quarta-feira, 11 de julho de 2012
CLÁSSICOS DO HORROR
Quando se exibiu o primeiro filme, ou seja, quando se projetou imagens moveis, na Paris de 1895 (Woody Allen se esqueceu dessa data no seu “Meia Noite em Paris”) os espectadores tiveram medo do trem que vinha na direção da objetiva, ou seja, na direção dos olhos deles. Talvez tenha sido o primeiro “filme de terror”. Hoje, aqui, no nosso Olimpia, reserva-se o mês de julho (2012) a esse tipo de filme. E inadvertidamente comemora-se o centenário da Universal Pictures, empresa criada por Carl Leammle e alimentada, ou engordada, pelo filho dele, Carl Leammle Jr, que no inicio das “fitas faladas” produziu uma série hoje de modestos “filmes de horror” hoje cultuados pelos estudiosos dessa arte chamado sétima. Karloff como a Criatura do dr.Frankenstein, Lugosi como o Conde Drácula, Lon Chaney Jr como O Lobisomem, esses monstros da noite ganharam uma fotogenia assustadora através de artistas como James Whale e Tod Browning. Por sinal que James mereceu uma interessante biografia (“Deuses e Monstros”) onde o ator Ian McKellen, confessadamente gay,adiantava que a morte do cineasta,afogado na piscina de sua casa, foi consequência do desprezo que lhe deu o seu jardineiro-amante. Tod Browning surgiu como ator no célebre “Intolerância”(1916), de David Wark Griffith mas deixou fama na sua versão livre do romance de Bram Stoker, usando a fotografia de Karl Freund, artista com passagem pelo movimento expressionista alemão tendo feito as imagens de “O Golem” e “A Última Gargalhada”. O ciclo da Universal na mostra do Olimpia abrange até “O Monstro da Lagoa Negra”, um tipo carnavalesco usado por Jack Arnold como amazônida. É ridículo, mas fez sucesso. A série “de meter medo” vai durar 4 semanas. Agora eu lembro “O Monstro do Ártico”(The Thing From Another World/1951) que eu vi no finado cinema Moderno aguçado pela minha paixão por ficção cientifica(o filme estava sendo vendido como o primeiro a tratar dos discos voadores). Cheguei a ir ver uma versão de “O Rigoletto”, a ópera, só para ver o trailer deste “monstro”. E era um “bicho folharal” no dizer paraoara. Cada pedaço de seu corpo podia medrar um outro bicho. Nada a amedrontar, mas a atiçar a ideia de que seres de outro planeta observavam (mesmo) a Terra e não eram amistosos (bem verdade vi poucos visitantes siderais amigos). O produtor dessa “coisa” foi o festejado Howard Hawks. Mas ele se escondeu na direção, deixando a assinatura como Christian Nyby, estreante então e mais voltado à edição (chegou a ser candidato ao Oscar por montar “Rio Vermelho”, de Hawks). Há mais a ver e a tratar. Mas agora eu paro por aqui. Texto longo em blog não me parece apropriado. Até outro dia. (Pedro Veriano)
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