quarta-feira, 20 de junho de 2012

'PROMETHEUS"

O chamado prequel, ou seja, episodio de franquia que retroage visualizando personagens e situações antes de surgirem no que foi visto, é uma nova fórmula da indústria cinematográfica para auferir lucros. Foi assim que ocorreu e foi visto no que seria o inicio de “O Exorcista”(1973), de “Psicose”(1960), de Indiana Jones (1981), de Batman(1989) e mais um universo de histórias a perseguir outras que geraram filmes marcantes. “Prometheus”(EUA/2012) é uma prequel não explícita de “Alien, o Oitavo Passageiro” (Alien/EUA, 1979), do diretor Ridley Scott. Ele por varias vezes tentou voltar ao tema de seu filme de ficção cientifica que gerou pelo menos 3 outros de vários diretores (de James Cameron a Jean Pierre Jeunet passando por David Fincher). Seria, no mínimo, incômodo para o cineasta voltar ao assunto, ainda mais com a morte de sua principal personagem, a astronauta Ripley (Sigourney Weaver, que chegou a produzir o terceiro filme da série). Por isso imaginou, com os roteiristas Jon Spaihts e Damon Lindelof (este último egresso da TV onde colaborou na série “Lost”), uma viagem ao planeta habitado pelos estranhos seres que se inseriam nos corpos dos astronautas. O objetivo seria diferente: ao invés de se tratar de uma nave de carga que socorria outra perdida nesse mundo estranho seria uma de caráter eminentemente científico, disposta a descobrir pinturas rupestres que sabiam existir em cavernas desse planeta distante muito semelhantes a que foram encontradas na Terra e atribuidas à criação do homem primitivo.
O interesse da idéia passaria por inverossimilhanças, como as naves espaciais apresentarem ruídos no espaço (sabe-se que o som não se propaga no vácuo) e, também, pela possibilidade de uma jornada até a um planeta de outro sistema solar com uma só tripulação, sem mudanças, ou seja, viajar numa velocidade fictícia, acima da luz (é sabido que a luz é o limite e que além de sua velocidade a matéria se transforma em energia). O caso não reprisa o raciocínio dos autores de “Star Trek” que imaginam viagens siderais através de buracos negros ou um viés que neutralize as dimensões tempo e espaço. Mas Ridley Soctt e a dupla roteirista não quis produzir uma “sci fi” mais “sci” do que “fi”, ou seja, prender seus heróis em dimensões realistas. Seria um moderno conto de fadas com meta diferente: buscar a origem da vida, não só discutir a Origem das Espécies de Darwin, mas ir ao encontro do criacionismo, debatendo preceitos religiosos e filosóficos.
Em primeiro lugar, considerei o filme como demasiadamente pretensioso. Logo na primeira sequência há um enigma. Um ser atlético, de forma humana, está à beira de um abismo e de um objeto extrai um receptáculo ingerindo a substância lá contida. Logo se engasga, vomita, vê-se seu corpo se transformar em vasos de paredes escuras e em seguida despenca no mar. Fica por aí a exposição. Logo se passa para a nave Prometheus (que quer dizer “antevisão”, ou “luz”, pois, segundo a mitologia grega Prometeus era um deus condenado por Zeus por roubar-lhe um facho de luz para dar aos homens). Essa nave está a caminho do planeta das pinturas rupestres. Mas ele abriga, na base de uma pirâmide, seres mumificados e um outro hibernado que lembra o ser que se viu na primeira sequência. Este se mostra agressivo. E muitos astronautas morrem sugados por gosmas ou atacados por este ET gigante. Como o filme de Scott encerra múltiplos detalhes, deixo para amanhã tratar do filme propriamnete dito. Não sou fã desse tipo de filme, contudo, o leitor é quem está na base da minha responsabilidade em construir com detalhes o que vi na criação deste diretor que embora apresentando uma instável obra, tem alguns interessantes como “Blade Runner- O Caçador de Androides” (1982), “Thelma e Louise” (1991), “Gladiador” (2000). Presentemente, com seu irmão Tony Scott, revela-se instigante na série de tv fechada “The Good Wife – Pelo Direito de Recomeçar” (Universal Channel), a qual assisto, interessada no envolvimento da personagem Alicia Florrick (Juliana Margulies, que já foi premiada com o Globo de Ouro em 2009).(Luzia Álvares)

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