sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O Sol Tornará a Brilhar

A peça de Lorraine Hansberry “A Rising in the Sun” ganhou um filme em 1961 dirigido pelo então novato Daniel Petrie (1920-2004) com Sidney Poitier. O tema era o preconceito racial nos EUA. Lorraine morreu jovem e só deixou de marcante esta peça que via como um hino à sua gente (o negro americano). Agora (2008), surge uma versão para a TV dirigida por Kenny Leon, cineasta vindo do teatro universitário de Atlanta, atuando também como ator no cinema e na TV.
O novo filme (apesar de feito para o vídeo foi rodado em película) vai além da questão do racismo. O enfoque de uma família negra na Chicago de 1950 chega a ser atemporal em alguns momentos (mesmo com um negro, hoje, candidato a presidência dos EUA). Não é uma questão de etnia: é de dificuldade financeira. Walter (Sean Combs) vive com a mãe, a mulher, a irmã e um filho menor num cubículo. Ele é empregado de um homem rico na qualidade de motorista particular. É o único da família que trabalha. A mulher lava e passa roupa, cozinha, limpa o apartamento. A mãe aposenta-se de tarefas domésticas (era babá de uma menina branca). Todos esperam o dinheiro do seguro do patriarca, falecido há alguns anos.Walter pensa em aplicar esse dinheiro num bar, que montaria com amigos. A mãe, cautelosa, logo que recebe o cheque aguardado, compra uma casa para eles morarem. Mas a casa está localizada num bairro de brancos e logo a família recebe a visita de uma pessoa que oferece compra do imóvel com mais alguns trocados. Questão de “boa vizinhança”. Antes das coisas correrem para esse lado, a mãe socorre o filho em desespero por ela ter se negado a dar-lhe verba para a compra do bar, e ainda por cima a mulher espera outro filho, um fato que leva a ainda jovem futura mãe a procurar uma cabeleireira “curiosa” para praticar o aborto.Cedendo o apelo de Walter a mãe logo sofre outro drama: o tal sócio do bar desaparece com a verba dos comparsas. O primeiro impulso será atender ao racista e vender a casa. Mas a honra da família fala mais alto.
Ninguém está fora de foco numa narrativa ágil que evita que se sinta a origem teatral. Bons atores, sensíveis interpretações, cuidadosa direção de arte, afinal uma surpresa de bom cinema.
O DVD está na praça através da Sony. Não passou ainda nos canais brasileiros (abertos ou de assinatura). Ganhou muitos prêmios, todos justificáveis. Foi um prazer ver um filme inteligente de um tema gasto pelo uso. A meu ver, resultado muito melhor do que a versão de Petri, do mesmo titulo também em português: “O Sol Tornará a Brilhar”. (Pedro Veriano).

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

"LONGE DELA" NO MOVIECOM ARTE


Dentro do projeto MOVIECOM ARTE, que tem o apoio das LOJAS VISÃO e da ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará), será lançado dia 26/09 o filme no Moviecom Castanheira Sala 04 em projeção digital o filme "LONGE DELA", com Julie Christie.
O filme conta a história de uma mulher com mal de Alzheimer que é internada numa clínica, que proíbe visitas nos primeiros 30 dias do paciente no local. Após este período seu marido vai visitá-la, mas ela já não mais o reconhece.
Dirigido por Sarah Polley e com Julie Christie e Olympia Dukakis no elenco. o filme recebeu 2 indicações ao "Oscar" incluindo a categoria de melhor atriz para Julie Christie.
O projeto Moviecom Arte tem um preço especial : R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia).
Marco Antonio Moreira

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Não Seguraram o Malandro

Vendo “A Casa da Mãe Joana” percebe-se que o veterano Hugo Carvana envelheceu . O filme está longe da comicidade descontraída –e inventiva-de “Se Segura Malandro” e “Bar Esperança”. Basta lembrar o “seqüestro do elevador” em “Se Segura Malandro”, seqüência que o Cacá Diegues achou a mais engraçada da história do cinema brasileiro. E que dizer de Antonio Pedro e o próprio Carvana curtindo bebedeira ao som de “Meu Bem Meu Mal” numa alvorada depois de uma noite no Bar Esperança ? E o elenco todo cantando “Bandeira Branca” no fim do mesmo filme?
Carvana sabia fazer comédia. Aqui ele repete a formula de muitas personagens. Mas não amarra as situações. Elas ficam como que estanques, independentes umas das outras, e chega a um ponto em que o filme não sabe que rumo tomar. Tanto que o final, com a critica aos “sem teto”, perde fôlego.
O que salva “A Casa..” de um desastre total é o elenco. Veteranos como o diretor unem-se a poucos novatos em descontração. Especialmente a mais velha personagem (ou personalidade): Laura Cardoso. Não fosse essa gente que não precisa decorar diálogo e o sono espantaria de vez o sorriso.
Realmente o tempo passa e as imagens que faziam a gente rir restam grudadas na saudade. Não tiveram filhos. Nem foram morar na casa da mãe Joana. (Pedro Veriano)

"DEPOIS DO ENSAIO" TRAZ O TALENTO DE INGMAR BERGMAN


Belo trabalho produzido e dirigido em 1984 (e exibido no Circuito Cinearte em 1985) que o mestre Ingmar Bergman realizou para a televisão sueca logo após a obra-prima “Fanny e Alexandre”(1983). Num palco de teatro, depois do ensaio de sua nova montagem para “O Sonho” de August Strindberg, um velho diretor teatral, Henrik Vogler, se recorda das antigas peças que dirigiu e de suas relações amorosas e familiares. Em mais uma obra confessional, Bergman reflete sobre o amor, a obsessão e a rejeição, desnudando seus personagens de forma envolvente e avassaladora. No elenco, atuações primorosas de Erland Josephson (Cenas de um Casamento), Lena Olin (As Melhores Intenções) e Ingrid Thulin (O Rito). É um dos melhores lançamentos em dvd deste ano.
Marco Antonio Moreira

"LONGE DELA" NO MOVIECOM ARTE


O Próximo filme do projeto Moviecom Arte, que tem o apoio das Lojas Visão e da ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) será “Longe Demais” (foto) que tem a uma atuação elogiadíssima da veterana atriz Julie Christie. O filme deve ser lançado no dia 26/10. O projeto Moviecom Arte tem um preço especial : R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia). Confira e aproveite! É mais um espaço dedicado ao cinema de qualidade e que merece ser prestigiado. Detalhe : o filme será exibido em projeção digital. Em breve, mais detalhes da programação do Moviecom Arte serão divulgadas aqui., com o apoio da ACCPA.


Marco Antonio Moreira

"O SANGUE DA PANTERA" NA PARCERIA IAP/ACCPA





Foi muito bem recebida pelo público o início da parceria do Instituto de Artes do Pará (IAP) com a ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) com a exibição dos filmes de Charles Chaplin. Agora, no dia 29/09, o próximo filme programado pela ACCPA no Cine Clube Alexandrino Moreira será o clássico “O Sangue da Pantera” de Jacques Torneau. Entrada franca às 19 h. Não deixe de ver. É um clássico do cinema francês que influenciou muitos cineastas e que merece ser conhecido pelas novas gerações de cinemaníacos.
Marco Antonio Moreira

OUÇA A TRILHA SONORA DE "NA NATUREZA SELVAGEM"


Um dos destaques do filme “Na Natureza Selvagem” de Sean Penn é a trilha sonora com canções compostas por Eddie Vedder, líder do grupo de rock PEARL JAM. Já respeitado pelo seu trabalho no conjunto, Vedder foi convidado pelo diretor Sean Penn para fazer as canções do filme baseado na vida real de um jovem que largou toda a sua vida civilizada para ficar perto da natureza. Vedder compôs 11 canções que durante o filme pontuam de forma enriquecedora as ações do personagem e sua difícil relação com os pais e com a sociedade. Com músicas simples, belas harmonias e letras fortes como em “Society”, “Hard Sun” e “End of the Road”, Vedder consegue complementar o trabalho artístico de Sean Penn que aqui, realizou seu melhor filme até agora. Ouça a trilha sonora e veja o filme, sem falta. É um dos melhores filmes do ano nos cinemas e em dvd.
Marco Antonio Moreira

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