Não queria entrar na ciranda dos comentários sobre cinema local, especialmente a critica local. Mas seria como se eu me trancasse na torre de marfim dos que se julgam deificados e por isso alheios aos ataques de quem quer que seja. Afinal, os raios sempre caíram de cima pra baixo, a julgar por Zeus. E como eu não estou no Olimpo (só não perco lugar no Olympia de Belém) decidi entrar na farra.
Primeiro:gostaria que me informassem quando saiu e onde a matéria que trata o “Sangue de Pantera” de Jacques Tourneur como produção francesa. Quando e quem escreveu. Eu revi meus textos e não vi cochilo deste tamanho (podia cochilar, sou humano). Mesmo porque prezo história do cinema. Este “Sangue...” eu cheguei a passar em casa, numa cópia 16mm, por volta de 1952 (engraçado é que passei primeiro “A Maldição do Sangue de Pantera”de Bob Wise e Gunther Fisher feito depois) é o primeiro de uma série ilustre produzida por Val Lewton na RKO. Bem Hollywood.
Segundo: o nome APCC foi dado por Acyr Castro, Ariosto Pontes, Edwaldo Martins, Paulo Sérgio Macedo, Rafael Costa e Alberto Queiroz, fundadores da associação em 1962. Do grupo só estão vivos os dos primeiros. E Acyr, ainda participante de cinema, não concordou com os novos estatutos da entidade. Em respeito a ele, mudou-se o nome. Não quer dizer que a APCC morreu. Ela existe com o Acyr presidindo.
Terceiro: tenho um blog (verianoalvares.zip.net) mas não me furto a escrever para o da ACCPA criado pelo meu amigo Marco Antonio. O que me for possível estará na contribuição a tudo que a nova associação fizer. Eu presidi a APCC por longos anos e no ano passado achei que era hora de gente jovem: indiquei o Marco.
Quarto: sempre prestigiei críticos novos. A APCC adotou o pessoal da ACA (creio que o nome era este) composto por José Otávio Pinto, Vicente Cecim, Alfredo Higashi e Ronaldo Elleres. Depois abrigou críticos que colaboravam em colunas de forma avulsa, especialmente na de Luzia (que este ano completa 36). Aliás, o estatuto da APCC previa que se uma pessoa está escrevendo sobre cinema por mais de um ano ela, automaticamente, faz parte do grupo. Por isso é que eu acho que muita gente já devia estar no quadro da jovem ACCPA, ou, se quiser, formar um novo grupo (para não criar ciumadas) onde caiba todo mundo.
Qunto: pode me chamar de velhinho embora não me sinta. Recuso é o diagnostico de esclerosado e brocha. No primeiro caso meus níveis de colesterol estão OK. No segundo, jamais tomei Viagra. Brocha só de pintor de parede- e eu nunca pintei parede.
Sexto: gosto de debates e sempre uso de humor no que escrevo. Simplesmente porque acho que a critica é a cara do critico. E sei que sou muito afobado, muito “elétrico”. Por isso saio do cinema com os créditos finais ainda na tela. Habito que veio de um tempo em que se dizia que um cinema da praça ia desabar. Eu corria antes do estrondo.
Bem, é o que tinha a colaborar na discussão em torno de críticos & critica & programas. Um blog é feito para discutir. Parabenizo o Marco por este “nosso” estar dando certo. Escrevam mal e mal mas escrevam. (Pedro Veriano)
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
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7 comentários:
Vou tirar suas dúvidas doutor.
1)"Agora, no dia 29/09, o próximo filme programado pela ACCPA no Cine Clube Alexandrino Moreira será o clássico “O Sangue da Pantera” de Jacques Torneau. Entrada franca às 19 h. Não deixe de ver. É um clássico do cinema francês que influenciou muitos cineastas e que merece ser conhecido pelas novas gerações de cinemaníacos." O cochilo foi dado pelo nosso jovem amigo Marco Antonio. E foi publicado neste mesmo blog, que você não se furta a escrever.
5)os termos "brocha" e "esclerosado" não foram utilizados como ataques pessoais a sua saúde Dr.Pedro. Não se defenda com exames médicos. Foram termos metáforicos destinados à postura da ACCPA. Já é visto que "brochura" não depende de idade. E a questão de você sair rápido do cinema também não incomoda ninguém, creio, e isso não entrou e nem vai entrar em discussão.
qualquer outra dúvida é só falar, abraço.
Eu acredito que a nossa postura revela uma irresponsabilidade extrema. De certa forma temos muito pouco a perder ao tentarmos romper com a corrente que a décadas se utiliza da passividade e da bajulação pra alçar cargos de respeito. Nada que eu fizer aqui me impedirá de continuar vendo filmes e fazendo textos quando me der vontade. Nada poderá me impedir de pegar uma câmera e, a maneira de Mojica e Cassavettes, fazer os filmes que eu quiser. Quanto a isso eu não preciso temer apesar de ao meu redor muita gente entrar em pânico pela minha postura em relação aos poderes constituídos. "mas tu vai fechar todas as portas pra ti". A única porta que me interessa na verdade é a do cinema. Não temo correr riscos. Diferente do grupo que abunda preguiçosamente os tronos da cinefilia local munidos de uma côrte de sequazes que definitivamente não possuem uma relação visceral e irrefreável com o cinema. Estes possuem um status para defender.
Lembro a uns meses atrás, eu trabalhava no Curro Velho e fui apresentado a um foto´grafo, pela então minha chefe, como diretor da APJCC.
Ele disse: "Hum... é uma oposição a APCC"
Respondi:"Exatamente!"
E ele mandou: "Ê rapá! Cuidado! Se eles quiserem tu não existe..."
Eu fiquei então boquiaberto. O sujeito acabou me dizendo qual a relação da geração anterior em relação às "autoridades" da cinefilia local.
Silenciosamente eu trepliquei: "é o que veremos..." e durante o ano inteiro a extensa programação da APJCC foi muito bem divulgada nos meios de comunicação, mais notadamente nos jornais impressos. Mas o silencio sepulcral da ACCPA era aterrorizante.
De fato isso nunca fez diferença real pra nós, mas aquilo me parecia no mínimo estranho...
Estes senhores vão ignorar o que está acontecendo?
Penso por exemplo numa assessoria de comunicação de não-sei-onde enviando os dez mais de bilheteria nos E.U.A. ou as fofocas de Hollywood pro Marco Moreira. Isso DEFINITIVAMENTE não acontece. Isso é pesquisado. O sr. Marco Moreira senta na frente do computador e , assim como eu e você, em 2 minutos tem todas essas informações na mão. Porque não os serviços da APJCC? Boa pergunta. Pensamos até em mudar o nome pra Associação Ivisível dos Jovens Críicos de Cnema, mas como eu havia dito isso não tem muita importancia. A cagada é dizer que faz e não fazer. Isso é enganação.
A cereja do sorvete foi quando num belo dia o sr. prof. dr. Pedro Veriano decide divulgar a Sessão Maldita e o filme Tortura. Uma notinha linda falando que ele não frequentava mas acompanhava de longe e aplaudia e blá,bláblá. Tudo certo mas nada de APJCC. Depois o Mark, que programa a Maldita, me disse as ondas que eles tiveram com o CENTUR em relação ao crédito no mês de setembro. "Coincidentemente " no dia que, por engano, a Assessoria de Comunicação do Líbero subtrai o crédito da APJCC na Maldita, o informado Pedro Veriano divulga o filme.
Acredito que se o Cinema na Casa ou o Cineuepa fosse realizado respectivamente pelo Curro Velho e pela Universidade do Estado, coincidentemente eles seriam dignos de um espaço na prestigiosa divulgação daqueles que "lutam" para manter-se no trono...digo, para manter o bom cinema na cidade.
Falando de cinema acredito que a partir de agora é conveniente começar a falar disso e de qual o tratamento dado pela ACCPA ao assunto.
Um primeiro exercício simples é tentar localizar uma grande, apaixonada ou minimamente inteligente crítica nesse blog assinada pelo sr. Pedro Veriano, Marco Moreira ou Luzia Miranda Álvares nesse blog. Peço-lhes encarecidamente que se proponham esse desafiuo e nos apresente 1 resultado que seja. Prometo calar a minha boca a partir de então.
Miguel Haoni
Eu não irei opinar e nem escolher um lado nessa discussão. Mesmo porque: não moro em Belém - mas sou paraense - e nem faço parte de nenhuma das associações. Não seria justo julgar o trabalho de ninguém de longe.
Mas eu espero que ACCPA responda às indagações feitas pela APJCC. Antes dessa discussão - que começou alguns posts abaixo - ninguém respondia aos comentários dos leitores deste blog.
Blog não tem o mesmo formato da crítica feita para mídia impressa. É preciso, sim, que todos os comentários sejam respondidos mais rápido possível, que se tenha uma comunicação direta e rápida com quem se dispõe e ler e visitar o blog.
Eu, por exemplo, percebendo que os responsáveis pelo blog, nem se davam davam o trabalho de responder os comentários, nunca mais tinha voltado aqui. Só agora.
Fale Breno,
Seja bem-vindo, grande shyamanista. Apareça sempre.
"Não queria entrar na ciranda dos comentários sobre cinema local, especialmente a critica local. Mas seria como se eu me trancasse na torre de marfim dos que se julgam deificados e por isso alheios aos ataques de quem quer que seja. Afinal, os raios sempre caíram de cima pra baixo, a julgar por Zeus. E como eu não estou no Olimpo (só não perco lugar no Olympia de Belém) decidi entrar na farra."
mas que porra, quanta viadagem pra começar um texto. Foste aluno do Olavo Bilac?
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