

domingo, 8 de junho de 2014

Documentário Revelando Sebastião Salgado será exibido no Sesc Boulevard
Produção nacional retrata universo de um dos maiores fotógrafos da atualidade
       
       
O Centro Cultural Sesc Boulevard, em Belém, exibe no dia 10 de junho, o documentário Revelando Sebastião Salgado, primeira produção brasileira sobre a vida do artista. No filme, a cineasta Betse de Paula utiliza como fio condutor uma longa entrevista feita com o fotógrafo em 2012, em que ele faz um retrospecto de sua carreira. O documentário mostra ainda um pouco da intimidade de Salgado, sua rotina e métodos de trabalho. A exibição acontece a partir das 19 horas, com entrada franca. Para a programação, serão distribuídos ingressos com uma hora de antecedência, respeitando a lotação máxima do espaço, de 137 lugares. A classificação é livre.
        O documentário destaca pontos pouco conhecidos do fotógrafo brasileiro, que se mudou para Paris durante a ditadura militar. Um deles é o registro que fez do atentado contra o presidente norte-americano Ronald Reagan em frente ao Hotel Hilton, na cidade de Washington, nos Estados Unidos, em 1981. No filme, Sebastião conta que não gosta de falar sobre o assunto e que não queria ser conhecido como o “fotógrafo do atentado”.
         A produção nacional também mostra aspectos importantes da relação de Sebastião Salgado com a fotografia, como a utilização do preto e branco como suporte preferencial, a transição para o digital e, principalmente, como é ser um dos maiores fotógrafos do mundo. O documentário conta ainda com imagens gravadas no estúdio do artista, que revelam diversas etapas de seu processo criativo, desde o envolvimento com as pessoas retratadas até a imersão no universo a ser revelado.
        Nascido em Aimorés, Minas Gerais, e economista de formação, Sebastião Salgado iniciou sua carreira como fotógrafo no ano de 1973, em Paris, onde trabalhou para as agências Sygma, Gamma e Magnum Photos. Como fotojornalista, foi o único a documentar o atentado cometido contra o então presidente Ronald Reagan, no início da década de 80. Em 1994, decidiu iniciar com sua mulher, Lélia Salgado, uma agência para tratar exclusivamente de seus trabalhos, a Amazonas Images. Sua obra já inspirou diversos filmes, a maior parte para exibição em TV por assinatura. O documentário Revelando Sebastião Salgado foi produzido através de parceria entre a RioFilme, a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro e o Canal Brasil.   

SERVIÇO:
Revelando Sebastião Salgado no Centro Cultural Sesc Boulevard
Data: 10 de junho de 2014
Horário: 19 horas
Local: Centro Cultural Sesc Boulevard (Boulevard Castilho França, 522/523 - em frente à Estação das Docas)
Entrada Franca
Os ingressos serão distribuídos na recepção do Sesc com uma hora de antecedência
Local com capacidade máxima de 137 lugares    


sexta-feira, 6 de junho de 2014

A Associação de Críticos de Cinema do Pará – ACCPA, se posiciona absolutamente favorável a doação do projetos em 35mm da empresa Cinépolis do Brasil para as salas do circuito alternativo em Belém do Pará: Cine Líbero Luxardo, Cine Olympia e Cine Estação das Docas. 

A doação dos equipamentos para projeção em película otimiza a difusão da cultura cinematográfica no estado, enquanto as respectivas salas aguardam a instalação de novos projetores digitais, o que favorece em breve (esperamos) a junção desses dois suportes para a programação de cinema destes espaços.

Em virtude do ano eleitoral, a associação aguarda a celeridade do processo de doação, para que possamos ter maior acesso ao bens culturais disponíveis, no caso, a sétima arte.
 BELÉM DO PARÁ NA TELA DO OLYMPIA


Por Elias Neves Gonçalves

Entra em cartaz nesta sexta (06 de junho)  no Cinema Olympia,  sempre às 18:30 h, de terça a domingo (exceto dias 09, 10 e 16/06), o filme “A Última Estação” que  marca a estreia do diretor Marcio Curi em seu primeiro longa-metragem. Curi já produziu   trabalhos  como “Filhas do Vento” e  “Araguaya – Conspiração do Silêncio”. O filme – inédito nos cinemas da cidade – é uma  co-produção  Brasil/Líbano,2012 que narra a saga de Tarik (Mounir Maasri), um adolescente  libanês que decide deixar  seu país em guerra  e  vem  em busca de uma  vida melhor no Brasil. Passageiro da 3ª. classe em  num navio italiano, Tarik  faz amizade com   outros  jovens  de países árabes  e  a partir  daí, com a convivência e  o compartilhamento  da comida e água regrados, os laços de afeto e amizade vão se enraizando. Depois de 50 anos daquele desembarque no Porto de Santos, Tarik decide pegar a estrada sem um rumo definido a fim  de encontrar um desses amigos da juventude no intuito de agradecer uma boa ação recebida.

O roteiro, assinado  por  Di  Moretti ( que também assinou filmes como “Tropicália” e  “Cabra-Cega” ) tem uma estrutura de roadmovie e  cada estação visitada pelo personagem Tarik evoca uma lembrança ou um amigo dos tempos idos. As cidades-estações  são também um pretexto para mostrar a forte imigração de povos árabes no Brasil  (sua cultura e costumes ) e como eles se estabeleceram  formando  uma das comunidades  estrangeiras mais bem sucedidas no país que os acolheu. A multiplicação das comunidades árabes representada  no filme desmistifica a  ingênua ideia  do brasileiro de que  todo árabe é turco.

PESQUISA E HISTÓRIA
A pré-produção do longa-metragem contou com uma extensa e detalhada pesquisa de campo sobre a origem e história de vida dos imigrantes de origem árabe no Brasil. A equipe do diretor Marco Curi visitou cidades e  encarregou-se de buscar e registrar histórias de famílias que aqui chegaram e conseguiram se firmar  nas diversas  atividades de comércio e serviços. De certo  modo, os  personagens reproduzem algumas destas histórias de  vida que  foram contadas de geração em geração pelas  famílias entrevistadas na pesquisa.

LOCAÇÕES E ELENCO
Do litoral de Santos-SP,  passando  por Brasília-DF, Anápolis-GO até Beirute no Líbano, “A Última Estação” cativa o espectador não apenas pela trajetória de um velho viúvo  libanês que decide viver ao invés de vestir o pijama e ficar deitado na cama esperando a morte chegar. A cidade de Belém do Pará é uma das estações do filme. Lugares como o Ver-o-Peso, Estação das Docas, a Igreja da Sé no domingo do Círio de Nazaré são um dos pontos que o espectador vai logo identificar por meio da bela fotografia.

Além do elenco fixo com  Elisa Lucinda (Ciça) e Klarah Lobato (Samia) temos o ator paraense Adriano Barroso  em mais uma atuação.  
Em contato com  o diretor Marcio Curi por  e-mail, ele expressou  todo interesse de que seu filme fosse exibido no Cine Olympia em  Belém  e ficou entusiasmado com a estreia  na cidade que serviu de locação  para seu filme.

SERVIÇO:
“A Última Estação”- Cinema Olympia  18:30h / de 06 a 19 de Junho (exceto dias 09,10 e 16/06) Entrada franca    -    Classificação indicativa  12  anos. 

Por Elias Neves Gonçalves

Entra em cartaz nesta sexta (06 de junho)  no Cinema Olympia,  sempre às 18:30 h, de terça a domingo (exceto dias 09, 10 e 16/06), o filme “A Última Estação” que  marca a estreia do diretor Marcio Curi em seu primeiro longa-metragem. Curi já produziu   trabalhos  como “Filhas do Vento” e  “Araguaya – Conspiração do Silêncio”. O filme – inédito nos cinemas da cidade – é uma  co-produção  Brasil/Líbano,2012 que narra a saga de Tarik (Mounir Maasri), um adolescente  libanês que decide deixar  seu país em guerra  e  vem  em busca de uma  vida melhor no Brasil. Passageiro da 3ª. classe em  num navio italiano, Tarik  faz amizade com   outros  jovens  de países árabes  e  a partir  daí, com a convivência e  o compartilhamento  da comida e água regrados, os laços de afeto e amizade vão se enraizando. Depois de 50 anos daquele desembarque no Porto de Santos, Tarik decide pegar a estrada sem um rumo definido a fim  de encontrar um desses amigos da juventude no intuito de agradecer uma boa ação recebida.

O roteiro, assinado  por  Di  Moretti ( que também assinou filmes como “Tropicália” e  “Cabra-Cega” ) tem uma estrutura de roadmovie e  cada estação visitada pelo personagem Tarik evoca uma lembrança ou um amigo dos tempos idos. As cidades-estações  são também um pretexto para mostrar a forte imigração de povos árabes no Brasil  (sua cultura e costumes ) e como eles se estabeleceram  formando  uma das comunidades  estrangeiras mais bem sucedidas no país que os acolheu. A multiplicação das comunidades árabes representada  no filme desmistifica a  ingênua ideia  do brasileiro de que  todo árabe é turco.

PESQUISA E HISTÓRIA
A pré-produção do longa-metragem contou com uma extensa e detalhada pesquisa de campo sobre a origem e história de vida dos imigrantes de origem árabe no Brasil. A equipe do diretor Marco Curi visitou cidades e  encarregou-se de buscar e registrar histórias de famílias que aqui chegaram e conseguiram se firmar  nas diversas  atividades de comércio e serviços. De certo  modo, os  personagens reproduzem algumas destas histórias de  vida que  foram contadas de geração em geração pelas  famílias entrevistadas na pesquisa.

LOCAÇÕES E ELENCO
Do litoral de Santos-SP,  passando  por Brasília-DF, Anápolis-GO até Beirute no Líbano, “A Última Estação” cativa o espectador não apenas pela trajetória de um velho viúvo  libanês que decide viver ao invés de vestir o pijama e ficar deitado na cama esperando a morte chegar. A cidade de Belém do Pará é uma das estações do filme. Lugares como o Ver-o-Peso, Estação das Docas, a Igreja da Sé no domingo do Círio de Nazaré são um dos pontos que o espectador vai logo identificar por meio da bela fotografia.

Além do elenco fixo com  Elisa Lucinda (Ciça) e Klarah Lobato (Samia) temos o ator paraense Adriano Barroso  em mais uma atuação.  
Em contato com  o diretor Marcio Curi por  e-mail, ele expressou  todo interesse de que seu filme fosse exibido no Cine Olympia em  Belém  e ficou entusiasmado com a estreia  na cidade que serviu de locação  para seu filme.

SERVIÇO:

“A Última Estação”- Cinema Olympia  18:30h / de 06 a 19 de Junho (exceto dias 09,10 e 16/06) Entrada franca    -    Classificação indicativa  12  anos.

 

terça-feira, 3 de junho de 2014

CINE LÍBERO LUXARDO apresenta SESSÃO CULT:
POR TERNURA TAMBÉM SE MATA, de René Clair
Com “Porte de Lilás” René Clair estava voltando ao “cinema poético” que praticou nos velhos tempos, anos vinte e trinta. Lamentavelmente, o filme enfrentou, na época, a incompreensão dos críticos dos Cahiers du cinéma (Traffaut, Chabrol, Godard) que já haviam, aprioristicamente, determinado que o cinema francês de estúdios não prestava e que o grande lance era fazer os filmes de autor do que logo seria chamado de Nouvelle Vague. Leia mais em http://imagensamadas.com/2010/02/04/por-ternura-tambem-se-mata/
Porte des Lilas (França 1956). De René Clair. Com Dany Carrel, Georges Brassens, Henri Vidal, Pierre Brasseur. Em preto e branco/96’.

Dia 07, 16h. Entrada franca. Apoio: ACCPA. Debate após a exibição. 

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