quinta-feira, 9 de agosto de 2012

ELDORADO 61

Na data de hoje (9 de agosto) filmei pela primeira vez. Explico: ganhei de presente de aniversário do meu pai uma pequena câmera marca Bell &Howell 16mm para 50 pés de filme. O presente foi como aquele candelabro que uma família pedia para a pombinha mágica em “Milagre em Milão” quando não tinha teto na sua barraca para dependurar o objeto. Eu não sabia fotografar, era nulidade em tudo que se relacionava à prisão de imagens. O dono da foto onde meu pai fez a compra disse-me que seria preciso eu ganhar também um fotômetro. Que diabos era isso? Mas não esmoreci. Soube que se filmasse com o diafragma da maquina quase fechado (f11 ou f16) teria foco. Bastava usar a luz do dia. E assim filmei um clipe com a turma de casa. Não satisfeito bolei uma ficção a que chamei de “Um Caso Dificil”. Surpresa: a fotografia saiu boa. Nascía a Eldorado Filmes. Com o tempo e o conhecimento de Fernando Melo, fotografo dos filmes de Libero Luxardo e dono de uma oficina onde eu levava meu projetor Revere para consertar (e os pregos eram frequentes), passei a filmar com assiduidade. Fazia de tudo, mas o que hoje me impressiona é como montava na filmagem. Tudo para não cortar a película positiva.Uma ginástica que me fazia correr de um lado a outro para dar continuidade à sequencia. Cinema era minha praia. Contratar, exibir, produzir. Do muito filmado sobrou pouco. Mas tem uma película de 1952 que eu não gostava na época: “O Desastre”. Foi telecinada no MAM. Guardo até quando possa fazê-lo. Hoje gravo em digital competindo com minhas filhas. Há muitas ideias jogadas em cena. Só peco na edição, que ainda não domino. Mas vou levando uma Eldorado sessentona.(Pedro Veriano)

Nenhum comentário:

Arquivo do blog