domingo, 22 de novembro de 2009

"MICHAEL JACKSON : THIS IS IT"


“MICHAEL JACKSON : THIS IS IT” de Kenny Ortega. Depois da morte inesperada do cantor e compositor Michael Jackson em junho deste ano, muito se falou do que se poderia fazer com as imagens gravadas dos ensaios daqueles que seria seus últimos shows. A preocupação, especialmente dos fãs, era que houvesse uma abordagem sensacionalista onde poderiam ser evidenciados vários aspectos da carreira de Jackson, procurando levar o público em geral às lagrimas. Mas felizmente o resultado do trabalho do diretor do show e do filme, Kenny Ortega, é acima do esperado. O filme foca suas atenções na forma como tudo estava acontecendo nos bastidores deste grande show, evidenciando o convívio de Jackson com os músicos, sua preocupação em fazer o melhor possível com as coreografias, o respeito que ele tinha com os dançarinos e músicos que o estavam acompanhando e principalmente, mostrando um Michael Jackson absolutamente normal, humano, em busca do melhor na sua voz e na sua dança. A montagem do filme, limitada por algumas câmeras, fez um trabalho excelente, procurando destacar além de Jackson, os músicos e os dançarinos, o palco do show e os efeitos especiais de luz e cenografia que estavam sendo preparados. Mas acima de tudo, o filme confirma que Michael Jackson cantava e dançava como nunca. Muitos diziam que ele não daria conta de fazer os shows, que ele não estava preparado para voltar ao show bussiness, e que ele jamais se recuperaria depois de tantos problemas na sua vida pessoal. “This Is It” prova ao contrário. Jackson como cantor, compositor e dançarino tinha muito que oferecer e ainda influenciar. Sua voz estava melhor do que nunca e seu talento estava ali forte e firme. Infelizmente, todo esse ensaio acabou ficando para a história sobre uma volta triunfal que acabou não acontecendo devido sua morte, mas de alguma forma, o filme homenageia a longevidade da música e do talento de Michael Jackson, que no final das contas, agora é mais forte do que nunca já que depois de tantos anos sendo considerado como um maluco ou excêntrico, a imprensa em geral voltou a evidenciar o que ele tinha de melhor : seu talento musical. É claro que no final, apesar do diretor fugir de qualquer momento que lembrasse a morte recente de Michael, ficamos com uma sensação estranha do que ele ainda poderia fazer e de como o show ia ser fantástico. Mas a sua música não morrerá nunca. E em cada sessão do filme nos cinemas, Michael foi homenageado. As palmas do público que ele teria nos shows, e que não teve de forma grandiosa nos ensaios (com exceção de quem teve o privilégio de ver os ensaios ao vivo), por ironia do destino acabaram acontecendo dentro das salas de cinema quando ao final de cada sequência musical, o público aplaudia. Por isso tudo, “This Is It” conquista o espectador, especialmente aos fãs de Michael Jackson como eu. Agora é esperar pelo DVD do filme que certamente terá mais material dos ensaios para serem vistos.

Marco Antonio Moreira

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Por Trás das Câmeras

Em 1952, ano de produção de “Assim Estava Escrito”(The Bad and the Beautiful), Hollywood experimentava a liberdade com a perda da rigidez do Código Hayes,aquela censura interna que modulava os filmes de forma a proibir, por exemplo, amostragem de cama de casal (Frank Capra levou isso na gozação numa cena do seu “Nada Além de Um Desejo”(Hiding High). O público pedia ousadia e o neo-realismo italiano, paupérrimo, começava a faturar como coisa de rico. A idéia de um filme que criticasse o sistema de produção de Hollywood surgiu quando o roteirista Charles Scheer leu um conto de autoria de George Bradshwa publico na “Ladie’s House Journal” o arremedo norte-americano do nosso, então, “Jornal das Moças” (no fim do ano ganhava status de “Anuário das Senhoras” – como se as moças de todo mês casassem antes de dezembro). Nesse conto o chefão (tycoon) de um grande estúdio pedia para uma atriz, um roteirista e um desenhista de produção que ajudassem um produtor antes de renome e hoje amargando o ostracismo num hotel em Paris. A trinca guarda mágoas desse cara. Dentre muitas sacanagens que ele fez, há um empurrão na mulher do roteirista para os braços de um galã mexicano para deixar o maridão trabalhar em paz. O ato rendeu azar: cai o avião em que o par viajava e o roteirista só permanece trabalhando para o produtor até quando este solta a língua e,brincado, conta que”ainda bem” a madame foi passear com o latino. E também a atriz amarga um romance fortuito que o cara alimentou até quando ela lhe servisse como intérprete. A história deu no roteiro premiado com o Oscar do ano. E no filme que Vicente Minnelli dirigiu com aquele talento que tinha (duvidar é meter o rabo entre as pernas vendo “Sinfonia de Paris”, “Sede de Viver” e “Gigi”). A Metro, que na época era a mais festejada fábrica de sonhos, ousou brincar com o seu umbigo. Walter Pidgeon como o dono da bola, digo do estúdio, seria uma espécie de Irving Thalberg; Lana Turner, a imagem da própria; Dick Powell a lembrança de Faulkner e Kirk Douglas, no papel central, um David O. Selznick, inteligente e ambicioso a provar que essas qualidades é que fazem (ou faziam) cinema classe A.
“Assim Estava Escrito”rendeu 5 Oscar e boa renda. Bastou para muita gente seguir a trilha e choveram filmes sobre fazedores de filmes. Um foi radical: “A Grande Chantagem”(The Big Knife) de Robert Aldrich. Neste havia uma cena em que um personagem perguntava:”-Quem faz bom filme aqui ? Stanley Kramer ? “(Kramer era o mais festejado independente, na verdade muito hábil ao dar chance a novos diretores e trabalhar com baixo orçamento).
Mas vale a pena rever hoje o filme de Minnelli. Mostra que os deuses das telas não são como os do Olimpo que geraram os super-heróis dos gibis modernos. A gente que lia Cinelândia e Filmelandia não imaginava Lana Turner fazendo cocô. É claro que Minnelli não chegava a tanto, mas tirava da estrela uma aura de impecável em formosura. A maquilagem conseguia o milagre de fazê-la parecer sem maquilagem. E que prazer ver uma chance à Gloria Grahame (Oscar de coadjuvante), grande atriz sempre relegada a papéis de vamp no desvio. Ela e Gilbert Roland dizem que a turma do segundo escalão pesava muito.
Sei lá, mas o leão da Metro, a partir daí, passou a urrar diferente. Até que ficou rouco.
Ons- "Assim Estava Escrito"será exibido na 3aFeira, dia 24-11 às 18,30 no Cine Clube Pedro Veriano (Casa da Linguagem-av Nazaré esq. de Assis de Vasconcelos. Entrada Franca.Promoção da ACCPA

(Pedro Veriano)

"O PICOLINO" NA SESSÃO CINEMATECA DIA 22/11/09 ÀS 16 H


Original; Top Hat- EUA, 1935
Direção de Mark Sandrich
Roteiro de Dwight Taylor e Allan Scott
Fotografia de David Abel
Música de Irving Berlin
Elenco: Fred Astaire, Ginger Rogers, Eward Everett Horton,Erik Rhodes.
Resumo do argumento: O dançarino americano Jerry Travers(Astaire) treina sapateado no hotel, em Londres, mas com isso atrapalha o sono da hospede Dale Tremont (Ginger).Eles acabam se conhecendo melhor e se apaixonando. Motivo para dançarem muitas vezes juntos e viverem uma confusão quando ela pensa que ele é noivo de sua melhor amiga e ela se envolve com um costureiro chamado Beddini(Rodgers).

Importância Histórica: O filme é dos muitos que a dupla Astaire & Rogers fez na RKO. Mas acabou sendo o mais conhecido e admirado. E isto se deve à musica de Irving Berlin e a coreografia de Hermes Pan, especialmente a do numero “Cheek to Cheek”, usado por Woody Allen no seu “A Rosa Púrpura do Cairo”. Conta-se que os dançarinos se odiavam e na famosa seqüência de dança em que ela usa um vestido com plumas essas estimulavam a alergia respiratória de Astaire que tudo fazia para não espirrar. Rodado em preto e branco com uma Veneza moldada em estúdio, é um exemplar feliz do cinema que se fazia nos anos 30 quando ainda o som era uma atração toda especial para o espectador acostumado com os filmes mudos.

SESSÃO CINEMATECA
"O PICOLINO"
Cine Olympia
Domingo dia 22/11/09
16 h
Entrada Franca
PROGRAMAÇÃO : ACCPA
Próximo Programa:
Domingo Dia 06/12/09 - “HAMLET” de Laurence Olivier

"UM ROMANCE DE GERAÇÃO" NO MOVIECOM ARTE DE 20 À 26/11/09


"UM ROMANCE DE GERAÇÃO"
Duração : 80 minutos
Gênero: ComédiaExibição: Moviecom Sala 04
Horário: 16:25 h
Sinopse: Carlos lançou um livro que a crítica adorou, mas nunca mais escreveu outra obra. Esquecido, entrega-se à bebida e às corridas de cavalos. Até que uma jornalista aparece para entrevistá-lo. Como é sua grande chance, ele inventa livros que nunca escreveu, em umdivertido e ácido duelo.


APOIO : ACCPA

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

SESSÃO AVENTURA

Quem está na casa dos 60 (ou mais) deve lembrar (provavelmente com saudade) as “Vesperais Passatempo”, programa dos sábados às 5 da tarde do cinema Olímpia, quando se exibia uma série de seriado de aventuras e muitos curtas e médias metragens sobre diversos assuntos. A sala ficava repleta de estudantes e antes da sessão começar tinha uma espécie de ritual com o sr. Agenor Garcia, não se sabe se por loucura ou vaidade, fazia questão de entrar carregado por espectadores, acenando como se estivesse em campanha política(e mais tarde ele foi, mesmo, candidato a vereador).
Normalmente “fita em série”,como também os faroeste B e as aventuras modestas, não tinham guarida em um cinema “de primeira” como o Olímpia (apesar de, na época, ter sido alvo de protestos por não acionar com melhorias como poltronas estofadas e ar condicionado). O tipo de programa ia para o Iracema, o Moderno, o Independência, ou as salas de bairros (Guarani, Popular, Íris, S. João, Universal etc). Mas a exceção dos sábados era festejada até por ser motivo de encontros. Verdadeiras torcidas iam ver os heróis dos quadrinhos em proezas tratadas com efeitos hoje considerados amadoristicos.
Pois a boa nova é que o tipo de programa está de volta. A ACCPA (Associação de Críticos Cinematográficos do Pará) anuncia que a partir do dia 29, e em domingos alternados, sempre às 4 da tarde estará exibindo no velho Olímpia uma série (2 episódios) e um filme B que justifica o nome da sessão(Sessão Aventura).
A entrada é grátis, o que não acontecia no passado. A projeção é em data-show. Mas quem quiser rever os velhos tempos é só experimentar. E levar os netos. Pode ser que eles peguem a mania dos vovôs.
O primeiro programa consta de “As Aventuras do Capitão Marvel” 1ª. Série e “O Filho de Tarzan” com Johnny Weissmuller, Maureen O’Sullivan e gente boa da MGM com direção de Richard Thorpe (que faria “Os Cavaleiros da Távola Redonda”, primeiro cinemascope do estúdio).
É uma viagem na máquina do tempo. E um mundo novo para quem nasceu agora.(Pedro Veriano)

sábado, 14 de novembro de 2009

"GLÓRIA FEITA DE SANGUE" DE STANLEY KUBRICK NA SESSÃO CULT DIA 21/11/09

"GLÓRIA FEITA DE SANGUE"
Original: Paths of Glory-EUA,1957
Direção de Stanley Kubrick
Roteiro de Calder Willingham, Jim Thompson e Stanley Kubrick baseado no livro de Humphrey Cobb.
Fotografia de George Krause
Música de Gerald Fried
Procução: BRYNA(Kirk Douglas)
Elenco: Kirk Douglas, Adolphe Menjou, Ralph Meeker,George Macready,Wayne Morris,Richard Anderson.
Resumo do argumento: Durante a 1a.Guerra Mundial um pelotão francês recebe ordem para conquistar a Colina Ant. É missão suicida e os generais prendem 3 soldados inocentes que desobedecem essa ordem como exemplo de covardia. Mas o advogado Cel. Dax(Kirk Douglas), convocado para a defesa, sabe que só poderá provar a inocência de seus clientes se acusar os generais.
Importância Histórica: O filme foi considerado uma “afronta ao exército francês’e por isso proibido na França por muitos anos. O livro original impressionou o produtor e ator Kirk Douglas que entregou a direção ao então jovem Stanley Kubrick. O resultado recebeu aplausos mundiais e o filme chegou a ser candidato a 3 Globos de Ouro além de receber prêmios em mostras diversas. Há quem o considere um dos melhores “filmes de guerra”. Mesmo porque é intrinsecamente anitibelicista.


SESSÃO CULT
"GLÓRIA FEITA DE SANGUE"
Cine Líbero luxardo
Sabádo dia 21/11/09
16 h
Entrada Franca
*Após o filme, debate entre os presentes e críticos da ACCPA
Programação ACCPA

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"CANTORAS DO RÁDIO" NO MOVIECOM ARTE - DE 13 À 19/11/09


"CANTORAS DO RÁDIO"
Duração : 85 minutos
Gênero: Documentário
Exibição: Moviecom Sala 04
Horário: 13:35 h

Sinopse: O documentário resgata passagens da Era de Ouro do rádio, entre 1930 e 1950, período no qual o rádio se consolidou como o veículo de massas no Brasil. O fio condutor do filme é o show “Estão Voltando as Flores” com direção e roteiro do pesquisador Ricardo Cravo Albin, no qual se apresentaram quatro expoentes da época: Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas, Violeta Cavalcanti e Ellen de Lima.

APOIO : ACCPA

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