
Numa mistura inteligente de estilos, Tarantino volta a sua melhor forma num filme irônico sobre a guerra, onde o cinismo dos personagens e a violência dos envolvidos formam um quadro bem definido sobre o que foi este conflito. Procurando dar a sua versão da segunda guerra, sem compromissos com a verdade dos fatos e personagens reais que coloca no seu enredo, Tarantino inteligentemente mistura os personagens de forma criativa, revelando a motivação de cada um dentro da violência que os cerca desde a família da jovem no início do filme até mesmo ao acordo “final” entre velhos inimigos que não é aceito pelos bastardos inglórios que só tem uma lei: acabar com os nazistas. Até aqui, nada de necessariamente original em termos de história mais como Tarantino nos conta este enredo é que surpreende pelo seu próprio estilo de filmar, que esteve em grande forma em “Cães de Aluguel” e “Pulp Fiction” e que aqui se define claramente, mostrando um diretor que recebe inúmeras influências de outros cineastas e escolas de cinema e que transforma isto tudo num modo único de contar uma história.
Aqui, podemos perceber influências claras de diretores como Sérgio Leone, John Ford e Scorsese em sequências antológicas. Além disso, poucos diretores sabem equilibrar a música e a imagem como Tarantino e em “Bastardos Inglórios”, entre tantos momentos marcantes, fica a citação de uma extraordinária sequência onde ouvimos o cantor/compsitor David Bowie cantando “Putting out of Fire”, canção tema do filme “A Marca da Pantera” de 1982. Num ano de bons filmes exibidos nos cinemas, “Bastardos Inglórios” sem dúvida é um dos melhores do ano.
Marco Antonio Moreira
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