O cinema hoje é sinônimo de revolução. Seja a tecnológica, através da captação de imagens por meio digital, pelas novas salas em que a exibição também é digital. Assim como aumentam nos Estados Unidos, a bilheteria dos filmes em terceira dimensão e dos Imax, telas de projeção bem maiores que as conhecemos hoje.
Esse caráter revolucionário também está presente nos filmes que chegam até nós, filmes que sem a praticidade das novas câmeras digitais não existiriam. Essa facilidade, essa proximidade, faz com que as estruturas narrativas e a própria linguagem operem de uma maneira diferente nessas histórias.
“Entre os muros da Escola” se vale das novas possibilidades digitais para colocar a câmera no meio dos alunos da escola francesa. O processo é fundamental para que nos possamos nos identificar com aquele universo de adolescentes falando todos ao mesmo tempo, questionando o professor. Em um filme que fala muito sobre autoridade e obediência às regras, a câmera sempre que pode está do lado dos alunos. Como tudo é muito dinâmico no interior da sala, onde se passa a maior parte do filme, o diretor Laurent Cantet filmou com duas câmeras ao mesmo tempo, recurso que não é comum no cinema.
Ao mesmo, a câmera móvel aproxima o filme do documentário e como todos os atores são amadores, a impressão de realidade é ainda maior. É claro que se trata de uma realidade encenada, pensada e realizada com objetivo de tornar mais natural, uma tendência também no cinema atual.
O filme é baseado no livro de François Bégaudeu, que escreveu o roteiro e vive o papel principal, todos os adolescentes fazem personagens com o seu próprio nome e a sala é uma mistura de diferentes origens, quase todos filhos de imigrantes. São jovens filhos do Mali, da China, do Marrocos, em uma mistura não só racial, mas também cultural. Eles não entendem porque devem falar o francês corretamente se nos seu bairro só falam em gírias. Todos os professores são franceses e pouquíssimos alunos o são. O conflito é total.
O mais revolucionário, no entanto, talvez seja que atores não-profissionais, um cenário nada glamuroso e um enquadramento que insiste em colocar a câmera no meio dos personagens resulte em uma película tão viva, em que o mundo apareça tão forte.
Futuro do cinema está ligado ao passado
No meio dessas revoluções, uma solução para o futuro do cinema está ligada a uma invenção do passado: o filme 3D. Tudo começou com Um Família do Futuro onde o executivo de Hollywood apostou em fazer cópias 3D e elas faturaram muito mais que as normais. Com a crise e a dificuldade de filmes ancorados por estrelas darem o retorno (um modelo sem dúvida ultrapassado), o investimento será em tecnologia. Não faltarão projetos neste e nos próximos anos. Primeiro “Avatar”, esperadíssimo filme de James Cameron, primeiro dele em tela grande depois de “Titanic”. Tim Burton fará o seu “Alice no País das Maravilhas” e a animação da Pixar “Up” vai abrir o Festival de Cannes.
No fundo o que os estúdios e executivos procuram é encontrar um novo modelo de negócio para fazer frente a feroz concorrência da pirataria e do download. O cinema enquanto sala de exibição ainda permanece como o atrativo maior, mas desde o aumento crescente de custos com astros e estrelas, efeitos especiais e marketing os filmes, mesmo os de maior sucesso, dificilmente se pagam. Para cobrir esses custos, o dinheiro vinha das outras janelas de exibição, do DVD, da televisão por assinatura e televisão aberta.
É claro que a ferramenta digital permitiu a cópia e isso não tem mais retorno. Resta a tecnologia criar novas maneiras de fazer com que as pessoas continuem assistindo aos filmes nas salas dos cinemas.
Esse caráter revolucionário também está presente nos filmes que chegam até nós, filmes que sem a praticidade das novas câmeras digitais não existiriam. Essa facilidade, essa proximidade, faz com que as estruturas narrativas e a própria linguagem operem de uma maneira diferente nessas histórias.
“Entre os muros da Escola” se vale das novas possibilidades digitais para colocar a câmera no meio dos alunos da escola francesa. O processo é fundamental para que nos possamos nos identificar com aquele universo de adolescentes falando todos ao mesmo tempo, questionando o professor. Em um filme que fala muito sobre autoridade e obediência às regras, a câmera sempre que pode está do lado dos alunos. Como tudo é muito dinâmico no interior da sala, onde se passa a maior parte do filme, o diretor Laurent Cantet filmou com duas câmeras ao mesmo tempo, recurso que não é comum no cinema.
Ao mesmo, a câmera móvel aproxima o filme do documentário e como todos os atores são amadores, a impressão de realidade é ainda maior. É claro que se trata de uma realidade encenada, pensada e realizada com objetivo de tornar mais natural, uma tendência também no cinema atual.
O filme é baseado no livro de François Bégaudeu, que escreveu o roteiro e vive o papel principal, todos os adolescentes fazem personagens com o seu próprio nome e a sala é uma mistura de diferentes origens, quase todos filhos de imigrantes. São jovens filhos do Mali, da China, do Marrocos, em uma mistura não só racial, mas também cultural. Eles não entendem porque devem falar o francês corretamente se nos seu bairro só falam em gírias. Todos os professores são franceses e pouquíssimos alunos o são. O conflito é total.
O mais revolucionário, no entanto, talvez seja que atores não-profissionais, um cenário nada glamuroso e um enquadramento que insiste em colocar a câmera no meio dos personagens resulte em uma película tão viva, em que o mundo apareça tão forte.
Futuro do cinema está ligado ao passado
No meio dessas revoluções, uma solução para o futuro do cinema está ligada a uma invenção do passado: o filme 3D. Tudo começou com Um Família do Futuro onde o executivo de Hollywood apostou em fazer cópias 3D e elas faturaram muito mais que as normais. Com a crise e a dificuldade de filmes ancorados por estrelas darem o retorno (um modelo sem dúvida ultrapassado), o investimento será em tecnologia. Não faltarão projetos neste e nos próximos anos. Primeiro “Avatar”, esperadíssimo filme de James Cameron, primeiro dele em tela grande depois de “Titanic”. Tim Burton fará o seu “Alice no País das Maravilhas” e a animação da Pixar “Up” vai abrir o Festival de Cannes.
No fundo o que os estúdios e executivos procuram é encontrar um novo modelo de negócio para fazer frente a feroz concorrência da pirataria e do download. O cinema enquanto sala de exibição ainda permanece como o atrativo maior, mas desde o aumento crescente de custos com astros e estrelas, efeitos especiais e marketing os filmes, mesmo os de maior sucesso, dificilmente se pagam. Para cobrir esses custos, o dinheiro vinha das outras janelas de exibição, do DVD, da televisão por assinatura e televisão aberta.
É claro que a ferramenta digital permitiu a cópia e isso não tem mais retorno. Resta a tecnologia criar novas maneiras de fazer com que as pessoas continuem assistindo aos filmes nas salas dos cinemas.
Fernando Segtowick
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