quarta-feira, 20 de novembro de 2013

"CAPITÃO PHILIPS"

Assim como em “Gravidade, “Capitão Phillips” focaliza uma situação. O enfoque não deixa o personagem principal que acaba sendo o alvo de piratas somalis quando navega por mar africano comandando um cargueiro. Phillips é como se diz “nasceu de novo” pois foi refém dos atacantes e varias vezes sentiu um revolver apontado para a sua cabeça. Fazer um filme sobre um fato sem se deslocar desse fato e sem usar o recurso cômodo de narração em off, não é tarefa muito fácil. O diretor inglês Paul Greengrass sabe disso e enfrenta esse tipo de desafio apelando para dois fatores exponenciais: o enquadramento que leve o espectador para dentro da ação e a montagem que exige tomas curtas e movimentos de câmera nada comportados. A técnica é usar de uma linguagem que se pode chamar de jornalística. É como se um telereporter estivesse ali, na cena, registrando o que passa de forma a permanecer incólume. Evidentemente o arsenal técnico precisa de elementos humanos em foco. E os atores são ótimos. Tom Hanks está bem melhor do que em filmes que lhe deram prêmios. E os coadjuvantes somalis deixam forte impressão. São mascaras que espantam. E não se sabe o que fizeram antes em cinema ou teatro,apenas Barkhad Abdi tem trabalhos na TV mas depois de aparecer em “Capitão Phillips”. Diz-se que em criança fugiu com a família para o Yemem quando a Somália sofreu guerra civil. A produção do filme atual acertou cheio em usá-lo. Um dos melhores filmes deste ano. (Pedro Veriano)

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