domingo, 7 de junho de 2015

A ARTE DE SAMUEL FULLER




A ARTE DE SAMUEL FULLER
A Arte de Samuel Fuller” é um dos grandes lançamentos em DVD do ano, O digistack com 2 DVDs reúne quatro obras de Samuel Fuller (1912-1997) incluindo versões restauradas de “O Beijo Amargo”' e “Paixões que Alucinam”. Nos extras, um documentário sobre o diretor, com depoimentos de Tim Robbins, Jim Jarmusch, Martin Scorsese e Quentin Tarantino. “O Beijo Amargo” foi realizado em 1964 e tem no elenco Constance Towers. O filme mostra a história de uma mulher que resolve mudar de vida e vai trabalhar como enfermeira de um hospital infantil numa cidadezinha. Mas, logo descobre que a perfeição e tranqüilidade do lugar escondem um mundo hipócrita e mesquinho que não tem limites. Grande roteiro e direção num filme fundamental para o cinema norte-americano dos anos 1960. “'O Quimono Escarlate” foi produzido em 1959. Dois amigos, veteranos da Guerra da Coréia, trabalham juntos como detetives e estão encarregados de resolver o assassinato de uma dançarina. Mas durante a investigação se apaixonam por uma misteriosa mulher. “Paixões que Alucinam” é uma de suas obras-primas. Realizado em 1963, o filme mostra a ambição de um respeitado jornalista que se compromete a resolver um assassinato cometido num hospício. Para tanto, ele se interna como louco na própria instituição, mas lentamente vai se envolvendo com a loucura dos pacientes e perde o controle. Uma obra-prima repleta de metáforas políticas, sociais e raciais. “Casa de Bambu” foi dirigido em 1955 e tem no elenco Robert Ryan e Robert Stack. No Japão, ex-soldados americanos integram uma gangue violenta envolvida em assassinatos, jogos e assaltos. A morte de um sargento estadunidense coloca a polícia do exército americano no caso e, assim, um militar se infiltra na quadrilha. Samuel Fuller era um subversivo no cinema norte-americano. Sua obra foi esteticamente provocante e os temas de seus filmes eram polêmicos, fugindo do “american way of life” que reagia aos seus trabalhos pela sua coragem em tratar temas intocáveis como racismo. Filho de imigrantes judeus, seus pais alteraram o sobrenome da família de Rabinovitch para Fuller. Aos 17 anos já era repórter policial em Nova Iorque. Serviu no Exército dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, chegando a ser codecorado. Estreou na direção em “Matei Jesse James” de 1949. Muitas vezes, Fuller teve problemas com a produção de seus filmes por querer uma independência raramente permitida nos padrões de Hollywood. No final de sua carreira, dirigiu o excelente “Cão Branco”(1981) com tema racial, baseado em romance de Romain Gary, porém o estúdio Paramount não o lançou. Após o ocorrido, passou a residir na França, falecendo em outubro de 1997. Sua obra merece ser conhecida e debatida por aqueles que gostam de estudar o cinema.(Marco Antonio Moreira)

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