
A ideia partiu da escritora Suzanne Collins, que ajudou no roteiro do filme dirigido por Gary Ross (de “A Vida em Preto e Branco”). Ela é a nova campeã de venda de livros no mercado norte-americano, ganhando o terreno da conterrânea Stepheny Meyer autora da franquia “Crepusculo” (Twilight). Este seu “Jogos...” mereceu 3 volumes e o filme ora em cartaz internacional é baseado no primeiro. Focaliza a jovem Katniss (Jennifer Lawrence, atriz candidata ao Oscar pelo desempenho em “Inverno da Alma”-Winter’s Bone/EUA, 2010), voluntária na participação para substituir a irmã mais nova que foi sorteada e não tem recursos físicos para a luta. Competindo com ela no distrito de numero 12 está Peeta (Josh Huttcherson), colega de escola, que exibe um temperamento tímido e logo mantém uma relação amistosa com a colega amargando a ideia de que pode ser seu algoz ou sua vitima.
O espectador não tem dificuldade em imaginar que o casal evidenciado é quem vai ficar para a prova final do jogo. Mas apesar de se vislumbrar um romance entre eles, embora Katniss tenha deixado um namorado na sua terra, há sempre a expectativa de que possa ser diferente esse novo horizonte.
O enredo, apesar de enquadrado no pessimismo que alertei antes, não deixa de ser mais imaginoso do que os vampiros e lobisomens de Meyer. E o filme ganhou um bom elenco (Jennifer é ótima atriz), uma direção de arte esmerada, e uma narrativa dinâmica que faz o espectador não sentir a metragem além de duas horas de projeção. Isso em se tratando de um enfoque que privilegia a aventura e um idílio previsível é muito louvável. Ate os tipos extremamente delineados como o do presidente de Panem, (Donald Sutherland) e o apresentador do teleprograma (Stanley Tucci) colaboram para um resultado acima da média. O que salta no rol das falhas passa primeiro pela falta de explicação em muitos momentos. Mas está claro que muita coisa faz parte do jogo, como a ajuda dos patrocinadores aos seus favoritos e que pode mudar o rumo da aventura de seus beneficiados. Há feras virtuais jogadas no cenário que, apesar de fantasias, parecem atacar personagens como animais verdadeiros. E na parte pitoresca, correndo bem com a presença de tipos cariatos como o interpretado por Elizabeth Banks, falta a publicidade que o diretor do programa tanto persegue. Mas a analogia com o circo romano é muito boa, apresentando a sintonia com os nomes de personagens como Caesar, Claudius, Sêneca, Cinna, Flavius e Octavia. O que não se sabe é se a filmagem dos outros livros vai manter o patamar da qualidade deste primeiro. Afinal, ”Jogos Vorazes” surpreendeu.(Luzia Álvares)
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