
No caso de um filme de autor como este, de Asghar Farhadi, tudo deve funcionar. E funciona. O espectador parece estar diante de um documentário legal. E nele se insere elementos culturais específicos. A religião é evocada pelo marido da empregada, por ela e até mesmo pelo casal que se está separando. Os pecados diante de Alá ficam, aos olhos de quem está no cinema, sem culpados específicos. Quem é responsável pela situação dramática que envolve pelo menos 5 personagens (marido,mulher, filha,empregada, marido da empregada)? Todos têm as suas razões e o roteiro prudentemente não fecha. O filme é um questionamento. E pode ganhar foros estrangeiros se descontadas posturas especificas levantadas pela serviçal que acaba sendo alvo de reclamos violentos do esposo. Separar, na receita iraniana, é doer.E na linguagem cinematográfica especifica é ao mesmo tempo riqueza e modéstia, um exemplo de como fazer cinema sem efeitos especiais e sem gastar muito.(Pedro Veriano)
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