quarta-feira, 2 de maio de 2012

A CENA DA VIBE

O cinema brasileiro sempre teve um viés musical. Não são poucos os filmes que tem a musica como tema, subtexto ou pano de fundo. Uma das mais novas cenas da vertente musical é a eletrônica, que nasceu na era da tecnologia e ainda está em formatação, a cada nova mudança ou invenção tecnológica, surge um som novo. O cinema brasileiro pensado para o grande público ganha força com a estréia de um drama romântico de temática jovem: o filme “Paraísos Artificiais”, que mergulha na atmosfera das festas eletrônicas e discute a relação juventude e prazer.Para abordar esse universo, o trabalho investe em muitas cenas de sexo, nudez e mostra, sem disfarces, o consumo das drogas sintéticas pela juventude frequentadora de raves. Sem perder o olhar de documentarista, o diretor Morcos Prado (de Estamira) consegue neutralizar o discurso do filme ao tocar em temas atuais e polêmicos, escapando de uma visão moralista ao mesmo tempo em que não faz apologia ao consumo de drogas. Ambientado nos anos 2000 e rodado no Rio de Janeiro, no litoral de Pernambuco, e em Amsterdã, na Holanda, “Paraísos Artificiais” narra a história de amor vivida entre um frequentador de raves, e uma famosa DJ, interpretada por Nathalia Dill. Com uma narrativa não-linear, o filme mostra três momentos da vida dos dois jovens. Eles convivem em um mundo onde as drogas sintéticas podem ser um atalho para o prazer, ao mesmo tempo que precisam encarar seus dramas familiares e aprender a superar os erros e as perdas. São raros os filmes que conseguem ter uma temática jovem sem cair na comedia boba típica dos filmes pra esta faixa etária. A atmosfera sexo, drogas e rock’n roll está presente de maneira muito forte, mas não é só disso que o filme resiste. Corra ! (Ismaelino Pinto)

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