O novo filme de David Lynch, "Império dos Sonhos", embaralha as fronteiras dos gêneros cinematográficos em filme hipnotizante. Em inglês, os cineastas são conhecidos como storytellers, contadores de histórias. A busca pela aproximação do cinema com outras formas narrativas, principalmente o romance, concide com a conquista do espaço do cinema, ainda no início do século passado, do grande público, tornando-se uma máquina da indústria de entretenimento.
O diretor americano David Lynch sempre usou e abusou de figuras bizarras em seus filmes e de fios narrativos multiplos. No entanto, nada do realizado antes por Lynch pode nos preparar para a experiência de ver "Inland Empire", ou canestramente traduzido por "Império dos Sonhos". Com apenas um fio de história ou usando algumas situações, climas e situações pra lá de absurdas, ele nos brinda com um dos mais instigantes, revolucionários, maravilhosos filmes - uma abertura para o filme do próximo milênio. Com o esgotamento de todas as formas narrativas, só nos resta não contar exatamente uma história, ou nos preocupar em contar apenas uma história.Assim como acontece no recente "Aquele Querido Mês de Agosto", do português Miguel Gomes, existem filmes em que as palavras são muito limitadas para descrever a experiência de assisti-los. Ainda mais no cinema, já que "Inland Empire" já foi lançado em DVD. Somente em tela grande, se pode sorver por completo esse cinema de Lynch, que nos absorve também em suas imagens, sons, suas labirínticas teias narrativas.
Lynch vai destruindo aos poucos todas as nossas amarras com relação ao cinema: uma atriz famosa, uma história que tem começo, meio e fim, uma fotografia bonita. E nesse sentido é perfeitamente lógico uma família de coelhos (!) que assiste a televisão na sala de casa. Ou o que falar das prostitutas polonesas? da maldição do filme? das idas e vindas de Laura Dern em seu delírio/sonho? "Inland Empire" reconstrói dessas sombras narrativas, um filme de tremendo vigor onde tudo pode acontecer, seja um romance, um mistério, um drama, logo embaralhando de uma vez o cinema de gênero para desembocar em um fantástico musical (aviso logo que a parte dos créditos é imperdível).
Fernando Segtowick
O diretor americano David Lynch sempre usou e abusou de figuras bizarras em seus filmes e de fios narrativos multiplos. No entanto, nada do realizado antes por Lynch pode nos preparar para a experiência de ver "Inland Empire", ou canestramente traduzido por "Império dos Sonhos". Com apenas um fio de história ou usando algumas situações, climas e situações pra lá de absurdas, ele nos brinda com um dos mais instigantes, revolucionários, maravilhosos filmes - uma abertura para o filme do próximo milênio. Com o esgotamento de todas as formas narrativas, só nos resta não contar exatamente uma história, ou nos preocupar em contar apenas uma história.Assim como acontece no recente "Aquele Querido Mês de Agosto", do português Miguel Gomes, existem filmes em que as palavras são muito limitadas para descrever a experiência de assisti-los. Ainda mais no cinema, já que "Inland Empire" já foi lançado em DVD. Somente em tela grande, se pode sorver por completo esse cinema de Lynch, que nos absorve também em suas imagens, sons, suas labirínticas teias narrativas.
Lynch vai destruindo aos poucos todas as nossas amarras com relação ao cinema: uma atriz famosa, uma história que tem começo, meio e fim, uma fotografia bonita. E nesse sentido é perfeitamente lógico uma família de coelhos (!) que assiste a televisão na sala de casa. Ou o que falar das prostitutas polonesas? da maldição do filme? das idas e vindas de Laura Dern em seu delírio/sonho? "Inland Empire" reconstrói dessas sombras narrativas, um filme de tremendo vigor onde tudo pode acontecer, seja um romance, um mistério, um drama, logo embaralhando de uma vez o cinema de gênero para desembocar em um fantástico musical (aviso logo que a parte dos créditos é imperdível).
Fernando Segtowick
5 comentários:
"Lynch vai destruindo aos poucos todas as nossas amarras com relação ao cinema: uma atriz famosa, uma história que tem começo, meio e fim, uma fotografia bonita."
Grande texto, Fernando, mas o que achei mais legal no filme é justamente TER uma atriz famosa como suposta protagonista, TER uma história, ainda que com começo, meio e fim embaralhados, e TER, sim, uma fotografia bonita, ainda que seja em DVCAM e que olhos como os nossos, acostumados à película, ainda rejeitam.
Abração.
Nossa...
mt bom o texto..
já estou lá!
:)
Ah, e complentando, acho tanto o Lynch quanto o Gomes dois senhores storytellers.
Ronaldo
Acho que a Laura Dern, apesar de famosa, não dá aquele conforto das stars de hoje (uma charlize, uma julia roberts), a gente sabe que com ela tudo pode acontecer, a fotogafia DVD é sensacional, mas não está ali para acariciar nossos olhos, mas para deixar eles ainda mais confusos, os fluxos narrativos são bem mais complexos sim.
Lynch é um grande storyteller sim, e pior daqueles q a gente nem respira só de ouvir a estória. Miguel Gomes (no primeiro filme que vi dele) também já me virou a cabeça
P.S: Não sei se tu sabes mas vou voltar a filmar. Ganhei o Minc.
abs
ham?!!!
storyteller??!!!
Fernando me esxplica depois...
:-/
Planeta dos sonhos?!
bjs
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