sexta-feira, 8 de junho de 2012

"THOR E A PONTE DE EINSTEIN-ROSE, O BURACO DE MINHOCA"



Thor (EUA, 2011), dirigido por Kenneth Branagh, traz o deus do trovão de Asgard para a Terra através da Ponte do Arco-Íris (Bifrost) e da Ponte de Einstein-Rosen. A história é de J. Michael Straczynski e Mark Protosevich e o roteiro de Ashley Miller, Zack Stentz e Don Paine. Com tanta gente o filme acabou se configurando com várias tendências em relação às características do personagem, do seu mundo e da Terra. Mas o que quero enfocar neste pequeno texto é a busca de conciliação da magia com a ciência passando por histórias para crianças, claro, com as limitações de um filme de ficção. E não vou focar o filme no seu conjunto. Vou direto ao ponto magia/ciência/ponte de Einstein-Rosen.Para se contrapor a Erik Selvig (Stellan Skarsgard), seu companheiro de pesquisas de fenômenos atmosféricos, que considerava que o que Thor lhes contara não passava de histórias para crianças, mitos e lendas, história boba, que tudo era ridículo, era magia e ele, Erik, estava falando de ciência, Jane Foster (Natalie Portman) é direta: “- Magia é apenas a ciência que a gente ainda não entende.”, atribuindo essa afirmação a Arthur C. Clark. Erik contesta: “- Escrevia ficção científica.”; ela não se entrega: “- Uma precursora do fato científico.” Ele limita: “- Em alguns casos sim.” Jane continua raciocinando: “- Se tem uma ponte de Einstein-Rosen então tem alguma coisa do outro lado. Seres desenvolvidos podem tê-la atravessado.” Darcy (Kat Dennings), a jovem que os acompanha reforça o argumento de Jane: “- Uma cultura primitiva como a dos vikings pode ter adorado eles como divindades.”
A Ponte de Einstein-Rosen já havia sido mencionada antes, quando Jane, Erik e Darcy tentavam uma explicação para a estranha tempestade que presenciaram. Jane especula: “- Não acha que foi uma tempestade magnética? [ela está olhando uma imagem no monitor do computador] Esses feixes são característicos de uma Ponte Einstein-Rosen.” Darcy se espanta: “- Uma o quê?” Erik agride: “- Não estudou Ciências?” A moça responde: “- Ciência Política.” E Jane bate:“:- Ela foi a única candidata.” Erik, então, explica: “ - Uma ponte Einstein-Rosen é uma conexão teórica entre dois pontos do espaço-tempo.” E Jane: “- É um buraco de minhoca.”Eles continuam avaliando o fenômeno, mas o que interessa aqui é a referência à ponte de Einstein-Rosen e ao buraco de minhoca.Busquei, então, uma explicação na Internet: “Pontes de Einstein-Rosen [...] nunca foram observadas na natureza, mas oferecem soluções teóricas para a Relatividade Geral ao combinar modelos de buracos negros e buracos brancos. [...] O nosso universo pode estar situado no interior de um buraco de minhoca (wormhole) – também conhecido como Ponte de Einstein-Rosen – uma espécie de “cano” hipotético que une dois universos. (Nosso Universo pode estar em uma ponte entre dois outros universos - 13/04/2010. Disponível em:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=universo-dentro-buraco-minhoca&id=010130100413. Acesso em: 27 de maio de 2012)” Da Wikipédia selecionei: “[...]. Um buraco de verme possui ao menos duas "bocas" conectadas a uma única "garganta" ou "tubo". Se o buraco de verme é transponível, a matéria pode "viajar" de uma boca para outra passando através da garganta. Embora não exista evidência direta da existência de buracos de verme, um contínuum espaço-temporal contendo tais entidades costuma ser considerado válido pela relatividade geral. (Buraco de minhoca.http://pt.wikipedia.org/wiki/Buraco_de_minhoca. 2 de fevereiro de 2012. Acesso em: 27 de maio de 2012.)”
Ou seja, no caso do filme, Thor e o martelo Mjolnir são enviados de Asgard para a Terra atravessando um tubo em velocidade vertiginosa que, segundo Jane Foster, que é astrofísica, é uma Ponte de Einstein-Rosen. Mitologia, magia e ciência compondo um painel interrelacionado em uma intercessão não-vazia de conjuntos. O filme de Kenneth Branagh foi instigante para mim nesse aspecto. (Arnaldo Prado Jr.)
 

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