segunda-feira, 22 de junho de 2009

FILMES....

Assistir a filmes que falam dos "coleguinhas" é uma das coisas que mais amo no cinema. Posso citar alguns dos quais gosto muito como "A montanha dos sete abutres", "Todos os homens do presidente", "O jornal", entre outros, e a essa listinha acrescento agora "Intrigas de estado", direção de Kevin Macdonald, em cartaz em Belém na sala Castanheira 1, uma história que mostra o que se convencionou chamar de "jornalismo investigativo" na sua melhor forma.Um rapaz corre apressado por uma rua escura. Se esconde, mas no encalço dele está um homem de olhar frio e com clara determinação de o encurralar. O homem tem uma pistola e atira à queima-roupa. Um outro homem passa numa bicicleta e vê a cena. Imediatamente, ele também é alvejado. O dia amanhece, uma jovem mulher anda apressada em direção ao metrô. O vagão vem chegando, muitas pessoas na plataforma, e a mulher salta para a morte. As três mortes, aparentemente, não têm nada em comum. As duas primeiras ocorrências passam a ser pauta do jornalista, das "antigas", Cal McCaffrey (Russell Crowe), e a do aparente suicídio passa à novata Della Frye (Rachel McAdams), que também faz o blog da redação do jornal Washington Globe, onde ambos trabalham e têm como chefa, a editora Cameron Lynne (Helen Mirren). O jornal está passando por mudanças e acaba de ser comprado por uma grande corporação, que está bastante interessada em lucro. A moça que morreu no metrô é Sonia Baker (Maria Thayer), que era uma das principais assessoras do gabinete do deputado Stephen Collins (Ben Affleck). Numa coletiva sobre a CPI que ele preside envolvendo a empresa PointCorp, Collins tem uma crise de choro ao lamentar a morte da moça. O que é suficiente para que toda a mídia associe a cena ao fato que Collins estaria tendo um caso com Sonia. O que é verdade. Collins admite isso a McCaffrey, de quem foi colega de faculdade, e na campanha do qual trabalhou. McCaffrey é daqueles jornalistas cheio de fontes e ainda adepto do bloquinho e caneta. Ele conhece policiais, os funcionários do instituto de perícia e tem uma mesa caótica, onde pendura milhares de pedaços de papel. Della, do lado dele, é organizadíssima, usa toda a tecnologia disponível e nunca tem uma caneta à mão. O primeiro encontro dos dois é áspero e ela passa a odiá-lo. Até que McCaffrey descobre a relação de Sonia e Collins e assim as duas pautas parecem tomar um lugar único.
A relação de McAffrey e Collins é de verdadeira amizade. O primeiro até torce o nariz para a vertente política que o amigo optou, mas não o julga. Os dois mantiveram a amizade mesmo depois de McAffrey ter tido um caso com a esposa de Collins, Anne (Robin Wright Penn). Quando o escândalo do caso extra-conjugal com a assessora estoura na mídia, é na casa de McAffrey que Collins vai buscar abrigo.As investigações de McAffrey avançam e cada vez mais apontam para que a PointCorp, a corporação gigantesca de ex-militares que fornece soldados e serviços para as guerras no Afeganistão e no Iraque, tem mais culpa do que parece ter. E isso atinge sobretudo a Collins, quando é descoberto que essa empresa não só apresentou a assessora para Collins, como pagava um salário de US$ 26 mil para ela trabalhar duplamente para os dois lados."Intrigas de estado" é a adaptação de uma minissérie exibida pela BBC inglesa em 2003. E é corretíssima em mostrar questões éticas pelas quais todos os jornalistas (e outros profissionais, diga-se) passam. Essa linha tênue que separa o profissional do "amigo", a questão de jornalistas que trabalham em assessorias de políticos, as grandes somas de dinheiro dos lobbies que se formam para que projetos sejam aprovados e as investigações sérias que são abortadas antes mesmo de se iniciarem.A outra questão é sobre (e aqui a discussão poderia ser mais profunda) como os jornais podem se manter fieis à boa apuração das notícias, com responsabilidade, em oposição a busca pelo lucro fácil, à notícia mal dada e apurada. E se alguém ainda vir com essa história de que o jornal impresso já acabou, é bom ver este filme. O final dele pode mudar a sua opinião. "Intrigas de estado" é um filme clássico que merece ser visto e refletido.
Sempre fui fã da série Exterminador do Futuro, mesmo sem gostar de filmes de ação. Adorava a cara "one face" do Arnold Schwarzenegger, ainda mais quando ele dizia a lapidar frase "I'II be back", que virou um clássico do cinema, ou o "Hasta la vista, baby". Só ele mesmo. A história, todos sabemos, é sobre um futuro próximo onde as máquina dominarão o mundo e os humanos, e estes que organizam uma resistência a esse poder sem igual. No meio dessa resistência, há uma mulher, Sara Connor, que será a escolhida para gerar um filho que será o líder de todos na luta contra o poderio das máquinas. Assim mesmo, com ecos bíblicos. E do futuro é mandado o robô, uma máquina, que tem a missão de matar essa criança, que ainda asssim nasce e recebe o nome de John. No primeiro filme é conhecido o pai de John, Kyle Reese, que luta contra o T-800 (Schwarzenegger), que nos filmes seguintes passa de algoz de John e Sara para defensor deles. No terceiro filme da série, a máquina era uma bela mulher. Neste quarto filme, "O exterminador do futuro - A salvação", direção de McG, em cartaz no Castanheira 5 e Pátio Belém 4 (legendado) e Castanheira 7, Pátio Belém 5 e Castanhal 3 (dublado), John é interpretado por Christian Bale, que se utiliza dos ares de super-heroi que trouxe de "Batman" para dar vida a esse verdadeiro "heroi da resistência". A trama se passa no ano de 2018, e Connor está na resistência lutando contra a Skynet e seu exército de Exterminadores. Uma cena anterior remete a um homem que está no corredor da morte e uma médica, Serena Kogan (Helena Bonham Carter), que pede-lhe que ele doe seu corpo à ciência. E assim é feito.A ação volta para Connor, mostrando-o numa busca por prisioneiros da Skynet, que ele os encontra, mas tem que fugir do local já que toda a tropa que ele liderava acabara de ser morta pelos Exterminadores. Ele pede uma audiência com os líderes da resistência e é informado que eles conseguiram uma linha de códigos que burla e consegue parar as máquinas. Connor volta à base e à esposa, Kate (Bryce Dallas Howard), que está grávida, e não consegue ficar em paz até testar o equipamento.Nesse meio tempo, Marcus Wright (Sam Worthington), o homem que havia doado o corpo à ciência reaparece no meio do nada e acaba cruzando o caminho de um jovem adolescente Kyle Reess (Anton Yelchin), ele mesmo, o futuro pai de John Connor.
Marcus, depois de ajudar e ser ajudado por Kyle Reese, não consgeue impedir que ele seja preso pelos robôs da Skynet. Ele sai caminhando pelos escombros das cidades e salva a vida da piloto de caças Blair Williams (Moon Bloodgood), que sofrera um acidente. Ela também é da resistência e de confiança de Connor. Quando os dois se aproximam da base, Marcus é atingido por uma mina terrestre e todos descobrem que ele é uma espécie de híbrido de homem e máquina, com um coração real que funciona perfeitamente. A grande questão é se ele é do bem ou do mal. Blair acredita nele, mas seus companheiros, não. E assim, se inicia uma caçada a Marcus, que só é interrompida quando ele mostra provas de que fala a verdade, justamente a Connor. Os dois elaboram um plano de ação para destruir a sede da Skynet.O que difere esta quarta edição do quase romântico filme de 1984 é aquele tinha mais charme. O diretor McG até contatou Schwarzenegger para uma participação especial no filme, mas ele recusou. E mesmo assim T-800 está lá digitalmente, para a alegria dos fãs. Assim como Linda Hamilton, a Sara do filmes anteriores, é apenas um voz num gravador. O que muda também é que eu , pessoalmente, não tenho mais grande paciência para filmes de muita ação. E este "Exterminador..." não se faz de rogado. É ação para todos os lados. De perder o fôlego. Num fio de roteiro, que não apresenta nenhuma novidade. É o heroi Connor contra as máquinas. Muitos efeitos digitais. E só. Claro que "O Exterminador do futuro - A salvação" vai ter uma continuação. O final fica em aberto. Há a célebre redenção, como nos filmes anteriores, o que deixa adivinhar que "I' ll be back" será ouvido outra vez. Só esperamos que numa trama menos confusa e sem soluções rápidas.

Dedé Mesquita

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