sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cinema, Copa e Outras Coisas

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Saiu outra lista de melhores filmes de todos os tempos. Agora em forma de mapa. Clique imdb.com e repare que praticamente nada mudou. Fato que endossa aquela opinião de Peter Bogdanovich: “os melhores filmes já foram feitos”. Pode não ser bem assim, mas a base da linguagem do cinema veio de um tempo heróico onde fotografia ainda exigia muita sensibilidade de película, controle da luz com a abertura ou não (manual) do diafragma e outros leros técnicos.
Claro que “A Felicidade Não Se Compra”é mencionado.
Mas o tema agora é futebol, é a Copa do Mundo que faz cessar tudo o que as musas cantam. Já me disseram que se o Dunga, treinador da Seleção Brasileira, não levar o time pelo menos até às semi-finais, vai ser recambiado para a mina dos outros anões. Quem sentencia é o Mestre e quem apóia é o Zangado.
Ah sim: Branca de Neve já consultou o espelho mágico, herdado da bruxa (que morreu no filme, você viram). Mas ela não conta quem vai ganhar o campeonato mundial de futebol. Já dizem que Branca se esquiva de ser condenada por preconceito. Afinal, a Copa é na África e uma branca não pode dizer que negros vão levar a pior. O “appartheid” já foi.
“Duas Senhoras”(Dans l aVie) é um belo filme. Conta o relacionamento de uma judia paraplégica com uma palestina que passa a ser sua governanta (e a filha dela sua enfermeira). Elas vêem na TV a guerra perene no Oriente Médio. O marido da palestina fica furioso. A mulher nem tanto. E a judia acaba lendo o Alcorão enquanto a governanta viaja para Meca.
Além de tocar na possível convivência de palestinos com judeus o filme mostra que é saudável (e até divertido) tratar de quem está extremamente carente de cuidados, de quem chega a pedir para sair deste mundo. Todos os deuses apostam na caridade como forma de elevar o espírito e com isso melhorar o mundo. O cinema também pode ajudar fazendo filmes assim. O diretor é um marroquino chamado Philippe Faucon.
No DVD checo minha memória. “Odisséia Para Além do Sol” eu não esqueci em mais de trinta anos. Não pela qualidade cinematográfica, mas pelo tema, uma idéia do casal Gerry e Sylvia Anderson (se separaram no inicio dos anos 70). Segundo a idéia deles, um planeta que faz órbita em torno do sol de forma a não ser percebido pela Terra, é um espelho da gente. Tudo o que tem aqui, tem lá. Não é bem antimatéria, pois se fosse o contato entre os dois geraria explosão. Mas é um clone. E quando se mandam astronautas para lá os de lá mandam para cá. E a confusão é grande, valendo como uma viagem ao País do Espelho de Lewis Carrol sem Alice e sem rainhas. Um modelo de “sci-fi” engenhosa. Tanto que as espaçonaves fora do nosso mundo não fazem ruídos como nas “guerras estelares” de Hollywood. É um cuidado imenso com a realidade astronômica em meio à ficção. Vale rever.
Também revi “Moby Dick” de John Huston. O melhor é o texto de Herman Meville respeitado numa fala do Capitão Habab (Gregory Peck). O pior é Peck. Velho canastrão não deixa que surja devidamente dimensionado o homem que luta contra o seu predador, ou quem vingou a espécie mutilando-o. O livro é cultuado, o filme nem tanto.
Melhor de rever é “Alcatraz, Fuga Impossível”(Escape from Alcatraz) de Don Siegel. O professor de Clint Eastwood dirige o aluno no melhor que se fez sobre prisão. Clint é o condenado que planeja e executa uma fuga do presídio tido como inexpugnável. Tudo funciona, até pelo fato de não se dizer dos crimes dos detentos. Comparável só “Um Sonho de Liberdade” de Frank Darabont.

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