terça-feira, 19 de maio de 2009

O VERÃO PAGA A CONTA

É incontestável: os blockbusters do verão norte-americano pagam as despesas dos exibidores ao redor do mundo. Você sai ou chega a uma rede de cinema de shopping, afinal o que existe hoje em dia para se ver filme fora de casa, e depara com filas enormes destinadas ao conjunto de bilheterias e a determinadas salas. Pode apostar que não há filas (em Portugal chama-se “bichas”) para filmes densos, ou, como se diz ainda hoje, “de arte”. O povo paga para ver efeitos especiais, fantasias mirabolantes, coisas que mexem com a mídia (e muito “chem” existe na enxurrada de matérias publicadas sobre determinados filmes nos diversos meios de comunicação).
Este ano Hollywood exporta: “Wolverine”,”Monster vs Aliens”, “Star Trek”, “Anjos e Demônios”, “Terminator Salvation”, “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”, “A Era do Gelo 3”e “Uma Noite no Museu 2”. Isto sem falar nas comédias românticas que parece faturarem mais quanto mais imbecis elas sejam.
Os lançamentos ambiciosos quase sempre cumprem a missão, atraindo quem paga ingresso de Los Angeles a Belém do Pará. Se no fundo deste poço há um “Up”, animação que abriu o Festival de Cannes deste ano, é a exceção a confirmar a regra.
O que já se viu não surpreende: “Wolverine” é um super-homem com cara de mau e unha de pantera. Não morde além do bolso do cliente. “Star Trek” pega uma carona com a mania atual de se ver o começo das aventuras de algumas personagens de gibi. O pessoal da nave Enterprise não é quadrínhica, mas tem cheiro disso. A volta às origens até que é simpática, mas se existe é porque a série, na linha horizontal do tempo, já pediu penico. “Anjos e Demônios” é mais uma jogada matreira do esperto Dan Brown, escritor que aprendeu a faturar cutucando a história da igreja católica usando apenas a sua intuição . Aqui ele tenta ficar na geral vendo o jogo entre a Fé e Ciência. Se um time está ganhando ele altera o placar para um empate. O “Esterminador”(Terminator”) cansou de ser parteiro da mulher americana nascida no século XX que vi parir um super-herói do século seguinte(o atual), O mocinho já deve estar passando da adolescência e se ele brigar muito com as máquinas não vai ter quem faça os efeitos especial da série. Enquanto isso Harry Potter continua voando nas telas enquanto nos livros já está estocado nas bibliotecas. E os heróis da época das geleiras andam com medo da profecia de Al Gore, aquela história do degelo pós efeito-estufa.Correndo ao lado, Bem Stiller volta a ver peças de museu se mexendo. Não há nenhuma de cinema, talvez porque a comédia não mereça ressuscitar ídolos como Chaplin e Buster Keaton.
Mas o cinéfilo não deve chorar no molhado: se não existisse esta fauna, não se veria trevos de quatro folhas como “Alexandra” e não se exumaria um cinema que ensinou a gente a gostar de cinema.(PV).

Um comentário:

Bebela disse...

Bom e gostei!
PV??
:/

kiss

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