terça-feira, 1 de maio de 2012

PRA CHINÊS VER

Como a gente já contou por aqui, "Ribeirinhos do Asfalto" de Jorane Castro foi selecionado para participar da mostra oficial de curtas metragens do Cine Festival Petrobras Brasil-Nova Iorquye.O cinema argentino, ao contrário do Brasil, não faz filmes olhando pro seu umbigo. Faz um cinema transcendental, universal. Com isso, e também por isso, tem recebido prêmios e mais prêmios como o Oscar e outros. Neles podemos até ver um tango ou uma citação que nos remeta imediatamente a terra de Péron, mas é pouco pra uma identificação mais direta com o país. Longe em achar que um cinema vigoroso possa deixar de não ter “uma cara” nacional, não é isto, mas as indicações ficcionais que pode dar a nacionalidade do produto, digamos assim, são universais, ou seja, acontecem em todos os lugares do planeta. Em “Um conto Chinês” a história de Roberto, um veterano da Guerra das Malvinas que vive recluso em sua casa há vinte anos e coleciona manias se junta a um chinês que apareceu quase do nada. Roberto não fala chinês e Jun não fala espanhol. Apesar das diferenças e dificuldades Roberto e Jun descobrirão o real motivo deste encontro inusitado: uma vaca que caiu do céu. O filme que dialoga com o surrealismo, também faz contato com outras nuances da vida real. A incomunicabilidade, a intolerância, o preconceito, a solidão, enfim inúmeros sentimentos ou atitudes que são comuns a todos os homens. Ricardo, Darin, o maior ator argentino da atualidade, mais uma vez imprimi sutileza ao personagem com uma interpretação contida e densa. A direção e roteiro de Sebastian Borensztein nos coloca na trama que com o tom às vezes de comédia de costume, provoca sensações multiplicas em todo o filme. Corra ! (Ismaelino Pinto)

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