sexta-feira, 17 de junho de 2011

O CINEMA COMO POSSIBILIDADE

“EM UM MUNDO MELHOR”
O Cinema como possibilidade
Por Augusto Pachêco
A Dinamarca, em pesquisa realizada há dois anos pelo Índice Global da Paz como o segundo país mais pacífico do planeta (depois da Nova Zelândia), faz parte da História do Cinema Mundial com obras de cineastas como Carl Dreyer, Lars von Trier, Bille August, Thomas Vinterberg, entre outros.
Em primeiro lugar, esqueçam os procedimentos que marcaram a produção dinamarquesa do Dogma 95, já que os cineastas envolvidos no manifesto há muito aboliram as amarras que caracterizavam o movimento. Em segundo, Thomas Vinterberg, Lars Von Trier, Susane Bier entre outros contemporâneos, já comprovaram versatilidade e domínio da técnica, tanto nos tais procedimentos dogmáticos (Festa de Família, Dogville), quanto nas soluções próximas da linguagem mais clássica (O Anticristo, O Dogma do Amor).
“Em um Mundo Melhor”, de Susanne Bier, transita com habilidade pela encenação e montagem do cinema documental (câmera na mão, planos seqüenciais), assim como a dramaticidade, os filtros de luz e o clima em suspensão de um cinema que não abre mão das grandes tomadas naturais (aridez africana, frieza nórdica) que revelam o embate da ocupação humana na defasada geopolítica que insiste na oposição binária centro x periferia.
A falsa naturalização do bullying, a violência gratuita que provoca a reação paterna (interpretada com a paciência de um santo e a ira de um desesperado), coloca em xeque a legitimidade das instituições enquanto processo civilizatório num mar de idiotas.
“Em um Mundo Melhor” poderia ser Equilíbrio Distante, ou Tão Longe, Tão Perto...

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