sexta-feira, 21 de novembro de 2008

“Rec”(Espanha,2007) é um falso documentário que faz a bruxa de Blair decolar na vassoura para o diabo que a carregue.
Simula-se uma telereportagem sobre a rotina de bombeiros em Barcelona. Soa o alarme e sabe-se que uma senhora está presa, aos gritos, em um prédio no subúrbio. A repórter segue com o câmera junto com dois bombeiros. No local depara com uma velha seminua que ataca um guardamordendo-lhe a jugular como bom vampiro . Daí em diante monta-se um quadro aterrorizante: todos ficam presos no edifício, pois o Departamento de Saúde diagnosticou um mal tipo raiva que não deve ultrapassar aquele domínio. Daí em diante é evitar dentada, até de criança.
O filme de dois cineastas: Jaume Balagueró e Pacu Plaza, com roteiro de Luis Bedejo e fotografia de Pablo Rosso, é um prodígio de pegadinha. O falso câmera também se chama Pablo e a repórter Manuela Velasco, muito simpática, soltam os gritos e sussurros necessários para se deixar a idéia de que a vampiragem é real . Tem de tudo para se entender que está sendo difícil documentar os acontecimentos. Mas há cochilos, como um gravador que toca o que se quer na rolagem certa e sabe lá com que energia na dependência sem luz. Mas quem está com os olhos grudados na tela (e a narrativa dá margem a isso) não dá muita bola. Tudo é “frisson” e sem fim. A última palavra da repórter é “-Filma tudo, Pablo”.
Os meninos devem ter gastado pouco. Faturaram muito. E os americanos já copiaram com o nome de “Quarentena”.
Dá vontade da gente fazer uma caçada à Mula sem Cabeça. Ou ao Curupira.
(Pedro Veriano)

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