domingo, 4 de outubro de 2009

"AMANTES" DE JAMES GRAY

“AMANTES” de James Gray. Com Joaquin Phoenix, Gwyneth Paltrow e Vinessa Shaw.
Um homem amargurado com o fim de seu noivado de dois anos, procura se encontrar novamente, perdido entre sentimentos de decepção e rejeição. Até que conhece duas mulheres de diferentes comportamentos que chamam a sua atenção e começam a representar uma nova direção na sua vida. Nesta pequena introdução a história de “Amantes” de James Gray, o leitor não tem noção do resultado simplesmente belo que o diretor conseguiu. Poucas vezes vi um filme tão bem dirigido, onde todos os detalhes se juntam para criar um drama de busca, de solidão, de dúvida sobre a vida e o amor. O personagem principal transmite uma melancolia, uma desesperança nos primeiros minutos do filme, de forma avassaladora (e muito se deve a atuação genial de Joaquin Phoenix). Para ele, tudo está perdido. Ou não. Até que encontra primeiro a mulher ideal. Atenciosa, perfeita, equilibrada, tudo o que ele precisa naquele momento. Mas num segundo momento, ele opta por um relacionamento quase que impossível, de difícil alcance, com uma mulher muito parecida com ele: perdida, em dúvida, à mercê das circunstâncias. Mas é nesta mulher que ele vai tentar achar seu amor perdido, seu amor rejeitado que tanto lhe fez sofrer. Neste momento, este homem me lembra inúmeros personagens de filmes fantásticos que de alguma forma abordaram a questão do amor perdido, da busca e da esperança em viver. Particularmente, lembro do papel de James Stewart na obra-prima de Alfred Hitchcock, “Vertigo – Um Corpo que Cai” que assim como o protagonista de “Amantes”, perde seu amor e tenta reconstruí-lo de forma idêntica numa outra mulher, perdendo-a novamente para finalmente se reencontrar. Este reencontro em “Amantes” não é necessariamente feliz. Ao optar por viver e superar uma nova perda, ele vai tentar um novo relacionamento, distante do que desejava, arriscando melancolicamente na possibilidade da felicidade, assim como todos os personagens do filme, desde a mãe do personagem principal até o amante de uma das mulheres que lhe provoca interesse. Bem construído, com cenas muito bem idealizadas e sensivelmente bem filmadas pelo diretor James Gray, “Amantes” é simplesmente belo. Simples ao buscar mostrar personagens em busca de suas verdades e amores, e belo por mostrar que é possível buscar o amor e ser feliz, idealizando sua forma ou não. Ainda impressionado com o filme, desde já, sem dúvida é um dos melhores filmes que vi este ano em nossos cinemas.

Marco Antonio Moreira

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