segunda-feira, 5 de março de 2012

CENA MUDA

Não fosse o Oscar, um filme como “O Artista” estive quase incógnito, relegado aos circuitos de arte. Não por falta de méritos, que são muitos, mas pela inusitada forma de fazer cinema em plena revolução técnica da arte chamada sétima, como dizia o Edwaldo Martins. Desde 1929 o cinema fala e os mudos viraram acervos. Mais aí surge Michel Hazanavicius e resolve reverter o transito. A história é risível, como em todos os filmes da época e tem arroubos de dramalhão. Cabe a Jean Dujardin, carregar o filme com o mise-en-scéne caricato e grotesco, como também é comum para a época. Não há nada de genial, mas são as superficialidades que constroem nosso inconsciente coletivo. È como uma máquina do tempo ou saudade de um eterno retorno daquilo que não vimos, mas podemos imitar e sentir. Diversão segura e de uma insustentável leveza pra quem quer porque quer sentir saudade daquilo que não presenciou.(Ismaelino Pinto)

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