segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

HISTÓRIAS DE VAMPIROS


Histórias de vampiros sempre fizeram sucesso nas artes, em especial no cinema. Clássicos como "Nosferatu", de F.W. Murnau, ou mais recentes, como "Drácula", de Francis Ford Coppola, lotam salas e mostram a força desse personagem na tela grande. Filmes de vampiros com adolescentes também são uma grande atração, como foi "Garotos perdidos", de Joel Schumacher. Agora, a franquia dos "dentes pontiagudos e sedentos de sangue" ganha mais um reforço com a chegada de "Crepúsculo", direção de Catherine Hardwicke, que está em cartaz em Belém no Castanheira 6 (dublado) e Iguatemi 1 (legendado).A trama é baseada no fenômeno de vendas que é o best seller homônimo escrito por Stephenie Meyer. Não li o livro (que já rendeu três continuações), mas o filme é de uma chatice atroz. É uma história muito, muito chata, que abusa dos clichês do gênero e, mesmo assim, não se salva. A adolescente de 17 anos Bella (Kristen Stewart), que morava com a mãe, decide passar um tempo com o pai (Billy Burke), na pequena e chuvosa cidade de Forks, em Washington (DC). Ao chegar, a mocinha se depara com as dificuldades de adaptação, mas logo lhe chama a atenção uma família de cinco irmãos, filhos adotivos do médico da cidade, em especial Edward (Robert Pattinson), que é da mesma turma que ela, dividindo, inclusive, a mesma bancada.O rapaz logo dá mostra de que não gostou da menina, tanto que some. Quando retorna, mostra-se mais acessível e por isso, Bella percebe que a cor dos olhos do rapaz não é mais a mesma. A relação continua tensa, até que um dia, inesperadamente, ela a salva de um acidente quando o carro de um colega deles perde o controle e quase esmaga a menina. Bella não consegue entender como Edward cruzou tão rapidamente o estacionamento da escola e como parou, com uma das mãos, o carro desgovernado. Mais intrigada ela fica quando conversa com um colega, que descende de uma antiga tribo indígena local, e ele faz insinuações sobre a origem da família de Edward, os Cullen. A mocinha, com a ajuda do Google (é, querem o quê? A moça tem laptop e celular, afinal ela é moderna), faz pesquisas e conclui que Edward e todos da família dele são, na verdade, vampiros de antiga linhagem.
Bella confronta Edward, que confirma a sua condição, mas enfatiza que sua família é de vampiros que não se alimentam de sangue humano. E revela que o cheiro de Bella é como uma droga para ele, que ele nunca desejou tanto o sangue de alguém. Ela, já apaixonada, diz que confia nele e que sabe que ele nunca irá atacá-la.A vida parece correr tranquila, mas duas pessoas são mortas misteriosamente e o pai de Bella, que é policial, começa a investigar. No dia em que Edward leva Bella para jogar beisebol com a família dele, surgem os autores das mortes: três vampiros sanguinários, cujo membro mais jovem, James (Cam Gigandet) é um grande predador. Ao lado de Victoria (Rachelle Lefevre), a outra vampira do grupo, passa a perseguir Bella, que é defendida pela família Cullen.As cenas de perseguição são as únicas que dão um certo alento neste filme tão morno. O filme é bem linear, traz alguns elementos novos como o fato dos campiros circularem de dia e, principalmente, prega, indiretamente, uma volta aos velhos tempos da valorização da castidade: Edward quase nem toca em Bella, o único beijo entre eles é o mais casto possível e eles passam a noite juntos, ele velando por ela e ela, dormindo como um anjo. E o mais importante: essa condição faz enorme sucesso.E não é apenas porque, como bom vampiro que se preze, Edward é lindo (Robert Pattinson foi o Cedrico, de "Harry Potter e o cálice de fogo"). Lindo, mas chato. Ai, que saudade do vampiro Lestat, de "Entrevista com vampiro", de Anne Rice. Edward está mais para o Louis da série. O que mata mesmo em "Crepúsculo" é a lentidão, a linearidade e a falta de emoção no quesito susto. Mas é um sucesso. Fazer o quê? Com o final em aberto que fica na história, já se espera a segunda aventura "Lua nova", que será lançado em 2010. E é isso...

Dedé Mesquita

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