domingo, 20 de novembro de 2011

"A MORTE DO BOOKMAKER CHINÊS" NA SESSÃO ACCPA/SESC DIA 23/11/11

"A MORTE DE UM BOOKMAKER CHINÊS"
Original:The Killing of the Chinese Bookie-EUA,1976
Direção e roteiro de John Cassavettes
Elenco: Ben Gazzara,Timotyhy Carey,Seymour Cassel, Robert Phillips.
Argumento:Para pagar uma divida de jogo em um cassino,um homem é obrigado a matar um bookmaker chinês.
Importância Histórica : John Cassavettes firmou-se mais como diretor do que como ator (embora tivesse feito bons filmes). Sua obra é considerada autoral, desafiante do cinema que se fazia nos EUA em seu tempo. Este exemplar que levou dois anos para ser terminado é dos mais ilustrativos do cinema introspectivo do cineasta. Excelentes desempenhos e uma fotografia com câmera manual ajudam no resultado que mereceu elogios da critica.

SESSÃO ACCPA/SESC
"A MORTE DE UM BOOKMAKER CHINÊS"
CINE SESC BOULEVARD (SESC EM FRENTE A ESTAÇÃO DAS DOCAS)
QUARTA-FEIRA DIA 23/11/11
HORÁRIO : 19 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS
PROGRAMAÇÃO : ACCPA (ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO PARÁ)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"A ÁRVORE DA VIDA" EM DEBATE NO CINE LÍBERO LUXARDO DIA 19/11




Existência Repleta de Significados
“Arvore da Vida”, um dos filmes mais vistos e comentados do ano, será exibido e debatido neste sabádo, dia 19/11, no Cine Líbero Luxardo com a participação de críticos da ACCPA.O debate acontecerá após o término da sessão deste sabádo.
Um homem de setenta anos que em quarenta de carreira fez seis filmes, pode não ser um exemplo de operário padrão do cinema, mas é, pela natureza e qualidade das obras que se propôs realizar, um dos grandes cineastas americanos da história. E com “Arvore da Vida” o texano Terrence Malick escreve mais um capítulo – quem sabe o último – na sua filmografia. Desta feita um capítulo mais ambicioso, perturbador e espiritual do que tudo que havia feito antes.
Ter arrebatado uma Palma de Ouro em Cannes dá a esse filme o status de obra-prima? Não necessariamente. Cannes pode ser um festival badalado, mas dificilmente premia os melhores filmes em competição de uns anos para cá. A cancha de ‘termômetro’ para o que de mais relevante e interessante vem sendo produzido na cinematografia mundial repousa em Veneza e Berlim.
Porém, “Arvore da Vida” merece os louros dourados e todas as críticas entusiasmadas. É um filme maduro, contundente, ainda que em alguns momentos pareça um ‘loop infinito e filosófico’ sobre a vida, o amor, a família e o sentido de existir, ele faz sentido e mexe com alguma coisa lá dentro, no âmago do nosso ser. Por mais que não se saiba explicar, não tem como negar.

Vã Filosofia
“Existem dois caminhos na vida: o caminho da natureza e o caminho da graça. Você precisa decidir qual dos dois seguir”. Assim é o início, com a narração da mãe (Jessica Chastain) que nos leva até uma típica família classe média do Texas em meados dos anos 50, que dá frutos, floresce e cresce como a árvore localizada no quintal. O fio condutor da trama é o filho mais velho, Jack (Hunter McCracken) e através dele vamos descobrindo os pequenos dramas da infancia e as mazelas da vida adulta, tendo como ponto fundamental a morte de um ente querido.
Nesse retrato particular, reside uma das maiores virtudes do filme. Brad Pitt e Jessica Chastain entregam atuações magistrais e os três irmãos dão a exata medida entre melancolia, alegria, inocência e o conflito entre o bem e o mal que repousa neles. É angustiante ver Jack e os irmãos quebrando a vidraça do vizinho sabendo que podem sofrer as conseqüências nas mãos do pai. Assim como a cena do almoço onde o patriarca tem um ataque de fúria e a mãe parece uma frágil criança.
Ali tudo ganha sentido e permanência, com a vida da família sendo desenhada e comungando com as nossas percepções de o que é a vida e o que estamos fazendo nesse mundo. Jack adulto procura as respostas a essas perguntas e uma forma de ficar em paz e fazer as pazes com suas origens, sua família.

Graça ou perdição?
Jack menino descobre a vida entre dois pilares, o pai e a mãe, o amor e a rigidez sacralizados. “É preciso muita determinação para se conseguir o que quer nessa vida”, tenta ensinar o pai (Brad Pitt). Para a mãe, “a menos que você ame... sua vida passará rapidamente”.
A nostalgia e o remorso que inundam os planos de “Árvore da Vida” quando Jack lembra de sua família, de seu irmão morto e aparecer na praia em busca de respostas para o quebra cabeças emocional que o aflinge, é algo que Malick já havia explorado em “Além da Linha Vermelha”. O toque suave das mãos, a água molhando os corpos, o bater de asas da borboleta, o tremular das folhas da árvore no quintal da família, são fragmentos de memórias e sensações que muitos de nós já compartilhamos.
Malick buscou uma reflexão filosófica e teológica que, apesar da carcaça ‘épica’, comunica com muita simplicidade. Intenção de um cineasta livre, cujas ideias, sentimentos e mensagens encontram uma porta aberta na consciência de cada um que se deixa permitir envolver por esse “Árvore da Vida”. Esse objetivo também é alcançado não só pelas atuações e enredo, mas também por elementos como a trilha sonora de Alexandre Desplat, que havia sido indicado ao Oscar por “O Discurso do Rei”. Aqui ele faz o seu melhor trabalho, se igualando as melodias climáticas e grandes composições que arrebatam o público em momentos dramáticos, como o fez em “O Despertar da Paixão” – filme pelo qual ganhou o Globo de Ouro. A música de Desplat, que ainda ganha o reforço de composições de Bach, Mahler e Brahms, entra em sincronia com a rotação do nosso planeta, a hora de trazer uma vida ao mundo, fazendo o casamento entre som e imagem absolutamente fascinante.
Outro que colabora muito para o deslumbramento da platéia com o que se apresenta na tela é o fotografo Emmanuel Lubezki (que trabalhou com Malick em “O Novo Mundo”), que desenha imagens acrescidas em alguns momentos dos efeitos especiais de produzidos artesanalmente por Donald Trumbull e Dan Glass, nas sequencias que tratam do universo. Esse material produzido com excelência foi levado para a ilha onde foi montado por seis editores e Malick, que deram a ordenação impressionante da história de Jack, um adulto perdido num mundo moderno por ter sua alma pressa no passado, em suas origens. O recado do filme, poderia se resumir simplesmente a “veja e sinta”, nada menos e muito mais do que isso. (Lorenna Montenegro)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

"TERRA DE NINGUÉM" NA SESSÃO CULT DIA 19/11/11

"TERRA DE NINGUÉM"
Original: Badlands-EUA-1973
Direção e roteiro de Terrence Malick
Elenco: Martin Sheen, Sissy Spacek, Warren Oates, Ramon Bieri.
Sinopse : Kit Carruthers (Martin Sheen) é um jovem com problemas mentais aparentes, que mata o pai de Holly Sargis (Sissy Spacek), sua namorada de 15 anos, pois ele não aprovava o relacionamento deles. Depois disso, o casal foge junto para Montana, e no decorrer dessa fuga, Kit acaba matando mais pessoas, tornando-os um casal de criminosos famoso e caçado pela polícia de vários estados.
Importância Histórica: O roteiro foi inspirado no lendário matador Starkweather que aterrorizou a zona rural norte-americana nos anos 1950. É o primeiro longa-metragem de Malick, um diretor perfeccionista que em 40 anos fez apenas 6 filmes entre curtos e longos (há dois em andamento) incluindo a obra-prima “A Árvore da Vida”. Também um dos primeiros desempenhos notáveis de Martin Sheen entre 226 títulos no currículo. Malick e Sheen foram premiados no Festival de San Sebastian.
APÓS O FILME, DEBATE ENTRE CRÍTICOS DA ACCPA E O PÚBLICO PRESENTE.

Trailer de "Terra de Ninguem":
http://www.youtube.com/watch?v=lcFx06cBmbk


SESSÃO ACCPA/CINE LÍBERO LUXARDO
SESSÃO CULT
"TERRA DE NINGUÉM"
SABÁDO DIA 19/11/11
HORÁRIO : 16 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS
APOIO : ACCPA

VENCEDOR DA PALMA DE OURO EM CANNES NO CINE OLYMPIA

"TIO BOONMEE QUE PODE RECORDAR SUAS VIDAS PASSADAS"
Título original: (Lung Boonmee Raluek Chat)
Lançamento: 2010 (Tailândia, Inglaterra)
Direção: Apichatpong Weerasethakul
Atores: Thanapat Saisaymar, Sakda Kaewbuadee, Jenjira Pongpas.
Duração: 114 min
Gênero: Drama
Sinopse : Sofrendo de insuficiência renal, Tio Boonmee (Thanapat Saisaymar) resolveu passar os últimos dias de sua vida recolhido em uma casa perto da floresta, ao lado de entes queridos. Durante um jantar com a família, o espírito de sua esposa falecida aparece para ajudá-lo em sua jornada final. A eles se junta Boonsong, filho de Boonmee, que retorna após muito tempo metamorfoseado em outra forma de existência. Juntos, eles percorrerão o interior de uma caverna misteriosa, onde Boonmee nasceu em sua primeira vida.
Premiações
FESTIVAL DE CANNES : Palma de Ouro de Melhor Filme

CINE OLYMPIA
"TIO BOONMEE QUE PODE RECORDAR SUAS VIDAS PASSADAS"
DE 22 À 27/11/11
HORÁRIO : 18:30 H
ENTRADA FRANCA
INADEQUADO PARA MENORES DE 12 ANOS

sábado, 12 de novembro de 2011

PREMIADOS DA 3ª EDIÇÃO DO FESTIVAL AMAZÔNIA DOC.


Terminou nesta sexta-feira, dia 11, a terceira edição do Festival Amazônia Doc. que permitiu ao público paraense a exibição de filmes inéditos e de alta qualidadde. A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) foi convidada para participar da premiação. Confira a relação dos premiados :

JÚRI OFICIAL
MELHOR FILME - LONGA
Sem Ti Contigo (Venezuela)
MELHOR DIREÇÃO
A Terra da Lua Partida (Brasil)
MELHOR ROTEIRO
De Panelas e Sonhos (Peru/Brasil)
MENÇÃO HONROSA
Leite e Ferro (Brasil)
MELHOR FILME - CURTA - FICÇÃO
Matinta (Brasil) (foto)
MELHOR FILME - CURTA - DOC
Sucumbios – Terra Sem Mal (Espanha)
MELHOR DIREÇÃO - CURTA FICÇÃO
A Fábrica (Brasil)
MELHOR ROTEIRO - CURTA
Cine Camelô - Clarissa Knoll (Brasil)
MENÇÃO HONROSA
Crônicas de uma Morte Anunciada (Brasil)
PRÊMIO ESPECIAL
Adriano Barroso - Pelo conjunto de sua obra como dramaturgo, ator, e roteirista

PRÊMIO ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)
Melhor Filme - Longa - A Terra da Lua Partida (Brasil)
Melhor Filme Curta – Matinta (Brasil)
Mençao Honrosa – A Fábrica (Brasil)

JÚRI POPULAR
MELHOR FILME - LONGA - A Terra da Lua Partida (Brasil)
MELHOR FILME CURTA Ficção - Matinta (Brasil)
MELHOR FILME CURTA Documentário - Soldados da Borracha (Brasil)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"A ÁRVORE DA VIDA" NO OI CINE ESTAÇÃO



"A Árvore da Vida" no OI Cine Estação
Em novembro, o OI Cine Estação apresenta o grande vencedor da Palma de Ouro de Melhor Filme na última edição do Festival de Cannes: A Àrvore da Vida, de Terrence Malick. No elenco, Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain.
O filme mostra as origens e o significado da vida através dos olhos de uma família da década de 1950 no Texas, tendo temas surrealistas e imagens atráves do espaço e o nascimento da vida na Terra. O projejto do filme, elaborado desde os final dos anos 70, quando Malick dirigiu ‘Cinzas no Paraíso”, só foi desenvolvido décadas depois, depois de ter sido adiado várias vezes.
‘A Árvore da Vida’ abre com uma citação do Livro de Jó, quando Deus pergunta: "Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? ... Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?"
O filme corta para uma dramatização da formação do universo. Enquanto as galáxias se expandem e os planetas se formam, a voz de Jack (Sean Penn) pode ser ouvida perguntando várias questões existênciais.
O supervisor de efeitos especiais, Douglas Trumbull, usou uma grande variedade de materiais para criar as sequências mostrando o universo: produtos químicos, pinturas, corantes fluorecentes, fumaça, líquidos, CO2, chamas, pratos giratórios, fluídos dinâmicos, luzes e fotografia em alta velocidade. Procedimentos usualmente identificados em clips e produções experimentais de artistas visuais, como jogar leite através de um funil em uma calha estreita e filmá-lo com uma câmera de alta velocidade e lentes dobradas, iluminando-o com cuidado e usando uma taxa de quadros para garantir o efeito cósmico, galático, proposto pelo roteiro.
Considerado por especialistas como um dos grandes lançamentos do ano, ‘A Árvore da Vida’, possui o estilo contemplativo, épico e deliberadamente autoral que marca a produção de filmes de Terrence Malick.

Sinopse
A relação entre pai e filho de uma família comum, ao longo dos séculos, desde o Big Bang até o fim dos tempos, em uma fabulosa viagem pela história da vida e seus mistérios.

Serviço
A Árvore da Vida
Título original: (The Tree of Life)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Terrence Malick
Com: Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain.
Duração: 138 m. 14 anos
Cine Estação/Datas:
09 (quarta): às 18h e 20h30
10 (quinta): às 18h e 20h30
13 (domingo): às 10h, 18h e 20h30
16 (quarta): 18h e 20h30
17 (quinta): 18h e 20h30

domingo, 6 de novembro de 2011

"CÓPIA FIEL"

Sob uma aparência de simplicidade romântica, permite vários níveis de leitura. Um casal em crise se encontra casualmente (?) numa aldeia bucólica da Toscana (a natureza como fonte de inspiração).Esse fio de estória romântica é apenas um pretexto para os personagens discutirem vários temas filosóficos, psicológicos mas, principalmente o conceito polêmico de originalidade da obra de arte; razão e emoção, ilusão na arte, mistificação na percepção da obra de arte, inclusive o cinema, revisão na concepção do Belo desde Platão até a contemporaneidade. Orson Welles em seu magnífico F for fake analisa o mesmo tema através do pintor holandês Elmyr de Hory, que copiava o estilo dos clássicos, enganando até críticos renomados.
A narrativa é hábil, fluente, e apesar de abusar do diálogo, o roteiro supera o perigo do diálogo sofisticado, destacando-se a sensível interpretação de Juliette Binoche. Roteiro e estilo destoam do modelo de outras obras do autor como Close-up, Dez, Onde é a casa do meu amigo?, A vida continua, O vento nos levará e principalmente Gosto de Cereja e Através dos olivais. Kiarostami declara seu desamor à narrativa, suas obras têm longos tempos mortos, a ação privilegia os espaços fechados (o Huis clos de Sartre), filma muito dentro de carros sem mostrar os rostos das personagens, seqüências não se completam para demonstrar como na vida a Lei do acaso, o princípio da indeterminação da Física quântica ocorre, permitindo assim múltiplas leituras e percepção do fenômeno abordado e tornando importante o papel do espectador como co-autor da obra, até o ponto de quase anular a figura do diretor.
Seguramente razão e emoção se completam em Cópia Fiel, enfim a obra de Kiarostami se situa no contexto cultural da rica literatura persa que vai desde as iluminuras até a rica poesia epicurista de Omar Khayyām (Rubayat) e Háfez (Onde está a casa do meu amigo?).

MAIOLINO DE CASTRO MIRANDA
Psiquiatra, Professor do Curso de Psicologia (UFPA) – aposentado
Membro da Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA)

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