Greta Garbo tinha realmente garbo (perdão: devia ter tudo). Mas não ria. Seu nome de batismo era Greta Gustavsson e desde criança passou a trabalhar, primeiro numa loja de confecções na Suécia posto que seu pai morrera cedo e a família não tinha como viver de herança.Ali foi descoberta pelo cinema, e o cineasta Mauritz Stiller, famoso em sua terra por filmes como “A Saga de Gosta Berling”(passou aqui no Cine Clube “Os Espectadores” em 1955), levou-a para Hollywood. Quando Stiller morreu, contam que a conterrânea e amiga desesperou-se. Foi o homem de sua vida, embora não o amante. No caso, o candidato a amante seria Johnn Gilbert, galã do cinema mudo que ela fez questão de botar para falar em “Rainha Cristina”, um fracasso para ele. Mas a paixão era mais de Gilbert por ela, sem correspondência. Garbo achava o seu papel em “A Dama das Camélias”(Camille), de George Cukor, o melhor de sua carreira. Mas apreciava em especial o talento do diretor alemão Ernst Lubitsch. Por isso aceitou fazer “Ninotchka” sob a sua direção. Uma comédia, gênero que ela nunca experimentara.
No filme de Lubitsch a então enigmática atriz (posto que não havia quem escrevesse nos jornais sobre a sua vida, um segredo que ela guardava sempre, até por não freqüentar encontros sociais) fazia uma soviética que vinha à capitalista Paris buscar conterrâneos corruptos. Representava a confiança dos bolchevistas. Mas na capital francesa acabava por se apaixonar por um executivo, reapresentado por Melvyn Douglas. Nessa porfia por um romance ela chegava a....rir. E o filme foi propagado como aquele em que “Greta Garbo ri”.
O riso foi o principio do fim. Embora “Ninotchka” fosse um sucesso, o filme seguinte dirigido por George Cukor, “Duas Vezes Meu”(Two Faced Woman), foi um total fracasso. Nessa altura a atriz repetiu a frase que deixou gravada em “Grande Hotel” um de seus sucessos: “I want to be alone”(Eu quero ficar só). E ficou, até morrer de causas naturais em 1990.
Rever Garbo rindo é hoje mergulhar na história do cinema. O mesmo roteiro serviria para um belo musical com Fred Astaire e Cyd Charisse (“Meias de Seda”) em 1957 com canções de Cole Porter. É de minha predileção. Mas “Ninotchka” tem o sabor de matriz. E é um pouco da história de Garbo, a sueca sisuda, a mulher que parecia sempre triste como a sua Camille de Dumas ou a sua Ana Karenina, de Tolstoi(dirigida no cinema por Clarence Brown), a que se atira nos trilhos do trem. O riso de Garbo deu até uma peça de teatro. O filme tem o “Lubitsch touch”, ou seja, o jeito sarcástico do grande cineasta alemão que fez também carreira no cinema americano.
No filme de Lubitsch a então enigmática atriz (posto que não havia quem escrevesse nos jornais sobre a sua vida, um segredo que ela guardava sempre, até por não freqüentar encontros sociais) fazia uma soviética que vinha à capitalista Paris buscar conterrâneos corruptos. Representava a confiança dos bolchevistas. Mas na capital francesa acabava por se apaixonar por um executivo, reapresentado por Melvyn Douglas. Nessa porfia por um romance ela chegava a....rir. E o filme foi propagado como aquele em que “Greta Garbo ri”.
O riso foi o principio do fim. Embora “Ninotchka” fosse um sucesso, o filme seguinte dirigido por George Cukor, “Duas Vezes Meu”(Two Faced Woman), foi um total fracasso. Nessa altura a atriz repetiu a frase que deixou gravada em “Grande Hotel” um de seus sucessos: “I want to be alone”(Eu quero ficar só). E ficou, até morrer de causas naturais em 1990.
Rever Garbo rindo é hoje mergulhar na história do cinema. O mesmo roteiro serviria para um belo musical com Fred Astaire e Cyd Charisse (“Meias de Seda”) em 1957 com canções de Cole Porter. É de minha predileção. Mas “Ninotchka” tem o sabor de matriz. E é um pouco da história de Garbo, a sueca sisuda, a mulher que parecia sempre triste como a sua Camille de Dumas ou a sua Ana Karenina, de Tolstoi(dirigida no cinema por Clarence Brown), a que se atira nos trilhos do trem. O riso de Garbo deu até uma peça de teatro. O filme tem o “Lubitsch touch”, ou seja, o jeito sarcástico do grande cineasta alemão que fez também carreira no cinema americano.
Pedro Veriano
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