O Cine Líbero Luxardo exibe a partir de quinta-feira o longa "Morte em Veneza", clássico do cinema dirigido por Luchino Visconti (1906-1976). O longa faz parte da programação "Duas Vezes Visconti", que apresentou na semana passada "O Inocente", outro título importante da carreira do diretor italiano. "Morte em Veneza" será exibido em película até domingo sempre às 19h30.
Baseado na obra homônima do escritor alemão Thomas Mann, o filme, lançado em 1971, é a recriação do romance originalmente publicado em 1912 e do drama do personagem Gustav Ashenbach (interpetado por Dirk Bogarde). Em Morte em Veneza, Visconti consegue levar de forma magistral para a tela a obra densa e descritiva de Thomas Mann. A substituição do escritor personagem do livro por um músico no filme é o mote mais do que adequado para a entrada da magnífica música de Gustav Mahler que ajuda a estabelecer a atmosfera apropriada aos dramas de Ashenbach.
Compositor de férias longe de seu país, na cidade de Veneza, Ashenbach, Cansado e solitário, passa a maioria de seu tempo a observar a movimentação das pessoas nos terraços e salões do luxuoso hotel des Bains, freqüentado por turistas de posses de toda a Europa. Aparentemente reservado e civilizado, Ashenbach é um músico que insiste na busca incessante pela perfeição em sua obra, e nela a beleza não seria apenas o objetivo, mas o próprio percurso e caminho. Um amigo afirma ao compositor que a beleza não pode ser criada, pois ela simplesmente existe, o que tornaria sua busca inútil.
A viagem a descanso, um pouco antes da Segunda Guerra Mundial, revela a mais terrível das surpresas: a beleza personificada num jovem rapaz. Aschenbach fica extasiado com a beleza do adolescente e a evidência daquilo que ele tentou conseguir a vida inteira por meio de sua música.
Desorientado, Aschenbach tenta fugir de seu desejo, e intenta deixar Veneza. Entretanto, ao tomar conhecimento de alguns casos de morte na cidade, causadas por peste asiática, ele retorna ao hotel, onde rememora sua vida e se deslumbra cada vez mais com a beleza andrógina do jovem, sua obsessão apaixonada, seu amor impossível e sua gradativa decadência.
Luchino Visconti é um dos principais representantes do Neorrealismo italiano, movimento cinematográfico surgido na década de 1940, e reforçado por outros diretores como Vittorio De Sica e Roberto Rossellini. Embora Visconti não se sentisse muito confortável com o titulo de neorrealista, por considerar-se um cineasta realista, a partir da década de 1970 seu cinema explora o decadentismo, o universo nobre e burguês, os vícios, excessos e hipocrisia dos afortunados.
Filme maior de um gênio acerca do amor e da beleza, "Morte em Veneza" é enriquecido pela influência dos filósofos Nietzsche e Schopenhauer, tomados como base para os debates estéticos que são desenvolvidos no decorrer da história. Durante o 25° Aniversário do Festival de Cannes, Visconti recebeu o Prêmio Especial pelo conjunto de sua obra. E "Morte em Veneza" já estava incluído em sua filmografia como obra irretocável e de grande valor para o cinema mundial.
SERVIÇO
De quinta a domingo, às 19h30 14/05 a 17/05
Ingressos: 5 reais (Meia Entrada para estudantes)Quinta-feira – Entrada Franca para estudantes com carteirinha.
"Morte em Veneza" de Luchino Visconti (ITA, 1971).
Título original: Morte a Venezia (Itália 1971).
Direção: Luchino Visconti. Gênero: Drama. Classificação: Livre Duração: 130 min. Elenco: Dirk Bogarde, Marisa Berenson, Björn Andrésen e Silvana Mangano.
Sinopse: De férias no exterior, o compositor Gustav Aschenbach (Dirk Bogarde) parece um homem reservado e civilizado aos olhos daqueles que o conhecem. Basta, no entanto, o início de uma paixão secreta para que comecemos a notar o presságio de sua destruição.
Apoio : ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará)
terça-feira, 12 de maio de 2009
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