domingo, 3 de novembro de 2013

ANOS DE CRÍTICA

Eu comecei a escrever sobre cinema em um “jornal”(vale as aspas)que editava em casa objetivando os familiares. Melhor dizendo: “os jornais”(primeiro “Gipsia” depois “O Raio”). Em 1953 o depois deputado Raimundo Noleto, que morava em casa, estimulou-me a comentar no jornal “O Estado do Pará” o filme “O Cangaceiro” de Lima Barreto(assunto de todas as rodas). Depois disso um dos diretores do SESC no tempo em que meu pai (Pedro de Castro Álvares) presidia a entidade dos comerciários, José Maria Alves da Cunha, pediu-me um texto sobre um filme de capa-e-espada em cartaz no Olímpia. Publicaram em “Folha do Norte”. Passa o tempo, chega o Cine Clube Os Espectadores de Orlando Costa e meu cineminha, o Bandeirante, servindo de palco para as previas dos filmes, passei a colaborar na coluna de Acyr Castro em “A Província do Pará”. Na mesma época mantive uma coluna em “O Estado do Pará” com um vizinho chamado Fernando Mendes.Em 1966, com a mudança de Acyr para S.Paulo, passei a assinar a coluna diária que mantive até fechar o jornal em 2001. Quando em 1962 os críticos de cinema que mantinham espaço nos jornais da cidade resolveram criar uma associação de classe, eu presenciei tudo sem tomar parte na diretoria. Só em 1966 entrei nisso e como presidente. Por anos a fio o interesse dos jornalistas associados pelo cinema só se reuniam para votar os melhores filmes do ano. A eleição transformou-se numa festa natalina. E persistiu nas diretorias que se seguiram pelas décadas. Em um ano, com Luzia na presidência, a APCC ganhou uma sede. O espaço abrigou um curso de historia e linguagem cinematográfica e de uma feita recebeu o cineasta Joaquim Pedro de Andrade que viera a Belém pensando em filmar a trajetória de Oswald de Andrade (afinal o filme “O Homem do Pau Brasil”). No século XXI Marco Antonio Moreira assumiu a associação e tornou-a entidade registrada (com CPF). Nesse tempo todo escrever sobre filmes irmanou-se a exibir filmes.O Cine Clube APCC, criado em 1° de Novembro de 1967, durou até 1986 quando surgiu o Cine Libero Luxardo (Centur).Eu que programava o clube passei a programar o novo cinema daí achar que a missão prosseguia. Na época de cineclube exibia-se filmes em varias localidades e muitas vezes de forma simultânea (Cine Guajará. Grêmio Português,Faculdade de Odontologia- tudo no mesmo dia e hora). Meio século dessa aventura é de alguma forma confortante. A mim cabe dizer que satisfazia um desejo de “passar cinema”. E escrever sobre cinema. No trajeto andei filmando em 16mm e por duas vezes arranhei a área profissional(um documentário para o USIS e um roteiro para o Libero Luxardo). Bem, hoje faço vídeo e tenho este blog. Também colaboro com as sessões da hoje ACCPA com vídeos de meu arquivo maluco (um bando de discos que nem sei mais quais são). Não devo parar enquanto tiver forças. E olhos para ver imagens em movimento. (Pedro Veriano)

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