Continuo achando estranho que algumas pessoas que gostam de cinema em Belém e que tem seus blogs e formas de expressão pela internet, fiquem "chorando" a ausência de certos filmes em exibição nos cinemas locais. Deve-se reclamar mesmo a falta de certos filmes em nossos cinemas, mas enquanto se "chora" a ausência de títulos elogiados e premiados em nossa praça, acaba se perdendo a oportunidade de ver, escrever e divulgar os bons filmes que são exibidos aqui desde o Moviecom Arte até os filmes do Cine Estação e Libero Luxardo.
Não entendo essa postura. Reclama-se dos filmes do festival do Rio que dificilmente passarão aqui, dos filmes da mostra de São Paulo que só por um milagre podem chegar por aqui, e nessa postura, acaba se esquecendo das boas coisas que são exibidas nos cinemas locais e que são poucos prestigiadas. Querem um exemplo: "Santiago"(foto), belíssimo documentário e que é um dos melhores filmes que vi este ano, foi visto por poucas pessoas. Quem outro exemplo : "A Casa de Lava", filme português de altíssima qualidade foi visto por poucos espectadores no Olympia, com entrada franca.
E ai ? Como fica? Vamos ficar "chorando" o que não vimos nos cinemas ou vamos nos informar, ver e divulgar o que de bom se passar por aqui? Prefiro a segunda opção, sempre ressaltando a ausência de certos títulos em nossos cinemas. E você que gosta de cinema? Prefere ficar reclamando ou vai ajudar na divulgação dos bons filmes que temos a chance de ver aqui?
Marco Antonio Moreira
16 comentários:
hum...
è vero!!
reclamar é fácil!
Mobilização!
Bjos
Concordo plenamente contigo Marco, nada é mais irritante do que nego que diz que "ama" cinema e não se mobiliza nem pra ver filmes, muito menos pra fazer o cenário local funcionar. Pior aínda são aqueles que adorariam que nada tivesse acontecendo e ficam chorando que "no tempo do Adolfo isso e aquilo". Eu não sou viúva do Adolfo Gomes, procuro fazer a minha parte nessa estória de cinema em Belém mas não perco a chance de chorar tamém.
Choro principalmente por aqueles que se orgulham de ter 2 milhões de anos de crítica na cidade e insistem em dizer que Sangue de Pantera é um "clássico francês". Diferente de alguns amigos eu não acredito que a crítica local se tornou brocha e esclerosada. Pra mim ela sempre foi. Desde sempre se discutiu Robocop nessa cidade e é assim até hoje.Por isso eu choro.
Ficar chorando é realmente perder tempo, Miguel. Ser viúvo de coisas do passado tb, rsrs.. Agora, achar que a crítica local sempre foi brocha e esclerosada é falta de respeito.
Se houve alguma informação errada dizendo que "Sangue da Pantera" é clássico francês ou americano, isso acontece. Errar é humano. Vc não erra? Agora repito : chamar a crítica de brocha e esclerosada, acho desrespeito. Afinal, tem algum problema para você a crítica local ter 2 milhões de anos e ter mudado a cara da cidade nos anos 60/70/80?
Discordar, é normal. Não concordar com uma opinião de alguém é democrático. Agora desrespeitar quem já escreve há muito tempo sobre cinema, não. A sua geração não dá muito valor para essa galera da crítica local porque não viveu as dificuldades de não ver grandes filmes nos cinemas e essa turma, através de uma grande mobilização, mudou tudo isso, trazendo filmes para serem exibidos nos cines-clubes e criando um público com mais informação e opinião sobre o cinema. Agora, cada um te sua opinião mas nem por isso devemos classificar as pessoas e suas opiniões de uma forma desrespeitosa, pejorativa.
Tem que se contar uma outra história? Tem sim. As coisas vão pra frente. Se muito vale o já feito, mas vale o que será. Mas com respeito, amigo, senão, perdemos tudo e caímos no caos!
Olá, estamos organinzando um festival de Curtas no Amapá e gostaria de entrar em contato com a Associação aqui do Pará. Se alguém puder nos ajudar: dinizsena@yahoo.com.br
Valeu.
Olha ainda não coloquei nenhum opinião a respeito da Associação dos Novos Críticos, mas agora vou falar. Se as pessoas tivessem um pouco mais de conhecimento, entenderiam a importância que figuras brochas e esclerosadas como Pedro Veriano, Luzia Álvares, Acyr Castro, entre outros tiveram para a formação de um platéia crítica em Belém.
Fernando Segtowick
Só o fato de serem criadas salas de cinema com o objetivo de exibir filmes de arte já é algo notável. Procure isso em São Luiz, em Manaus, em Fortaleza e veja se você vai encontrar essa história?
Eu apoio totalmente as ãções de vocês, eu e adolfo durante muito tempo fizemos exibições no Líbero Luxardo na época da Associação Amigos do Cinema.
Acho que não temos a programação ideal de cinema que queríamos, mas temos 03 espaços que exibem filmes alternativos, um que vocês usam. Será que se não fosse por essas pessoas esclerosadas, esses espaços existiriam?
"E você que gosta de cinema? Prefere ficar reclamando ou vai ajudar na divulgação dos bons filmes que temos a chance de ver aqui?"... essa é minha grande questão!.. quero entender.. O sr. Marco Moreira recebeu elogios sim qnd foi exibido Casa de Lava, o sr. Pacheco qnd foi exibido Encarnação do demonio e Sangue negro.. o respeito de elogiar qnd se merece é o mesmo respeito de não passar a mão na cabeça qnd se merece vaia.. Somos todos adultos não?.. Pq APCC não divulga os filmes da APJCC, não são filmes bons de se ver? Pq APCC ignora a existência publicamente da APJCC? Pq não apoia, divulga? Pq ACCPA e não mais APCC?.. turvo viu? não entendo mta postura.. os tais blogs que criticam, elogiam tb, APCC nunca elogiou nada, nem apareceu, foi convidada e negligenciou, faz pose de presente e qnd aperta o rabo fala do passado.. sempre esperei mto da APCC, vários mitos povoaram minha mente.. (sendo brega) o amor se prova com atos.. que ato de amor pelo cinema eu presenciei da APCC? só ouvi falar...
Bom, vamos respondendo por partes o último post.
Este meu texto está dando o que falar...rsrs.
1)Primeiro, quando fiz o texto, não estava me referindo a ninguém especificadamente até porque não existem blogs de cinema somente da accpa ou da apjcc na cidade. Queria que ficasse claro isso. O texto não é nenhuma provocação mas sim um questionamento à todos que escrevem sobre cinema em Belém pois leio textos em revistas locais falando de filmes que passam em SP, em jornais locais que colocam matérias de filmes que não estão passando aqui, etc. e isto me causou uma reação. Por isso escrevi.
2)Sobre elogios feitos sobre a programação local por parte de vcs, ótimo. Estamos juntos nessa pois temos que mobilizar o público paraense para que se saiba o que de melhor se exibe por aqui.
3) Agora, pq a ACCPA não divulga a programação de vcs, sinceramente, precisamos achar uma forma de comunicação. Fico sabendo da programação pelos jornais. E quando recebo, já é tarde demais, pois "fecho" a minha coluna de jornal na quarta-feira. Sexta-feira, é que recebo e-mails sobre a sessão maldita que é sabádo. Como podemos divulgar no jornal assim? Agora, porque a ACCPA ignora a existência publicamente da APJCC, não entendi. Não vejo assim. Estamos juntos na programação do Cine EGPA e em qualquer situação que for necessária. Não entendi essa colocação. Se for por esse raciocínio, vcs não ignoram a ACCPA, simplesmente desprezam, chamando desrespeitosamente os criticos locais de brochas e esclerosados como escreveu o meu amigo Miguel (fale Miguel !!).
Mas prefiro achar que as coisas não devem ir por esse racíocinio por que invés de estarmos querendo discutir certas posturas, deveríamos sim estar juntos na mobizilização do público para que eles vejam o que de bom se passa por aqui. Não é melhor assim?
3)Outra coisa: pq ACCPA e não mais APCC. Pq isso é turvo para você? Vc acha que a mudança do nosso nome tem que haver com vocês? Desculpe, amigo, não tem nada que haver. Mudamos de nome por razões internas referentes a estatuto novo, novas metas, novas idéias, etc. Se vc acha que a mudança de nome tem que haver com a APJCC, lamento. Nada haver. Isso não é nem um pouco turvo. A mudança de nome é clara para nós que estamos dentro da associação e fazemos parte dela.
4)Como assim a ACCPA nunca elogiou nada, nem apareceu? Estamos em todos os eventos que somos convidados a participar como na UNAMA, IAP, EGPA, etc. Como assim fomos convidados e negligenciamos? Fazer pose de presente e "quando aperta o rabo fala do passado"? Que isso ! Senti um tom de desrespeito nessa colocação. Não entendi. Vc está falando da mesa redonda que ia ter com o pessoal da ACCPA e APJCC? Que eu saiba, semanas antes do encontro, me ligaram dizendo que tinha sido cancelado a mesa redonda e que uma outra data ia ser marcada. Depois disso, não tive mais sinal desse encontro. Não costumo fugir da raia, amigo. Estou acostumado com debates, argumentações. Eu e ninguém da ACCPA teria uma única razão de deixar de ir num encontro qualquer sobre cinema. Afinal, somos "criminosos" para fugir de qualquer mesa redonda, mesmo que seja com vcs? Vc tem idéia de quantos eventos já participamos para falar sobre cinema nestes últimos anos? Caso vc não saiba, tudo bem, mas não coloque que fomos negligentes ou esnobamos qualquer convite. Não precisamos de fazer isso. Vc acha que temos medo de alguma coisa? Fala sério, Mateus. Não entendi. Aguardo um convite de vcs para qualquer situação que envolva cinema. Seria um prazer podermos estar juntos e falar sobre cinema, procurando juntos saídas para melhorar o cenário local de cinema.
5) Gostei da frase: o amor se prova com atos.. Agora se vc não viu nenhum ato de amor ao cinema da ACCPA, só ouviu falar, paciência. Fique mais ligado no que estamos fazendo.
No mais,repito, se muito vale o já feito, mas vale o que será. Sinceramente, espero não estar se iniciando nestes posts pulicados uma ruptura desnecessária entre pessoas que no fundo, querem a mesma coisa: falar sobre cinema.Abraços ...
bom, eu não tenho muito o que reclamar, acho q aqui em Belém está passando o que há de melhor,e que deveria ter mais divulgação apenas isso...
bjão e adorei o blog...
1)na sua coluna tem os 10+ vistos no EUA e outro monte de coisas que não interessam à ninguém que vê cinema em Belém, um recorte de fofocas de Hollywood, isso não te causa uma reação?
2)falei que respeito é elogiar e criticar.. o que leva ao:
3)A gente "despreza" foi o termo que tu utilizou?... não! a gente critica! e isso é ter respeito, e não fingir que não existe.. a Luzia tem uma coluna diaria, voce tem uma coluna semanal, é papel de vocês irem atrás da programação.. pelo menos se vocês pregam por aí que divulgam programação de cinema e dizem pra todo mundo que é cinema o que importa e apoiam quem faz cinema.. se não faz o trabalho pelo menos não diga que faz.
4)a questão ACCPA e APCC foi pra fazer uma metáfora com o que APCC foi (o que eu ouço falar) e o que é agora.. mas também tinha uma desconfiança de que era por causa da APJCC, mas não acreditei que vocês fossem tão broxas a essa ponto não. Ainda acredito que exista uma minima potência.
5)no cine uepa fizemos convites formais ao Sr. Pedro Veriano e Dona Luzia Miranda Álvares para participar e fomentar o cineclubismo que estava no momento morto na cidade, a resposta recebida foi que Mosqueiro era um hábito a partir de sexta e era prioridade.. apesar deles terem sido vistos em outra situação nos mesmos horários comentando curtas para Unama no Centur... não estou condenando ninguem, lógico que eu não vou comprar briga com família de ninguém... cada um tem suas prioridades, se a minha namorada me convidasse pra tomar sorvete no mesmo horario que voce eu escolheria ela.. o negocio é fingir que faz o que não faz.. vamos ser honestos.. eu, Miguel, poderiamos fazer a politica dos bons costumes e tocar o negocio, mas o amor ao cinema e a ética da verdade fala mais alto.
A questão de ruptura e etc é a mesma babaquice que nunca vai morrer.. precisa ver mais Zé do Caixão Marco.. lembrar de Poderoso Chefão: "It's business, not personal.".. Lágrimas, crocodilos, já chega do complexo mosaico de ravena.
Bom, mais opiniões para discussão...
1)Na minha coluna semanal tem os 10 filmes mais vistos nos EUA e Brasil sim. Isso não te interessa? Tudo bem. Mas tem gente que se interessa em saber disso, e por isso existe essa seção na coluna. Outra coisa: eu falo fofocas de holywood na coluna? Escrevo sobre filmes que estão sendo produzidos, lançamentos em dvd, etc., mas fofocas...acho que vc leu em outra coluna, não na minha. Não faço esse tipo de coisa...
2) Para mim, respeito não é só elogiar e criticar. Respeito é também discordar com educação, o que às vezes não acontece por aqui..Citações como "brocha", "esclerosados", "quando aperta o rabo", me parecem ser bons exemplos do que estou dizendo.
3)Usei o termo "desprezo" pela forma como o Miguel se referiu ao pessoal da crítica local chamando de brochas e esclerosados. Por isso, usei o termo desprezo. Para mim, foi uma falta de respeito.
4) Nós temos que correr atrás da programação de cinema de Belém? Meu amigo, vc acha que a gente faz somente isso? Quando tem alguma atividade de cinema na cidade, as pessoas envolvidas enviam para os jornalistas o que está passando e onde está passando. Façam a mesma coisa. Vcs não tem alguém para informar a programação que vcs elaboram? Deviam ter. Agora te pergunto? O meu amigo Ronaldo Passarinho faz isso? Ele procura a programação para comentar? Vcs fazem isso? Pelo amor de deus...Vcs não mandam a programação das suas atividades e querem que a gente corra atrás? Lamento amigo, mas não é assim que as coisas funcionam. Caso tenha qualquer atividade de cinema, a gente publica com o maior prazer quando informado. Senão, teríamos que ficar só procurando a semana toda o que está passando na cidade, que felizmente está cheia de atividades na área de cinema.
5) Sobre a mudança de nome da associação, já disse o que tinha que dizer. Vcs não tiveram nada a ver com isso, de verdade.
6) O Dr. Pedro e Luzia vão em poucos eventos hoje, devido a questões pessoais que não competem a mim e nem a vc. Tenho certeza que não foi nada pessoal contra vcs. Lamento que eles não tenham atendido o convite mas eles não fingem que fazem e não fazem. Que história é essa, Mateus? Eles dizem que fazem e fazem sim, há muito tempo. Agora, se vc acha que pq eles não aceitaram o convite de vcs isso significa que eles não fazem, acho muito exagero, e vc ainda vem dizer no final do texto que usa a ética da verdade pelo amor ao cinema. Nossa, a verdade está somente com vc? Com mais ninguém?
7)Sobre a questão da ruptura, vc acha babaquice? Que pena. Paciência. Para mim, o cinema ensinou que a harmonia é necessária, mesmo quando as opiniões são diferentes.
Sobre ver mais Zé do Caixão,não obrigado. Já vi demais o Zé, inclusive seu último filme, que é muito fraco. Agora sobre lágrimas, não rolam mesmo. Somente um certo lamento de que estou perdendo tempo nesta discussão...Por isso, para mim chega, ok? Vamos ao cinema, que é mehor..Abraços..Bye!
Opa, Marco Antônio Moreira (vulgo Tio Marco heheeheh), entrei nesse blog há poucos dias e a polêmica ainda não havia começado com estas formas... mas agora, vou comentar! hehe =)
Enfim, vendo o que o pessoal escreveu aí em cima, vemos que ainda há muita pretensão e, quem sabe, algum ciúme por parte de algumas pessoas em relação aos críticos veteranos de cinema daqui do Pará, como são o senhor, o seu Pedro Veriano, a dona Luzia e tantas outras pessoas que, antes de nascermos, já estavam aí, defendendo o circuito de cinema (alternativo, comercial, seja o que for) de nosso estado... portanto, vamos à minha – acredito – válida opinião sobre o debate que se iniciou aqui...
Bom, como o senhor sabe, eu escrevo semanalmente sobre cinema para o Amazônia e, às vezes, para O Liberal, e agora estou colaborando com a Living também. E olha, todas as vezes em que estou diante da tela, escrevendo um texto (ou "resenha", como pretensiosamente ele é classificado) para publicarem, sempre penso em como ainda sou “verde” nessa área... às vezes, falta repertório, faltam comparações, faltam idéias.
Isso se dá, principalmente, porque ainda sou um dos “novatos” da comunidade cinéfila; ou seja, um amante de cinema que gosta de escrever sobre cinema, mas ainda não é um crítico. Estou, por sinal, muito longe de o ser e, quem sabe um dia, poder conversar sobre o assunto com o senhor ou com o pessoal da Associação de Críticos Cinematográficos, e digo isso com muito orgulho de ser humilde e saber de minha insipiência.
Enfim, logo que comecei a freqüentar assiduamente o circuito alternativo e comercial de exibições de Belém, confesso que me bateu aquela pontada: pô, porque o Moviecom está fazendo isso, coisa e tal? Cadê o “bom” cinema? Cadê a antiga geração de exibidores e entusiastas do cinema em Belém? Talvez pelos hormônios, talvez pelo parco conhecimento que tinha à época do que é o mercado de exibições, comecei a, às vezes, imprimir esta idéia em minhas críticas.
O tempo passou, comecei a observar com mais cuidado a minha cidade e, assim, criei as bases para uma nova opinião, a qual o senhor bem sintetizou neste texto aí em cima, razão de tanta polêmica. Muitas vezes, as pessoas tendem mais ao lamento que à ação, e ficam criticando ao invés de abrir os olhos e ver que, sim, muito tem sido feito para melhorar a situação. Isso não é exclusivo do cinema, é também normal na política (quem nunca reclamou das coisas e votou no candidato que as fez no dia das eleições?) e em outros segmentos culturais, como o mercado de música e de teatro, dança... meus meses de vivência na editoria de cultura já me deram essa experiência. O que não falta são pessoas “contra isso que tá aí”, contra a tal da “ferrugem” que atribuíram à sua figura, mas que, de fato, pouco sabem sobre o que estou falando. É complicado.
Aqui, assumo algumas falhas minhas: em uma das respostas, o senhor comentou sobre o fato da revista, em que alguém fala sobre a questão de ter visto filmes em São Paulo. É, de fato fui eu quem escreveu isso, na Living Leal Moreira mais recente. Confesso que, ali, a linguagem que era dedicada a elogiar a idéia de locar filmes ao invés de ir ao cinema ficou com cara de crítica pretensiosa, e realmente me sinto mal de ter, de alguma forma, feito coro a certas visões equivocadas. A intenção não era essa. Como o senhor, vejo a movimentação em projetos como o Moviecom Arte, vejo a atividade do Cine Olympia (do qual espero ansiosamente o retorno, pois adoro gazetar aulas por lá com a Mayara), do Cine Estação, do Cine Líbero Luxardo.... Enfim, acho que todo mundo está fazendo sua parte, e cada vez mais aprendo a valorizar o que cada um tem a dizer – e é isso que me deixa revoltado: por que, então, quem está do lado da juventude – do meu lado, ao menos era o que imaginava – consegue ter a pretensão de levantar a voz e fazer críticas severas, até mesmo agressivas, a pessoas como o senhor e os demais membros da ACCPA. Afinal, vocês são a voz da experiência, e quem ataca vocês certamente está indo contra um grupo fundamental.
Gostaria de lembrar que, pessoalmente, admiro muito as atividades da APJCC, que tem projetos legais como o Cine Uepa, o Cinema na Casa e as sessões em parcerias com o Líbero. Já fiz diversas matérias divulgando o trabalho do Miguel, do Mateus e dos demais membros do grupo, e sempre que posso elogio as iniciativas deles... Mas, já que aqui foi aberto o espaço, deixo uma dica à APJCC: menos, menos, pessoal... quem somos nós para falar desta forma com pessoas de bem, que nunca, de jeito algum, conspirariam contra a Sétima Arte que dizemos conhecer a fundo, do alto de nossos 20, 30 anos de idade?
Façam como eu, assumam o erro e aprendam a mudar de opinião, assumir que as coisas estão melhorando – afinal de contas, o mundo é dinâmico, e vocês não estão mais condenados a ficar na casa de vocês chorando a ausência do filme novo do Zé do Caixão nas salas comerciais. Como tantos outros filmes “Cult”, ele está em duas salas do Moviecom, lado a lado com nossos cinemas underground, nossas locadoras e os demais projetos que, se Deus quiser, farão de Belém uma cidade cada vez mais cheia de espectadores conscientes e críticos, como vocês, da APJCC, querem; e principalmente, como a ACCPA, antiga APCC, quer há décadas e décadas. A situação pode não estar 100%, mas está caminhando rumo a esta meta. Portanto, é melhor estar unido e aprender a conviver com gente mais experiente e vivida sem querer se igualar por meios escusos.
Guto Lobato
Toda essa discussão, me fez lembrar de muita coisa, do tempo da Associação dos Amigos do Cinema. Era 1993 e no curso de comunicação social da UFPA, formou-se esse grupo que tinha Adolfo Gomes, eu, Ana Prado, Luiz Flávio, Sales, Andrea Ponte Souza e outros afim de discutir cinema (na época, comemorava-se no mundo todo, os 100 anos da 1a exibição de cinema, aquela em Paris).
Toda semana passamos filmes de alguma época ou movimento importante (realismo, expressionismo) sempre em ordem cronológica. Toda sexta-feira, implementou-se o formato de apresentação-exibição-discussão, com vhs cedidos pela Fox Vídeo.
Depois de 01 ano, houve, na época, o risco de o cine teatro Líbero Luxardo desaparecer. O cinema estava em péssimas condições. Surgiu então a idéia de levar o Amigos do Cinema para lá. Não havia DVD, nem Internet, logo voltamos mesmo fora de época, a exibir em 16mm, filmes alemães, ainda inéditos em Belém. Pagando o transporte dos filmes e indo buscar e deixar toda semana, o projetor16 que tinha na casa de estudos germânicos, na UFPA. No dia do lançamento do projeto, qual nossa surpresa? O esperadíssimo Caixa de Pandora estava com os subtítulos em inglês! E assim vários filmes, tinhamos que traduzir e Luisão lia os títulos em um microfone, para melhor compreensão do público. Mas nossa necessidade de ocupar o Líbero era tamanha que ultrapassava as condições de exibição. Durante a projeção de "Princesa das Ostras", de Lubstich, por exemplo, chovia na frente da tela.
Os Amigos do Cinema não existe mais, eu e Adolfo migramos para a APCC. Adolfo seguiria o caminho de programador e curador (um dos melhores do Brasil inclusive).
Nessa momento, também tinha dificuldades para entender a postura dos membros da APCC. Eu sempre mandava lista de melhores do ano como leitor para a coluna da Luzia e aprendi muito sobre trilha sonora na coluna do Marco Antônio (que na época nem conhecia). O dr. Pedro, principalmente, gosta de sair rapidamente do cinema, o que pode ser interpretado como antipatia. Mas depois de ser recebido por eles na antiga casa da general Gurjão, descobri que como todos nós, eles são apaixonados por cinema e assistem, às vezes, mais de 1 filme por dia, vão sempre ao cinema. Quem dera eu tivesse toda essa vitalidade.
Para a Associação dos Jovens Críticos, acho que todos estamos no mesmo barco, eu mesmo nunca fui em nenhum sessão porque o horário de 18h30 (para as sessões da casa da linguagem) são imcopatíveis com meu horário de trabalho. É um conflito de gerações, isso é normal, acho que os movimentos de aproximação devem ser respeitosos e que vão acontecer gradualmente, não é desrepeitando que as coisas vão melhorar, vocês não acham?
Até quando um pretenso passado glorioso vai jusificar uma prática incipiente?
A muito tempo que só o Passarinho escreve CRÍTICA DE CINEMA nos periódicos locais. A minha angústia não e´em relação a ACCPA exibidora e sim a ACCPA crítica. Respeito profundamente a luta pela exibição de pessoas como o Pedro Veriano e o herói, Alexandrino Moreira que assumiu diversos riscos movido por um tesão irracional pelo cinema.
Agora respeito tanto esses indivíduos que me vejo incapaz de, num ato condescendente, passar a mão na cabeça deles quando a realidade me mostra uma postura enganadora e desapaixonada.
O "erro" de Sangue de Pantera é extremamente revelador. Quando eu li isso, pensei: esse bicho não sabe nem o que ele vai comentar? Ele leu o nome "Jacques Tourneur" e pensou que o filme era francês? Ele está fingindo (munido dos seus mais de 20 anos escrevendo texto e às vezes recortando e colando sinopse de dvd)que sabe uma coisa que não sabe. ISSO pra mim é pedantismo e desrespeito. errar é natural, mas por que o erro não foi consertado quando reconhecido? Me parece que o silêncio era mais conveniente.
Esse exemplo de "se colar, colou" reforça a auto promoção de algumas lendas intocáveis. Ninguém é intocável! Todo mundo deve se respeitar, aceitar e agredir quando o assunto é cinema. Fui e sou desrespeitoso unicamente por que sou movido por uma paixão irrefreável e violenta pelo CINEMA!
O Sr. Dr. Pedro Veriano por ser um sujeito que discute cinema HOJE deve ser lido pelo que faz HOJE. E uma postura de "tadinho do velhinho" é mais ofensiva do que a minha cri´tica.
Eu não acredito na entronização de entidades super inalcançáveis. A minha luta é por um cinema e por uma crítica viva e violenta. A medida que um sujeito é posto na condição de intocável por uma geração mais nova, obediente e passiva ele é automaticamente mumificado.
Eu não queria ter que agredir ninguém, mas quando o cinema é utilizado pra auto-promoção de uma elite de senhores "com problemas de virilidade e de lucidez" eu não posso e nem devo me calar.
O Cinema é minha mulher.
O cinema sou eu.
e em sua defesa eu vou pra porrada com quem for até com os respeitosos e experientes semi-deuses da cinefilia paraense.
Miguel Haoni
Muito foi dito, e não sei se vou soar repetitivo, mas acho importante deixar claro algumas coisas. Bom, sou membro da APJCC e acho que é indispensável que se leve em conta que durante todo o primeiro semestre desse ano, e parte do segundo, a APJCC foi responsável pela realização de 3 sessões de cinema por semana na cidade (o Cine Uepa, o Cinema na Casa e a Sessão Maldita). Todas essas sessões deram origem a uma vasta produção de escritos sobre cinema, e em 2 delas (o Cine Uepa e o Cinema na Casa, que por motivos que não vêm ao caso já não conta mais com nossa participação) houve a realização de debates sobre as obras exibidas.
A APJCC ama o cinema. E não apenas quer exibi-lo, mas discuti-lo.
O que acho espantoso é a recusa que os membros da ACCPA tem em rever conceitos e pontos de vista. É dito que nós nunca mandamos o material a ser diviguldado para os membros da ACCPA. Bom, eu pelo menos nunca ouvi falar de um colunista que espera que lhe seja mandando o material que deve constar em sua coluna, mas digamos que seja essa a questão, eu perguntaria como se explica que diversas sessões do Cine Uepa, do Cinema na Casa e todas as sessões malditas tenham sido divulgadas em vários veículos de impressa (entre estes o jornal onde o Sr. Marco Moreira mantém sua coluna)?
Faço coro à postura do Miguel de questionar o que está sendo feito HOJE na cidade no que diz respeito a cinema e gostaria ainda que fosse compreendido que a questão aqui não é provar quem está certo e quem está errado ou qual postura é a mais correta, o imprescindível é que aqueles que AMAM cinema pensem suas atitudes e se perguntem se não podem (e querem) fazer mais pelo cinema em Belém.
Felipe Cruz
Muita coisa foi dita pelos "jovens" da APJCC, mas eles confudem duas coisas: crítica e fomento. Não avalio os textos que leio vindos de membros da APJCC como crítica de cinema, são reflexões e pensamentos sobre o que eles consideram grande cinema. Uma coisa concordo, os "jovens" são grandes fomentadores do "ver" cinema. Os membros da jovem associação, que falam como velhos resmungões, deveriam se desarmar e aprender a respeitar se não a crítica, coisa que eles não fazem de fato, mas a postura histórica de fomentadores do cinema local. Tem algum realizador de cinema na APJCC? Parem então de falar sobre cinema e façam então. E uma dica: mudem também esse nome, tirem esse "jovem" por que vocês são uns velhos. Abraço ao Marco e todos da nova Associação de Críticos de Cinema do Pará.
Esclarecendo.
Alguns membros da APJCC já estão produzindo alguma coisa de cinema sim.. em breve sai..
Esclareça-me, por favor, Ramiro Quaresma.
O que é crítica? Não "são reflexões e pensamentos sobre o que eles consideram grande cinema."? O que é? colar sinopse de dvd e chamar o público pra assistir, é isso crítica? Me esclareça.
Outra coisa: APJCC fomenta o ver cinema porque é o mais urgente na cidade.. se isso tivesse sendo feito, com certeza estaríamos todos felizes e nos dedicando a ir ao cinema todos os dias e fazer criticas de coisas atuais... e a proposito, se alguem quiser me dar um emprego de critico eu aceito.
Você que confunde tudo ou somos nós? Se somos nós, seja gentil, Quaresma, esclareça.
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