terça-feira, 29 de janeiro de 2013
"AMOR" DE MICHAEL HANEKE
Marco Antonio Moreira
Michael Haneke é um diretor habituado em filmar temas polêmicos e desta vez, o tema de seu novo filme não poderia ser mais complexo : o amor. Através deste tema, Haneke fez várias perguntas que surgem com a construção da sua história. O que é o amor para dois velhos solitários que moram sozinhos, vivendo uma vida com/sem sentido, amantes da música e da vida? O que é o amor neste casal até quando estão sãos e bem de saúde e o que é o amor quando um deles sofre um problema cerebral e lentamente vai perdendo o controle da sua vida e fica cada vez mais dependente do outro? “Amor” é um filme sobre a solidão, o tempo, a velhice e sobre como todos estes elementos mudam passo a passo o nosso conceito de tudo o que sabemos ou pensamos saber da vida. Haneke não nos mostra estas questões de forma romanceada, leve. Ele coloca uma narrativa dura, seca, às vezes distante do drama dos personagens para evitar a emoção exagerada e muitas vezes ele consegue, outras não. É difícil não se envolver com o drama deste casal em busca de vida numa idade que só resta a diária reconstrução do que é saber viver e do que é o amor. Afinal, seja qual for o conceito de amor, de amar, ser testemunha do fim gradual e lento do parceiro muda tudo e novas provas de amor merecem/devem surgir. Redescobrir como amar perto do fim, da morte. É possível? Que prova de amor maior pode ser oferecida?Matar, morrer? É possível lutar contra a impotência do fim? “Amor” em cada sequência nos faz pensar nestas reflexões. Otimista, amargo, esperançoso ou pessimista, é uma obra de arte que veio para nos provocar. “Amor” é o cinema forte de Michael Haneke chegando e polemizando mais também é o filme de dois grandes atores em atuações históricas: Emanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant. Veja sem falta.
Luzia Álvares
Solidão, geração, complacência, amor. Essas quatro palavras se entrecruzam e se transformam em um símbolo do afeto de alguém pelo outro, numa relação que expõe a condição humana, segundo Michael Haneke, em seu filme “Amour” (2012).Um casal de idosos cujas alegrias compartilhadas construiram um cotidiano digno entre a profissão pública e o ambiente privado familiar é apresentado no filme nos estertores dessa dimensão que favoreceu os dias vividos criando hábitos salutares na composição de uma relação ambiente amigável e plena de ganhos pessoais e profissionais. O emblema proposto é a prisão do casal em uma condição de irreversibilidade diante da doença, e a impotência de um retorno aos velhos hábitos, ao considerar, a partir daí, a transformação que vai se dar entre eles. A bofetada no rosto da esposa inerte que lhe cospe e vomita reflete o sintoma da condição humana. Não somos infalíveis nem santos, mesmo diante de quem amamos até a morte
Pedro Veriano
O novo filme de Michael Hanek vai ao âmago da sentença que o casal pronuncia ao casar: “até que a morte nos separe”. E começa com a forma dramática dessa afirmativa: Anne (Emanuelle Riva) está morta. O amor que dedica ao marido George (Jean Louis Trintignant)é demonstrado em detalhes que se vê desde que eles,músicos profissionais, assistem a um concerto. A única filha (Isabelle Huppert) também é ligada à musica. Mas ela pouco aparece na tela. O que mais se vê, além de marido e mulher vivendo seus mais de 80 anos, é o apartamento luxuoso em que moram em Paris. A câmera, quase sempre estática, descobre as paredes, os moveis tudo em grandes planos para dimensionar a relação do espaço físico com as figuras humanas. Anne sofre uma isquemia cerebral na hora em que ela e o marido são vistos em médio plano diante de uma mesa. A conversa que travam é interrompida pela falta de respostas por parte dela. Daí se passa para a lenta deterioração de seu corpo. E para o desvelo (e desespero) do marido dedicado. Cenas de grande intensidade dramática fecham o enfoque. Há uma sequencia em que um pombo invade o apartamento e George tenta tirá-lo dali sem sucesso. Uma alusão poética. Mas o filme acaba defendendo a eutanásia como forma de amor, embora não deixe no espectador a imagem exclusiva de uma dedicação mórbida demonstrada por grandes intérpretes. Os últimos planos são livres, retratando uma volta à vida, como se as pessoas em espírito prosseguissem as suas jornadas.Afinal, diz Hanek, o verdadeiro amor é imortal.
Arnaldo Prado Junior
Logo que terminei de assistir Amor (Amour, França / Alemanha / Áustria, 2012) não tinha uma referência básica para interpretar a tragédia de Anne (Emmanuelle Riva) e Georges (Jean-Louis Trintignant). A ação física, o cessar a vida por um processo mecânico, aplicado por George em Anne, quebrou violentamente toda a racionalidade que ele apresentou ao longo da enfermidade da mulher. Enfocar o anoitecer da vida e, mais, com uma doença progressiva com degeneração mental sem esperança de recuperação, foi o que fez Michael Haneke com a participação de dois excelentes atores que, certamente escolhidos, encontram-se na faixa de idade dos próprios personagens. Resultou uma obra sensível, humana, sentimental, triste, esteticamente consistente para não dizer irrepreensível. A realidade por trás da ficção é contundente, levou ao desespero que atingiu os personagens, mas que deve ser evitado.O final é enigmático. Anne está terminando de arrumar a louça na pia, fala para Georges que, se ele quiser, pode calçar os sapatos, o que ele faz. Terminada a tarefa ela pega um casaco que ele ajuda a vestir; ela agradece e encaminha-se para a porta de saída da casa. Ele a segue, mas antes de sair pergunta se ele não vai pegar o casaco; ele volta, pega o casaco, veste-o, encaminha-se para a saída, a luz é apagada. Ele sai, fechando a porta. Tudo normal, nada de trágico aconteceu, foi apenas um delírio, um pesadelo. Ainda há uma cena com a filha deles entrando na casa vazia, passa pelos compartimentos, senta-se em uma poltrona, fica à espera.
domingo, 6 de janeiro de 2013
MOSTRA DOS MELHORES FILMES DE 2012 - ACCPA
MOSTRA DOS MELHORES DE 2012 - ACCPA
Cinema Olympia
De 08 à 13/01/13
Dia 08 - A SEPARAÇÃO
Dia 09 - PINA
Dia 10 - FAUSTO
Dia 11 - SHAME
Dia 12 - PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN
Dia 13 - O ARTISTA
Sessão Cinemateca Especial (MELHORES DO ANO)
Dia 13 - A INVENÇÃO DE HUGO CABRET
*apresentação e debate após a exibição com críticos da ACCPA
CINE OLYMPIA
Sessões às 18:30 h
Entrada Franca
Apoio : ACCPA
"TROPICÁLIA" "O GATO DO RABINO" E "UM VERÃO ESCALDANTE" NO ANIVERSÁRIO DO CINE ESTAÇÃO
Para celebrar o 10º aniversário, o Cine estação das Docas exibe três
filmes no mês de janeiro: o documentário “Tropicália”, de Marcelo
Machado; a animação “O Gato do Rabino”, de Antoine Delesvaux e Joann
Sfar; e “Um Verão Escaldante”, de Philippe Garrel.
Em “Tropicália”, o diretor Marcelo Machado, que cresceu ouvindo as
ousadias sonoras de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mutantes e Tom Zé,
que não entendia as letras em inglês, mas adorava os arranjos de um
tal de rock-n'-roll, conduz o espectador por uma viagem de sons e
imagens por meio da história de um dos mais emblemáticos movimentos
culturais brasileiros. Em um panorama afetivo construído com
referências, entrevistas, pesquisas, imagens e, claro, canções, o
espectador passeia pelos férteis, polêmicos e violentos anos de 1967,
1968, 1969.
Na premida animação “O Gato do Rabino” a ação se passa na Argélia, em
1920. O rabino Sfar vive com sua filha Zlabya, um papagaio barulhento
e um gato brincalhão que começa a falar depois de engolir o papagaio.
Apaixonado pela dona, Zlabya, o felino faz de tudo para ficar por
perto e até aceita as condições impostas pelo rabino: aprender mais
sobre o judaísmo e fazer o Bar Mitzvah. Para isso, ele embarca em uma
grande aventura.
Em “Um Verão Escaldante”, o diretor Philippe Garrel narra a amizade de
Paul (Jérôme Robart) e Frédéric (Louis Garrel). Frédéric é pintor e
vive com Angèle (Monica Bellucci), atriz que está filmando em Roma e
Paul faz alguns trabalhos como figurante em filmes. Em um set de
filmagem, ele conhece Élisabeth (Céline Sallette). Os dois se
apaixonam e os três amigos viajam juntos para passar as férias de
verão em Roma.
10 anos
E eis que o calendário aponta para os 10 anos do Cine Estação das
Docas, uma década dedicada ao empenho do circuito exibidor
alternativo como uma mais uma opção cultural na agenda da cidade,
exibindo filmes que não são contemplados pelo circuito comercial de
exibição.
Durante os últimos dez anos, o critério de oferecer ao público
produções que despertem o interesse pela sétima arte, seja de forma
temática (com polêmicas saudáveis para o debate), na questão da
linguagem (novos diretores que experimentam e avançam numa arte sem
fronteiras), na estética (a forma como os filmes são narrados) e no
prazer de assistir filmes em tela grande, no escuro do cinemão que
fica às margens da baía do Guajará, o que faz da sessão de cinema um
ritual secular e contemporâneo.
Localizado no Teatro Maria Sylvia Nunes, que faz parte do complexo
Estação das Docas, o Cine Estação conta com a participação do público
que sempre prestigiou as mostras, as comemorações de aniversário, os
shows após os filmes e documentários musicais, palestras, festivais e
a programação regular que traz para a tela a assinatura de grandes
diretores e novos realizadores.
A exibição de três títulos contemporâneos para celebrar o décimo
aniversário do Cine Estação é realização da Secretaria de Estado de
Cultura – Secult e a Organização Social Pará 2000.
Programação
5 (sábado)
18h: Tropicália. De Marcelo Machado. 72 min. 12 anos. Documentário. Brasil.
20h30: Um Verão Escaldante. De Philippe Garrel. 95 min. 14 anos.
Ficção. : Itália/ França/ Suíça
6 (domingo)
10h: O Gato do Rabino. De Antoine Delesvaux e Joann Sfar. 100 min. 12
anos. Animação. França /Áustria
18h: Um Verão Escaldante
20h30: Tropicália
11 (sexta)
18h: O Gato do Rabino.
20h30: Tropicália.
17 (quinta)
18h: Tropicália
20h30: O Gato do Rabino
20 (domingo)
10h: Um Verão Escaldante
18h: O Gato do Rabino
20h30: Tropicália
23 (quarta)
18h: O Gato do Rabino
20h30: Um Verão Escaldante
24 (quinta)
18h: Um Verão Escaldante
20h30: Tropicália
26 (sábado)
19h – Palestra com Mariano Filho
19h30 – Tropicália.
20h45 – Show com Renato Torres e Banda (repertório com a temática do
filme Tropicália).
27 (domingo)
10h: O Gato do Rabino
18h: Tropicália
20h30: Um Verão Escaldante
Ingressos: R$ 8,00 (com meia-entrada para estudantes).
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
MELHORES FILMES DE 2012- ACCPA - RELAÇÃO INDIVIDUAL
MELHORES FILMES DE 2012
ACCPA
Relação Individual
Pedro Veriano
1.O Artista
2.A Invenção de Hugo Cabret
3.Intocáveis
4.A separação
5.Argo
6.O Impossível
7.Um Conto Chinês
8.As Aventuras de Pi
9.O Garoto da Bicicleta
10.Gonzaga : De Pai para Filho
Luzia Álvares
1.A Invenção de Hugo Cabret
2.Fausto
3.A Separação
4.O Artista
5.Intocáveis
6.Um Conto Chinês
7.O Garoto da Bicicleta
8.Precisamos Falar Sobre Kevin
9.Pina.
10.Drive
Marco Antonio Moreira
1) Fausto
2) Pina
3) A Separação
4)A Invenção de Hugo Cabret
5)O Garoto da Bicicleta
6)Transeunte
7)Shame
8) Febre do Rato
9) Cosmopólis
10)Precisamos Falar sobre Kevin
Arnaldo Prado Junior
1.Fausto
2.A Separação
3.Pina
4.Cosmópolis
5.A Invenção de Hugo Cabret
6.Um Método Perigoso
7.A Febre do Rato
8.Transeunte
9.Um Conto Chinês
10.O Garoto da Bicicleta
José Otávio Pinto
1-Fausto
2-Cosmopólis
3-Um Método Perigodo
4-Shame
5-Pina
6-J. Edgar
7-Transeunte
8-As Aventuras de PI
9-Febre do Rato
10-A Invenção de Hugo Cabret
Francisco Cardoso
1. O Artista
2. A Invenção de Hugo Cabret
3. A Separação
4. As Aventuras de Pi
5. Precisamos falar sobre o Kevin
6. Medianeras
7. Um Conto Chinês
8. Deus da Carnificina
9. Para Roma com Amor
10. Intocáveis
Fernando Segtowick
1. Drive
2. Pina
3. Shame
4. A Invenção de Hugo Cabret
5. A Separação
6. Um Método Perigoso
7. Na Estrada
8. Intocáveis
9. Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge
10. Febre do Rato
Lorenna Montenegro
1. Drive
2. A Separação
3. Shame
4. Precisamos falar sobre o Kevin
5. Na Estrada
6. Pina
7. Medianeras
8. Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios
9. Transeunte
10. Cosmopolis
Elias Neves Gonçalves
1 - Fausto
2- A Separação
3- Shame
4- Pina
5 - O Garoto da Bicicleta
6- Febre do Rato
7- Na Estrada
8- Cosmopólis
9- Precisamos Falar sobre Kevin
10-Um Conto Chinês
Dedé Mesquita
1 – Pina
2 – Intocáveis
3 – A invenção de Hugo Cabret
4 –A separação
5 – O artista
6 – Drive
7 – Precisamos falar sobre Kevin
8 – Medianeras
9 – Para Roma com Amor
10 – 360
José Augusto Pachêco
1 - Fausto
2 - Cosmópolis
3 - Pina
4 - A Separação
5 - Drive
6 – Shame
7 - Febre do Rato
8 - Precisamos Falar Sobre Kevin
9 - A Perseguição
10 – Na Estrada
Raoni Arraes
1)Precisamos Falar sobre Kevin
2)Drive
3)Shame
4)O Artista
5) Deus da Carnificina
6) Gonzaga de Pai para filho
7) Para roma com amor
8)A febre do rato
9) A Invenção de Hugo Cabret
10)Batman, o cavaleiro das trevas ressurge
Maiolino Miranda
1) Fausto
2) A Invenção de Hugo Cabret
3) Pina
4) O Artista
5) A Dama de Ferro
6) Para Roma com Amor
7) Deus da Carnificina
8) Cosmopólis
9) Um Método Perigoso
sábado, 29 de dezembro de 2012
OS MELHORES DO CINEMA EM 2012 SEGUNDO A ACCPA
ACCPA elege iraniano ‘A Separação’ como o melhor do ano
Associação divulga lista dos melhores filmes exibidos em 2012 por aqui
Uma tradição natalina que já existe há 50 anos, a reunião dos membros da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) na noite da última quinta-feira, 27, culminou na eleição dos dez melhores filmes exibidos no circuito comercial e alternativo de Belém em 2012.
A excelência do cinema norte-americano, um tanto alquebrada pela crise criativa que Hollywood atravessa a alguns anos, refletiu na lista de filmes eleitos pelos críticos de cinema paraenses, que contemplou a filmografia francesa, alemã, russa e iraniana.
A história extremamente humana e tensa de um casal que está se separando, deixando a filha dividida entre que rumo tomar e que entra em conflito com a empregada grávida fez “A Separação” colecionar prêmios desde a sua estreia. Deixando o ritmo desacelerado e contemplativo típico do cinema do Irã, Asghar Farhadi dirige e roteiriza esse filme brilhante que teve a atuação de Leila Hatami premiada em Berlim.
Primeiro filme de arte rodado em 3D, “Pina” é uma realização extrema e bela de Wim Wenders. Alemão, ele trata da vida e obra da coreografa e bailarina c ompatriota, Pina Bausch, num recorte amoroso e vigoroso de imagens que bailam na tela, emoções dos principais colaboradores dessa grande artista que executam suas criações com uma carga emocional tátil. O filme chegou ao público de Belém graças a um esforço conjunto da associação juntamente com a distribuidora Imovision e a rede de cinemas Moviecom, mas não teve uma boa bilheteria.
Completando a tríade dos filmes que alcançaram o topo da lista dos melhores está o russo “Fausto”, de Alexandr Sokurov. Sob a patuta do cineasta de “Arca Russa”, a releitura do conto medieval sobre um famoso médico alemão que vende a alma a Mefistófeles, o diabo, transforma-se em um filme de estética muito particular que investiga os jogos de poder e completa a sua tetralogia sobre o assunto.
Literatura que alimenta o audiovisual
“A invenção de Hugo Cabret”, “Drive”, “Precisamos falar sobre o Kevin” e “Cosmopolis” são bons exemplos de adaptações literárias interessantes. O filme de Scorsese é onírico e promove uma viagem sentimental aos primórdios do cinema, através da mística do pioneiro Georges Meliés. Já “Drive” imprime vigor sob uma roupagem oitentista da violência e incomunicabilidade, na persona de um solitário motorista. A climática trilha sonora do filme estrelado por Ryan Gosling também foi eleita a melhor pela ACCPA, assim como a canção “A Real Hero”.
A perturbadora investigação sobre a psique de um jovem que assassina dezenas de pessoas é o cerne da narrativa de “Precisamos falar sobre o Kevin”, obra de Lionel Shriver que na adaptação cinematográfica teve Tilda Swinton eleita como melhor atriz pela sua impressionante atuação como a mãe de Kevin. David Cronenberg dá um salto para o futuro ao dirigir e roteirizar “Cosmópolis”, também presente na lista. Robert Pattinson é um bilionário entendiado que atravessa Manhattan em sua limousine, apenas para cortar o cabelo mas é transformado pelos encontros que tem pelo caminho.
Filme de maior bilheteria da história da França, “Intocáveis” teve uma passagem ligeira pelos cinemas de Belém. A força da obra reside nas cativantes interpretações de François Cluzet e Omar Sy (eleito um dos melhores atores coadjuvantes do ano) como dois homens de classes, cores e pensamentos diferentes que se unem numa amizade sem barreiras.
Falando de interpretações inesquecíveis, Michael Fassbender teve o reconhecimento merecido pela ACCPA, que elegeu a sua atuação em “Shame” como a melhor do ano. Na pele de um homem que tem sua vida consumida pelo sexo, ele provoca uma sorte de sentimentos múltiplos. Esse filme visceral, que ainda tem a bela atuação de Carey Mulligan (melhora atriz coadjuvante) é dirigido por Steve McQueen e foi eleito um dos dez melhores.
Grande vencedor do Oscar 2012, “O Artista” foi exibido por aqui dentro da programação do centenário do Cine Olympia, e considerado também um dos melhores do ano, por sua singela metalinguagem sobre do que é feita a industria de sonhos, através da saga de um ator (Jean Dujardin) que tem que fazer a transição do cinema mudo para o falado.
Os críticos Luzia Álvares, Pedro Veriano, Marco Antonio Moreira, Dedé Mesquita, Augusto Pacheco, Arnaldo Prado Jr., José Otávio Pinto, Francisco Cardoso, Fernando Segtowick, Raoni Arraes, Elias Neves e Lorenna Montenegro votaram ao todo em quinze categorias, que também tiveram contabilizados os votos de Maiolino Miranda.
“Valente”, a animação da Pixar que conta uma fabula sobre uma princesa que não quer assumir a sua função real, faturou nessa categoria. Já o melhor filme brasileiro foi “Transeunte”, documentário experimental e bastante de licado de Eryk Rocha, herdeiro de Glauber.
Menções
Como todos os anos, após a votação foram sugeridas e votadas menções. Todos os membros concordaram em louvar os100 anos do Cinema Olympia e a programação do centenário repleta de mostras e festivais - o cinema irá receber a mostra dos melhores de 2012 segundo a ACCPA a partir do dia 08 de janeiro.
Ao filme “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” (de Beto Brant e Renato Ciasca) que foi rodado no Pará, contratou profissionais daqui e cuja produção integrou-se com as comunidades locais.
O cineasta pernambucano Claudio Assis também foi lembrado pela qualidade autoral do cinema com estética marginal de extrema qualidade que ele vem fazendo, em especial pelo filme “A Febre do Rato”; a qualidade da programação do Cine Estação e Cine Líbero Luxardo também foi ressaltada, já que seis dos dez filmes eleitos pela ACCPA foram exibidos nesses espaços.
Os parceiros da entidade que permitem ações da associação referentes a exibição de filmes e formação de plateia foram lembrados e reverenciados -: IAP, Livraria Saraiva (Belém), Sesc Boulevard, Casa da Linguagem e Cine Olympia. E por fim, olhando diretamente para 2013, a menção aos 50 anos de fundação e atuação da ACCPA (antes APCC) dentro do cenário cultural local.
Confira a lista completa:
Melhores Filmes
1) "A Separação" de Asghar Farhadi (75 pontos)
2) "Pina (3D)" de Wim Wenders (71 pontos)
3) “Fausto" de Alexander Sokurov (69 pontos)
4) " A invenção de Hugo Cabret (3D)" de Martin Scorsese (68 pontos)
5)"O Artista" de Michel Hazanavicius
“Shame”, de Steve McQueen (ambos c om 48 pontos)
7) "Drive" de Nicolas Winding Refn (40 pontos)
8) "Intocáveis" de Eric Toledano & Olivier Nakache (35 pontos)
9) “Precisamos falar sobre o Kevin" de Lynne Ramsay
“Cosmopolis” de David Cronenberg (ambos com 34 pontos)
Melhor Diretor: Alexandr Sokurov (Fausto)
Melhor Ator: Michael Fassbender (Shame)
Melhor Atriz: Tilda Swinton (Precisamos falar sobre o Kevin)
Melhor Atriz Coadjuvante: Carey Mulligan (Shame)
Melhor Ator Coadjuvante: empate entre Paul Giamatti (Cosmopólis), Ben Kingsley (A Invenção de Hugo Cabret), Omar Sy (Intocáveis) e Viggo Mortensen (Na Estrada)
Melhor Montagem: Toni Froschhammer (Pina)
Melhor Cenografia: Elena Zhukova (Fausto)
Melhor Fotografia: Bruno Delbonnel (Fausto)
Melhor Figurino: Sandy Powell (A invenção de Hugo Cabret)
Melhor Trilha Sonora: Cliff Martinez (Drive)
Melhor Canção Original: “A Real Hero” – College &.Electric Youth (Drive)
Melhor Roteiro Original: Asghar Farhadi (A Separação)
Melhor Roteiro Adaptado: Alexandr Sokurov, Marina Koreneva e Iuri Arabov (Fausto)
Melhores Efeitos Especiais: “A invenção de Hugo Cabret” e “As aventuras de Pi”
Melhor Animação: Valente, da Pixar
Prêmio ACCPA - Destaque do Ano - Cinema Brasileiro : "Transeunte” de Eryk Rocha.
Menções Honrosas:
* Os 100 anos do Cinema Olympia e a programação do centenário repleta de mostras e festivais;
* Ao filme “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” (de Beto Brant e Renato Ciasca) que foi rodado no Pará, contratou profissionais daqui e cuja produção integrou-se com as comunidades locais;
* Ao cineasta pernambucano Claudio Assis pela qualidade autoral do cinema com estética marginal de extrema qualidade que ele vem fazendo, em especial pelo filme “A Febre do Rato”;
* Os 100 anos do Cinema Olympia e a programação do centenário repleta de mostras e festivais;
* Ao filme “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” (de Beto Brant e Renato Ciasca) que foi rodado no Pará, contratou profissionais daqui e cuja produção integrou-se com as comunidades locais;
* Ao cineasta pernambucano Claudio Assis pela qualidade autoral do cinema com estética marginal de extrema qualidade que ele vem fazendo, em especial pelo filme “A Febre do Rato”;
*À qualidade da programação do Cine Estação e Cine Líbero Luxardo. Seis dos dez filmes eleitos pela ACCPA foram exibidos nesses espaços;
* Aos parceiros da ACCPA que permitem ações da associação referentes a exibição de filmes e formação de platéia : IAP, Livraria Saraiva (Belém), Sesc Boulevard, Cine Olympia e Casa da Linguagem.
* Aos 50 anos de fundação e atuação da ACCPA (antes APCC) dentro do cenário cultural local.
* Aos parceiros da ACCPA que permitem ações da associação referentes a exibição de filmes e formação de platéia : IAP, Livraria Saraiva (Belém), Sesc Boulevard, Cine Olympia e Casa da Linguagem.
* Aos 50 anos de fundação e atuação da ACCPA (antes APCC) dentro do cenário cultural local.
domingo, 9 de dezembro de 2012
"O SACRIFÍCIO" NO CC ALEXANDRINO MOREIRA DIA 10/12
"O SACRIFÍCIO"
Direção : Andrei Tarkovski
Ano de Produção : 1986
Com Erland Josephson
Sinopse: Família sueca celebra o aniversário do patriarca Alexander (Erland Josephson), escritor e ator aposentado. Esta celebração será marcada para o resto da vida de cada membro da família: na televisão anuncia-se uma catástrofe nuclear. A crise familiar é alimentada pelo desespero, dúvida, angústia física e moral de cada um.
SESSÃO ACCPA/IAP
"O SACRIFÍCIO"
CINECLUBE ALEXANDRINO MOREIRA (AUDITÓRIO DO IAP)
SEGUNDA-FEIRA DIA 10/12/12
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
APOIO : ACCPA (ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ)
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
"COSMÓPOLIS" NO CINE ESTAÇÃO
Visão futurista de Cronemberg no Cine Estação
Neste fim de ano, o Cine Estação das Docas exibe um conto visionário e alucinante: “Cosmópolis”, de David Cronemberg, com estreia no dia 9 de dezembro, domingo, em sessão matinal às 10h e sessões noturnas às 18h e 20h30. Baseado no livro homônimo de Don DeLillo, o filme se passa em Nova Iorque, num futuro próximo. Eric Packer, um milionário de 28 anos que sonha viver numa civilização mais avançada do que a atual, assiste a uma transformação que se abate sob o universo de Wall Street. À medida que é conduzido à região de Manhattan para cortar o cabelo na antiga barbearia do seu pai, os olhos ansiosos de Eric são absorvidos pela subida imprevisível da moeda chinesa, o que coloca a sua fortuna em risco. Entretanto, uma atividade anormal irrompe nas ruas da cidade. Petrificado com a possibilidade de o mundo real ameaçar o seu conjunto de convicções virtuais, Eric vê a sua paranoia intensificar-se no curso de vinte e quatro horas durante esta travessia pela cidade.
O último trabalho de David Cronenberg revisita temas da sua filmografia, como a interligação entre o orgânico e o psicológico, e as ansiedades e fobias da sociedade ao reprimir impulsos e permitir que a loucura assuma o controle. Este ano, “Cosmópolis” marcou presença na Seleção Oficial do Festival de Cannes, que premiou o drama “L’amour”, de Michael Haneke, já programado para a temporada 2012 do Cine Estação das Docas.
Serviço
Cosmópolis
Diretor: David Cronenberg
Elenco: Robert Pattinson, Juliette Binoche, Samantha Morton e Paul Giamatti
Roteiro: David Cronenberg
Duração: 106 min.
Ano: 2012
País: França/ Itália/ Canadá/ Portugal Cor: Colorido
Classificação: 16 anos
Dias : 9 (domingo): às 10h, 18h e 20h30 13 (quinta): às 18h e 20h30 14 (sexta): às 18h e 20h30 21 (sexta), às 18h e 20h30 22 (sábado), às 18h e 20h30 23 (domingo), 10h, 18h e 20h30
Neste fim de ano, o Cine Estação das Docas exibe um conto visionário e alucinante: “Cosmópolis”, de David Cronemberg, com estreia no dia 9 de dezembro, domingo, em sessão matinal às 10h e sessões noturnas às 18h e 20h30. Baseado no livro homônimo de Don DeLillo, o filme se passa em Nova Iorque, num futuro próximo. Eric Packer, um milionário de 28 anos que sonha viver numa civilização mais avançada do que a atual, assiste a uma transformação que se abate sob o universo de Wall Street. À medida que é conduzido à região de Manhattan para cortar o cabelo na antiga barbearia do seu pai, os olhos ansiosos de Eric são absorvidos pela subida imprevisível da moeda chinesa, o que coloca a sua fortuna em risco. Entretanto, uma atividade anormal irrompe nas ruas da cidade. Petrificado com a possibilidade de o mundo real ameaçar o seu conjunto de convicções virtuais, Eric vê a sua paranoia intensificar-se no curso de vinte e quatro horas durante esta travessia pela cidade.
O último trabalho de David Cronenberg revisita temas da sua filmografia, como a interligação entre o orgânico e o psicológico, e as ansiedades e fobias da sociedade ao reprimir impulsos e permitir que a loucura assuma o controle. Este ano, “Cosmópolis” marcou presença na Seleção Oficial do Festival de Cannes, que premiou o drama “L’amour”, de Michael Haneke, já programado para a temporada 2012 do Cine Estação das Docas.
Serviço
Cosmópolis
Diretor: David Cronenberg
Elenco: Robert Pattinson, Juliette Binoche, Samantha Morton e Paul Giamatti
Roteiro: David Cronenberg
Duração: 106 min.
Ano: 2012
País: França/ Itália/ Canadá/ Portugal Cor: Colorido
Classificação: 16 anos
Dias : 9 (domingo): às 10h, 18h e 20h30 13 (quinta): às 18h e 20h30 14 (sexta): às 18h e 20h30 21 (sexta), às 18h e 20h30 22 (sábado), às 18h e 20h30 23 (domingo), 10h, 18h e 20h30
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